Adeus!






Estou indo...
Apenas sei que estou partindo...
Eu deixo a vida em pálpebra dormente
Como a flor do vale que adormece ao vento...

Digo adeus tão cedo,
meu sofrer não resistiu ao tempo...
Quarenta e cinco anos...
Derramei-os gota a gota,
e destes anos de esperança
não vivi um só momento.

Flagelada num abismo
de dor e esquecimento,
na idade do amor envelheci precocemente.
Não quero que chorem
e nem desfolhem a matéria impura,
nem desprezem minhas rimas,
nem as sepulte com meu corpo.

Deixem que elas sirvam para sempre,
um fiel alento...
Parto como as flores que se calam
embaladas pelo vento.


Adeus!
sei apenas que estou partindo.