Família Paroni

História da Itália

 


I T Á L I A




 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

História da Itália


No III milênio a Itália era povoada por populações mediterrâneas (lígures e sículos). No início do I milênio, os povos presentes na Itália dividiam-se em dois grandes grupos, os vilanovienses e os itálicos. Por outro lado, migrações ilíricas povoaram as costas do Adriático. Tendo surgido no século VIII a.C., os etruscos ocuparam um território entre o Pó e a Campânia, enquanto os gregos ocuparam as costas meridionais. No século IV, após ataques devastadores, os celtas estabeleceram-se na planície do Pó.
Esses diferentes povos tiveram comportamento freqüentemente belicosos. Os etruscos expulsaram os gregos da Córsega em 540 a.C. A partir do século IV os gregos combateram as populações dos Apeninos e conquistaram as cidades da costa meridional. Roma valeu-se desses acontecimentos para realizar a conquista da península (séculos IV-II a.C.) e impor uma unidade que favoreceu a diversidade dos estatutos jurídicos com os vencidos. O latim firmou-se como meio único de expressão do pensamento. Porém Roma suscitou um descontentamento entre os italianos, em virtude dos confiscos de terras. A guerra itálica (91-89 a.C.), obrigou Roma a conferir às cidades latinas e aos aliados itálicos o direito de cidadania integral.
A partir do século III a.C., a Itália conheceu a degradação de suas terras, devido às devastações da II Guerra Púnica. Posteriormente a extensão do império provocou o deslocamento das atividades econômicas em direção ao limes, e a Itália, mantida pelas produções das províncias, deixou de ser o centro dos negócios. A Itália foi dividida em oito circunscrições, agrupada em uma diocese, que o imperador Constantino dividiu em duas: a Itália anonária e a Itália suburbicária. O cristianismo, por longo tempo perseguido, triunfou no século IV em Roma, que passou a ser sede de um papado ainda incipiente.
Invadido pelos bárbaros no século V, o Império ficou reduzido à Itália. A restauração imperial não sobreviveu e a Itália desenvolveu-se em torno de três pólos. Milão tornou-se o centro do reino dos novos invasores, os lombardos (568), enquanto os bizantinos conservaram apenas algumas terras na Itália meridional e ao redor de Ravena, onde se desenvolveu uma brilhante civilização. Em Roma o poder pontifical organizou-se, especialmente sob o estímulo de Gregório I (590-604).
Diante do expansionismo lombardo no norte da Itália, o papado decidiu recorrer aos soberanos carolíngios. Pepino, o Breve (753), e depois Carlos Magno (774), intervieram em favor do soberano pontífice e atribuíram-lhe os territórios do exarcado de Ravena. A coroação de Carlos Magno por Leão III (800) reviveu um império teocrático, onde o soberano carolíngio era o protetor do papa. Contudo, a partir da morte de Luís, o Piedoso (843), o Império fragmentou-se. Os normandos devastaram a Itália, enquanto os sarracenos invadiram a Sicília (827),ocuparam Bari (840) e pilharam Roma (846). Após um século de instabilidade e de anarquia, o rei da Germânia, Oto I, fez valer seus direitos de sucessão sobre o reino da Itália e foi coroado imperador, em Roma, pelo papa João XII (962). Assim nasceu o Sacro Império Romano Germânico.
Novamente o papado contribuiu para o renascimento da idéia imperial herdada de Roma. Mas o controle exercido pelos imperadores otonianos sobre a eleição pontifical provocou um movimento, dentro da Igreja, que visava libertar o papado da preponderância laica. Quando o papa Nicolau II suprimiu esse controle (1059), teve início a Querela das Investiduras.
Diante dessa rivalidade, desenvolveu-se uma nova força: a das cidades, que no centro e no norte do país abalaram o jugo das autoridades feudais e constituíram instituições comunais. Controladas pelos mercadores, cidades como Veneza e Gênova tornaram-se prósperas. As comunas, ainda pouco poderosas, tiveram, contudo, que entrar no conflito entre o papado e o Império. As cidades do norte da Itália apoiaram, por certo tempo, o papa Alexandre III contra Frederico I. Mas, pouco a pouco, e sobretudo após a ascensão de Frederico II, as comunas dividiram-se entre as facções rivais dos guelfos (partidários do papa) e dos gibelinos (partidários do imperador).
Após as crises do século XIV, o poder passou para as mãos de grandes famílias (Visconti, depois Sforza, em Milão; Médici em Florença). Essas cidades tiveram, então, um extraordinário desenvolvimento artístico, cujo caso mais exemplar é o de Florença, que, berço da literatura italiana nos séculos XIII-XIV (Dante, Petrarca, Boccaccio), tornou-se um dos mais brilhantes centros do Renascimento italiano. Contudo, a Itália, refinada e rica, mas enfraquecida devido às suas divisões, acabou se tornando uma presa cobiçada por seus vizinhos (França, Áustria, Espanha). As guerras da Itália (1494-1559) foram a expressão da cobiça desses vizinhos sobre o território italiano. O país sofreu uma regressão econômica e cultural ligada ao deslocamento progressivo do centro comercial para o Atlântico e ao triunfo da Contra-Reforma após o Concílio de Trento (1545-1563), que esterilizou, em parte, a vida cultural.
A passagem da Itália para os Habsburgo da Áustria, trouxe certa renovação: a região de Milão tornou-se um brilhante centro intelectual; Veneza desenvolveu uma brilhante cultura. Na Toscana foi praticada uma política reformista e esclarecida, desenvolvida também pelos reis de Nápoles. Novos Estados, como o Piemonte, afirmaram-se e praticaram uma política de equilíbrio entre a França e os Habsburgo, durante o século XVIII.
Após suas vitórias, Napoleão Bonaparte impôs à Áustria o Tratado de Campoformio (1797), que marcou o fim do antigo regime na península e a criação de efêmeras repúblicas.
Proclamado imperador em 1804, Napoleão tornou-se também rei da Itália; seu irmão José (1806) e depois Murat (1808) receberam o reino de Nápoles. Após a queda do Império (1815), o Congresso de Viena reestabeleceu os soberanos depostos. Diante do retorno do absolutismo, desenvolveram-se sociedades secretas, carbonários, que organizaram alguns complôs. Após 1830, esses movimentos organizaram-se em torno de Mazzini, criador da Jovem Itália, de Gioberti e de Balbo, partidário da unificação e do Risorgimento da Itália, sob a égide da Casa de Savóia.
O reino da Itália, proclamado em 1861, adquiriu, pouco depois, a Venécia (1866), e também Roma (1870). Os governos sucessivos prosseguiram com a unificação. A Itália voltou-se para o exterior e procurou exercer uma política colonial na Tunísia e na Etiópia. A maioria da população permaneceu, entretanto, à margem da vida política e muitas vezes só encontrou solução na emigração. A Itália encontrou, contudo, certa estabilidade durante o governo de Giolitti (1900-1914), onde praticou uma política reformista, favorecendo a industrialização e retomando a expansão colonial na Líbia. Ansiosa por reconquistar as terras irredentas da Áustria, a Itália negociou, secretamente, com os Aliados, a intervenção na I Grande Guerra, em 1915.
Uma grave depressão econômica provocou uma violenta agitação em toda a península. Os antigos partidos revelaram-se incapazes de enfrentar a situação e Mussolini, com seus fascios, conseguiu ser reconhecido como a única solução. Em outubro de 1922,o rei Vittorio Emmanuelle III chamou-o ao poder. Gradualmente, o novo regime instaurou, em torno do Duce, uma ordem ditatorial e corporativista. As realizações internas e externas asseguraram-lhe uma ampla adesão popular. Essa lógica de exaltação nacionalista levou à aproximação com a Alemanha nazista (Pacto de Aço, 1939) e à II Grande Guerra (1940). Deposto após alguns reveses, Mussolini refugiou-se no norte da Itália, onde proclamou a efêmera República Social Italiana, antes de ser preso e depois fuzilado nos últimos dias da guerra (1945).
Em junho de 1946, a República foi estabelecida por referendo. A reconstrução foi conduzida por De Gasperi, no poder de 1948 a 1953, que favoreceu a expansão industrial e o desenvolvimento do sul. A industrialização da Itália teve sucesso, mas não acabou com o desequilíbrio norte-sul.
O mal-estar da sociedade italiana assumiu entre 1969 e 1981, a forma extrema do terrorismo, cujos episódios mais graves foram o assassinato, pelas Brigadas Vermelhas, de Aldo Moro (1978) e o atentado à estação de trem de Bolonha (1980). A partir de 1983, uma política que combinava influências conjugadas da Democracia Cristã e do Partido Comunista, colocou em prática medidas rigorosas no plano econômico e lançou uma ofensiva contra a Máfia, onde iniciaram-se processos contra mafiosos e contra integrantes das Brigadas Vermelhas. Em 1992 foi desbaratada uma rede de corrupção em Milão envolvendo dezenas de socialistas. A investigação que se seguiu foi denominada Operação Mãos Limpas e apurou o maior escândalo político-financeiro da Itália do pós-guerra.
Em 2001 foram realizadas eleições gerais, e uma coalizão de centro-direita, liderada por Silvio Berlusconi, assumiu o poder.

Pesquisa: Laudo Paroni Jr.
Fonte: Enciclopédia Larousse Cultural

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Geografia Física e Humana


A Itália situa-se na Europa Meridional, possui área de 301.302 km2 e sua população é de 57.300.000 habitantes. Sua capital é Roma e a língua oficial é o italiano. Limita-se ao norte com a França, a Suíça e a Áustria; a leste com a Eslovênia e o mar Adriático; ao sul com o mar Jônico e o mar Mediterrâneo; a oeste com o mar da Ligúria e o mar Tirreno.
O território italiano apresenta paisagens variadas, com um relevo em que predominam as áreas de colinas. As montanhas ocupam 35% da superfície do país e as planícies, 23%. Destacam-se três grandes conjuntos naturais: a vertente meridional dos Alpes, ao norte; a planície do rio Pó, que se abre na direção do mar Adriático e os Apeninos, ao sul, estendendo-se da Ligúria à Calábria e formando a linha mestra do país. O clima mediterrâneo é dominante na Itália central e meridional. Nos Alpes, o clima é temperado, com invernos mais rigorosos. A planície do Pó possui um clima com características continentais (invernos frios e verões muito quentes). A Itália é um país de influência nitidamente marítima, com um litoral de 8.500 km de comprimento. É subdividida em 20 regiões: Abruzzo; Basilicata; Calábria; Campânia; Emília-Romanha; Friuli-Venezia-Giulia; Lazio; Ligúria; Lombardia; Marche; Molise; Piemonte; Puglia; Sardenha; Sicília; Toscana; Trentino-Alto-Ádige; Úmbria; Valle D'Aosta; Vêneto.
A dinâmica populacional sofreu importantes alterações nos últimos 50 anos: o crescimento demográfico diminuiu, e a população hoje apresenta crescimento negativo. Atualmente a Itália apresenta uma taxa de urbanização bastante elevada (acima de 70%).
A população italiana pertence em grande parte à raça mediterrânea, que se caracteriza por feições regulares e harmoniosas, corpo esbelto e proporcionado, cabeça longa e estreita e tez escura. Na Itália setentrional são muito difundidas a raça alpina e a raça adriática, juntamente com exemplos de raça nórdica e báltica.
Até o final dos anos 60, a industrialização foi o motor de um crescimento econômico extremamente rápido. Entretanto, apesar dos esforços para o desenvolvimento do Mezzogiorno (sul do país), persiste o desequilíbrio regional entre o norte industrializado e o sul.
A indústria está dividida entre as poderosas estatais, os grandes conglomerados privados e uma miríade de médias e pequenas empresas. Há ainda um significativo número de oficinas informais, que acarretam uma estimativa do PIB oficial abaixo da realidade. Todos os ramos industriais se fazem presentes no país.
A agricultura emprega 11% da população ativa. O cultivo do trigo está em primeiro lugar, seguido pelo do milho e pelo da beterraba. A Itália é o maior produtor mundial de vinhos e de azeite de oliva.
O setor terciário ocupa mais da metade da população ativa, sendo que uma parte considerável dedica-se às atividades ligadas ao turismo, que registra 55 milhões de visitantes por ano, atraídos sobretudo pela riqueza do patrimônio artístico e cultural, além das belezas naturais.
País membro da União Européia, integrante do seleto G-7 (grupo dos países mais ricos do mundo), a Itália ocupa posição de grande destaque no cenário político-econômico mundial.

