História de Mena Fiala

Há 70 anos atuou na área de moda.
Um dos nomes de grande expressão, Mena Fiala será sempre lembrada por suas obras de arte.


Durante 35 anos foi diretora da Casa Canadá. Introduziu os desfiles de moda e o prêt-à-porter no Brasil. Sua trajetória pela Canadá serviu também para treinar competentes profissionais e os primeiros manequins do Brasil, que posavam para a imprensa lançando as coleções de Mena. Deu-se início à primeira etiqueta nacional.


Manequins da Casa Canadá: Ilka Soares, Norma Bengell, Adalgisa Colombo, Lúcia Cúria, Myrthes Varanda, Georgea Quental, Maria Gracinha e tantas outras.

Tanto trabalho, tanta criatividade. Mena transformava o que era apenas tecido em esculturas com pespontos, curvas e penses. Foi pioneira na moda no Brasil, abrindo espaço para futuros profissionais talentosos que escreveram a história da moda no território nacional e internacional. Seu trabalho deu-lhe o título de BENEMÉRITA DO RIO DE JANEIRO, concedido pela Assembléia Legislativa; o Prêmio MULTI MODA, conferido pela Multifabril. Foi eleita a MULHER DO ANO DA MODA pelo Conselho Nacional de Mulheres do Brasil e também ingressou na Academia Brasileira de Moda, realizado pelo I.Z.A. (Instituto Zuzú Angel).

Mena Fiala foi estilista da Sra. Darcy Vargas, Sra. Santinha Dutra, Sra. Sarah Kubitschek Sra. Dulce Figueiredo, de outras damas da sociedade e artistas.

Em destaque, suas noivas, confeccionadas com cortes perfeitos, belíssimos bordados e pedrarias, viraram peças exclusivas de seu acervo de criações.

Detalhes sobre Mena Fiala:
- Em 1929 conheceu o Sr. Jacob Peliks o fundador da Casa Canadá.
- Em 1931 abriu o seu próprio atelier de chapéus.

- Em 1934, Mena foi convidada para dirigir a seção de roupas por atacado, da nova e grande loja - a Casa Canadá.Agora em novo endereço, rua Sete de Setembro, no centro do Rio de Janeiro; endereço símbolo de elegância na época.

- Em 1966 o Sr. Jacob Peliks morreu, a Casa Canadá fecha suas portas, cessa aí um período de glamour, de muita elegância da loja mais freqüentada pelas damas elegantes da alta sociedade.

- Em 1968, D. Mena reabriu seu atelier, desta vez com os olhos voltados para o glamour das noivas, madrinhas, mães de noivas e daminhas. Foram inúmeros e belíssimos vestidos de noiva que lhe renderam uma exposição riquíssima de detalhes,queretratou um comportamento e perfil de uma época.

- Em 1996 foi homenageada com a exposição “MENA FIALA – Um Nome Na História Da Moda” produzido pela Interfashion. Cristina Seixas (www.interfashion.com.br), uma profissional de bom gosto, foi quem encabeçou o evento realizado no Museu Histórico Nacional, na praça XV. Marcaram presença mais de 60 exclusivos vestidos de noivas, primeiras damas, daminhas e paje. Um trabalho que durou meses, dias a fio, a fim de conquistar detalhes de uma época tão bonita.

Lembro-me bem, em seu atelier chegavam caixas de todo Brasil contendo sempre uma obra de D. Mena, e eram um a um redesenhados por mim para compor um catálogo ilustrado com todos os modelos expostos. Sempre atualizada, D. Mena confeccionava seus modelos com influências do momento, e assim foram dezenas, centenas de criações.


Filha de italianos, Petrópolis foi cenário de sua infância. D. Marieta Pongetti, gostava muito da Mena, e dava retalhinhos de tecidos para ela vestir suas bonecas, que com suas primeiras criações , ficavam charmosas e bem vestidas.Assim, recebiam nomes de senhoras elegantes da sociedade.

Fazendo uma retrospectiva de sua carreira esbarramos com vários períodos históricos do Brasil. Sendo uma inesquecível dama da alta costura e da alta sociedade, foi testemunha de todos esses períodos marcantes. Por exemplo:
1 - A Revolução dos anos 30 (Getúlio Vargas);
2 - A II Guerra Mundial nos anos 40;
3 - A chegada da TV no Brasil;
4 - A inauguração de Brasília (Juscelino Kubitschek);
5 - A ditadura militar (de 64 a 85)
6 - Anos 70 - Brasil é Tricampeão;
7 - João Baptista Figueiredo, último presidente militar;
8 – ”Impeachment” do presidente Fernando Collor de Mello;
9 - O Brasil é Tetracampeão.

É difícil falar de Mena Fiala e não falar de sua filha Lucianita Carvalho de Fiala, seu braço direito e maior estimuladora da realização de seus últimos trabalhos. Uma pessoa de raríssimo bom gosto, e que muito me incentivou no início do meu trajeto na área da moda.

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