Resumo - Campo Geral

Miguilim morava com a mãe, pai e irmãos no Mutum. Quando tinha 7 anos foi levado para crismar pelo tio Terêz. Entre o que mais lembrava dessa viagem, estava o comentário de um alguém que dizia ser Mutum um lugar muito bonito. Ele ficou tão feliz com tal afirmação que foi atrás da mãe, que não gostava de lá, assim que voltou, para contar tal. A mãe não deu muita importância para tal fato e, na ansiedade de ficar só com ela ele se esqueceu do pai, que deu bronca e, no dia seguinte, não levou-o para pescar junto com os irmãos. Nesse dia, o tio ensinou ele a montar urupuca. Quando os irmãos vieram perguntar o que tinha ele trazido do Sucuriju. Para Chica encontrou uma foto de mulher, tirada de um jornal, mas para os outros não encontrou nada e disse que tinha tudo caído na água e ele não podia catar por conta do jacaré que estava lá. Drelina não acreditou, ao que Dito disse que era só para judiar; e Chica voltava, chorando, dizendo que a mãe pegou a foto e rasgou, dizendo que era pecado. Havia lá muitos cachorros, mas o que mais importava para Miguilim era Pingo-de-ouro, que gostava muito dele, que mesmo doente, magra e cega, tivera filhotes, mas depois foi dada para uns tropeiros. Ele ligou a história da cachorra com uma de um menino que encontrou uma cuca que depois mataram. Ele deu nome de Cuca para a cachorra. Um dia, o pai e a mãe estavam brigando, o pai não queria mais que ela falasse com tio Terês. Nessa ocasião Dito até tentou levar o irmão para outro lugar, mas esse acabou indo defender a mãe e acabou apanhando por ela e acabava entrando no castigo. Ninguém defendeu ele e, no castigo, ele só podia falar para ir ao banheiro ou pedir água. Mas não queria fazer isso e Dito vinha conversar com ele, baixinho. E, enquanto esse tentava convencer Vovó Izidra a libera-lo do castigo, ele recebeu água de Chica. O tio apareceu, dizia que ia chover. E vovó apareceu, liberou Miguilim do castigo, queria falar com o tio, queria que ele fosse embora ante que uma desgraça descesse sobre a casa. Quando a chuva começou, todos ajudaram a fechar a casa e foram rezar, de forte que estava. Só Mãitina não rezava. E Miguilim preocupado com o pai e o tio. Lembrava que tinha sido considerado pelo tio um grande amigo. O pai voltará, queria que Miguilim fosse estudar como o irmão Liovaldo. Um dia vinha seo Deográcias (que falava engraçado) visitar, trazia Patori (que não gostava de crianças menores, só falava com Miguilim, que não gostava da conversa dele). Miguilim soube que o tio tinha ido morar no Tabuleiro Branco. Quando seo Deográcias veio ver, disse que Miguilim estava doente. O menino ficou com isso na cabeça, pensou que iria morrer. Mãe queria trazer seo Aristeu para dar uma Segunda opinião, mas não trouxeram. Miguilim ficou bonzinho, queria fazer tudo para melhor o mais rápido possível. Ele queria que Liovaldo morresse, nem pensavam nele. O menino queria rezar, mas vovó Izidra ficava brava, não ia rezar junto. Se ia ver se Mãitina tinha cura para ele, ela não fazia nada. Resolveu fazer uma promessa: queria mais 10 dias de vida, para fazer tudo, limpar a alma... depois desse tempo ou morria de vez ou continuava bom para sempre. Mas não começou a novena, como havia previsto. O tempo passava rápido. Quando rasgava a calça, o pai, como castigo, deixava ele sem calça até aquela concertar. Lembrava também da árvore de pé-de-flor, que era agourada, se crescesse mais que a casa alguém morreria. Ele comentou com Dito que ficaria feliz se alguém cortasse a árvore, e Dito arrumou tudo, convenceu o vaqueiro Salúz a corta-la. O pai não ficava bravo com ele, não batia, ele dizia que era por conta de medo que o pai ficasse doente. E, durante os 10 dias, Miguilim ficava sem muito contato com os outros, até com raiva dele ser o doente. Depois falava com Dito, faziam planos de ficar sempre juntos; E o último dia chegou. Ele ficou na cama, parecia doente. Tanto que chamaram Seo Aresteu, que disse que ele não tinha nada. Seo Aristeu cuidava de abelhas. Ficou então resolvido que Miguilim iria, para fazer exercício, levar todo dia o almoço do pai. No primeiro dia que ele levou, na volta, encontrou com tio Terês, que tinha carta para levar para a mãe. Ele, sem saber o que fazer, não entregou a carta, mas ficou com peso na consciência pelo ato.. e o tio estaria lá, esperando pela resposta, no dia seguinte. Ele ficou pensando no que poderia dizer para o tio, sem deixa-lo zangado. Mas, ao final, contou apenas a verdade, ao que o tio entendeu, se despediu e desapareceu. E Miguilim continuou indo, levar a comida do pai, perdeu o caminho, pensou ver gente, se assustou e derrubou o almoço. O pai, ao invés