>>>> estúdio ao vivo transamérica

Os Engenheiros do Hawaii, atualmente, são:

Humberto Gessinger (voz e baixo), Luciano Granja (guitarra e violões), Adal Fonseca (bateria) e Lucio Dorfman (teclado).

Apresentadora: Ô Humberto, porque Tchau Radar?
Gessinger: Bem, Tchau Radar é um grito de liberação a todo mundo que fica pegando no pé e querendo saber a que altura a gente vai voar, a que distância a gente vai chegar, a que velocidade a gente vai andar, e é um grito de liberação em relação a tudo isso. A gente se sentiu completamente livre no estúdio pra buscar as melhores canções e dar a elas o melhor arranjo, só isso, sem intelectualização, sem nada, por isso Tchau Radar: me larga, deixa eu rolar meu som.

Apresentadora: Tchau radar, a cara dos Engenheiros 1999. A produção da Universal Music com a direção do Alexandre Agra, mixado em Los Angeles, com 12 faixas, destaque para a musica que tá arrebentando em todo o Brasil: "Eu que não amo você".
Gessinger: Esse é um disco que tem um monte de canções falando de estrada que é meio uma característica dos Engenheiros também, das Infinitas.

Apresentadora: Quando era um trio, você não gostou de ser um trio, Humberto?
Gessinger: Adorei, acho que eu fiz tudo o que tinha que fazer, assim como um trio, e tenho o maior orgulho do trabalho que eu fiz nas duas formações como um trio, né? Primeiro éramos eu, o Carlos e o Marcelo, depois eu, o Augustinho e o Carlos, e acho que a gente fez o trabalho que tinha que ter feito junto. Depois a gente teve um disco que gravou em quinteto, o Simples de Coração, e agora um formato intermediário, o quarteto, que é o que eu tô mais gostando no momento, assim, eu acho que no trio tem aquela coisa legal, crua, de ficar todo mundo super exposto, por outro lado eu acho que sacrifica muito mais o lance da voz, a voz funciona quase como um instrumento ritmico, né, e nessa formação agora a voz fica bem mais solta, é o que eu tô curtindo agora.

Apresentadora: E como é que surgiu esse lance assim "vamos voltar Engenheiros do Hawaii, vamos fazer isso, vamos fazer" com esse gás todo, vocês estão tocando maravilhosamente bem...
Gessinger: São esses meninos aí, que não me dão sossego... tem que sair da frente, se não eles vêm correndo atrás...

Apresentadora: A banda tá linda... muito legal, e como é que deu esse clique "vamos fazer um esse disco, começar uma..."
Gessinger: É a gente, depois de Simples de Coração, né, eu tinha falado com o pessoal, fiz o projeto paralelo do Gessinger Trio, onde eu conheci o Luciano e o Adal, mas era pensado pra ser um projeto paralelo, num era nada pra substituir os Engenheiros, não. A princípio nem ia se transformar em disco, depois o pessoal ficou a fim e tal... aí na foto, no fim da turnê do Gessinger Trio, o Carlos tinha saído pra montar a banda dele, A Irmandade, também, e aí eu achei mais natural incorporar esse pessoal que 'tava tocando comigo, a gente já 'tava entrosado, a gente entrou pro estúdio em 97 e gravamos o Minuano juntos já, que era um disco com muitas referências ao Rio Grande do Sul e tal, era um disco meio de saudade, assim, eu tava voltando pra lá, acho que se manifestou naquele disco. Porém a gente ficou um ano direto na estrada, a gente fez mais de 110 shows o ano passado, quer dizer, é mais uma impressão assim, um lance até de que a gente tinha parado do que uma realidade. Agora a gente tá voltando com gás total, nova gravadora, reencontrando velhos amigos na Universal, lançando o !Tchau Radar!, que é um disco de maturidade dessa formação depois de muitos shows juntos, acho que a gente chegou, tá na ponta dos cascos, agora é só correr.

