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Estudo Literário - Ubirajara
Texto do trabalho: José de Alencar Senhora

Ubirajara (1874)

Esta obra deve ter surgido pouco depois que Alencar regressou de sua última viagem ao Ceará, no ano de 1873.

Na sua "autobiografia" Como e porque sou Romancista, que ele concluiu em maio de 1873 com uma queixa contra a prepotência dos livreiros e a má qualidade das "tipografias", capaz de tornar-se o "tropêço material" de um livro, nada é referido a respeito. Desta autobiografia, que traz preciosos detalhes de sua "psicologia literária" (I, 120), pode-se concluir que depois do primeiro regresso ao Ceará em 1848 O Guarani surgiu só em 1857, e que depois da segunda viagem (1860) surgiu Iracema em 1865. Após a terceira viagem no final de 1873, foi publicado Ubirajara em 1874. Deste modo, O Guarani teria tido um "tempo de incubação" relativamente longo, Iracema mais curto, e Ubirajara já não teria necessitado de tempo nenhum. Sem dúvida alguma, Alencar redigiu estas três obras dentro do seu gabinete no Rio de Janeiro ou na residência de verão do "Castelo" na "Floresta da Tijuca", deslocando tempo e espaço das ações para bem longe da realidade que o envolvia.

Do livro Ubirajara sabe-se relativamente pouco: A primeira edição apareceu em 1874 na livraria Garnier no Rio de Janeiro; em 1975 apareceu uma nova impressão com a mesma folha-de-rosto, porém sem que fosse caracterizada como segunda edição, de modo que ocasionalmente tem sido designada como a primeira. Mas esta segunda edição, embora sem mudanças externas, contém um acréscimo essencial: a "Advertência", que começa com a frase "Este livro é irmão de Iracema, e as numerosas "Notas". Se esta parte foi omitida por engano na primeira edição, ou se Alencar redigiu posteriormente as "Notas" e a "Advertência", é difícil de se dizer hoje, pois a respeito de Ubirajara não é conhecida coisa nenhuma dita pelo próprio Alencar, a não ser sua resposta aos ataques de Nabuco.

 

Opinão de Rachel de Queiroz

Rachel de Queiroz, em 1951, relata as suas primeiras experiências como leitora das obras de Alencar. Ubirajara teria sido o primeiro livro lido por ela, aos seis anos de idade:

Claro que não entendi; mas me ficou na lembrança como uma sucessão fantástica de combates, tacapes e penas vermelhas, e palavras tupis como aratuba e abaetá; e jamais ma esqueceu Araci, a estrela da manhã.

Em que medida até mesmo este livro é popular no Brasil, atesta-o fato de serem extremamente comuns nomes como Jandira, Araci, Jurandir e principalmente Ubirajara, todos tirados desta obra. Mesmo tendo os críticos considerado inautênticas essas personagens, "o povo não as acha falsas, ama-as e as aceita como perfeitas" , diz Rachel de Queiroz.

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