SAUDADES
Saudades! Sim...talvez...e por que não?
Se o nosso sonho foi tão alto e forte
Que bem pensava vê-lo até a morte
Deslumbrar-me de luz o coração!

Esqueçer! Pra quê?...Ah!Como é vão!
Que tudo isso, Amor, nos não importe
Se ele deixou beleza que conforte
Deve-nos ser sagrado como o pão

Quantas vezes, Amor, já te esuqeci,
Para mais tarde doidamente me lembrar.
Mais doidamente me lembrar de ti!

E quem dera fosse sempre assim:
Quanto menos quisesse recordar
Mais a saudade andasse presa a mim!

Florbela Espanca