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ENSINO E APRENDIZAGEM  

É impossível separar o ensino do aprendizado.  

Ensino – consiste em um processo interativo que promove o aprendizado, sendo constituído por um conjunto consciente e deliberado de ações que ajudam o individuo a ganhar novos conhecimentos, mudar atitudes, adotar novos comportamentos, ou realizar novas habilidades.

Aprendizagem – é a aquisição proposital de novos conhecimentos, atitudes, comportamentos e habilidades.

Os padrões complexos são  necessários, quando o cliente deve aprender novas habilidades ou modificar as atitudes existentes.

O ensino e a aprendizagem começam, quando a pessoa identifica uma necessidade de saber ou adquirir uma habilidade para fazer algo.

A comunicação interpessoal é essencial para que ocorra o ensino bem-sucedido.

 

Papel da enfermeira no ensino e aprendizagem

As enfermeiras possuem a responsabilidade ética de ensinar os seus clientes. A responsabilidade da enfermeira é a de transmitir as informações de que os clientes e as suas famílias necessitam. Com freqüência, a enfermeira esclarece as informações fornecidas pelos médicos e outros profissionais de saúde, podendo se transformar na fonte principal das informações necessárias à adaptação aos problemas de saúde.

Os clientes e suas famílias freqüentemente procuram obter informações de saúde junto à enfermeira. Por exemplo, um cliente pode solicitar informações sobre um novo medicamento, ou os membros da família podem questionar o motivo da dor da mãe deles.

Para ser educadora efetiva, a enfermeira deve fazer mais que apenas comunicar os fatos. Ela deve determinar cuidadosamente o que os clientes precisam saber e encontrar o momento em que estarão prontos para aprender.

 

Ensino como comunicação

O ensino efetivo depende, da comunicação interpessoal efetiva. Um professor utiliza cada elemento do processo de comunicação, enquanto transmite as informações para os alunos. Desta maneira, o professor e o aluno envolvem-se juntos em um processo de ensino que aumenta o conhecimento e as habilidades do aluno.

O objetivo da aprendizagem descreve o que o aluno deve ser capaz de fazer depois da instrução bem-sucedida.

A enfermeira é o emissor que deseja transmitir uma mensagem para o cliente. Ela promove o aprendizado, ao comunicar-se em linguagem identificável pelo aluno.

As atitudes, valores, emoções e conhecimento da enfermeira influenciam o modo pelo qual ela fornece as informações.

A mensagem, ou conteúdo a ser ensinado, é fornecida de maneira explicita e exata. A enfermeira deve organizar as informações a serem ensinadas em uma seqüência lógica, de modo que o cliente compreenda com maior facilidade as habilidades ou idéias, progrida das habilidades ou idéias mais simples para as mais complexas.

Todos os sentidos são canais para apresentações de informações. O canal auditivo é o mais simples como, em uma conferencia ou debate. No entanto, o processo de aprendizado torna-se mais estimulador e efetivo, quando vários canais sensoriais são utilizados em conjunto. Por exemplo, um cliente com uma doença cardíaca recentemente diagnosticada aprende melhor como aferir um pulso, ao sentir realmente a pulsação da artéria radial.

Os clientes estão aptos a aprender, quando expressam um desejo para tal, e são mais prováveis de receber a mensagem, quando compreendem o conteúdo. A capacidade de aprender depende de fatores, como a saúde emocional e física, educação, estagio de desenvolvimento e conhecimento prévio.

 

Domínios da aprendizagem

A aprendizagem ocorre em três domínios: cognitivo (compreensão), afetivo (atitudes) e psicomotor (habilidades motoras). Qualquer tópico a ser aprendido pode envolver um ou todos os domínios, ou, ainda qualquer combinação dos três. A enfermeira trabalha com clientes que precisam aprender em cada domínio. Exemplo: os clientes diagnosticados com diabetes devem aprender como o diabetes afeta o corpo e de que modo controlar os níveis de glicemia adotando estilos de vida mais saudáveis (o domínio cognitivo).