Apresentadora: Me diz uma coisa, você acha que o público do Engenheiros mudou muito? De infinta Highway e tal ...
Gessinger: Olha, o tempo passa, né? O tempo passa, vai, nova gente vai entrando nesse trem, algumas vão largando o trem, é natural, né, o que é diferente é sacar assim, quando começa uma banda todo mundo acompanha junto contigo como se fosse uma novela, né, cada dia um capítulo, vai lançando um disco e o pessoal vai crescendo junto contigo. Mas agora já tem uma galera que a primeira vez que entra numa loja de disco já vê 10 discos dos Engenheiros, ou seja, já vê uma coisa mais... uma coisa estabelecida, e é super diferente esse tipo de público, assim, e é legal, porque subverte totalmente a ordem. Outro dia eu recebi um e-mail de um cara que tinha comprado o Minuano, tinha adorado, e perguntando quando era que ia sair o segundo disco dos Engenheiros... se esse cara tá me ouvindo, ó, saiu agora o segundo disco dos Engenheiros, é !Tchau Radar!. Mas o barato é que eu acho que na discografia dos Engenheiros ela é o que muita gente acha um defeito, eu acho uma virtude, assim, é que eu acho que não tem grandes mudanças de alegorias, assim, tipo escola de samba, a gente vem na mesma estrada e vem amadurecendo, eu acho que dá até pra misturar alguns discos, assim, "ué, mas qual será que eles gravaram antes?" Isso muita gente acha que não é legal, eu acho que isso é bom, muitos artistas que eu curto são assim, têm, já desde cedo sabe qual é a estrada que queriam tomar, e só foram se aprofundando nela.

Apresentadora: Eu gostaria de saber do Humberto se é verdade que os Engenheiros vão gravar uma musica do Super Tramp, na verdade rolou esse papo, num rolou?
Gessinger: Na verdade a gente, tava, eu tinha feito uma versão de "The Logical Song" e a gente tava tocando em alguns shows e tal, ela ia entrar no disco, mas foi chegando perto a gravação, assim, e eu comecei a não me sentir muito confortável na posição de versionista, comecei a me sentir não muito confortável, então eu me lembrei de uma versão que o Caetano Veloso fez para uma música do Bob Dylan, quer dizer, um mestre fazendo versão de outro, que é Negro Amor, e em cima da hora a gente resolveu gravar Negro Amor, em vez de The Logical Song. Eu acho que o disco ganhou pra caramba...

Apresentadora: Ahhhh... uma palhnha exclusiva pre gente de The Logical Song...
Gessinger: O Lu vai ajeitar aí...

Apresentadora: A cara deles é ótima...

(risos)

Gessinger: O caçulinha vai mandar ali...

(risos)

Gessinger: "Era uma vez um planeta mecânico, lógico, onde ninguém tinha dúvidas. Havia nome pra tudo e para tudo uma explicação, até o pôr-do-sol sobre o mar era um gráfico. Explicar emoções não era nada ridículo, havia críticos com métodos práticos..." Ah... chega, chega... esqueci a letra!

(risos)

Apresentadora: Tem uma pergunta aqui para o Lúcio Dorfman, é do Igor Leonardo, de Salvador, Bahia. Lúcio, o que você acha do Humberto tocando piano e qual a musica que ele tem a melhor performance?
Lúcio Dorfman: Olha, pra rimar com "Pra ser sincero", acho que a melhor música que ele toca é "Pra ser sincero" mesmo... Não, ele toca bem, toca bem...

Gessinger: Como pianista eu toco baixo pra caramba...

(risos)

Lúcio Dorfman: Grande baixista tocando piano

Gessinger: E como baixista toco guitarra como ninguém! O legal comigo é o seguinte: quando eu tô quase aprendendo a tocar algum instrumento eu mudo de posição, num sabe, da meia-cancha vou pra zaga, sou jogador polivalente...