Pesquisa: Laudo Paroni Jr.
Fontes: Enciclopédia Larousse Cultural
Enciclopédia da Família ---------

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Belas Artes


Com a divisão do Império Romano e sua dissolução, apagou-se o prestígio de Roma. Ravena tornou-se a capital, rica em monumentos, nos quais o mosaico se elevou à categoria de arte maior. No século VII, no norte da Itália, então sob o domínio lombardo, desenvolveu-se uma civilização original que se manteve até a época carolíngia, enquanto Veneza voltou-se resolutamente para Bizâncio, ligando-se por muito tempo ao Oriente.
Por volta do ano 1000, nasceu no norte da Itália, a primeira arte românica meridional. Na planície do Pó, as fachadas dos edifícios passaram a ostentar galerias em arcadas e algumas grandes basílicas cobriram-se de abóbodas em ogivas de perfil triangular. Na Toscana prevaleceram a beleza dos materiais e a decoração exterior. A região sul privilegiou a monumentalidade sem, no entanto, renunciar aos efeitos decorativos.
Profundamente ligada à tradição romana, a Itália conheceu tardiamente o fenômeno gótico, que se expressou de maneira original, opondo aos efeitos dinâmicos valorizados no resto da Europa. Os exemplos são muitos na Toscana e na Umbria.
A escultura colocou as premissas de uma arte verdadeiramente italiana. A escola de Pisa abriu o caminho, representada por Nicola e Giovanni Pisano, e difundida por Andréa Pisano em Florença. Uma renovação ainda mais radical manifestou-se na pintura, com P. Cavallini em Roma, Cimabue em Florença e Giotto em Assis e Pádua, cuja influência iria determinar toda uma tendência da arte italiana do século XIV.
No plano da criação artística, o Renascimento traduziu-se pela busca de uma linguagem racional e pela retomada da herança da Antiguidade.
Numa primeira fase, essencialmente florentina, multiplicaram-se as experiências favorecidas pelo mecenato e inspiradas pelo humanismo, graças a uma geração de entusiásticos inovadores: os arquitetos Brunelleschi, Michelozzo e Alberti; os escultores Donatello, Ghiberti e Della Robbia. Na pintura, o movimento partiu de Masaccio, Ucello e Andrea Del Castagno. Ainda marcado por um arcaísmo gótico, Fra Angelico produziu algumas obras de grande acuidade espacial e de intenso colorido, características também valorizadas por Filippo Lippi e Domenico Veneziano. As criações de Verrocchio, Piero di Cosimo e principalmente Botticelli marcaram o ápice desta época da arte florentina.
Com exceção de Siena, as outras escolas reagiram ao exemplo de Florença: Urbino, onde trabalhou Piero Della Francesca, a Umbria com Perugino e Pinturicchio, Nápoles e Sicília com Antonello da Mesina, o Vêneto, onde se desenvolveu uma pintura inovadora graças aos Bellini e a Carpaccio. Mantegna, chefe da escola de Pádua, formou os pintores de Ferrara, Cosimo Tura e Francesco Del Cossa.
Leonardo Da Vinci, por sua genialidade, escapou às categorias regionais. Formado junto a Verrocchio, autor de estudos teóricos, grande desenhista, inovou pela invenção do sfumato e lançou as bases de uma nova maneira de ver e fazer que alimentou não apenas os mestres do final do século XV e do início do XVI, mas toda a arte européia que se seguiu.
O século XVI foi dominado pelo extraordinário desenvolvimento da arte romana. Vindo da Lombardia, Bramante ampliou sua concepção de arquitetura ao entrar em contato com os monumentos da Antiguidade. Depois de iniciar-se como pintor e escultor em Florença, Michelangelo chegou à corte vaticana em 1505, chamado pelo papa, que lhe encomendou diversos serviços, dentre os quais, cobrir de afrescos o teto da capela Sistina. Vindo de Urbino, Rafael deixou Florença em 1508 e partiu para Roma onde iniciou a decoração das salas do Vaticano, antes de notabilizar-se com inúmeros trabalhos.
O Classicismo veneziano desenvolveu-se por volta de 1530. A pintura dominou. As inovações de Giorgione fascinaram Sebastiano Del Piombo e Ticiano, cuja vitalidade multiforme anunciou a idade barroca da mesma forma que as grandes composições dramáticas de Tintoretto e o mundo luxuoso de Veronese.
O maneirismo nasceu com os talentosos seguidores de Michelangelo e Rafael, e são preponderantes em Mântova, Roma e Florença. Formas alongadas e flexíveis definiram a escultura da época (Bandinelli, Cellini, Giambologna). O efeito decorativo prevaleceu também na pintura.
Em seguida à Contra-Reforma, a afirmação do poder papal deu livre curso ao Barroco, que passou a explorar as conquistas do Renascimento no sentido de uma arte pomposa e de efeitos. Três nomes dominaram a arquitetura: Maderno, Bernini e Borromini.
Na pintura, a oposição ao maneirismo havia engedrado duas correntes: realista, com Caravaggio e eclética, com os Carracci.
Desde meados do século XVIII, os excessos do Barroco vinham orientando a arte para a reação do neoclassicismo. O escultor Canova foi o melhor intérprete da tendência neoclássica, juntamente com o arquiteto Piermarini e o pintor Andréa Appiani.
No decorrer do século XIX, o ecletismo dominou. Em Roma está simbolizado pelo monumento a Vittorio Emanuelle II. Os retratistas deste final de século, como Boldini e Giuseppe de Nittis, alcançaram grande êxito em Paris.
No século XX, apesar de movimentos como o Art Nouveau e o futurismo, a arquitetura italiana só incorporou as pesquisas modernas com o Gruppo 7, fundado em 1926. Após a II Guerra surgiram várias tendências: a arquitetura orgânica, um estilo neo-Liberty, o brutalismo, entre outros. Um certo barroquismo desenvolveu-se a partir dos anos 70, com a corrente pós-moderna.
Nas artes-plásticas, o Futurismo fundamentou, desde 1909, as pesquisas de Balla, Boccioni, Carrà e Russolo, levando-os às experiências abstratas. A reação dos expressionistas e dos abstratos fundamentou a arte do pós-guerra, com a tendência expressionista lírica, relativamente abstrata. Os anos 50 abriram caminho para novas linguagens; o final da década de 60 e os anos 70 foram marcados por posturas inteiramente novas da vanguarda, que evoluíram para formas mais barrocas. Em uma linha completamente diferente, no final dos anos 70 e nos anos 80, a Transvanguarda praticou uma arte altamente expressiva e colorida.



Pesquisa: Laudo Paroni Jr.
Fonte: Enciclopédia Larousse Cultural

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Literatura Italiana


Durante a Idade Média o latim prevaleceu sobre a língua vulgar. Os poetas das cortes do norte utilizavam o provençal. O Livro do Tesouro, de Brunetto Latini, e o Livro das Maravilhas do Mundo, de Marco Polo, foram redigidos em francês. Entretanto, a língua vulgar foi empregada em 1224 por São Francisco de Assis no Cântico das Criaturas.
Por volta do século XIII, a região da Toscana impôs sua preponderância cultural. A poesia foi ilustrada por Guittone D'Arezzo, cuja inspiração religiosa foi condenada pelo movimento do dolce stil nuovo, fundado por Guido Guinizelli e que agrupou, em torno de Dante Alighieri e Guido Cavalcanti, os jovens poetas de Florença e de toda Toscana.
Criada como modelo, a obra dos três grandes toscanos, Dante, Petrarca e Boccaccio, (com destaque para A Divina Comédia), foi o fator mais poderoso da unificação da língua italiana. O toscano tornou-se a língua literária e nacional.
Do contato com as obras da antiguidade, nasceu o humanismo vulgar, que triunfou com Lourenço de Medici e Angelo Poliziano. Foi também na Toscana que renasceu a moda do romance de cavalaria. A consciência de uma unidade cultural prosseguiu através de polêmicas lingüísticas e estéticas que caracterizaram a vida intelectual do século XV.
No século XVI o debate central recaiu sobre a língua. Bibbiena, Ariosto, Aretino e, sobretudo, Maquiavel, foram os talentos mais originais da época. Com exceção de Michelangelo, os poetas líricos submeteram-se aos modelos elaborados por Petrarca. As melhores produções poéticas devem-se a Ariosto, com Orlando Furioso, e a Tasso, com Jerusalém Libertada.
Durante o século XVII a literatura barroca caracterizou-se por uma extraordinária reflexão e experimentação retórica. Com Galileu e seus discípulos, a língua italiana começou a suplantar o latim até mesmo no campo científico.
A academia da Arcádia, fundada em 1690, preconizou o retorno ao Classicismo e contribuiu para a renovação da cultura italiana, que coincidiu com o Iluminismo.
No século XIX o Romantismo apropriou-se do conceito de literatura nacional, interpretado numa perspectiva política ou lingüística com Manzoni. A poesia foi dominada por Foscolo e Leopardi. No limiar do século XX, Carducci, Pascoli e D'Annunzio celebraram a Nova Itália; os três abriram campo à poesia moderna.
A partir de 1919, a literatura se renovou sob a influência européia, associada à de Benedetto Croce e das revistas estimuladas por Giovanni Papini, Emilio Cecchi e outros. Após a II Guerra, o neo-realismo reelaborou, sob o marxismo de Gramsci, a tradição italiana do verismo. Por outro lado, C. E. Gadda dirigiu a experimentação lingüística. O fantástico e o onírico animavam os contos de Ítalo Calvino, G. Piovene, C. Cassola, M. Soldati e P. P. Pasolini.


Pesquisa: Laudo Parobi Jr.
Fonte: Enciclopédia Larousse Cultural

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Personalidades Italianas


- Dante Alighieri - poeta, escritor, filósofo e político - (Florença, 1265 - Ravena, 1321). Descendente de uma família da nobreza guelfa, sua juventude foi marcada por duas experiências importantes: a amizade com o poeta Guido Cavalcanti, com o qual formou a vanguarda poética do dolce stil nuovo, e o amor por Beatrice Portinari. Após a morte de Beatrice (1290), consagrou-se à filosofia, antes de dedicar-se ativamente à política (1295). No ano de 1300 foi obrigado a exilar-se, pois a entrada de Charles de Valois em Florença assegurou o triunfo de seus adversários, os guelfos negros. Entregue a uma vida errante em Veneza, Bolonha e Lucca, compôs diversas obras de altíssimo nível. Entretanto, as experiências do poeta alimentaram sobretudo a inspiração da Divina Comédia (escrita a partir de 1306), que transfigurou no plano poético não apenas sua própria vida, mas também a de toda a literatura ocidental.