de dar bronca, ria do filho, e, como estava armando chuva, voltou para casa, junto com Luisaltino, que iria trabalhar para o pai dali para frente. Nesse dia também se espalhou a notícia de que Patori havia matado um e estava foragido. Seu pai estava inconsolável, só dizia que o filho era bom. Nesse dia, Grivo, um menino pobre, ficará na casa. Luisaltino trouxe consigo um papagaio, Papaco-o-Paco, que só se dava bem com Rosa. Um belo dia, vovó Izidra e o pai tiveram que passar a noite fora de casa, uma para ajudar de parteira, outro para levar condolências a se Deográcias (Patori apareceu morto). Nesse dia saíram todos para passear, estava tudo tão alegre que até o papagaio aprendeu a falar o nome de Miguilim. Muitas coisas ruins aconteceram: um cachorro morreu, Tomezinho foi picado, Miguilim quase tem o braço quebrado pelo Rio-Negro (nessa ocasião, Dito tentou alegrar o irmão, que intendeu errado e bateu no menino, que nem deu muita importância). Por essa época, o vaqueiro J.é e Maria Pretinha fugiram juntos. Na manhã desse dia, dito foi espiar a coruja na Laje da Ventação, um lugar onde havia muitos espinhos de cobra com veneno. Nesse mesmo dia o mico-estrela fugiu e, no meio da confusão para resgata-lo, Dito cortou o pé num caco de pote. Miguilim ficou desesperado, logo acudiram o moleque, que, mesmo sem poder andar, queria ficar por dentro de tudo que estava acontecendo. Miguilim era seu informante. E, ao invés de sarar, o ferimento causava mais doença ainda no garoto, que melhorava e piorava. Miguilim descontraia o irmão contando histórias, já que o que ele queria mesmo não podia: ir ver o presépio sendo montado. Dito também queria ver o papagaio falar seu nome. Quando Dito piorou de vez, chamaram muita gente ver se dava um jeito nele; nem reza, nem feitiçaria mais salvaria o menino, que sentia a morte. Não demorou muito para ele morrer. Miguilim queria ficar com ele, mas não deixavam. Muitos vieram, conhecidos e desconhecidos. Miguilim sentia muito a dor da perda do irmão. Ninguém intendia o que sentia, chegando a coloca-lo para trabalhar como fosse adulto. A única que consolou o menino foi Rosa; Mãitina também ajudou um pouco, enterrando as coisinhas de Dito num lugar para ela e Miguilim irem visitar sempre. E, repentinamente, o papagaio gritava o nome de Dito, ao que mandavam ele calar a boca. Quando o menino ia trabalhar, dava tudo de si para agradar ao pai. Esse, porém, reclamava sempre, dizia que Deus deveria ter levado era Miguilim. Um tempo depois veio o tio Osmundo e o irmão Liovaldo, trazendo presentes para todos. O tio não gostou de Miguilim, mas Liovaldo parecia gostar de pegar no pé do moleque, com as mesmas conversas de Patori. Pelo tempo da visita, o trabalho acalmou um pouco, mas o pai considerava o pouco feito mal feito. Numa ocasião, o irmão resolveu invocar com o Grivo; esse não conseguia se defender, mas foi defendido pelo Miguilim, que quase derrubou o irmão. Como penalidade, apanhou muito, mas ao invés de chorar ria (só chorou dentro da casa). Para nada de pior acontecer, a mãe pediu para o vaqueiro Salúz cuidar do filho dela até o pai melhorar de animo. Ele foi e Miguilim viveu calmo por 3 dias, sem saudades de ninguém. Voltou desprezando o pai, fazendo tudo a contragosto. O pai, como castigo, libertou os passarinhos do filho e quebrou as gaiolas. Quando as visitas se foram, Miguilim voltou a trabalhar duro na roça. Estava resolvido a fazer uma promessa, que cumpriria antes de receber o que queria. Nessa ocasião, Miguilim começou a adoecer e não tardou a cair enfermo. Sentia dores, tremia, vovó Izidra cuidava dele, o pai se perguntava se merecia ter todos os filhos doentes e mortos. Lembrava saudoso de Dito. Todos tinham pena dele, pensavam que ele iria morrer. Ouvia as notícias sem muita consciência, entre elas a de que o pai, que até saíra atrás de laranja pra ele, estava sumido depois de matar Luisaltino. A avó cuidava dele e, depois, lhe contou da morte do pai. Ele pensava que, se o Dito estivesse lá, nada disso estaria acontecendo e chorava por todos. Seu Aristeu vinha visitar e trazia palavras para acalma-lo. E ele ia realmente melhorando, até vovó Izidra ir embora. Tio Terês, em contrapartida, iria morar com eles. E, quando já estava bem melhor, saia para passear na Vereda, onde conheceu Dr. José Lourenço, que mudou sua vida: percebeu que ele era míope, convidou o menino para ir para a cidade junto com ele, onde estudaria. A mãe incentivou a partida do filho, que partiu depois de despedir de todos, que um dia reencontraria. E, na abertura de uma nova vida, descobriu que o Mutum realmente era bonito.

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