Francisco Cândido Xavier, mais conhecido por Chico
Xavier, considerado o médium do século e o maior psicógrafo de todos os
tempos, nasceu em Pedro Leopoldo, pequena cidade do estado de Minas
Gerais, Brasil, no dia 2 de Abril de 1910. Filho de um operário pobre
e inculto, João Cândido Xavier, e de uma lavadeira chamada Maria João de
Deus, falecida em 1915, quando o filhinho contava apenas com 5 anos de
idade. Na altura tinha mais 8 irmãos, tendo todos sidos distribuídos por
vários familiares e pessoas amigas. Como órfão de mãe em tenra idade,
sofreu muito em casa de pessoas de precária sensibilidade. Aos
nove anos seu pai, já casado novamente, empregou-o como aprendiz numa
indústria de fiação e tecelagem. De manhã, até às 11 horas, freqüentava a
escola primária pública, depois trabalhava na fábrica até às 2 horas da
madrugada. Aprendeu mal a ler e a escrever. Quando concluiu o pequeno
curso da escola pública empregou-se como caixeiro numa loja e mais tarde
como ajudante de cozinha e café. Em 1933 o Dr. Rômulo Joviano,
administrado da Fazenda Modelo do Ministério da Agricultura, em Pedro
Leopoldo, deu ao Jovem Xavier uma modesta função na Fazenda e lá se tornou
um pequeno funcionário público em 1935, tendo trabalhado consecutivamente
até finais dos anos cinqüenta, altura em que foi aposentado por invalidez
(doença incurável nos olhos), com a categoria de escrevente datilógrafo .
Não podemos deixar de registrar, sob pena de cometermos grave omissão, que
durante as décadas que esteve ao serviço do Ministério da Agricultura,
jamais não obstante a sua precária saúde e trabalho doutrinário, fora das
horas de serviço , deu uma única falta ou gozou qualquer tipo de licença,
conforme documentos facultados pelo M. A. Em finais da mesma década de
cinqüenta, vai residir em Uberaba - MG, por motivos de saúde e a conselho
médico, onde permaneceu, apenas com a sua magra reforma (aposentadoria).
As suas faculdades mediúnicas são extraordinárias, Sua mediunidade
(capacidade natural de ser intermediário entre o plano material e o plano
espiritual) manifestou-se, quando tinha 4 anos de idade, pela
clarividência e clariaudiência, pois via e ouvia os Espíritos e conversava
com eles sem a mínima suspeita de que não fossem homens normais do nosso
mundo. Já como jovem e depois como adulto, muitas vezes não diferencia de
imediato os homens dos Espíritos. Aos 5 anos, já órfão de mãe, esta se
manifestou várias vezes junto dele encorajando-o e dizendo-lhe que não
poderia ir para casa porque estava em tratamento, mas que enviaria um bom
anjo que juntaria novamente a família. Esse bom anjo foi a D. Cidália, a
segunda esposa de João Xavier, que para casar com o seu pai fez questão de
reunir todos os filhos do primeiro casamento e lhe daria depois mais cinco
irmãos.
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Quando tinha 17 anos, fundou-se o grupo espírita
Luiz Gonzaga , onde rapidamente desenvolveu a psicografia, isto é, a
faculdade de escrever mensagens dos Espíritos. Época em que se desligaria
da Igreja Católica onde deu os primeiros passos na espiritualidade, mas
onde não encontrava explicação para os fenômenos
que se passavam com ele, designadamente a perseguição de espíritos
inferiores de que era alvo. O padre que o ouvia nas confissões foi um
conselheiro, um verdadeiro pai e não o dissuadiu do caminho que iniciou no
Espiritismo, mas abençoou-o e nunca deixou de ser seu amigo. No centro espírita começou a
psicografar poemas notáveis de famosos poetas mortos, num nível literário
tão elevado que os próprios companheiros do grupo não conseguiam atingir
integralmente o seu conteúdo. Muitos desses poetas eram totalmente
desconhecidos do meio, nomeadamente alguns portugueses: António Nobre,
Antero de Quental, Guerra Junqueira e João de Deus. A 9 de Julho de 1932,
seria publicada a célebre PARNASO DE ALÉM-TÚMULO , a sua primeira obra
psicografada que iria abalar os meios intelectuais do Brasil e tornar
conhecida a pacata Pedro Leopoldo. O estilo dos 56 poetas mortos, entre
os quais vários portugueses, eram precisamente idênticos ao estilo dos
mesmos enquanto vivos, informavam os literatos das academias e
universidades dos grandes centros culturais do Brasil, embora não
soubessem explicar o fenômeno. Seria o início da sua imponente obra
