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Onde estão?

 

 

Onde estão os sorrisos ?
Onde estão seus lábios ?
A água doce que corre no seu rio,
a chuva fina das tardes de maio?

A seiva de seu fruto,
a suavidade do meu véu.
amor doce e resoluto,
livre entre o ar e o céu...

Solto entre brumas,
postergado ao meu âmago,
envolto em espumas,
és o veneno de um mago...

Certo como a morte,
forte como o acaso,
ridículo como minha vida,
pungente como o atraso...

Marcas meu peito
como a sombra ao divino,
marcas sem jeito
tomando-me o destino...
Mas onde estás ?
Porque estamos sós ?
Quem tu serás ?
Quem fomos nós ?

Porque o desencontro ?
Onde achamos o desespero ?
Eu criei este monstro
que tento exorcizar por inteiro,
e magôo a todos sem pensar.
E me fecho em meu mundo fútil.
solto meus gritos sem ninguém escutar,
torno a minha existência inútil.

Então eu sonho o que sonhávamos,
abraço um travesseiro qualquer,
lembro que nós nos amávamos,
mas hoje nem saber de mim você quer.