A verdadeira face da oposição A
cidade de Porto Alegre assistiu perplexa, na semana passada, a manifestação de
um grupo de vereadores e deputados fantasiados como o personagem Pinóquio,
criação famosa do escritor italiano Carlo Collodi (1826 - 1890). Naquela
história infantil, intitulada "Le aventure de di Pinocchio", o autor
coloca o aprendizado do certo e do errado, do bem e do mal , através da
aventura de um boneco de madeira que se
humaniza e se transforma em um menino de verdade. Entre esta história
fascinante e o que foi imitado burlescamente por determinados homens públicos
da oposição, vai uma distância aterradora. Tentaram
estes senhores atacar o Partido dos Trabalhadores e o seu candidato a
governador, o prefeito Tarso Genro, em função da sua renúncia por determinação
constitucional. A oposição, desde o ano 2000, se apresenta temerosa e
intranqüila com a candidatura de Tarso Genro ao governo do Estado. O PT e a
sociedade gaúcha percebem esta insegurança que robusteceu nossa convicção
recolhida do sentimento das ruas que desejar reeleger o projeto democrático e
popular no Rio Grande do Sul. Esta
é a motivação essencial que levou o PT a apresentar o nome de Tarso Genro para
as eleições deste ano. Um nome reconhecido e respeitado nacional e
internacionalmente, que dedicou os melhores anos de sua militância política
institucional de forma intensa e apaixonada pela nossa querida cidade e pelos
cidadãos de Porto Alegre. Quem, como eu, acompanhou este cotidiano, sabe que
pode ter igual, mas ninguém trabalhou mais que Tarso Genro por nossa cidade.
Não foi uma dedicação platônica. Foi presente, vivida, sentida e compartilhada
com o nosso povo sem distinções, sem preconceitos. Porto-alegrenses de qualquer
raça, condição social ou econômica, religião, sexo ou idade, nunca deixaram de
ter dele e da sua equipe esmero e atenção. Como vice-prefeito e como prefeito por duas
oportunidades, Tarso Genro palmilhou cada rua , cada bairro, falando
diretamente com a população. Fosse a que horas fosse, com chuva ou sol. Quantas
vezes trabalhadores reconheciam, surpresos, das janelas dos ônibus no alvorecer
do dia, o prefeito e sua equipe vistoriando, analisando, reunindo e ouvindo os
cidadãos da cidade. Aí está a principal
razão pela qual Tarso Genro é admirado e respeitado nas vilas, nos bairros e pelos
trabalhadores, pela intelectualidade, pelos jovens, homens e mulheres. A
oposição encontra-se numa encruzilhada por nunca ter percebido a natureza da
relação que esta cidade tem com o Partido dos Trabalhadores e, em conseqüência,
com o seu governo. Esta incapacidade transformou-se em uma cruzada de ódio e
ressentimentos que me levam a crer que a oposição não acredita mais nas regras
do jogo democrático e inicia os primeiros movimentos para suas pretensões
golpistas. Explico: o PT e seus aliados têm disputado democraticamente as
eleições em Porto Alegre desde que se tornou governo em 1989. De lá para cá,
por quatro eleições municipais consecutivas, elegeu o prefeito da capital de
todos os gaúchos. O
que diz a oposição sobre este fato político e social ? Que a cidadania é
iludida, enganada. Que é uma "ditadura". Estas respostas demonstram o
desprezo da oposição pela inteligência e o discernimento político dos
porto-alegrenses. Esta desfaçatez seria cômica se não fosse trágica para o
aprendizado, a prática e o aperfeiçoamento democrático. Estes
senhores, muitos deles responsáveis pela miséria e exclusão social de grande
parte do nosso povo, quiseram, já nas eleições de 2000, tentar impedir que o
nome de Tarso Genro estivesse entre as possibilidades eleitorais do PT em 2002.
Os filiados e militantes não se intimidaram com as atitudes e ameaças da
oposição e convocaram o prefeito de Porto Alegre para ser o candidato do
Partido dos Trabalhadores nas eleições a governador deste ano. Eis o temor
destes senhores! Eis a verdadeira razão que alimenta esta seita do ódio sem
rosto e sem programa! Impressionante
a foto na qual aparecem, lado a lado, um vereador arqui-trabalhista e um
deputado neo-socialista com nariz de Pinóquio! O Rio Grande do Sul assistiu com
estupefação e perplexidade essa triste encenação. Porto Alegre, 08 de abril de 2002. * Engenheiro, Vereador do PT, membro do Diretório Nacional. Foi
Secretário Municipal de Obras e Viação de Porto Alegre de 1993 a 2000. |