A Energia Eólica em Campinas

A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) iniciou este ano os testes para utilizar em Campinas o aerogerador doméstico. A iniciativa visa elaborar uma proposta que possa ser empregada no resto do País e que já é prática comum na Europa e nos Estados Unidos. O problema é que a pesquisa está programada para terminar apenas no ano de 2003, se todas as etapas forem cumpridas nos prazos previstos.
O professor Gilberto Jannuzzi, da Faculdade de Engenharia Mecânica da universidade e coordenador da análise, diz que demandará um ano para saber se existem possibilidades comerciais. Jannuzzi já constatou que há na cidade ventos bons para a geração de energia no início da manhã e no final da tarde, mas ainda não concluiu se este fator é suficiente para justificar o investimento.
O aparelho instalado no campus da universidade, com capacidade para gerar 500 watts, mistura duas fontes de energia para chegar à eletricidade. Além da eólica, graças ao acoplamento a uma placa de silício usada para a captação, a energia solar também poderá ser utilizada. O objetivo é mesclar as fontes conforme haja ou não ventos suficientes para a geração principal.
Mesmo que venha a ser viável do ponto de vista de geração de energia, o aerogerador doméstico precisará de um forte apoio comercial para tornar-se acessível ao consumidor. O equipamento voltado apenas para a utilização eólica custa US$ 1,5 mil. O preço sobe para US$ 4,5 mil se contar com o sistema fotovoltaico, necessário para gerar eletricidade solar.
O estudo, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), faz parte da tese de mestrado que o professor prepara para defender na universidade. Jannuzzi afirma que em princípio dá para garantir que o sistema é produtivo porque nos países que o adotaram os consumidores, como as indústrias, chegaram a vender o excedente de energia.