Há 70 anos atuou na
área de moda.
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Tanto trabalho, tanta criatividade. Mena transformava o que
era apenas tecido em esculturas com pespontos, curvas e penses. Foi pioneira
na moda no Brasil, abrindo espaço para futuros profissionais talentosos
que escreveram a história da moda no território nacional e internacional.
Seu trabalho deu-lhe o título de BENEMÉRITA DO RIO DE JANEIRO,
concedido pela Assembléia Legislativa; o Prêmio MULTI MODA, conferido
pela Multifabril. Foi eleita a MULHER DO ANO DA MODA pelo Conselho Nacional
de Mulheres do Brasil e também ingressou na Academia Brasileira de Moda,
realizado pelo I.Z.A. (Instituto Zuzú Angel).
Mena Fiala foi estilista da Sra. Darcy Vargas, Sra. Santinha Dutra, Sra. Sarah Kubitschek Sra. Dulce Figueiredo, de outras damas da sociedade e artistas.
Em destaque, suas noivas, confeccionadas com cortes perfeitos, belíssimos
bordados e pedrarias, viraram peças exclusivas de seu acervo de criações.
Detalhes sobre Mena Fiala:
- Em 1929 conheceu o Sr. Jacob Peliks o fundador da Casa Canadá.
- Em 1931 abriu o seu próprio atelier de chapéus.
- Em 1934, Mena foi convidada para dirigir a seção de roupas
por atacado, da nova e grande loja - a Casa Canadá.Agora em novo endereço,
rua Sete de Setembro, no centro do Rio de Janeiro; endereço símbolo
de elegância na época.
- Em 1966 o Sr. Jacob Peliks morreu, a Casa Canadá fecha suas portas,
cessa aí um período de glamour, de muita elegância da loja
mais freqüentada pelas damas elegantes da alta sociedade.
- Em 1968, D. Mena reabriu seu atelier, desta vez com os olhos voltados para
o glamour das noivas, madrinhas, mães de noivas e daminhas. Foram inúmeros
e belíssimos vestidos de noiva que lhe renderam uma exposição
riquíssima de detalhes,queretratou um comportamento e perfil de uma época.
- Em 1996 foi homenageada com a exposição “MENA FIALA – Um Nome Na História Da Moda” produzido pela Interfashion. Cristina Seixas (www.interfashion.com.br), uma profissional de bom gosto, foi quem encabeçou o evento realizado no Museu Histórico Nacional, na praça XV. Marcaram presença mais de 60 exclusivos vestidos de noivas, primeiras damas, daminhas e paje. Um trabalho que durou meses, dias a fio, a fim de conquistar detalhes de uma época tão bonita.
Lembro-me bem, em seu atelier chegavam caixas de todo Brasil contendo sempre
uma obra de D. Mena, e eram um a um redesenhados por mim para compor um catálogo
ilustrado com todos os modelos expostos. Sempre atualizada, D. Mena confeccionava
seus modelos com influências do momento, e assim foram dezenas, centenas
de criações.
Filha de italianos, Petrópolis foi cenário de
sua infância. D. Marieta Pongetti, gostava muito da Mena, e dava retalhinhos
de tecidos para ela vestir suas bonecas, que com suas primeiras criações
, ficavam charmosas e bem vestidas.Assim, recebiam nomes de senhoras elegantes
da sociedade.
Fazendo uma retrospectiva de sua carreira esbarramos com vários
períodos históricos do Brasil. Sendo uma inesquecível dama
da alta costura e da alta sociedade, foi testemunha de todos esses períodos
marcantes. Por exemplo:
1 - A Revolução dos anos 30 (Getúlio Vargas);
2 - A II Guerra Mundial nos anos 40;
3 - A chegada da TV no Brasil;
4 - A inauguração de Brasília (Juscelino Kubitschek);
5 - A ditadura militar (de 64 a 85)
6 - Anos 70 - Brasil é Tricampeão;
7 - João Baptista Figueiredo, último presidente militar;
8 – ”Impeachment” do presidente Fernando Collor de Mello;
9 - O Brasil é Tetracampeão.
É difícil falar de Mena Fiala e não falar
de sua filha Lucianita Carvalho de Fiala, seu braço direito e maior estimuladora
da realização de seus últimos trabalhos. Uma pessoa de
raríssimo bom gosto, e que muito me incentivou no início do meu
trajeto na área da moda.