LIVRES PARA ODIAR
Enfim livres
Livres
para odiar
Para
prostarmo-nos em frente ao oceano
Vislumbrarmos
a infinitude e sentirmos o cheiro da salinidade
Calarmo-nos.
E
talvez ali, em meio à praia dos sonhos cálidos,
À
maré poética e perturbadora;
Ali
descobrirmos que estivemos,
Estamos,
E,
invariavelmente, estaremos
Absolutamente
Sozinhos.
Apelarmos
ao pranto, ao banho gelado, ao vapor do álcool
Mas
nada,
Tenhamos
certeza
Nada
mudará essa faceta da tragédia humana.
Todos
sozinhos, tentando desesperadamente encontrar alguém que sirva de disfarce,
Máscaras
para o baile à fantasia.
E,
nesses lapsos curtos de memória,
Serei
o único a lembrar-se do verão.
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João Carlos Dalmagro Júnior.