- Fra Angelico - pintor - (Mugello, 1400 - Roma, 1455). Formado no estilo gótico cortesão, Fra Angelico escolheu evocar em sua obra, um espaço espiritual onde reina, ora a intensidade luminosa do colorido, ora o despojamento próprio à meditação. Executou diversos serviços em Florença, Orvietto e Roma. Foi beatificado em 1982.

- Michelangelo Antonioni - cineasta - (Ferrara, 1912). Estreou na direção com o filme Crimes d'Alma (1950). Com As Amigas (1955), O Grito (1956) e A Aventura (1959), ganhou notoriedade internacional. Seus filmes analisam as angústias de nossa época. Filmou ainda: A Noite (1960), O Eclipse (1961), Blow-Up (1966), Zabriskie Point (1969), O Passageiro (1974), Identificação de uma Mulher (1982), Além das Nuvens (1995).

- São Tomás De Aquino - filósofo e teólogo - (Aquino, 1225 - Abadia de Fossanova, 1274). Chamado de Doctor Angelicus em razão da santidade de sua vida, Tomás ingressou na ordem dos dominicanos em 1240. Mais tarde, mestre em Teologia, ensinou na Universidade de Paris, no Studium da cúria romana (1256-1259), novamente em Paris (1269) e, por fim, em Nápoles. Morreu em viagem, a caminho do concílio de Lyon. São Tomás imprimiu rigorosa unidade em sua filosofia, tratando isoladamente as diferentes questões, mas unindo-as em sólida síntese: em todos os domínios (ético, jurídico, político, social), suas doutrinas são conseqüência de seu pensamento metafísico e teológico, onde cada ordem de realidade ocupa determinado lugar numa hierarquia que tem Deus como princípio e fim. São Tomás foi canonizado em 1323 e proclamado doutor da Igreja em 1567. Posteriormente, o papa Leão XIII faria de sua filosofia o pensamento oficial da Igreja Católica.

- Giuseppe Arcimboldo - pintor - (Milão, 1527 - Praga, 1593). Especializou-se em trabalhos alegóricos, de extrema criatividade, nos quais uma amálgama de objetos (flores, frutas, legumes, peixes etc) compõe figuras humanas simbólicas. É um dos representantes do maneirismo.

- Guido D'Arezzo - compositor - (Arezzo, 990 - idem, 1033). Professor da escola da catedral de Arezzo, escreveu importantes tratados. Considerado o fundador do sistema atual de notação musical, inventou um sistema que permitia memorizar o nome das notas (ut, ré, mi), utilizando as primeiras sílabas dos versos de um famoso hino em homenagem a São João Batista.

- Ludovico Ariosto - poeta - (Reggio Emilia, 1474 - Ferrara, 1533). Forçado à servidão cortesã junto aos duques D'Este, em suas Sátiras (1517-1525) exprimiu o ideal de uma vida tranqüila consagrada aos prazeres do coração e dos estudos. Sua obra-prima, o poema épico Orlando Furioso (1516-1532), é um perfeito exemplo da Renascença em sua plena maturidade.

- Giorgio Armani - estilista - (Piacenza, 1934). Criador de um estilo caracterizado pela elegância, funcionalidade e utilização do guarda-roupa masculino para vestir a mulher. Foi um dos primeiros designers de alta-costura que concebeu e vinculou sua obra à produção industrial. As lojas Empório Armani difundiram seu estilo nos grandes centros ocidentais. Comercializa também outros produtos complementares, como perfumes, óculos e bolsas.

- Alberto Ascari - piloto - (Milão, 1918 - Monza, 1955). Campeão mundial em 1952 e 1953. Começou disputando corridas de motocicleta e transferiu-se para o automobilismo em 1940, quando participou das Mil Milhas, que venceu em 1954. Morreu em decorrência de acidente em competição.


- São Francisco De Assis - teólogo, poeta e filósofo - (Assis, 1182 - idem, 1226). Filho de um rico mercador, Francisco rompeu, em 1202, com a vida abastada para devotar-se ao serviço de Deus. Logo foi rodeado de discípulos, que queriam viver, com ele, um ideal de pobreza e de testemunho evangélico. Em 1209 o papa Inocêncio III aprovou a regra austera de Francisco, baseada na pureza total, no desprendimento absoluto, na paz feliz. Em 1212, Francisco de Assis fundou, juntamente com Clara de Assis, a ordem franciscana das Damas Pobres, ditas clarissas; esteve no Marrocos (1213) e no Egito (1219), de onde retornou em 1220. Em 1221, lançou as bases da ordem terceira franciscana, dita da Penitência. Em 1224, no monte Alverino, recebeu os estigmas das chagas de Cristo. Antes de morrer, compôs o Cântico do Sol, que, com os Fioretti, fazem-no um dos grandes poetas cristãos. Foi canonizado em 1228.

- Amedeo Di Quaregna Avogadro - químico e físico - (Turim, 1776 - idem, 1856). Enunciou em 1811 a hipótese de que sempre existe o mesmo número de entidades elementares (átomos ou moléculas) em volumes iguais de gases diferentes, à mesma temperatura. A Lei de Avogadro, que estabelece uma relação de proporcionalidade entre a massa molar molecular e a densidade de um gás, é uma das bases da Química.

- Giovanni Bellini - pintor - (Veneza, 1430 - idem, 1516). Membro de uma família de pintores (filho de Iacopo Bellini, irmão de Gentile Bellini e cunhado de Andrea Mantegna), pintou principalmente quadros de altar, trazendo para a escola veneziana a plenitude da forma, a harmonia das cores, o modelado dos contornos da luz, o gosto pela paisagem, a expressão do sentimento.

- Roberto Benigni - cineasta - (Misericordia, 1952). Iniciou sua carreira no circo, antes de ingressar no teatro. Após aparições na televisão, estreou no cinema com o filme Berlinguer Ti Voglio Bene (1977). Depois atuou nos filmes Chiaro di Luna (1979), Chiedo Asilo (1980), Pap`occhio (1980), Il Minestrone (1981). Dirigiu seu primeiro filme, Tu mi Turbi, em 1983, seguido por Non Ci Resta Che Piangere (1984). Atuou em Daunbailó (1986), O Filho da Pantera Cor-De-Rosa (1993), Asterix e Obelix (1999). Dirigiu e atuou: Piccolo Diavolo (1988), Johnny Stecchino (1991), O Monstro (1992), A Vida é Bela (1999 - Oscar de melhor filme estrangeiro e melhor ator).

- Silvio Berlusconi - empresário e político - (Milão, 1936). Durante a década de 80, desenvolveu um grupo industrial e financeiro poderoso. Em janeiro de 1994 decidiu entrar para a política, onde foi nomeado primeiro-ministro e obrigado a renunciar alguns meses depois. Em 2001 foram realizadas eleições gerais, e, uma coalizão liderada por Berlusconi assumiu o poder, tornando-se o governo mais longevo da história da Itália, após a II Grande Guerra.

- Gian Lorenzo Bernini - escultor e arquiteto - (Nápoles, 1598 - Roma, 1680). Durante sua longa e fecunda carreira, afirmou-se como o mestre do barroco. Seu estilo de escultor caracterizou-se pela graça e vivacidade de invenção, um movimento intenso, a maciez do tratamento das formas e dos planejamentos, o sentido dramático. No Vaticano, que lhe deve muito de sua atual fisionomia, ergueu vários monumentos.

- Bernardo Bertolucci - cineasta - (Parma, 1940). Sua obra é marcada pela busca da verdade interior na vida dos personagens. Com O Conformista (1971) atinge a maturidade como diretor. O Último Tango Em Paris (1972) deu-lhe notoriedade internacional. Realizou ainda: 1900 (1976), La Luna (1979), Tragédia De Um Homem Ridículo (1981), O Último Imperador (1987), O Céu Que Nos Protege (1990), O Pequeno Buda (1994), Beleza Roubada (1996), Os Sonhadores (2003).

- Giovanni Boccaccio - escritor - (Florença, 1313 - Certaldo, 1375). Uma das maiores figuras do Renascimento. Em Nápoles, iniciou-se na vida e literatura da corte, homenageando as damas (A Caça de Diana, 1335) e publicando o romance Os Trabalhos de Amor (1336), o poema O Filóstrato (1338) e Teseida (1340), primeiro poema épico em língua vulgar. Porém, sua obra principal seria o Decamerão (1348-1353), constituído de contos, no qual exalta a beleza e o amor terrenos, tornando-se assim, o primeiro grande realista da literatura universal. Estudioso de Dante e amigo de Petrarca, foi levado, por intermédio deste, a empreender pesquisas eruditas. Como resultado, Boccaccio foi o primeiro escritor italiano a ler Platão e Homero no original.

- Andrea Bocelli - cantor - (Lajatico, 1958). Desde criança aprendeu a apreciar a ópera e os grandes tenores italianos. Foi estudar Direito na Universidade de Pisa, onde, nas horas vagas, cantava sucessos de Sinatra, Aznavour e Piaf. Ocasionalmente, Andrea revelava seu verdadeiro gosto musical, cantando sua ária favorita. Descoberto em 1992, Bocelli tornou-se, em pouco tempo, um cantor de sucesso mundial, reconhecido não apenas por seu belo timbre, mas também pelo eclético repertório.

- Giotto Di Bondone - pintor, mosaicista e arquiteto - (Colle di Vespignano, 1266 - Florença, 1337). Giotto introduziu a perspectiva e a tridimensionalidade em cenas narrativas de efeito dramático muitas vezes grandioso. Sua evolução o conduziu a uma maior liberdade, feita de uma flexibilidade da forma e de uma riqueza cromática que revela leveza e intensidade. Sua pintura afirmou uma elegância e uma delicadeza que, embora com menos monumentalidade, encontra-se no trabalho de seus sucessores.

- Sandro Filipepi Botticelli - pintor - (Florença, 1445 - idem, 1510). Trabalhou em Roma (1481-1482), mas foi em Florença que se desenvolveu quase toda sua obra. Humanismo e religião são para Botticelli as duas faces de uma mesma busca espiritual, que se exprime em um espaço bastante arbitrário, de uma poesia fascinante, onde a harmonia dançante da linha se liga ao intenso colorido. Suas últimas obras revelam um expressionismo trágico ou uma agitação visionária, permeadas de rara beleza e talento indiscutível.

- Cesar Borgia - político - (Roma, 1475 - Pamplona, 1507). Filho de Rodrigo Borgia (papa Alexandre VI), acusado do assassínio de seu irmão Giovanni, herdou deste o título de duque de Gandía; em 1498 abandonou o cardinalato para dedicar-se à política; sua vida de aventureiro sem escrúpulos, de hábil diplomata, serviram a Maquiavel na composição de seu personagem em O Príncipe. Morreu em uma emboscada.