Apresentadora: Conclusão: Nunca joga bem em nada
Gessinger: Jogar bem eu não jogo em nenhuma

Apresentadora: Mas você canta bem, Humberto, pode ficar tranqüilo...
Apresentadora: Bom, tem um fax aqui do Leslei Reis, de Vitória, Espírito Santo, ele quer saber por que você ficou tanto tempo longe da gente...
Gessinger
: É, eu acho o seguinte: As bandas, todo artista, tem sua estrada, e a midia tem a estrada dela. Às vezes cai de às vezes as estradas se encontrarem e o artista e a mídia andar alguns quilômetros juntos. Às vezes as estradas se separam, isso é super natural, não tem que ficar angustiado. Eu acho que eu vou atrás das minhas músicas, às vezes cai mais luz sobre ela, e é bacana, a gente viaja mais, mas eu nunca larguei, eu tô aí na estrada, e agora a gente vai viajar o país inteiro, vocês não vão ter mais desculpas para não ir num show nosso não...

Apresentador: Temos aqui várias pessoas querendo falar com os Engenheiros... Alô, quem tá falando por favor?
Ouvinte: Oi, Andrea...
Apresentador: Andrea, de onde você é?
Andrea: Juiz de Fora.
Apresentador:Os Engenheiros do Hawaii estão todos ouvindo você, pode falar.
Andrea: (...) Eu queria fazer três perguntas para o Humberto: Primeiro eu queria saber como que foi gravar a música 3x4 (3 por 4), que ele fez pra Adriane, né, a mulher dele. Eu queria que ele falasse um pouquinho sobre a música "Freud Flintstone", que é do Gessinger Trio, e queria que ele falasse também sobre shows aqui em Juiz de fora (...)

Gessinger: O Freud Flintstone é uma música do Gessinger Trio, que é uma brincadeira que a gente fez, a gente criou um bonequinho que a gente fez uma camiseta que era o corpo do Fred Flintstone e a cabeça do Sigmund Freud, que era essa mistura de animal racional que todo mundo é, né? Tinha uma música chamada crônica que dizia: "... você que tem idéias tão modernas, é o mesmo homem que vivia nas cavernas..." a Freud Flintstone retoma esse papo. O 3x4 é uma música que eu fiz pra Adri, minha mulher, e é uma música super delicada, foi a última que eu fiz para o disco, e a gente gravou ela assim, de uma maneira super singela, violão e gaitinha de boca, assim, um microfone só captando tudo, como eu tocava ela lá em casa de noite. Acho que a gente conseguiu reproduzir-la no estudio, o que às vezes é muito difícil, mas eu acho que nesse caso acho ficou legal... E a outra pergunta era sobre...

Andrea: Shows...

Gessinger: Shows... está na estrada agora, é só ficar atento na divulgação, a gente vai, pô, vai botar o pé na estrada e divulgar o !Tchau Radar! que a gente tá adorando o disco e a gente tá mais afim de cair na estrada.

Apresentador: Deixa eu ver se tem mais... alô?
Ouvinte2: Alô.
Apresentador:Quem tá falando?
Ouvinte2: É o João, de Juiz de Fora...
Apresentador: Grande João! Outro de Juiz de Fora?
Gessinger: 100% de audiência, então...

(risos)

João: E aí Humberto, beleza? Eu queria saber o que vocês tocaram assim, no primeiro show, além da musiquinha lá, eu acho que da Mônica...

Gessinger: É, o primeiro show da gente foi na escola de arquitetura, era um monte de paródias, a gente tocava alguns jinggles, a "Lady Laura" a gente tocava em reggae, era muito engraçado. O Pitz que tocava com a gente cantava uma música do Ultraje a Rigor, "Rebelde sem causa", e tinha três canções que eu tinha feito. Mas era mais um esquema de brincadeira, meio punk assim, e a gente nunca pensou que essa coisa de música ia tomar conta das nossas vidas, né? Ainda bem que...

João: E sobre "Refrão de Bolero", eu queria saber se Ana é um nome, Ana é apenas uma boa rima, uma palavra, ou uma pessoa mesmo que significou alguma coisa...

Gessinger: Também é uma rima, né? Mas só como rima seria muito bobo...

(risos)

Gessinger: Mas não era só uma rima não, é uma pessoa mesmo...

Apresentador: Mas não vamos falar mais disso...

