Os ImpériosAssírios

O IMPÉRIO ACADIANO

 Coube a Sargão I, rei de Acad, estabelecer o primeiro Império na Mesopotâmia, por volta  de 2 470 a.C. Em seu governo, pela primeira vez as cidades-estado perderam sua autonomia e passaram a integrar o Império Acadiano, que se manteve por um bom período. O feito de Sargão I foi posteriormente imitado, com maior ou menor êxito, pelos reis de Ur e de outras cidades.

 

O IMPÉRIO BABILÔNICO

Aproximadamente em 1 894 a.C., Hamurabi, rei da cidade da Babilônia, fundiu novamente todas as cidades da Mesopotâmia num só Império, sob sua autoridade, formando o primeiro Império Babilônico, que durou até cerca de 1 595 a. C.
Hamurabi  promoveu a unificação administrativa do Império Babilônico usando para isso uma nova legislação – o Código de Hamurabi – atingindo todo o reino. Seus artigos regulamentavam toda a vida da comunidade: a divisão em classes sociais, o comércio, os juros, o casamento, a herança, etc. O direito penal repousava na lei de talião: “olho por olho, dente por dente”, variando as punições de acordo com a classe social do acusado.

“Se um homem roubou o tesouro do deus ou do palácio, este homem é passível de morte e aquele que recebeu o objeto roubado também é passível de morte.

Se um homem furar o olho de um homem livre, furar-se-lhe-á um olho.

Se ele fura o olho de um escravo alheio ou quebra um membro ao escravo alheio, deverá pagar a metade de seu preço.

Se um arquiteto constrói uma casa para alguém, porém não a faz sólida, resultando daí que a casa venha a ruir e matar o proprietário, este arquiteto é passível de morte.

Se ao desmoronar, ela mata o filho do proprietário, matar-se-á o filho deste arquiteto.” (Citado por AQUINO, R. & Outros. História das sociedades. Das Comunidades Primitivas às Sociedades Medievais. Rio de Janeiro, Ao Livro Técnico S/A, 1982, p.114)

 Um baixo-relevo em basalto, encontrado em 1901, mostrava Hamurabi recebendo o código de leis do deus-sol Shamash, o que comprova a crença do povo em sua origem divina. Com a ascensão da cidade da Babilônia a capital de um vasto império unificado, Marduk, seu deus local, tornou-se supremo, submetendo Enlil, o deus sumério e os demais deuses. Assim, Hamurabi conseguiu também a unidade religiosa.

 O aperfeiçoamento e a unificação dos canais de irrigação, que controlavam as águas dos rios Tigre e Eufrates, possibilitaram um intercâmbio fluvial intenso entre as cidades, favorecendo o desenvolvimento comercial.

Com o crescente desenvolvimento econômico da Babilônia, suas classes sociais ficaram assim definidas: logo abaixo do rei, situavam-se os sacerdotes e as sacerdotisas que desempenhavam funções religiosas, os altos funcionários e os grandes senhores de terras. 

Seguiam-se os comerciantes, os escribas e os artesãos especializados que constituiam a maior parte dos cidadãos livres. Abaixo estavam camponeses, pastores, pescadores e artesãos, semi-livres, diretamente subordinados ao rei, seguidos pelos escravos (devedores ou prisioneiros de guerra).

As revoltas internas e as sucessivas invasões estrangeiras (elamitas e cassitas) desorganizaram a vida econômica do Império Babilônico; à ruína dos camponeses somou-se a destruição das redes de canais, conseqüência dessas lutas, enfraquecendo o Estado na época dos sucessores de Hamurabi. Esses estrangeiros permaneceram na região até cerca de 1 100 a.C., quando os assírios do norte da Mesopotâmia, os subjugaram, iniciando a formação do Império Assírio.

 

O IMPÉRIO ASSÍRIO

Guerreiro Assírio - Baixo relevo do Palácio de Sargão IIOs assírios eram agricultores e pastores. Chamavam seu país de Assur, que também era o nome do deus local e de sua principal cidade, localizada às margens do rio Tigre. A região possuía riquezas minerais como o cobre e o ferro, além de madeira e pedra.

 A vida urbana desenvolveu-se com a conquista da região por Sargão I, durante o Império Acadiano, por volta de 2 500 a.C. Foi nessa época que os assírios conheceram a metalurgia e a escrita cuneiforme. Posteriormente, a Assíria permaneceu por longo período dominada pelo Império Babilônico.

Os reis eram representantes do deus Assur e exerciam atividades militares no comando dos exércitos. A partir do século VIII a.C., os assírios iniciaram um movimento de expansão territorial sobre as cidades vizinhas. No século VII a.C., sob o reinado de Assurbanípal, o Império Assírio atingiu sua máxima extensão, englobando praticamente todo o Oriente Próximo: do Golfo Pérsico até a Ásia Menor e o Egito.

Devido às guerras de conquistas, cresceu a importância do exército e dos chefes militares, que se tornaram grandes proprietários de terras e de escravos (prisioneiros de guerra). Juntamente com os sacerdotes, gozavam de imensos privilégios, como a isenção de impostos. A massa da população era formada por camponeses e artesãos, obrigada ao pagamento de impostos e à prestação de serviços ao Estado, como a construção de estradas, palácios e templos.

Após a morte de Assurbanípal, começou o enfraquecimento do Império Assírio. Os países subjugados deixaram de pagar os tributos; sucederam-se revoltas internas e invasões de nômades da Ásia Central. O predomínio assírio termina em 612 a.C., com a tomada de Nínive pelos reis da Média e da Babilônia.

Com a queda de Nínive, a cidade da Babilônia tornou a projetar-se, formando o SEGUNDO IMPÉRIO BABILÔNICO. Abriu-se uma época de desenvolvimento cultural e comercial para a Babilônia, que terminou em 539 a.C. com a ocupação da Mesopotâmia pelos persas.

AS ARTES E A CIÊNCIA

 A escrita cuneiforme dos sumérios foi empregada em toda a Mesopotâmia, na Síria, na Palestina, na Ásia Menor e no Irã. Assim como no Egito, apenas uma minoria (os sacerdotes e os escribas) sabia ler e escrever; dominar a escrita significativa, pois, uma forma de poder. A a massa da população era analfabeta.

Na arquitetura destacaram-se os zigurates, torres de vários andares, dispondo de rampas inclinadas que ligavam as plataformas. No alto, erguia-se o templo da divindade local. Construíram-se também palácios, templos e fortificações, ornados com esculturas em baixo-relevo.

Utilizando como observatório as torres dos templos, os babilônios desenvolveram a Astronomia: determinaram os movimentos dos planetas e das estrelas e criaram um aperfeiçoado calendário. Desenvolveram também a Astrologia, originando os signos do Zodíaco. Na Matemática, inventaram o sistema sexagesimal e um sistema de pesos e medidas que permitia calcular o comprimento, a superfície e o volume dos corpos. Fizeram também progressos na Medicina, descrevendo numerosas  moléstias e os remédios a serem aplicados.

 Quando um templo era demolido, enchia-se de tijolos e construía-se o que lhe sucedia sobre essas fundações. Desta maneira, o templo permanecia de pé, consagrado ao deus até a eternidade

Autores: Fábio Costa Pedro e Olga M. A. Fonseca Coulon.
História: Pré-História, Antiguidade e Feudalismo, 1989

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