- Lucrecia Borgia - política - (Roma, 1480 - Ferrara, 1519). Personagem muito controvertida da história italiana, Lucrecia foi apenas um instrumento da política de seu pai (papa Alexandre VI) e seu irmão (Cesar Borgia). Em em 1501 casou-se com Afonso D'Este.

- Francesco Castelli Borromini - arquiteto - (Bissone, 1599 - Roma, 1667). Substituiu a orientação clássica das igrejas de planta central pelo dinamismo de volumes irradiantes com sutis efeitos de perspectiva, rompeu as superfícies para integrá-las ao espaço ambiental, optou pela interferência de figuras geométricas e enfatizou a estrutura à maneira da arte gótica. Realizou grande carreira a serviço da Igreja.

- Donato D'Angelo Bramante - arquiteto - (Urbino, 1444 - Roma, 1514). Começou como pintor em Melozzo, passando por Bérgamo e depois Milão. A segunda parte de sua carreira, em Roma (1499), fez dele o primeiro mestre da Renascença clássica, apaixonado pela organização dos volumes e pelos contrastes de luz. Foi incumbido pelo papa Júlio II dos grandes trabalhos de renovação do Vaticano.

- Filippo Brunelleschi - arquiteto e escultor - (Florença, 1377 - idem, 1446). Depois de sólidos estudos teóricos, partiu para trabalhar em Roma, onde teve a revelação das ruínas antigas. De volta a Florença, construiu em 1419, o primeiro edifício renascentista da cidade (Hospital dos Inocentes). A clareza rítmica caracteriza a organização interna de seus projetos. Nos seus últimos dez anos de vida, Brunelleschi recebeu crescentes encomendas, de Mântua, de Milão, de Pisa, ou mesmo de Florença, para palácios, igrejas e fortalezas.

- Giordano Bruno - filósofo - (Nola, 1548 - Roma, 1600). Foi um dos primeiros a romper com a concepção aristotélica de um mundo estanque, substituindo-o pela idéia de um universo infinito. Essa cosmologia implicou na negação da idéia teológica da Criação. Tais pensamentos, radicalmente novos para a época, e o panfleto que Bruno redigiu contra o papel político da Igreja e do clero, levaram-no a ser submetido à tortura e depois queimado vivo, por ordem do Santo Ofício.

- Ettore Bugatti - empresário - (Milão, 1881 - Paris, 1947). Construiu seu primeiro automóvel em 1898 e fundou uma fábrica em Molsheim em 1907. Foi o primeiro construtor das automotrizes utilizadas nas estradas de ferro francesas (1933).

- Michelangelo Buonarroti - pintor, escultor, arquiteto e poeta - (Caprese, 1475 - Roma, 1564). Formado em pintura e afresco no ateliê de Ghirlandaio, trabalhou a escultura estudando as antiguidades dos jardins dos Medici. Logo superou a estética do século XV e o idealismo clássico. O humanismo sobreposto à fé cristã esteve presente em sua obra, não somente a escultura, em que a forma tendeu à espiritualidade com imensa energia, como também a pintura, que encontrou no vigor da composição, na síntese da forma e da cor, na originalidade da visão uma força sem precedente. O sentimento agudo das contradições entre matéria e o espírito, entre a miséria humana e o mundo divino, as dúvidas e os sofrimentos, a exigência de perfeição, enfim, dão à sua obra uma humanidade e uma força que fizeram dele a própria encarnação do gênio.

- Giovanni Caboto - navegador - (Gênova, 1450 - Londres, 1500). Tentou achar uma rota marítima setentrional para a China. Pouco antes da primeira viagem de Colombo, o rei da Inglaterra concedeu-lhe o monopólio da procura de novas terras. Em 1497, atingiu o continente norte-americano.

- Cesare Cantù - escritor e historiador - (Brívio, 1804 - Milão, 1895). Ficou conhecido pelo romance histórico Margherita Pusterla (1838) e escreveu depois, no mesmo estilo e inspirado pelos ideais de um catolicismo liberal, sua Storia Universale (1838-1846), em 35 volumes, obra muito lida, inclusive no Brasil. De grande interesse são as monografias de Cantù sobre os poetas Parini (1854), Monti (1879) e Manzoni (1822).

- Giovanni Battista Caracciolo - pintor - (Nápoles, 1570 - idem, 1637). Também conhecido poril Battistello. Discípulo de Caravaggio, mas também influenciado pelos Carracci, contribuiu, com grandes composições religiosas e com seus afrescos, para a renovação da pintura napolitana no século XVII.

- Michelangelo Merisi Caravaggio - pintor - (Caravaggio, 1571 - Porto Ercole, 1610). Sua carreira foi breve e tumultuada, marcada por rixas e entreveros provocados por seu temperamento explosivo. Formado em Milão, instalou-se em Roma em 1592, onde executou diversos serviços. Em 1606, perseguido pela Justiça após matar um desafeto numa briga, fugiu de Roma. Passou por Nápoles, Malta e Sicília. Morreu de malária quando retornava a Roma. Caravaggio reagiu às convenções do maneirismo e opôs a elas uma pintura natural, direta e brutal, que por sua franqueza renovou a natureza-morta. Os contrastes de sombra e luz sublinham formas maciças que emergem vigorosamente de um fundo negro. A influência que deixou na Europa, através do caravagismo, foi muito importante.

- Gerolamo Cardano - médico, matemático e filósofo - (Pavia, 1501 - Roma, 1576). Conhecido também como Jèrôme Cardan. Após seus estudos em Pavia e em Pádua, adquiriu rapidamente renome na medicina européia e professou suas teorias nas Universidades de Milão, Pavia e Bolonha. Sua filosofia está impregnada em um vasto naturalismo que considera o mundo - e todas as coisas do mundo - como seres viventes e animados. Na matemática, seu nome está vinculado à fórmula de resolução da equação de 3º grau. Na mecânica, Cardan descreveu, entre outros, um modo engenhoso de suspensão que, desde então, leva seu nome.

- Claudia Cardinale - atriz - (Tunis, 1938). Estreou no cinema em 1959 atuando em pequenos papéis. Em 1961 protagonizou o filme Selinità, onde obteve reconhecimento de público e de crítica. Atuou em diversos filmes, dentre os quais: Oito e Meio (1963), O Leopardo (1963), A Pantera Cor-De-Rosa (1964), Os Profissionais (1966), Era Uma Vez No Oeste, (1968), Dias de Fúria (1973), Prefeito de Ferro (1977), Corleone (1977), Jesus de Nazaré (1978), Fitzcarraldo (1982), A Revolução Francesa (1989), O Filho da Pantera-Cor-De-Rosa (1993), Ricas, Belas e Cruéis (1998) etc.

- Agostino Carracci - pintor - (Bolonha, 1557 - Parma, 1602), com seu irmão Annibale Carracci (Bolonha, 1560 - Roma, 1609) e seu primo Ludovico Carracci (Bolonha, 1555 - idem, 1619) fundou em Bolonha (1585), uma academia de arte de grande prestígio, por onde passaram grandes artistas. Os Carracci foram elementos de transição entre o maneirismo e o academismo e, daí ao barroco. Sua doutrina abrangia o estudo da Antiguidade clássica, dos grandes mestres do Renascimento, bem como a observação da natureza e a pesquisa realista de uma verdade expressiva.

- Enrico Caruso - tenor - (Nápoles, 1873 - idem, 1921). Deve sua celebridade à excepcional beleza de seu timbre, à diversidade de seus empregos e ao seu jogo cênico sem afetação. Entre suas maiores criações, destacam-se Adriana Lecouvreur (1902), de Cilea; La Fanciulla Del West (1910), de Puccini.

- Giovanni Giacomo Casanova - aventureiro e escritor - (Veneza, 1725 - Dux, 1798). Preso por ter sido acusado de magia, realizou uma fuga espetacular das prisões de Veneza (1756). Refugiando-se em Paris, conquistou seu lugar na sociedade. A serviço da Inquisição de Veneza (1774-1782), tornou-se, em 1783, bibliotecário do conde de Waldstein. Escritor, é sobretudo conhecido por suas memórias, publicadas na França sob o título História de Minha Vida, que o torna célebre como o protótipo do conquistador amoroso.

- Camilo Benso, conde de Cavour - estadista - (Turim, 1810 - idem, 1861). Fundou em 1847, Il Risorgimento, onde expôs sua tese de uma Itália dotada de uma monarquia constitucional de tendência liberal e unida em torno da Casa de Savóia. Em 1852, o rei Vítor Emanuel II designou-o à presidência do Conselho. Desde então Cavour dedicou-se a realizar a unidade italiana. Após acordo assinado com Napoleão III, pôde rechaçar a Áustria na guerra de 1859. Aproveitando-se dos levantes desencadeados pela guerra, Cavour apoderou-se da Emília, de Parma, de Módena, e da Toscana, anexando-as ao Piemonte, após plebiscitos. Depois de ter apoiado Garibaldi e seus "Mil", que tomaram Nápoles, fez com que a anexação do reino das Duas Sicílias fosse ratificada por plebiscito.

- Cenni Di Pepo Cimabue - pintor e mosaísta - (Florença, 1240 - Pisa, 1302). Cimabue afasta-se das formas hieráticas para chegar a uma concepção humana dos personagens. Sua contribuição à pintura do século XIII (sentimento, expressão e verdade humanas) floresceu com seu discípulo Giotto.

- Cristóvão Colombo - navegador - (Gênova, 1450 - Valladolid, 1506). Em 1477 estabeleceu-se junto a seu irmão Bartolomeu, cartógrafo em Lisboa, e participou de expedições pelas costas da África. Convencido de poder atingir o Oriente pelo Atlântico, concebeu o projeto de partir para a Ásia em busca do ouro que permitiria financiar uma cruzada para libertar Jerusalém. Expôs seu projeto ao rei de Potugal, que não o aceitou (1484). Foi então para a Espanha (1485), onde solicitou o apoio dos Reis Católicos, que em 1492, aceitaram financiar uma expedição composta por três caravelas. Em 12 de outubro de 1492, a expedição avistou terra (Bahamas). Aportou depois em Cuba e no Haiti, batizado de Hispaniola. A expedição retornou à Espanha em janeiro de 1493, e Colombo foi acolhido triunfalmente. Por mais três vezes Colombo retornou às novas terras, descobrindo Dominica, Guadalupe, Trinidad, Honduras, Jamaica entre outras.
Colombo foi, sem dúvida, o navegador mais audacioso de todos os tempos. Porém, pensando que os territórios que descobrira constituíam um anexo da Ásia, ignorou que descobrira um novo continente.

- Antonio Allegri Correggio - pintor - (Correggio, 1489 - idem, 1534). Seu colorido precioso deve algo aos pintores de Ferrara; sua ciência dos volumes e da perspectiva à arte de Mantegna, que conheceu em Mântua. Desde a juventude, suavizou as formas herdadas do Quattrocento por meio de um claro-escuro baseado em Leonardo Da Vinci.
Em 1518, em Roma, conheceu as obras de Michelangelo e Rafael. Fixou-se em Parma e revelou toda sua maestria realizando afrescos, quadros de altar e telas de uma graça encantadora. Sua obra teve considerável repercussão.


- Francesco Del Cossa - pintor - (Ferrara, 1436 - Bolonha, 1478). A personalidade deste mestre da escola ferrarense manifesta-se de maneira surpreendente nos afrescos do Palácio Schifanoia, que representam a sucessão dos meses (Março, Abril, Maio, 1469-1470) e evocam a vida na corte da família D'Este.

