O Governo Lula
Em meio a tantos ataques em sua maioria indevidos, o ano de 2003 encerrou-se com prognósticos positivos sobre o governo Lula. O governo enfrentou um ano difícil em razão da herança recebida; marcada por descontrole inflacionário; volatilidade cambial; vulnerabilidade externa; juros altos e aumento do risco país. No decorrer do ano a administração Lula soube construir as bases para a superação dos diversos fatores que indicam desorganização macroeconômica.
           Contrariando a vontade de muitos, recuperou a capacidade de controlar a inflação; iniciou trajetória consistente de queda dos juros de 26,5% para 16,0%; diminuiu a percepção nos indicadores sobre os riscos de investimentos no país e administrou uma taxa de câmbio compatível com os interesses das contas comerciais. Em 2004, analistas apontaram cenário para retomada do desenvolvimento com taxas que podem variar de 3% a 4% do PIB.
No campo político, Lula deu show, constituiu sua base de apoio para além das forças de esquerda, insuficientes para garantir a maioria e aprovou as reformas da previdência e tributária. Na área social, o governo patinou nas metas e no encaminhamento de programas importantes como Fome Zero e reforma agrária, mas trabalhou para racionalizar iniciativas de impacto. Lançou o Bolsa-Família; ampliou o crédito para agricultura familiar; expandiu a oferta dos financiamentos para o micro-crédito e a habitação; franqueou o acesso de pessoas de baixa renda às contas nos bancos e iniciou o programa primeiro emprego.
Em fevereiro, o País acompanhou o chamado caso Waldomiro. A mídia e a oposição parlamentar, liderada do PSDB e PFL, tentaram desestabilizar o governo utilizando-se do episódio. Buscaram transformar a ação condenável de uma pessoa como prática corrente no Palácio do Planalto. Vendo-se frustrados nesta intenção passaram a anunciar suposta paralisia do governo. Mas as ações do presidente Lula conspiram contra a tentativa da oposição.
Nos dois primeiros meses deste ano já foram gerados mais de 290 mil novos postos de trabalho. A reforma agrária receberá R$ 1,7 bilhão para assentar 125 mil famílias e o Bolsa-Família vai chegar nas regiões metropolitanas. Lula continua no combate à corrupção e no fortalecimento de sua política externa.
Fizemos o possível e não o que queríamos, como todo petista, acho que essas transformações ainda são pequenas e precisam intensificar seus resultados. Reconheço o mérito e o bom rumo dessas mudanças, confiando que o PT e o presidente Lula saberão conduzir o Brasil para um futuro decente, democrático e soberano.