Além disso os clientes devem aprender a aceitar a natureza crônica do diabetes (domínio afetivo). Finalmente, muitos clientes que vivem com diabetes devem aprender a testar seus níveis de glicemia em casa (domínio psicomotor).

 

Aprendizagem cognitiva

Abrangem os comportamentos intelectuais e exige raciocínio.

 

Conhecimento – usar o conhecimento é adquirir novos fatos ou informações e ser capaz de se lembrar deles.

Entendimento – é a capacidade de compreender o significado do material aprendido.

Aplicação -  envolve o uso de idéias abstratas, recentemente aprendidas, em uma situação concreta.

Analise – envolve relacionar as idéias de maneira organizada, possibilitando que uma pessoa diferencia as informações importantes daquela sem importância.

Síntese – consiste na capacidade de reconhecer partes das informações como um todo.

Avaliação – é um julgamento sobre o valor de certa massa de informações para determinada finalidade.

 

Aprendizagem afetiva

Lida com a expressão do sentimentos e a aceitação das atitude, opiniões ou valores. O esclarecimento dos valores é um exemplo de aprendizagem afetiva.

Receber – é estar desejoso de ouvir  com cuidado as palavras de outras pessoas.

Responder – envolve a participação afetiva através da audição e reação verbal ou não verbal. A pessoa sente-se feita com a resposta.

Valorizar – significa acoplar valor a um objeto ou comportamento, o que é mostrado através do comportamento do aluno. A pessoa é motivada a praticar o comportamento.

Organizar – é desenvolver um sistema de valor, identificando e organizando os valores, bem como resolvendo os conflitos.

Caracterizar – envolve atuar e responder com um sistema de valor consistente. A pessoa comporta-se de forma consistente, quando os valores são testados ou desafiados.

 

Aprendizagem psicomotora

Envolve a aquisição de habilidades que exige a integração da atividade mental e muscular, como a capacidade de deambular ou de usar um utensílio de alimentação.

Percepção – é estar ciente dos objetos ou qualidades através do uso dos órgãos dos sentidos. Uma pessoa associa um indicio sensorial como a tarefa a realizar.

Inclinação – é uma presteza para empreender determinada ação. Existem três inclinações: mental, física e emocional.

Resposta orientável – é a realização de um ato sob a orientação de um estrutor, o que envolve a limitação de um ato demonstrado.

Mecanismo – é um nível mais elevado de comportamento por meio do qual a pessoa ganhou confiança e habilidade na realização do comportamento. Em geral, a habilidade é mais complexa ou envolve maior numero de etapas que na resposta orientada.

Resposta franca complexa – compreende a realização de uma habilidade motora envolvendo um padrão de movimento complexo. A pessoa realiza a habilidade com suavidade e exatidão, sem hesitação.

Adaptação – acontece quando uma pessoa é capaz de mudar uma resposta motora, ao surgirem problemas inesperados.

Criação – é um ato motor altamente complexo que envolve criar novos padrões de movimento. Uma pessoa age com base nas habilidades e capacidades psicomotoras existentes.

 

Princípios básicos da aprendizagem

A aprendizagem depende da motivação para aprender e do ambiente de aprendizagem. A vontade do cliente de se tornar envolvido no aprendizado influencia a conduta de ensino da enfermeira.

A capacidade de aprender depende dos atributos físicos e cognitivos, nível de desenvolvimento, bem estar físico, e processos de raciocínio intelectual.

O ambiente também afeta a capacidade de aprender. Uma das principais tarefas da enfermeira é manipular as condições ambientais, para facilitar o aprendizado.

 

Motivação para aprender

Inclinação da atenção -  desconforto físico, ansiedade e distrações ambientais pode influenciar a capacidade de ouvir com cuidado. Qualquer condição física que comprometa a capacidade de se concentrar interfere no aprendizado. Por conseguinte, a enfermeira determina o nível de conforto e energia do cliente antes de começar um plano de ensino, e se assegura de que o cliente esta suficientemente confortável para a conversação. Os indícios não-verbais também podem revelar que o cliente noa esta apto a aprender.