(risos)

Apresentador: Deu pra sentir que temos que passar para a próxima pergunta...

(risos)

Gessinger: Mas pode ser também um animalzinho de estimação, cara, eu tenho uma cachorrinha chamada Laika e tô fazendo uma canção pra ela...

(risos)

Apresentador: Mas nenhuma chamada Ana??

(silêncio)

Apresentadora: Lui, num provoca, vai... ele tá bem, tá bem...

Apresentador: estudio ao vivo, transamerica, alô?
Ouvinte3: Alô, aqui é o Christian de Curitiba.
Apresentador: Tudo bem Christian, pode falar.
Christian: (...) Eu queria fazer duas peguntas pro Humberto...

Gessinger: Pode fazer.

Christian: A primeira é em relação ao CD que eles lançaram "Filmes de Guerra, canções de amor", que foi o, que eles foram os pioneiros a lançar esse estilo de...

Gessinger: Lance em acústica, né?

Christian: Música assim, em acústica, né? E se ele tem algum plano, algum projeto, pra fazer um novo acustico. E a outra é quando vocês vem pintar por Curitiba, shows por aqui...

Gessinger: Espero que a gente pinte em breve, eu tenho várias pessoas que eu conheço que moram em Curitiba, que tão cobrando, o último show que a gente fez aí, foi muito bacana, e tá na hora de voltar. Sobre "Filmes de guerra...", eu gosto pra caramba daquele disco, eu acho que foi lançado um pouco cedo, mas enfim, aquela jogada que eu falei, né, que o artista tem uma estrada, a mídia tem outra, e de vez em quando elas se encontram, e pô, o trabalho do Wagner Tiso, genial, nos arranjos, né, e eu sou super a fim de que o próximo disco seja um disco ao vivo, assim, relendo algumas músicas, agora não sei se acústico, não, isso eu não, eu ainda não sei ao certo, mas pô, gostaria muito de fazer um trabalho ao vivo no próximo, que é mais ou menos a história dos Engenheiros, a gente faz isso, né, depois de cada três discos de estúdio, um ao vivo, e seria a hora, agora, e vamos ver, falta tempo ainda, mas é uma idéia anotada.

Apresentadora: Luciano, por favor, Engenheiros na Internet... ele não fala, esse menino é muito sério! Ele é um gatinho, não é?

Gessinger: Atenção, atenção, quem acha o Luciano um gatinho levante a mão, em todo o Brasil...

(risos)

Gessinger: O Brasil inteiro está de mãoes erguidas, agora!!!

(risos)

Apresentadora: Nada, todo mundo tá bonito, a banda ta linda, só de gatos, aliás, vocês vão arrastar multidões, porque: os meninos vão porque gostam do som dos Engenheiros do Hawaii, e as meninas também e porque os meninos são bonitões!
Apresentadora: Por favor...

Luciano: Oi...

Apresentadora: Oi, tudo bom?

Gessinger: Sabe qual é o problema do Luciano? O sotaque dele de gaúcho, ninguém entende o que ele tá falando...

Apresentadora: Manda aí!

Luciano: O quê?

Apresentadora: Vocês não tem uma Home Page?

Luciano: Temos uma Home Page, não-oficial, feita por fãs nossos, que a gente gosta muito, e o endereço é: www.virtualand.net/enghaw

Apresentadora: Dá pra repetir?

Luciano: www.virtualand.net/enghaw (atualmente www.enghaw.com.br)

Apresentadora: Obrigada Luciano... foi maravilhoso ouvir a sua voz....

Gessinger: A gente vai tocar agora a música que a gente tava falando antes, que a a gente ficou um pouco pé atrás, porque um mestre fazendo uma versão de outro mestre Caetano, fazendo uma versão do Dylan, e a gravação original da Gal, então, um arraso. Mas a gente foi super atrevido e gravou essa canção: Negro Amor.

(...)

Apresentadora: Eu acho que vocês deviam regravar sempre, ficou maravilhoso Negro Amor com vocês...
Gessinger: Legal, né? Mas também não é uma coisa muito difícil, né?