- Donato Di Betto Bardi Donatello - escultor - (Florença, 1386 - idem, 1466). Realizou em Florença algumas das obras essenciais do quattrocento. Desenvolveu a arte do schiacciato, modelado achatado capaz de exprimir a perspectiva por diferenças mínimas de relevo. Sua arte afirmou um sentido de espaço e expressividade que representam, ao lado de um classicismo talvez herdado da Roma antiga, algumas das maiores aquisições da Renascença.

- Andrea Doria - condottieri - (Oneglia, 1466 - Gênova, 1560). Foi um dos membros mais célebres da nobre família Doria, a qual esteve à frente da facção gibelina, em Gênova, durante toda a Idade Média.
A serviço do papa Inocêncio VIII, dos reis de Nápoles e depois da República de Gênova, derrotou os turcos em Pianosa. Tendo entrado para o serviço de Francisco I, retomou Gênova dos Imperiais. Passando para o serviço de Carlos V, livrou Gênova da presença francesa e dotou a cidade de uma constituição aristocrática (1528).

- Dosso Dossi - pintor - (Pieve di Cento, 1480 - Ferrara, 1542). Influenciado por Ticiano, deixou, em Ferrara, cenas mitológicas e temas religiosos com grandes paisagens ricamente coloridas, de um maneirismo impregnado de romantismo e mistério.

- Umberto Eco - escritor e semiólogo - (Alessandria, 1932). Autor de ensaios sobre as relações entre a criação artística e os meios de comunicação (A Obra Aberta, 1962; Diário Mínimo, 1963; Apocalípticos e Integrados, 1964; Il Superuomo Di Masa, 1976), além de romances de grande sucesso, como O Nome da Rosa, 1980 e O Pêndulo de Foucault, 1988). Sua reflexão semiológica sobre o mundo contemporâneo prosseguiu em Os Limites da Interpretação (1990). Em 1994 lançou A Ilha do Dia Anterior.

- Frederico Fellini - cineasta - (Rimini, 1920 - Roma, 1993). Estreou como diretor em 1950 com Mulheres e Luzes; depois dirigiu Abismo de um Sonho (1952). Seu talento atingiu a plenitude em Os Boas-Vidas (1953), mas a consagração internacional só veio com A Estrada da Vida (1954). Dirigiu depois A Trapaça (1955), Noites de Cabíria (1957), A Doce Vida (1960), Oito e Meio (1963), Julieta dos Espíritos (1965), Satyricon (1969), Roma (1972), Amarcord (1973), Casanova (1976), Ensaio de Orquestra (1979), Cidade das Mulheres (1979), E La Nave Va (1983), Ginger & Fred (1985), Entrevista (1987), A Voz da Lua (1990). Considerado um dos maiores gênios do cinema contemporâneo, Fellini pinta a solidão do homem diante do mundo através de um universo particular, povoado de fastasmas simbólicos ou psicanalíticos.

- Enrico Fermi - físico - (Roma, 1901 - Chicago, 1954). Foi um dos maiores físicos do século XX, aliando sempre a teoria e a experimentação. Em 1927 deu origem à estatística de Fermi-Dirac, que permite estudar o comportamento estatístico dos quanta. Em 1932, apresentou a primeira teoria quântica dos campos de interação fraca, explicando a radioatividade. Fermi desempenhou papel fundamental durante a II Grande Guerra, aperfeiçoando as armas nucleares. Foi igualmente responsável pela primeira pilha atômica de urânio e grafite. Após a guerra, foi um dos fundadores da física subnuclear. Ganhou o prêmio Nobel de Física em 1938.

- Enzo Ferrari - piloto e empresário - (Modena, 1898 - idem, 1988). Piloto da Alfa Romeo nos anos 1920, criou sua própria escuderia, que marcou época a partir da década de 50. Produziu também cobiçados carros esporte, os quais se tornaram sinônimo de arrojo, potência, beleza e sofisticação.

- Piero Della Francesca - pintor - (Borgo San Sepolcro, 1416 - idem, 1492). Herdeiro do primeiro Renascimento florentino, realizou a mais alta síntese das pesquisas sobre a forma, o espaço e a cor em meados do século XV. Trabalhou em Florença, Ferrara, Rimini, Arezzo, San Sepolcro, Roma e Urbino. Seu exemplo constitui uma das maiores forças de propagação do Renascimento na Itália.

- Carlo Emilio Gadda - escritor - (Milão, 1893 - Roma, 1973). Sua obra, em múltiplas estratificações lingüísticas, retóricas e dialetais, é a própria imagem de uma vida fragmentada. Iniciou-se na literatura com a revista de vanguarda e a coleção Solaria (A Madona dos Filósofos, 1931; O Castelo de Udine, 1934). Após a II Guerra, dedicou-se à várias obras, sendo que O Conhecimento da Dor (1963) projetou-o internacionalmente.

- Galileu Galilei - astrônomo, físico e escritor - (Pisa, 1564 - Arcetri, 1642). Em sua juventude dedicou-se às letras, escrevendo sobre Dante e Tasso.
Observando as oscilações dos lustres na catedral de Pisa, descobriu as leis do pêndulo. Ensinou, portanto, essas leis quando docente de Matemática na Universidade de Pisa. Transferindo-se para a Universidade de Pádua, descobriu (1602) as leis da queda dos corpos, descoberta fundamental da mecânica.
Tendo ouvido da construção do primeiro telescópio, na Holanda, construiu em 1609 um desses instrumentos e fez com ele notáveis descobertas astronômicas. A observação das fases de Vênus converteu-o ao sistema heliocêntrico de Copérnico. Esse sistema foi considerado pela Igreja incompatível com os textos bíblicos e Galileu foi chamado a Roma (1611) para defender-se da acusação de heresia. Não foi condenado, porém, em 1616, teve de assinar um decreto da Inquisição que declarava ser meramente hipotético o sistema heliocêntrico. Em 1632 voltou a defender o heliocentrismo. Acusado perante a Inquisição, foi condenado à prisão domiciliar (1633) e proibido de publicar livros. Passou os últimos anos de vida retirado em sua vila, escrevendo Discorsi e Dimonstrazioni Matematiche in Torno a Due Nuove Scienze (1634), obra fundamental da dinâmica.
A importância histórica de Galileu é muito grande. Além das suas descobertas em física e astronomia, abalou o prestígio do aristotelismo; estabeleceu o experimento e a formulação matemática do resultado da experiência como fundamentos das ciências exatas. Escreveu tratados didáticos e polêmicos e foi um dos maiores prosadores da literatura italiana. Em 1982, ao visitar a Universidade de Pádua, o papa João Paulo II retirou as acusações de heresia contra Galileu e, em 1992, o ``reabilitou`` definitivamente, reconhecendo-o como físico genial, com 360 anos de atraso.

- Luigi Galvani - físico e médico - (Bolonha, 1737 - idem, 1798). Tendo observado, em 1786, as contrações dos músculos de uma rã ferida quando aproximava de seus nervos a ponta de um bisturi, atribuiu este fenômeno a uma forma de eletricidade animal. Essa interpretação foi vigorosamente combatida por Volta. A controvérsia entre os dois físicos possibilitou a invenção da pilha elétrica.

- Giuseppe Garibaldi - revolucionário e político - (Nice, 1807 - Caprera, 1882). Membro da Jovem Itália de Mazzini (1833), fugiu para o Brasil (1836) e depois para o Uruguai (1841), após tentativa de ataque à Gênova. No Brasil, Bento Gonçalves forneceu-lhe recursos para enfrentar as tropas imperiais na lagoa dos Patos. Depois, auxiliou Davi Canabarro na conquista de Laguna (1839), onde conheceu Anita. Retornando à Itália em 1948, combateu os austríacos na Lombardia. Defendeu a república, em Roma (1849), mas foi obrigado a exilar-se após derrota. De retorno à Itália em 1854, abandonou o mazzinismo e juntou-se a Cavour (1858). Comandando o grupo dos Caçadores dos Alpes, durante a campanha da Itália de 1959, derrotou os austríacos em Varese e entrou em Brescia. Decepcionado com o armistício de Villafranca, retornou ao mazzinismo. Organizou em Gênova (1860) a Expedição dos Mil, contra o reino das Duas Sicílias; apoderou-se da Sicília e entrou em Nápoles, onde acolheu Vittorio Emmanuelle II. Resolvido a fazer de Roma a capital da Itália, organizou duas expedições no Treinamento, depois na Calábria, onde foi derrotado. Tendo entrado em território pontifical em 1867, ocupou Monterotondo, mas foi novamente derrotado. Colocou-se a serviço da República Francesa em 1870 e contribuiu para a tomada de Dijon (1871). Deputado de Roma em 1874, retirou-se, pouco depois, para Caprera, onde escreveu suas Memórias.

- Vittorio Gassman - ator e cineasta - (Gênova, 1922). Estreou no teatro em 1943 e fundou sua própria companhia, o Teatro de Arte Italiano, em 1952. No cinema destacou-se sobretudo em Arroz Amargo (1949), Os Eternos Desconhecidos (1958), A Grande Guerra (1959), O Incrível Exército de Brancaleone (1965), Perfume de Mulher (1974), Nós Que Nos Amávamos Tanto (1975), Cerimônia de Casamento (1978), Quinteto (1979). Também dirigiu vários filmes, entre eles: O Álibi (1968), Sem Família (1971), De Pai para Filho (1982).

- Giorgio Castelfranco Giorgione - pintor - (Castelfranco, 1477 - Veneza, 1510). Desde muito jovem trabalhou no ateliê dos irmãos Bellini, em Veneza. Sua obra é caracterizada por uma poesia profunda e um lirismo discreto. Os temas são, muitas vezes, enigmáticos e, principalmente, de uma linguagem pictórica, fundamentada numa harmonia tonal, uma liberdade da pincelada, uma integração das figuras na paisagem, até então inédita. Esse giorgionismo exerceu grande influência sobre os pintores venezianos, a começar por Ticiano, que terminou algumas obras do artista, morto prematuramente.

- Antonio Gramsci - filósofo, político e escritor - (Sardenha, 1891 - Roma, 1937). A originalidade de suas teses reside na independência, da qual deu provas frente à Revolução de Outubro, no seu aprofundamento da noção de Estado, na substituição da noção de ditadura do proletariado por hegemonia do proletariado. Gramsci também pôs em evidência o fato de que toda tomada do poder só pode ser feita com alianças. Os textos de Gramsci só foram publicados integralmente em 1975, os quais constituem uma das obras-primas da literatura política italiana.

- Ferruccio Lamborghini - empresário - (Cento, 1916 - Perugia, 1993). Foi um inovador da indústria automobilística a partir da década de 60, produzindo carros esportivos luxuosos e velozes, com linhas arrojadas, entre eles o Lamborghini 350 GT, o Miúra e o El Diablo.

- Brunetto Latini - escritor - (Florença, 1220 - idem, 1294). Amigo e mestre de Dante Alighieri, escreveu o Livre Du Trèsor, uma compilação da ciência do seu tempo, mesclada de lendas.