A ansiedade pode aumentar ou diminuir a capacidade da pessoa de prestar atenção.

As distrações ambientais interferem na capacidade de ouvir atentamente as atividades de aprendizagem.

motivação – força que age sobre ou dentro da pessoa fazendo com que se comporte de determinada maneira. Quando uma pessoa não quer aprender, é improvável que a aprendizagem ocorra. A motivação pode resultar de um motivo social, da tarefa ou físico.

Com freqüência, os motivos do cliente são físicos, um cliente com alteração física na função pode estar motivado a aprender, o conhecimento necessário à sobrevida, o reconhecimento do problema e a capacidade de tomada de decisões criticas criam um estimulo mais forte à aprendizagem do que apenas a promoção da saúde.

 

Uso da teoria para estimular a motivação e aprendizagem

Com freqüência, a educação de saúde envolve a mudança de atitudes e valores que não são alterados pela simples exposição de fatos. Por isso, as enfermeiras usam diversas intervenções, baseadas na teoria, quando desenvolvem os planos de educação do cliente. As idéias, crenças, e motivação do cliente devem ser avaliadas, a fim de que ocorra o aprendizado. Por exemplo quando o cliente é um executivo ocupado com pressão arterial alta, a enfermeira pode usar o desejo do cliente em ser bem-sucedido e a preocupação de que a doença comprometa a capacidade de trabalhar com fatores de motivação.

A auto-eficácia, um conceito incluído na teoria do aprendizado social, refere-se a capacidade percebida de uma pessoa para completar com sucesso uma tarefa. Quando as pessoas acreditam que podem executar determinado comportamento, são mais prováveis de realiza-lo realmente de modo consistente e correto.

A medida que a sibilancia e a ansiedade da criança diminuem depois do uso correto do inalador, a criança vivencia a retroalimentação positiva, estimulando ainda mais a confiança dela no uso do inalador (estados fisiológico e afetivo).

 

Adaptação psicossocial à doença

Os estágios do luto englobam uma serie de respostas que os clientes vivenciam durante a doença. As pessoas vivenciam estes estágios em diferentes velocidades e seqüências, dependendo do seu autoconceito antes da doença, da gravidade da doença e das alterações no estilo de vida que a doença cria. O cuidado efetivo e de apoio orienta o cliente através do processo de luto.

Quando não tem vontade ou são incapazes de aceitar a realidade da doença, os clientes não conseguem aprender. Entretanto,  o ensino no momento apropriado pode facilitar o ajuste da doença ou incapacidade.

 

Participação afetiva

A aprendizagem é facilitada, quando o cliente esta ativamente envolvido na sessão educacional. O envolvimento do cliente na aprendizagem implica na vontade de adquirir conhecimentos ou habilidades.

 

CAPACIDADE DE APRENDER

Capacidade de desenvolvimento – O desenvolvimento cognitivo influencia a capacidade de aprendizagem do cliente. Uma enfermeira pode ser uma professora competente, mas se a capacidade intelectual do cliente não for considerada, o ensino não será bem sucedido. A enfermeira deve conhecer o nível de conhecimento e as habilidades intelectuais do cliente, antes de começar um plano de ensino.

Seguir as orientações, quando realiza o autocuidado de acordo com as limitações, exige as habilidades de compreensão e aplicação.

O requisito de nível de maturação e desenvolvimento cognitivo deve existir, antes que um individuo seja capaz de aprender novas informações.

 

Aprendizagem em crianças – A capacidade de aprender e o tipo de comportamento de aprendizagem que pode ser adquirido dependem da maturação da criança. Sem os desenvolvimentos biológicos, motor, da linguagem e pessoal-social apropriados, muitos tipos de aprendizagem não podem acontecer. Entretanto, a aprendizagem pode ocorrer em crianças de todas as idades. A aprendizagem ocorre, quando o comportamento muda em conseqüência da experiência ou do crescimento.