Apresentadora: Parabéns! Que coisa legal!
Gessinger: Essa música é... pô, há tempo que ela tá no meu inconsciente pra gravar, mas faltou coragem, e foi o... esse lance da música do SuperTramp que deu o start mesmo da gente ficar a fim de gravar uma versão, e essa é uma aula de versão mesmo.

Apresentadora: Maravilhoso! Quem quer fazer pergunta aqui? Perguntas para Engenheiros do Hawaii dos nossos convidados...
Convidado: Oi Humberto, meu nome é Mauricio (...) é... quando a gente tem contato com pessoas que não são de Fã clube, que não tem a ver com essa coisa eng haw, assim, a gente percebe que as pessoas falam assim: "pô, Engenheiros é legal, mas as antigas..." essa coisa até, antes do Papa é Pop, tem gente que gosta antes, tem gente que marca O Papa é Pop, né, como uma coisa comercial e tudo mais... Como você encara isso? Você acha que isso é mudança na cabeça das pessoas, uma mudança na mídia, ou uma mudança do próprio som da banda?

Gessinger: É, eu acho que tem pessoas que são fãs da música e de música e tem pessoas que são fãs da fama, então, elas sempre preferem os artistas quando eles estão com mais exposição, e tal, e é normal, isso me esquentava um pouco a cabeça, mas depois de 10 anos de estrada eu até curto esses períodos mais nebulosos, assim, e também eu desisti de querer que todo mundo tenha a mesma visão dos Engenheiros. Eu adoro que as pessoas vejam de maneira diferente, às vezes eu acompanho nos bate-papos, na lista de discussão, assim, qual é a melhor formação, qual é a pior, melhor disco... eu me divirto, acho bacana mesmo, porque isso é um sinal que a banda tá viva, ainda não tem aquela visão oficial: "bom, Engenheiros é isso!", ainda é uma banda em formação, e eu tenho uma forte convicção de que o melhor ainda tá por vir pra Engenheiros e acho que é isso aí, a gente não... a gente tá vivo ainda, por isso tem várias visões sobre a gente. Não, o melhor tá prá vir, não tenha a menor dúvida, prá Engenheiros o melhor tá prá vir, o melhor tá guardado e vai vir.

Apresentadora: A gente ta conhecendo um pouquinho mais sobre Engenheiros 1999, né, com o cd !Tchau Radar! que tá fantástico...
Gessinger: É... é a versão 4.0

Apresentadora: Tô boba... todo mundo aqui cantando juntos, novas músicas...
Gessinger: Olha só cara, eu tava lendo outro dia o lance de que tu conhece a árvore pelo fruto, né? E o meu maior orgulho como "engenheiro" é o tipo de fã que a gente tem, assim, eu acho que a gente conhece a banda pelos fãs também, e nesse sentido, pode dizer que a banda é a pior, mas não fale mal de nossos fãs, porque... eles são demais! Podem falar de mim no jornal, eu agradeço em ser assunto, e ser malhado, eu acho legal, quer dizer: "pô, Cristo foi um pouco mais do que eu", mas não falem mal dos fãs, que isso é injustiça, eles são demais!

Apresentadora: Ô Humberto, esse cabelão aí é promessa?
Gessinger: Hahahaha... "o céu é só uma promessa"... Não, não é promessa não, é cabelo mesmo...

(risos)

Apresentadora: É? Mas fica bem em você... Deixa eu te falar uma coisa: Essa música "Eu que não amo você", quem escolheu pra ser o carro-chefe do disco?
Gessinger: Olha só, até o segundo disco eu dava até palpite sobre essa coisa de música de trabalho, mas...

Apresentadora: Agora entrou essa moçada aqui e você não manda em mais nada...
Gessinger: ...mas eu era tão infeliz, cara, que eu sempre errava completamente. Musicas que eu achava que nunca ia tocar, tipo Infinita Highway, Terra de Gigantes, acabaram virando sucesso... Agora o pessoal até pergunta pra mim, pra saber qual NÃO deve ser a música de trabalho. Aliás, eu acho que as gravadoras deviam me contratar pra dizer o que não vai ser sucesso. Sempre que eu acho que uma coisa vai estourar, não acontece nada, e quando eu acho que vais ser um fracasso, acaba sendo um sucesso, eu não tenho o menor dom pra descobrir esse... e acho melhor que seja assim, quer dizer, a gente grava sem pensar nisso, e depois o pessoal escolhe e a gente vai para a estrada.