- Sergio Leone - cineasta - (Roma, 1929 - idem, 1989). Estreou em 1959, com Os Últimos Dias de Pompéia; a partir de 1964 consagrou-se com uma série de spaghetti-westerns: Por Um Punhado de Dólares (1964); Por Alguns Dólares a Mais (1965); Três Homens em Conflito (1966); Era Uma Vez no Oeste (1968). Nos EUA, dirigiu Quando Explode a Vingança (1971) e Era Uma Vez na América (1983).

- Giacomo Leopardi - escritor - (Recanati, 1798 - Nápoles, 1837). Considerado o maior poeta italiano desde Petrarca, foi um dos pais da moderna poesia italiana. Seus poemas líricos, publicados entre 1824 e 1835, obtiveram grande sucesso, mas são apenas uma pequena parte de sua extensa obra de erudito, filólogo e jornalista.

- Fra Filippo Lippi - pintor - (Florença, 1406 - Spoleto, 1469). Monge de 1421 a 1457, associou a influência de Masaccio à lembrança do gótico tardio. Em 1452, substituiu Fra Angelico na execução, com nova coerência espacial, dos afrescos do coro da catedral de Prato. A busca da beleza pura e de uma luz modulada marcaram seus últimos trabalhos.

- Gina Lollobrigida - atriz - (Subiaco, 1927). Estreou no cinema em 1946, consagrando-se a partir de A Rebelde (1951) e Fanfan La Tulipe (1951). Destacou-se depois em Esta Noite é Minha (1952), Pão, Amor e Fantasia (1953), Trapézio (1955), O Concunda de Notre-Dame (1956), Salomão e a Rainha de Sabá (1959), A Mulher de Palha (1964), entre outros.

- Sophia Loren - atriz - (Roma, 1934). Iniciou sua carreira cinematográfica na década de 50, atuando em diversos filmes, notadamente O Ouro de Nápoles (1954) e O Signo de Vênus (1955), antes de se tornar uma estrela internacional, com: Duas Mulheres (1960), El Cid (1961), Ontem, Hoje e Amanhã (1963), Arabesque (1966), A Condessa de Hong-Kong (1967), Os Girassóis da Rússia (1970), Um Dia Muito Especial (1977), entre outros.

- Carlo Maderno - arquiteto - (Ticino, 1556 - Roma, 1629). Foi encarregado pelo papa Paulo V de concluir a construção de São Pedro, deu à basílica seu plano em cruz latina, acrescentando dois braços à nave (1607-1612). Construiu outras igrejas romanas, que rompem com o maneirismo por seu estilo dinâmico e luminoso.

- Anna Magnani - atriz - (Alexandria, 1908 - Roma, 1973). Inicialmente cantora de cabaré, estreou no teatro em torno de 1930 e no cinema em 1943. Em 1945, Roma, Cidade Aberta, de Rossellini, fez dela uma estrela internacional. Destacou-se também em Belíssima (1951), A Rosa Tatuada (1955), Mamma Roma (1962), Roma (1972).

- Andrea Mantegna - pintor, gravador e desenhista - (Pádua, 1431 - Mântua, 1506). A atração pela arte dos florentinos, aliada a seu gosto pelo antigo, conduziu-o à pesquisa de um desenho extremamente nítido, de vigoroso relevo e perspectiva audaciosa, de cores sóbrias até a quase monocromia, que representam uma completa ruptura com a época do gótico.

- Niccolo Maquiavel - escritor, filósofo e político - (Florença, 1469 - idem, 1527). Secretário de Estado da República de Florença (1498), desempenhou várias missões diplomáticas na Itália, França e Alemanha, e reorganizou o exército. O fim da República, com a volta ao poder dos Medici (1512), levou-o ao exílio. Aproveitou essa retirada forçada (1512-1520) para escrever a maior parte de sua obra. Voltou ao primeiro plano no cenário político, porém, comprometido logo depois, teve cassados seus direitos políticos.
A obra de Maquiavel constitui uma reviravolta da perspectiva clássica da filosofia política grega. Maquiavel partiu das condições das quais se vive e não das condições segundo as quais se deve viver. A teoria por ele elaborada desmascarou as pretensões da religião e da teologia em matéria política, por substituí-las pelo conhecimento verdadeiro das relações que levam as avaliações morais às análises descritivas do campo político.

- Guglielmo Marconi - físico - (Bolonha, 1874 - Roma, 1937). Desde a juventude interessou-se pelos problemas da telegrafia sem fio. Utilizou o oscilador de Hertz, a antena de Popov e o coesor de Branly para obter, em 1896, uma transmissão telegráfica entre dois pontos distanciados uma centena de metros. Trabalhando na Inglaterra, foi aumentando pouco a pouco a distância de transmissão, até que, em 1901, enviou uma mensagem da Cornualha à Terra Nova. Recebeu o prêmio Nobel de Física em 1909.

- Fillipo Tommaso Marinetti - escritor - (Alexandria, 1878 - Bellagio, 1944). Seu Manifesto Futurista, publicado em 1909, propunha a aniquilação definitiva de toda forma de tradição, anunciando uma arte expressiva da era das máquinas e da velocidade. Sua teoria influiu na pintura, na escultura, na arquitetura, no teatro e nos movimentos de vanguarda posteriores. No Brasil, a Semana de Arte Moderna de 1922, e todos os movimentos correlatos, foram fortemente influenciados pelo Futurismo.

- Francesco Di Giorgio Martini - arquiteto, pintor e escultor - (Siena, 1439 - idem, 1501). Sua pintura aliou o rigor florentino à poesia da escola de Siena. Em 1477 esteve em Urbino. Trabalhou como arquiteto em Marche, onde deixou uma obra-prima: a igreja da Madonna Del Calcinaio (1485). Escreveu o Tratatto Di Architettura Civile e Militare, que discute o simbolismo e o estudo das proporções segundo as articulações do corpo humano.

- Giovanni Battista Martini - compositor - (Bolonha, 1706 - idem, 1784). Formou inúmeros compositores, como Mozart e Johann Christiam Bach. Escreveu oratórios, música religiosa, sonatas, concertos.

- Simone Martini - pintor - (Siena, 1284 - Avignon, 1344). Sua elegância, refinamento e vivacidade, já sensiveis em sua primeira obra conhecida, a Majestade, do Palácio Municipal de Siena (1315), afirmam o gosto gótico em detrimento do hieratismo bizantino. A sugestão do espaço e a perspectiva harmonizam-se com sua preocupação narrativa. Trabalhou também em Nápoles, Assis e Avignon.

- Tommaso Di Ser Giovanni Masaccio - pintor - (San Giovanni Valdarno, 1401 - Roma, 1428). Semelhante a Brunelleschi e a Donatello na inovação, consolidou as tentativas de Giotto no sentido da apropriação do real e consumou a ruptura com a concepção medieval da representação. O vigor monumental e o realismo expressivo das figuras, o modelato de sombra e luz e o sólido tratamento da perspectiva são os pontos centrais de sua obra, que lançou as bases sobre as quais se desenvolveria toda a pintura européia.

- Giulietta Masina - atriz - (Bolonha, 1921 - Roma, 1994). Casou-se (1943) com Frederico Fellini e estreou no cinema em 1946, em Paisà. Consagrou-se mundialmente em A Estrada da Vida (1954). Destacou-se também em A Trapaça (1955), Noites de Cabíria (1957), Julieta dos Espíritos (1965), Fortunella (1968), A Louca de Chaillot (1969), Ginger & Fred (1985).

- Marcello Mastroiani - ator - (Fontana Liri, 1924 - Paris, 1996). Depois de vários anos de teatro, estreou no cinema em 1951 e rapidamente tornou-se célebre. Trabalhou nos seguintes filmes: Os Eternos Desconhecidos (1956), Contos de Verão (1958), A Doce Vida (1960), A Noite (1960), Divórcio à Italiana (1961), Vidas Privadas (1962), Oito e Meio (1963), Quinteto Irreverente (1963), A Comilança (1973), Massacre em Roma (1974), Nós Que Nos Amávamos Tanto (1974), Um Dia Muito Especial (1977), Cidade das Mulheres (1979), Casanova e a Revolução (1982), Gabriela (1984), Ginger & Fred (1985), Olhos Negros (1986), Entrevista (1987), Splendor (1989), Estamos Todos Bem (1990), Rossini, Rossini (1991), Além das Nuvens (1995), entre outros.

- Giuseppe Mazzini - revolucionário - (Gênova, 1805 - Pisa, 1872). Carbonário, expulso da Itália desde 1831 devido a suas idéias, reuniu patriotas no movimento, a Jovem-Itália. Desejoso de tornar sua pátria uma nação-guia na emancipação política e religiosa dos povos, sonhou com uma humanidade totalmente reformada. Seu objetivo era também, e principalmente, o advento de uma república italiana unitária. Tentou constituí-la organizando complôs e insurreições, que fracassaram. Após um novo período de exílio, retornou à Itália, onde participou da insurreição de Milão (1848) e, depois, do governo da República romana (1849). Exilou-se ainda outra vez, tentou novamente golpes na Itália, enquanto seus partidários abandonavam, progressivamente, seus métodos subversivos. Preso na Sicília, em 1870, beneficiou-se com uma anistia.

- Cosme Medici - político e banqueiro - (Florença, 1389 - Careggi, 1464). Patriarca da célebre família Medici, família de banqueiros que dominou Florença a partir de 1434 e depois reinou sobre ela com o título ducal de 1532 a 1737.
Com o apoio do povo derrubou a oligarquia florentina (1434) e tornou-se o verdadeiro chefe da cidade, consolidando ao mesmo tempo o patrimônio comercial e bancário de sua família.

- Antonello da Messina - pintor - (Messina, 1430 - idem, 1479). Formado no meio cosmopolita de Nápoles, uniu o sentido mediterrâneo dos volumes e da composição ampla à observação meticulosa dos primitivos flamengos. Sua viagem a Veneza (1475-1476) foi uma oportunidade para importantes trocas de influências.

- Pietro Trapassi Metastasio - poeta e escritor - (Roma, 1698 - Viena, 1782). Seu primeiro drama, Dido Abandonada (1724), que o celebrizou, foi seguido por Catão em Utica (1728) e Artaeres (1730). Poeta na corte de Viena, compôs oratórios, cantatas e 26 melodramas (A Olimpíada, 1733; Attilio Regolo, 1740). Criador da arietta, poesia curta destinada ao canto, participou também da reforma do teatro lírico.

- Amedeo Modigliani - pintor e escultor - (Livorno, 1884 - Paris, 1920). Após estudar em Florença e Veneza, foi para Paris (1906), descobriu Cézanne, a escultura negra e o Cubismo nascente, e, sob a influência de Brancusi, abordou a escultura. Atraído pelo nú feminino e pelo retrato, confiou à linha, elegante e flexível, a expressão principal da forma, do volume e do espaço.

- Maria Montessori - médica e pedagoga - (Chiaravalle, 1870 - Noordwijk, 1952). Primeira mulher italiana a graduar-se em medicina (1894), foi nomeada doutora da clínica psiquiátrica da Universidade de Roma, onde se interessou pelos problemas educacionais das crianças excepcionais.
Pioneira da educação pré-escolar, achava que esta deveria favorecer uma auto-educação que permitiria à criança progredir de acordo com seu próprio ritmo. Desenvolveu um sistema de ensino que estimula o potencial criativo do aluno, afirmando, ao mesmo tempo, seu direito de ser tratado como indivíduo.

