Tá na Boa...

 

Favela
Letra: Antônio Júlio / Podé

Alô alô alô miséria
Alô alô Brasil

Solidão acabou chegou ao fim, felicidade tem hora
Ainda há de ser favela, peça em museu de história
Oportunidade, o que eu preciso é de oportunidade

A casa da comadre Joana ficava bem aqui
Seus filhos barrigudos brincavam tentando se divertir
Mas a necessidade diária cortava mais que o sol
E a transação da muamba, meu velho, caiu na mão 
do menor

Alô alô alô miséria! Alô alô Brasil!
Alô alô alô miséria, somos filhos do Brasil


Seu Caminho
Letra: Antônio Júlio / Beto / Podé / Maurinho / Leozinho / Leo Mouse

Ontem um feiticeiro me falou
Que a vida deve ser paz e amor
Olhe para frente e não pra trás
Seu caminho você é quem faz

Dentro da veia corre sangue viciado em adrenalina
Necessidade que não cessa nem tomando anfetamina
Espero que fique bem claro o que nós vamos lhe dizer
A vida não se resume a trabalhar e ver tevê
Olhar os filhos no espelho ver o crescer da pança
É claro que a vida lhe traz responsabilidades
Mas não rotule de velhice o que é maturidade

Sentado na areia da casa de praia
Vem onda sobre onda reverenciar
Sabatinga, Iemanjá, rabo-de-arraia
Berimbau, água de coco e as pernas pro ar

Mas é que eu vou cantar cada vez mais alto
Até arrebentar as cordas da minha guitarra
Patati blá-blá-blá
No seu ouvido


Dias Claros
Letra: Podé / Beto / Leozinho

Há quanto tempo você não vê dias claros
Há quem lhe diga que não há jeito algum
Mas se você pudesse entender o que penso
Não precisa te falar

Que eles digam o que quiser
Quero mais saber de mim
Quero mais saber de nós
E tudo que a gente pode fazer


Imperativo
Letra: André / Rodarte

Compre
Veja e assine
Ligue já
Leve dois
Pague três
Adquira
O imperativo reina
Na telinha da televisão
Você com esse bundão
Sentadinho no sofá
Da sala de estar

Fazedora de Anjos
Letra: Antônio Júlio / Flavinha

Dor de alma como dói
Sofrimento é ganha pão
E a alma do anjinho chora
Que viu chegar sua hora
Entre porquês e razões

Ó mãe! Eles me aspiraram
Ó mãe! Você deixou curetar
Ó mãe! Me arrancaram em pedaços
Mamãe! Eu nem pude chorar



Mestre Jonas
Letra: Leozinho

O Mestre Jonas que morava lá na roça
Saiu pra acender uma vela
Pois queria se esquentar
Depois de um dia de labuta na enxada
De tratar da bicharada
Começou a delirar

Êta fumo bom!
Êta pinga boa!
No fico aqui não
Eu fico numa boa

O Mestre Jonas se embrenhou na mata adentro
Deixando de lado o tempo de pixote e de peão
Comendo mosca e dormindo ao relento
Empinando sua pipa bem prensada no pilão

Oh meu amigo, vê se não me enrola
Me dá cá mais uma bola que é p'eu viajar
Oh meu amigo, deixa de bobeira
Mais um gole de veneno que é pra aliviar


Conto de Fraldas
Letra: Tom Zé

Penso que pena que seja pouco
Só penso em pensamento que pode te procurar
De cá, de lá
Baile, beijinho, beijo, beijoca
O B da brincadeira, brinquedo, balbuciar, ciar, ciar

Tim, tirim, tirim
My love, lua da lenda, longe, me leva lá

Desabafo
Letra: Podé / Beto / Leozinho

Vá ao show!!!



Cabrobró
Letra: Antônio Júlio

Ouvi falar, loucura vem de berço
Camarão bom é nascido em Cabrobró
A bebida é coisa que vira cirrose
E o cérebro derrete quando alguém cheira loló

Meu pai falava pr'eu andar sempre na linha
Só transar com camisinha prás "muié" não engravidar
Lança-perfume sustentava meus neurônios
Eu descobri que Steinhaeger com cerveja 
Faz pirar

Só não vacilo, "bro"!
A natureza é implacável
Se o cara nasce mané
Cresce mané
Morre mané


Conto de Fraldas II
Letra: Tom Zé

Penso que pena que seja pouco
Só penso em pensamento que pode te procurar
De cá, de lá
Baile, beijinho, beijo, beijoca
O B da brincadeira, brinquedo, balbuciar, ciar, ciar

Tim, tirim, tirim
My love, lua da lenda, longe, me leva lá


?
Letra: Antônio Júlio / Podé / André

Vou convidar você para dançar
Espero que esta música te tire do lugar
Nessa viagem ninguém poderia te pedir para parar
No ponto que parte do apartamento vizinho
Reclamação
Do ponto de vista do entendimento da vida
Interrogação, interroga

A ponte que liga o pensamento que explica
Do ponto que parte do apartamento vizinho
Do ponto de vista do entendimento da vida
Interrogação, interroga

Abra os olhos pro sol, veja o dia
A palavra de ordem, alegria
Para as caras feias, bom dia
A cultura é carta de ironia


Humanidade
Letra: Maurinho / Podé / Beto

A humanidade
Caminha com pés impuros
Só quem vier verá
Sorrisos e absurdos
Eu não posso acompanhar

A humanidade

O fio a aranha tece
O jeito que a gente cresce
A reza que ajuda a gente
Nada pode esperar

O vinho da cor de sangue
A veia, o seu caminho
O preço que a gente paga
Por não saber chega

A companhia vai levar
Você decide o seu lugar

Há uma cidade

Um ponto de equilíbrio
Um céu colorido há
O sono sem comprimidos
E beijos para despertar

A humanidade vai se salvar


Abriu os Olhos
Letra: Antônio Júlio / Beto / Podé

Abriu os olhos e quis se levantar
Mas nem o peso da cabeça conseguiu segurar
Quanto à dor do corpo, esqueça, um doutor pode curar
Se a cabeça é dura, espessa, é difícil de cuidar

Tudo que vier eu quero
E o que não vier eu vou buscar
Nada que me segue, cego eu sigo
Sei que eu não nasci pra recuar
Para alcançar o fim passando o meio
Tem que começar

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