Conclusão

Através deste estudo sobre o uso da energia eólica, pudemos observar que ela se constitui de uma boa saída para a atual crise energética mundial pois é tecnologicamente bem desenvolvida e financeiramente competitiva com outras formas tradicionais e alternativas de geração de energia elétrica.
É interessante notar que o uso da energia eólica foi a solução adotada por vários países com a necessidade de suplementar as suas formas de geração de energia, principalmente daqueles que possuem reservas de combustíveis fósseis já escassas devido ao largo emprego desses no passado e, tomando como exemplo os países europeus, de longe os maiores consumidores de energia elétrica gerada através dos ventos no mundo, não vêem na energia nuclear uma saída com relação custo/benefício adequada para as gerações atuais e futuras devido ao grande risco que esta gera.
No Brasil, a utilização de energia eólica é ainda escassa, entretanto, está sofrendo uma grande expansão. A baixa utilização desta forma de geração de energia no Brasil se deve à grande facilidade de construção de barragens hidroelétricas no nosso país. Essa facilidade extrema, devido, principalmente, ao fato de o Brasil ser irrigado por diversas bacias hidrográficas com relevo favorável à geração de energia elétrica, acabou gerando um costume histórico segundo o qual se imaginava que o país deveria gerar toda sua energia elétrica através de hidrelétricas, já que esta forma de geração de energia é de longe a que possui a melhor relação custo/benefício e o menor custo de manutenção. Essa filosofia, no entanto, começou a mudar de uns anos para cá devido ao, cada vez mais grave, risco de escassez de energia elétrica, o qual culminou, neste ano de 2001, com o popular "Apagão", um plano do governo federal para poupar energia no país inteiro com a finalidade de evitar a escassez obrigatória de energia elétrica em algumas localidades do Brasil.
Com a falta de energia, outras formas de geração de energia elétrica que não a hidrelétrica ganharam impulso. Com a energia eólica não foi diferente. Mais ainda, a geração de energia elétrica através dos ventos possui várias vantagens em relação a outras formas de geração de energia elétrica: ela é muito pouco poluidora desde o processo de montagem da usina até a própria operação desta e possui uma relação custo/benefício competitiva.
Entre outras coisas, foi importante concluir que o potencial eólico do Brasil como um todo é bem grande e, mais interessante ainda, o país possui potencial suficiente para poder gerar toda a energia necessária para sua população com relativa folga através dos ventos. É claro que a utilização da energia eólica num caso extremo como este não seria viável, porém é importante notar que a utilização de energia eólica pode vir a ser um importante suplemento no sistema nacional de geração e distribuição de energia elétrica como um todo, ajudando nas épocas com escassez energética seja devido ao aumento do consumo ou à escassez de chuvas, a qual prejudica frontalmente nosso sistema quase que inteiramente baseado em hidroelétricas.
Como aspecto mais importante de nosso estudo, no entanto, estava a utilização da energia eólica na região de Campinas. Apurou-se que nesta região, assim como no restante do país, existe um bom potencial eólico que pode e deverá ser aproveitado nos anos futuros. Entretano, foi possível apurar que o setor privado não se interessa muito na região já que existem regiões do país com um potencial muito mais promissor a curto prazo, como, por exemplo, a região Nordeste. No setor público, entretanto, a Universidade Estadual de Campinas(Unicamp), através da sua Faculdade de Engenharia Mecânica vem desenvolvendo projetos interessantes acerca da utilização da energia eólica na região onde se situa a universidade com resultados bem interessantes. Mesmo a região não sendo atrativa comercialmente ao setor privado, a menos de 100 km de Campinas, em Sorocaba, situa-se a única fábrica de aerogeradores do Brasil, a Wobben Windpower Indústria e Comércio Ltda., uma subsidiária da Enercon da Alemanha, que em breve abrirá uma nova fábrica no Ceará. Esta fábrica foi instalada primeiro na região sudeste devido às facilidades em relação à exportação de seus produtos e importação de materiais e não devido à viabilidade comercial lucrativa de aerogeradores na região
O panorama atual nos mostra que a utilização de energia elétrica gerada com a ajuda dos ventos deverá aumentar cada vez mais nos próximos anos. A região de Campinas, mais especificamente, possui um papel estratégico nesse crescimento já que possui três fatores primordiais para o desenvolvimento desta forma alternativa de geração de energia elétrica "limpa": primeiramente, é uma região cujo potencial eólico já medido possibilitaria a instalação de usinas eólica; além disso, abriga uma fábrica de aerogeradores; e, talvez o mais importante, possui pesquisas sendo desenvolvidas em centros de excelência exatamente nesta área com o propósito de verificar a viabilidade de projetos eólicos na região, num caso típico de produção de conhecimento que poderá ser revertido, no futuro, em benefício para a comunidade.