mediúnica que hoje já ultrapassa os 350 livros. Bastava apenas um
desses livros para constituir um roteiro seguro para o homem na Terra rumo
à sua alforria, à sua felicidade. Seus ensinamentos revivem plenamente o
Evangelho de Jesus e as lições do Consolador que Kardec o discípulo fiel
de Jesus nos legou com tanto sacrifício e renúncia. Mas de mil
entidades espirituais nos deram informações através das suas abençoadas
mãos, provando à sociedade a imortalidade do Espírito e a sua
comunicabilidade com os homens. Mas falar de Chico Xavier é falar de
EMMANUEL que indelevelmente estará ligado à sua missão. Esse venerando
Espírito é o seu protetor espiritual e manifestou-se-lhe pela primeira vez
de forma ostensiva em 1931, acompanhado-o desde então até hoje. A respeito
desse Benfeitor espiritual nos diz o próprio médium: Lembro-me de que
num dos primeiros contactos comigo, ele me preveniu que pretendia
trabalhar ao meu lado, por tempo longo, mas que eu deveria, acima de tudo,
procurar os ensinamentos de Jesus e as lições de Allan Kardec e disse mais
que, se um dia, ele, Emmanuel, algo me aconselhasse que não estivesse de
acordo com as palavras de Jesus e Kardec, que eu devia permanecer com
Jesus e Kardec, procurando esquecê-lo. Emmanuel propõe ainda ao
jovem Xavier mais três condições para com ele trabalhar:
1ª
condição, DISCIPLINA 2ª condição, DISCIPLINA 3ª condição,
DISCIPLINA.
Entre as muitas dezenas de obras mediúnicas de
Emmanuel, destacamos os cinco documentos históricos, retirados dos
arquivos do plano espiritual, que constituem autênticas obras primas de
literatura, e que nos mostram o nascimento do cristianismo e a sua
paulatina adulteração logo nos primeiros séculos da era. São os
romances mediúnicos baseados em fatos verídicos: |
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HÁ 2000 ANOS , 50 ANOS DEPOIS , AVE, CRISTO
, RENÚNCIA e PAULO E ESTEVÃO (a história de um coração extraordinário, que
se levantou das lutas humanas para seguir os passos do Mestre, num esforço
incessante) Esta última obra, de 553 pagina, por si só justificaria a
missão mediúnica de Chico Xavier, segundo o erudito J. Herculano Pires.
Em 1943 começara a utilizar a mediunidade do
abnegado médium uma nova entidade espiritual que assinará as suas
mensagens com o nome André Luiz. Quem não conhece, mesmo aqui em Portugal,
a quadra: Não se irrite. SORRIA, Não critique.
AUXILIE, Não grite.
CONVERSE,
Não acuse. AMPARE. A obra monumental de Chico Xavier que se
considera, segundo suas próprias palavras: um servidor humilde
humilde no sentido da desvalia pessoal , jamais serviu para beneficiar
materialmente a sua pessoa. Todos os direitos autorais foram cedidos
graciosamente a instituições espíritas, nomeadamente à Federação Espírita
Brasileira, e a instituições de solidariedade social. Quando as
autoridades públicas lhe concedem títulos de cidadania (mais de cem já lhe
foram concedidos) diz que o mérito não é para ele mas para os Espíritos e
sobretudo para a Doutrina Espírita que revive os ensinamentos de Jesus na
sua plenitude e que ele não passa de um poste obscuro para a colocação do
aviso de que a Doutrina Espírita foi premiada com essas considerações
públicas . Há que registrar também que várias centenas de
instituições de solidariedade social foram criadas e inspiradas no seu
exemplo e obra: orfanatos, escolas para os pobres, lares de deficientes,
sopas dos pobres, campanhas do kilo, ambulatórios médicos, alfabetização
de adultos, bibliotecas, etc. Antes de encerrarmos estas notas
gostaríamos de registrar ainda o seu ponto de vista em relação às outras
doutrinas, filosofias e ideologias, aliás que são o do próprio
Espiritismo, mas passemos-lhe novamente a palavra: Nosso amigo
espiritual, Emmanuel, nos aconselha a respeitar crenças, preconceitos,
pontos de vista e normas de quaisquer criaturas que não pensem como nós,
mas adverte-nos que temos deveres intransferíveis para com a Doutrina
Espírita e que precisamos guardar-lhe a limpidez e a simplicidade com
dedicação sem intransigências e zelo sem fanatismo .
Estes são
alguns dos traços biográficos desse abnegado bem-feitor que renunciou a
tudo para que o mundo seja um pouco melhor e que dá pelo nome simples de
Chico
Xavier.
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