- Claudio Monteverdi - compositor - (Cremona, 1567 - Veneza, 1643). Último dos grandes polifonistas, utilizou todos os recursos do novo estilo concertante para dar mais expressão ao texto. Os últimos madrigais tendem para a música dramática. Monteverdi esteve a serviço da corte de Mântua (1591-1612); depois tornou-se mestre-de-capela da catedral de São Marcos, em Veneza, onde passou a viver. Compôs para a catedral, para festas particulares e públicas da cidade e teve numerosos alunos (Rovetta, Schütz, Cavalli).

- Benito Mussolini - estadista - (Dovia di Predappio, 1883 - Giulino di Mezzegra, 1945). Aproveitando-se da instabilidade social, e com sua habilidade e poder de sugestão, transformou seu partido político, os Fasces Italianos, num partido de massas. A marcha simbólica dos Camisas Negras sobre Roma (1922) fez com que o rei Vittorio Emmanuelle III, que o admirava, o escolhesse para primeiro-ministro. Dentro do novo regime, ocupou o lugar principal: foi o chefe supremo, o Duce, em torno de quem um verdadeiro culto da personalidade foi alimentado. Após aproximar-se da Alemanha de Hitler, a entrada na II Guerra foi decorrência necessária (1940). Diante dos fracassos militares, organizou-se um complô dentro do próprio partido fascista, o qual obteve do rei a destituição de Mussolini (1943). Preso, foi libertado após audaciosa operação dos alemães. A partir de então, Mussolini tornara-se apenas uma sombra, e a República de Salò, por ele constituída no norte da Itália, foi apenas um Estado fantoche nas mãos dos nazistas. Quando os alemães evacuaram a Itália (1945), Mussolini tentou segui-los, mas foi capturado e fuzilado por franco-atiradores italianos.

- Niccolò Paganini - violinista e compositor - (Gênova, 1782 - Nice, 1840). De 1797 até 1828, realizou turnês pelo norte da Itália; depois se apresentou na Áustria, na Polônia, na Alemanha, na Boêmia, na França e na Inglaterra. Voltou para a Itália em 1834. Virtuosíssimo, dotado de técnica excepcional, introduziu inovações que estenderam o registro do violino, aumentando as possibilidades expressivas do instrumento.

- Pier Paolo Pasolini - cineasta e escritor - (Bolonha, 1922 - Ostia, 1975). Poeta para quem a descoberta de Marx foi determinante, descreveu em seus romances a vida miserável do subproletariado dos subúrbios romanos. Estreou no cinema com uma fábula neo-realista (Desajuste Social, 1961), seguida de um melodrama freudiano (Mamma Roma, 1962), depois produziu uma obra permeada de inteligência e sensibilidade (O Evangelho Segundo São Mateus, 1964; Édipo Rei, 1967; Teorema, 1968; Pocilga, 1970; Medéia, 1970; Decameron, 1971; Os Contos de Canterbury, 1972; As Mil e Uma Noites de Pasolini, 1974; Salò, 1976). Morreu assassinado.

- Luciano Pavarotti - tenor - (Módena, 1935). Iniciou sua carreira no Scala de Milão em 1965 e triunfou nos EUA em 1968. Tem uma das mais brilhantes carreiras de cantor, com enorme sucesso mundial, raras vezes alcançado por um cantor lírico.

- Giorgio Perlasca - benfeitor - (Como, 1910 - Pádua, 1992). Giorgio Perlasca, um negociante de carnes, simpatizante do fascismo (inclusive havia lutado ao lado de Franco na Guerra Civil Espanhola), salvou cerca de cinco mil judeus do Holocausto, em 1944. Fazendo-se passar por cônsul da Espanha na Hungria, forneceu comida e documentos falsos a judeus em Budapeste, cidade que estava sendo controlada pelos nazistas. Essa história permaneceu esquecida por 40 anos, até sua redescoberta em 1987, pois o próprio Perlasca preferiu que seu passado não viesse à tona.

- Francesco Petrarca - poeta e humanista - (Arezzo, 1304 - Pádua, 1374). Estudou em Pisa, Bolonha, Montpellier e Avignon. Nesta última cidade, em 1327, conheceu Laura de Noves, que lhe inspirou um amor platônico que durou até o fim de sua vida.
Coroado poeta no Capitólio, na Páscoa de 1341, refletiu sobre a vida em uma confissão sob forma de diálogo em latim (Segredo, 1342-1358).
Para seus contemporâneos, foi sobretudo um humanista: descobriu e mandou copiar manuscritos antigos, publicou estudos históricos e filosóficos, poemas épicos e cartas. Deve, porém, sua glória à obra poética. Modelo de poeta elegíaco, exprimiu sua divisão entre as aspirações ascéticas e as seduções do mundo por meio de múltiplos jogos de antíteses, que constituem um dos elementos fundamentais do petrarquismo.

- Francesco Antonio Pigafetta - navegador e historiógrafo - (Vicenza, 1480 ou 1491 - Malta, 1536). Acompanhou Fernão de Magalhães em sua viagem de circunavegação (1519-1522) e foi um dos oito sobreviventes dos 239 embarcados. No livro que escreveu sobre o assunto, Primeira Viagem ao Redor do Globo Terrestre, registrou alguns usos e costumes dos indígenas brasileiros, especialmente o da rede de dormir.

- Bernardino Di Beto Pinturicchio - pintor - (Perugia, 1454 - Siena, 1513). Sua verve narrativa e estilo ornamentado fizeram dele o pintor favorito da aristocracia pontifícia. Trabalhou também na catedral de Siena.

- Luigi Pirandello - dramaturgo e escritor - (Agrigento, 1867 - Roma, 1936). Em seus romances, contos e, sobretudo, em suas peças de teatro, salienta-se constantemente a obsessão pela pluralidade do ser individual e a inútil luta que o homem trava para atingir a verdade de sua própria identidade. Sua obra teve grande influência no teatro do século XX e, em certo sentido, foi precursora do teatro do absurdo. Em 1934 obteve o Prêmio Nobel de Literatura.

- Marco Polo - aventureiro - (Veneza, 1254 - idem, 1324). Sua celebridade provém da narrativa de sua viagem pela Ásia, no Livro das Maravilhas. Marco, juntamente com seu pai e seu tio, seguiram viagem rumo a China (1271), seguindo a rota da seda. Detiveram-se por um ano em Cantao e depois seguiram seu caminho até Shangdu, residência do soberano chinês Kubilai Khan. Enquanto seu pai e seu tio faziam negócios, Marco cumpriu diversas missões na China, a serviço de Khan. Essas viagens pelo interior do reino, permitiram-lhe, mais tarde, estabelecer seu extraordinário relato da China. Em 1292, os três mercadores deixaram o país, chegando a Veneza em 1295. Prisioneiro dos genoveses de 1296 a 1299, Marco Polo ditou suas recordações de viagem a um escritor, Rustichello.

- Francesco Primaticcio - pintor, escultor e arquiteto - (Bolonha, 1504 - Paris, 1570). Chegou a Fontainebleu recomendado por Giulio Romano (1532). Desenvolveu uma arte de grande impacto decorativo, de extrema elegância no tratamento linear do corpo humano. Mais amplamente, Primaticcio desenpenhou o papel de verdadeiro diretor das belas-artes dos Valois. Seu estilo pessoal tornou-se conhecido sobretudo por seus admiráveis desenhos.

- Giacomo Puccini - compositor - (Lucca, 1858 - Bruxelas, 1924). Grande mestre do verismo, foi um dos mais importantes compositores do teatro lírico dos séculos XIX e XX. Com Manon Lescault (Turim, 1893) e La Bohème (Turim, 1896), tornou-se conhecido do público italiano. Consagrou-se definitivamente com a Tosca (Roma, 1900) e Madame Butterfly (Milão, 1904). Em Nova York encenou La Fanciulla Del West (1910) e Il Trittico. A doença que o matou impediu-o de completar Turandot.

- Salvatore Quasimodo - escritor - (Siracusa, 1901 - Nápoles, 1968). Um dos principais representantes da escola hermetista, tornou-se o poeta da liberdade (Dia Após Dia, 1947; A Terra Incomparável, 1958; Dare e Avere, 1966). Obteve o prêmio Nobel de Literatura em 1959.

- Giulio Romano - pintor e arquiteto - (Roma, 1499 - Mântua, 1546). Aluno e colaborador de Rafael, diferenciou-se do mestre sobretudo pela influência de Michelangelo. Sua obra-prima é o palácio do Te, em Mântua (1525-1534), que se afasta dos princípios clássicos tanto na arquitetura, como na pintura. A energia de seu estilo definiu uma das facetas do maneirismo.

- Roberto Rosselini - cineasta - (Roma, 1906 - idem, 1977). Inicialmente roteirista, estreou na direção em 1942. Em 1945 realizou Roma, Cidade Aberta, manifesto do neo-realismo, ao qual permaneceu fiel em Paisà (1946). Seguiram-se Alemanha, Ano Zero (1947), Stromboli (1949), Francisco, Arauto de Deus (1950), Os Sete Pecados Capitais (1952), Europa 51 (1952), De Crápula a Herói (1959), Vanina Vanini (1961), entre outros. A partir de 1964 realizou uma série de filmes e documentários para a televisão.

- Gioacchino Antonio Rossini - compositor - (Pesaro, 1792 - Paris, 1868). Suas primeiras óperas sérias, Tancredi, A Italiana em Argel (Veneza, 1813) e O Barbeiro de Sevilha (Roma, 1816), consagraram-no como o maior compositor lírico da época. De 1815 até 1823, produziu: Othelo, Cinderela, O Califa de Bagdá, Semíramis. Na época da sagração de Carlos X, escreveu A Viagem a Remis (1825); em seguida, as óperas O Cerco de Corinto (1826) e Moisés (1827). Diretor do Teatro Italiano, intendente da música real até a Revolução de Julho, compôs uma última ópera, Guilherme Tell (1829) e, em seguida o Stabat Mater (1832-1841).

- Antonio Salieri - compositor - (Legnago, 1750 - Viena, 1825). Mestre da capela imperial em Viena (1788-1824), sua ópera L'Europa Riconosciuta escolhida para inaugurar o Scala de Milão (1778). Nesta época, eclipsava Mozart na capital austríaca, mas a lenda segundo a qual ele teria envenenado seu rival não tem qualquer fundamento. Uma de sua últimas obras importantes é Falstaff (1799). Escreveu também música religiosa e diversas páginas instrumentais. Foi professor de Schubert, Beethoven e Liszt.

- Rafael Sanzio - pintor e arquiteto - (Urbino, 1483 - Roma, 1520). Após estudar com Perugino, em Perugia, instalou-se em Florença em 1504, onde estudou as obras de Leonardo Da Vinci. Em 1508, o papa Júlio II chamou-o a Roma e encomendou-lhe diversos trabalhos. Como arquiteto, teve quase a mesma importância que como pintor, principalmente com os projetos do palácio Pandolfini em Florença e da Villa Madama em Roma. Sua arte, que associou o equilíbrio e a harmonia a uma amplitude figurativa totalmente nova, definiu por excelência o Renascimento clássico; daí sua imensa importância.

- Andrea Del Sarto - pintor - (Florença, 1486 - idem, 1530). Marca, ao mesmo tempo, o coroamento da Renascença clássica e o ponto de partida do maneirismo toscano em seus quadros e afrescos, feitos de movimentos harmônicos e de uma serena grandeza.