Apresentadora: Legal, uma ouvinte diz que essa é a história da vida dela, assim, como 70% do cd você fala tudo que acontece na vida dela, com os amigos, com a pessoa que ela ama muito, tal... legal isso, né?
Gessinger: Ah, isso é o óleo diesel que nos faz andar, quer dizer, esse tipo de energia e emoção, é pra isso que a gente existe.

Apresentadora: Deixa eu ir lá no Adal pra fazer uma pergunta... enquanto isso o Luciano responde a pergunta... é o fato da Roberta, de Curitiba: ela tá parabenizando pela performance de vocês na banda e perguntando se você, Luciano, também compõe...
Luciano: A gente tenta..., né? Hehehe

Apresentadora: É nada, ela diz que adorou a faixa número 11, tá bom? Que você compôs junto com o Humberto.
Luciano: Não, a gente fez junto, sempre que eu tenho alguma coisa, eu gravo em casa, entendeu? E mando pro Humberto, a gente fica trocando assim, essas fitas, eu fiz essa música, ele colocou a letra em cima, e ficou muito legal...

Apresentadora: ô Adal, a mesma pergunta pra você: Você sentiu assim, uma responsabilidade enorme, tremeu na base, por substituir o Maltz?
Adal Fonseca
: Não, não, eu não tremi na base... senti uma honra de representar assim, os Engenheiros, que é uma banda do sul, que a gente viu crescendo lá, e pra nós isso é uma honra assim, de representar essa bandeira toda Rio Grandense, esse rock gaúcho, e a gente tem a maior honra de tá tocando na banda, assim, mas em relação a substituir o Maltz, assim, eu acho que ele tem a onda dele, eu tenho a minha, e a gente já tá com dois discos também, e isso muda um pouco. É o jeito de tocar de cada um, e a gente vai levando, é isso aí...

Apresentadora: Estão de parabéns, viu meninos? Vocês são ótimos!
Apresentadora
: Queria saber de vocês, ou melhor, um Ouvinte aqui quer saber, quando vocês vão regravar "Percorrendo o Rio Grande"? Existe essa...
Gessinger: Percorrendo o Rio Grande é uma música do Gildo de Freitas, é um cantor nativista, a gente tava tocando ela em alguns shows, e gravamos um programa de TV nativista lá no sul, Galpão Crioulo, tocando ela, e também ela quase entrou no disco. Depois de um processo de seleção, o Minuano tinha ficado super dedicado assim ao sul, e esse a gente achou melhor fazer um disco mais universal e ela ficou fora, mas é uma música que tá na nossa cabeça, e de repente rola no próximo, se for um disco ao vivo, ela é bem legal.

Apresentadora: Maravilha... e shows no exterior com essa nova formação? Você pretende levar esses bonitões lá pro Japão de novo, e tal...
Gessinger
: O problema é o seguinte, cara, iam contratar eles para serem os novos Backstreet Boys, eu volto sozinho...

(risos)

Apresentadora: Olha que não tá longe, heim... é só dar umas ensaiadas aí... perder a timidez, né Luciano? Tá bom...
Apresentadora: Eu queria, assim, agradecer muito, muito, muito por vocês terem voltado com essa força total, essa garra total, com essa formação super legal, maravilhosa, tá bonito de se ver, bonito de se ouvir... entendeu?
Gessinger: Valeu, obrigado, eu queria deixar um beijo pra esse pessoal que teve aqui, essa criançada super legal, as crianças que 'tão por vir, eu tô vendo aqui uma barriga...

(risos)

Gessinger: ...e a galera de fã clube, valeu, foi um prazer reencontra vocês aqui!

Estúdio Ao Vivo Transamérica - maio -1999