 

Aprendizagem do adulto – Como os adultos se tornam independentes e auto-orientados, quando amadurecem, são freqüentemente capazes de identificar suas próprias necessidades de aprendizagem. A quantidade de informações que podem ser fornecidas e aprendidas, bem como a quantidade de tempo que pode ser despendida com o cliente adulto variam conforme a situação pessoal do cliente e a aptidão para aprender.

 

Capacidade física – A capacidade de aprender freqüentemente depende do nível de desenvolvimento físico e da saúde física total do cliente. Para adquirir habilidades psicomotoras, um cliente deve possuir o nível necessário de forca, coordenação e acuidade sensorial. Por exemplo, é inútil ensinar um cliente a se transferir de um leito para cadeira de rodas, se ele apresenta força insuficiente na parte superior do corpo.

Os seguintes atributos físicos são necessários à aquisição das habilidades psicomotoras.

-         tamanho (altura e peso compatíveis com a tarefa a ser realizada ou com o equipamento a ser utilizado. Por exemplo, caminhar com muletas.)

-         força (capacidade do cliente de seguir um programa de exercícios extenuante);

-         coordenação (destreza necessária para habilidades motoras complexas, como o uso de utensílios ou a troca de atadura);

-         acuidade sensorial (visual, auditiva, tátil, gustativa e olfatória; os recursos sensoriais necessários para receber e responder às mensagens transmitidas).

Qualquer condição (p. ex., dor) que deprima a energia de uma pessoa também compromete a capacidade de aprender.

Quando uma doença é agravada por complicações, como febre alta ou dificuldade respiratória, o ensino deve ser adiado.

Ambiente e aprendizagem

Os fatores do ambiente físico onde ocorre o ensino tornam a aprendizagem uma experiência agradável ou difícil. A enfermeira deve escolher um ambiente que ajude o cliente a concentrar-se na tarefa de aprendizagem. O numero de pessoas que estão sendo ensinadas,  a necessidade de privacidade, a temperatura do ambiente, a iluminação dele, ruídos, ventilação e mobiliário do ambiente são fatores importantes, quando se escolhe o local.

O ambiente ideal para o aprendizado é um espaço bem – iluminado e que tenha boa ventilação, mobília apropriada e temperatura confortável.

Também é importante optar por um ambiente tranqüilo. Um ambiente calmo proporciona privacidade; as interrupções raras são melhores. A enfermeira pode fornecer privacidade mesmo em um hospital cheio, fechando as cortinas do espaço, ou levando o cliente para um local tranqüilo.

 

Integrando os processos de enfermagem em ensino

Existe uma relação entre os processos de enfermagem e ensino. Com o processo de enfermagem, o histórico completo revela as necessidades de cuidado de saúde do cliente. Os diagnósticos de enfermagem identificados são individualizados de acordo com as necessidades próprias do cliente. O plano de cuidado deve ser individualizado, prescrevendo as terapias de enfermagem destinadas a melhor ou manter o nível de saúde do cliente. A evolução determina o nível de sucesso na realização das metas do cuidado.

Enquanto diagnostica os problemas de cuidado de saúde do cliente, a enfermeira também pode identificar a necessidade de educação. Quando a educação se torna parte do plano de tratamento, começa o processo de ensino. Como o processo de enfermagem, o processo de ensino exige avaliação, neste caso analisando as necessidades, motivação e capacidade de aprender do cliente. O termo diagnostico especifica as informações ou habilidades que o cliente exige. A enfermeira deve estabelecer os objetivos de aprendizagem específicos e implementar o plano de ensino, empregando os princípios de ensino e aprendizagem, de modo a garantir que o cliente adquira o conhecimento e as habilidades. Finalmente, o processo de ensino requer uma evolução da aprendizagem com base nos objetivos de aprendizagem.

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        Os processos de enfermagem e de ensino não são idênticos. O processo de enfermagem exige a avaliação de todas as fontes de dados, para determinar as necessidades totais do cuidado de saúde de um cliente. O processo de ensino deve focalizar as necessidades de aprendizagem do cliente bem como sua vontade e capacidade de aprender.  

 

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