- Ludovico Sforza - governante - (Vigevano, 1452 - Loches, 1508). Conhecido como Ludovico, o Mouro, obteve, com a morte de seu sobrinho, a coroa ducal de Milão (1494-1499 e 1500). A corte de Milão brilhou devido a seu mecenato. Obteve também (1479) o ducado de Bari. Em 1500, após ter retomado Milão, que fora ocupada por Luís XII, Ludovico foi capturado em Novara e preso na França.

- Vittorio De Sica - ator e cineasta - (Sora, 1901 - Paris, 1974). Um dos mestres do movimento neo-realista, dirigiu: Vítimas da Tormenta (1946), Ladrões de Bicicletas (1948), Milagre em Milão (1951), Umberto D. (1952), Quando a Mulher Erra (1953), O Ouro de Nápoles (1954), O Teto (1956), Duas Mulheres (1960), O Juízo Universal (1962), Ontem, Hoje e Amanhã (1963), Matrimônio à Italiana (1964), Os Girassóis da Rússia (1970), O Jardim dos Finzi-Contini (1970).

- Luca Signorelli - pintor - (Cortona, 1445 - idem, 1523). Foi chamada a trabalhar em Loreto (1478) e em Roma (capela Sistina, 1480), adquirindo um estilo pessoal de vigorosa tensão. Executou afrescos em Siena e na catedral de Orvieto (1499-1504).

- Antonio Stradivarius - luthier - (Cremona, 1644 - idem, 1737). Formado por Niccolò Amati, seu primeiro instrumento data de 1666. Durante seu primeiro período de atividade, constituiu violinos inspirados nos modelos de seu mestre. Dos anos 1690 datam os modelos de violinos chamados longuets, onde se nota um afinamento das linhas. Entre 1700 e 1720, os instrumentos ficaram mais quadrados, com o dorso em ácer ondulado. Produziu mais de mil instrumentos dos quais ainda restam cerca de 650.

- Torquato Tasso - escritor - (Sorrento, 1544 - Roma, 1595). Sua loucura tornou-se tão célebre quanto seu poema épico, Jerusalém Libertada (1575), o qual passou o resto da vida renegando-o e multilando-o, dando origem à segunda versão da obra, Jerusalém Conquistada (1593). Escreveu também um poema de cavalaria, Rinaldo (1562), e obteve sucesso com uma fábula, Aminta (1573). Encerrado no asilo de Ferrara (1579), libertado em 1586, retomou a vida errante e morreu no momento em que o papa iria laureá-lo.

- Iacopo Robusti Tintoretto - pintor - (Veneza, 1518 - idem, 1594). Sua obra, abundante, foi inteiramente realizada em Veneza. Discípulo de Ticiano e admirador de Michelangelo, Tintoretto era dotado de grande virtuosidade; empregou recursos audaciosos, dramáticos jogos de luz e sombra e uma paleta sombria para criar uma arte impetuosa e poética, próxima do maneirismo e prenunciadora do barroco.

- Ugo Tognazzi - cineasta - (Cremona, 1922 - Roma, 1990). Começou no teatro e tornou-se um dos atores mais populares do cinema internacional (O Leito Conjugal, 1963; Os Monstros, 1963; Pocilga, 1970; A Comilança, 1973; Meus Caros Amigos, 1975; A Gaiola das Loucas, 1980; A Tragédia de um Homem Ridículo, 1981). A partir de 1961 também dirigiu vários filmes.

- Evangelista Torricelli - físico e matemático - (Faenza, 1608 - Florença, 1647). Em seu estudo sobre o movimento dos corpos (1641) encontra-se implícito o princípio da conservação da energia. Em 1643, evidenciou a presença da pressão atmosférica, por meio de um tubo com mercúrio, e enunciou a lei que leva seu nome sobre o escoamento dos líquidos. Na matemática, calculou a área da ciclóide.

- Arturo Toscanini - maestro - (Parma, 1867 - Nova York, 1957). Considerado um dos maiores regentes do século XX. Criador, em 1896, de La Bohème de Puccini, regeu no Scala de Milão (1898), no Metropolitan Opera de Nova York (1908-1915), novamente no Scala, onde em 1926 criou Turandot, de Puccini, e de 1944 a 1954 novamente nos EUA (Orquestra Sinfônica da NBC). Notabilizou-se como intérprete de obras de Brahms, Beethoven, Verdi e Puccini e celebrizou-se, sobretudo, por sua constante preocupação em exprimir as intenções dos compositores cujas obras executava.

- Cosimo Tura - pintor - (Ferrara, 1430 - idem, 1495). Principal representante da escola de Ferrara. Desenvolveu um estilo caracterizado ao mesmo tempo pela acuidade gráfica e pela densidade dos volumes, atingindo uma tensão caprichosa e impactante.

- Rodolfo Valentino - ator - (Castellaneta, 1895 - Nova York, 1926). Fazendo valer seu charme latino, destacou-se no início dos anos de 1920 como astro internacional (Os Cavaleiros do Apocalipse, 1921; Sangue e Areia, 1922; A Águia, 1925; O Filho do Sheik, 1926). É um dos grandes mitos da história do cinema.

- Ticiano Vecellio - pintor - (Pieve di Cadore, 1488 - Veneza, 1576). Ticiano pertence à escola veneziana, mas sua carreira foi européia, assim como sua influência, de importância básica para a evolução da arte ocidental (influenciou, por exemplo, Velázquez, Rubens, Van Dyck, Watteau, Renoir etc). Sua primeira obra-prima, O Amor Sagrado e o Amor Profano (1515), representa perfeitamente o ideal da beleza serena da Renascença clássica. Nem a fecundidade, nem a capacidade de renovação se atenuam na velhice do pintor, quando a forma se dilui numa matéria lentamente trabalhada, onde os tons quentes e cambiantes são atravessados por centelhas de luz, numa ambiência quase espectral.

- Giuseppe Verdi - compositor - (Roncole, 1813 - Milão, 1901). Sua obra dramática teve constante evolução desde as primeiras partituras, de Nabuco (1841) e Rigoletto (1851), passando pelo Trovador (1853), La Traviatta (1853), Don Carlos (1867), Aída (1871), até as obras consideradas perfeitas, que são Othelo (1887) e Falstaff (1893). Símbolo da unidade italiana, dramaturgo nato, movido por um dinamismo constante, psicológico, soube compor como um mestre do recitativo dramático, dos coros, da orquestra, do canto expressivo e lírico.

- Andrea Di Cione Verrocchio - escultor e pintor - (Florença, 1435 - Veneza, 1488). A partir de 1465 dirigiu, em Florença, um importante ateliê, tendo como alunos, Leonardo da Vinci e Perugino. Pintor envolvido na revolução acarretada pela progressiva adoção da pintura a óleo, executou importantes trabalhos, tanto na pintura, quanto na escultura.

- Américo Vespúcio - navegador - (Florença, 1454 - Sevilha, 1512). Residindo na Espanha (1490), realizou, a serviço da Espanha e de Portugal, diversas viagens para o Novo Mundo (Suriname,1499; Brasil, 1501-1502;). O geógrafo Waldseemüller atribuiu-lhe a descoberta do novo continente e, em sua homenagem, deu o nome América ao Novo Mundo.

- Leonardo Da Vinci - pintor, escultor, arquiteto, naturalista, engenheiro e cientista - (Vinci, 1452 - Castelo de Cloux, 1519). Um dos artistas mais representativos do Renascimento, considerado um gênio da Humanidade. Após alguns trabalhos realizados em Florença, Leonardo partiu para Milão (1482) e ofereceu para Ludovico Sforza, seus serviços de engenheiro militar, arquiteto, escultor e pintor. Sendo Ludovico expulso pelos franceses, Leonardo partiu para Mântua (1499), Veneza, Roma e, em 1503, voltou a Florença, onde competiu com Michelangelo. Estabeleceu-se novamente em Milão, depois em Roma, onde o grande homem era então Rafael (a quem influenciou) e onde foi tido como filósofo quimérico, instável estrangeiro no mundo real. Desiludido, mudou-se para a França (1517), onde trabalhou para Francisco I, que cobriu-o de honras e ofereceu-lhe como residência o castelo de Cloux.
Iniciador do segundo Renascimento, Leonardo foi muito mais do que o grande pintor que nele viram seus contemporâneos; inventor do sfumato e autor de alguns dos mais célebres arquétipos pictóricos do ocidente. Tão dotado para as ciências quanto para as artes, tão apaixonado pela pesquisa intelectual quanto observador dos fenômenos naturais (muito a frente de seu tempo), demonstrou a dimensão enciclopédica de sua pesquisa (anatomia, geologia e paisagem, estudos de animais e vegetais, mecânica, hidráulica, arquitetura e fortificações, matemática, perspectiva, óptica etc) em seus numerosos cadernos, em que desenhos associados ao texto alternam precisão e força visionária.

- Luchino Visconti - cineasta - (Milão, 1906 - Roma, 1976). Excepcionalmente dotado para a expressão plástica, soube conciliar as virtudes de uma arte refinada e lírica com o rigor da constatação social. Principais filmes: Ossessione (1942), A Terra Treme (1950), Sedução da Carne (1954), Rocco e Seus Irmãos (1960), O Leopardo (1963), Os Deuses Malditos (1969), Morte em Veneza (1971), Violência e Paixão (1974), O Inocente (1976). No teatro, dirigiu peças clássicas e modernas, bem como obras líricas, notadamente para Maria Callas.

- Elio Vittorini - escritor - (Siracusa, 1908 - Milão, 1966). Tradutor de romancistas americanos, crítico e romancista, esteve ligado a todos os debates do pós-guerra sobre a literatura engajada.

- Antonio Vivaldi - compositor - (Veneza, 1678 - Viena, 1741). Ordenado padre em 1703, foi nomeado maestro do Hospedale Della Pietà de Veneza. Acredita-se que quase toda produção musical de Vivaldi fosse destinada às internas do Pietà, onde contava com um conjunto musical permanente que lhe permitiu experimentar toda sorte de combinações instrumentais e vocais. Completamente esquecido durante quase dois séculos após sua morte, tornou-se após a II Guerra, um dos compositores de música erudita mais apreciados em todo o mundo.

- Alessandro Volta - físico e inventor - (Como, 1745 - idem, 1827). Após inventar o eletróforo e o elestrocópio condensador (1775), depois o eudiômetro (1776), empreendeu pesquisas sobre a experiência de Galvani, estudo que o conduziu, em 1800, à invenção da pilha elétrica.

- Franco Zeffirelli - cineasta - (Florença, 1923). Começou no teatro como ator e cenógrafo, depois tornou-se um dos diretores de ópera e de teatro mais requisitados na Itália. Assistente de Antonioni, Rossellini e Visconti, dirigiu notadamente A Megera Domada (1967), Romeu e Julieta (1968), Irmão Sol, Irmã Lua (1973), Jesus de Nazaré (1978). Adaptou para o cinema as óperas La Traviatta (1982) e Othelo (1986). Realizou ainda O Jovem Toscanini (1988), Hamlet (1991), Sonho Proibido (1994), entre outros.

 

 

Pesquisa: Laudo Paroni Jr.
Fonte: Enciclopédia Larousse Cultural

 

 


Pesquisa: Laudo Paroni Jr.
Fonte: Enciclopédia Larousse Cultural

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