Evolução e Apogeu do Grande Oriente do Rio
Grande do Sul
O momento histórico, em que atingimos o numero
significativo de 121 Oficinas, operando sob a égide do Grande oriente do Rio Grande do
Sul, inspirou-nos elaborar uma síntese de nossa gloriosa formação e irreversível
continuidade sob as bênçãos do Grande Arquiteto do Universo.
Gaúcho ! Molécula intrépida de um povo livre e altivo, só
pode Ter como sua Potência máxima um Grande Oriente de tamanha magnitude,
Maçônicamente autônomo e soberano, onde todos os Maçons do mundo, independente de
Potências, são recebidos como Irmãos fraternos e reconhecidos como tal.
Recordar e reviver, é o que pretendemos, através deste suscito
esboço, com emoção e orgulho.
Não podemos precisar, com certeza, quando surgiu a primeira
Oficina Maçônica em nosso Estado. A mais antiga referencia, de que dispomos,
relaciona-se com um brinde da Loja Maçônica "União" ao seu Irmão do Quadro,
Manoel Luiz Osório, e que consistia de um "colete de aço "para proteger a vida
deste querido Obreiro contra as "lanças inimigas". Este fato data de 1839.
Sabemos, também, que esta Loja "União" se propunha trabalhar pela
"Declaração de Maioridade" de Dom Pedro II.
Como o Grande Oriente do Brasil foi fundado em 1822, é
perfeitamente lógico se concluir, que em nosso Estado, então Província de São Pedro do
Rio Grande do Sul, houvessem vingado tentativas de fundação de Oficinas Maçônicas, as
quais, mais tarde se uniram, formando a Grande Loja Provincial de São Pedro do Rio Grande
do Sul, sob os auspícios do Grande Oriente do Brasil.
Sabemos, também, que a Revolução Farroupilha (1835-1845) foi
um movimento republicano, inspirado pela Maçonaria Gaúcha e que visava a Proclamação
da Republica no Brasil, então governado por uma Regência, devido a pouca idade de Dom
Pedro II. Como se isto não bastasse, observe-se a data de fundação de determinadas
Lojas, algumas delas ainda hoje ativas, tais como a "Filantropia e Liberdade"
(25/12/1831), fundada em Porto Alegre por Bento Gonçalves e seus amigos , a "União
Constante" (13/6/1840), de Rio Grande, e a Luz Transatlântica" (6/12/1849) de
Aguarão). Todas elas, em suas épocas áureas, foram, sem duvida alguma, verdadeiros
esteios dos ideais Maçônicos em nosso Estado, e continuam sendo ate hoje.
O desenvolvimento e o conceito que esta Grande Loja Provincial
chegou a gozar, foi muito grande. Basta que se mencione o fato, de que o Grão Mestre, ao
visitar as Lojas do Interior, era recebido com banda de musica na Estação da Viação
Férrea e, com todos Irmãos revestidos de suas Insígnias e Aventais, desfilando depois
pelas ruas centrais da cidade ate ao Paço Municipal ( Prefeitura), onde eram
recepcionados pelo Intendente (hoje Prefeito).
Com o advento da Republica, em 1889, a mudança da Constituição
Brasileira, que passou de Imperial para Republicana, fez com que as Províncias se
tornassem a chamar Estados, constituindo-se o Império do Brasil em uma Federação de
Estados soberanos, cada um com sua Constituição própria. E as lutas políticas
intestinais, que caracterizaram os primeiros anos da jovem Republica Brasileira foram
fatores predominantes no enfraquecimento e no esvaziamento da Grande Loja Provincial, que
finalmente acabou se extinguindo.
Era Presidente da Republica, então, o nosso Ir.'. Marechal
Floriano Peixoto, e o Estado do Rio Grande do Sul se tornara, em 1892, um autentico
cadinho político, em vias de explodir de um momento para outro. Dois Partidos, igualmente
fortes, disputavam o poder: o Republicano, chefiado pelo Dr. Julio de Castilhos, e o
Federalista (cujo objetivo era implantar o Parlamentarismo), chefiado pelo Conselheiro
Gaspar da Silveira Martins.
Provocações, escaramuças, choques armados se sucediam dia a
dia. A Ordem Maçônica estava atenta. Emissários foram enviados ao Rio de Janeiro.
Conversações são entabuladas. Gestões São realizadas. O Irmão Gaspar da Silveira
Martins, recém chegado de uma viagem à Europa, em 1892, consegue evitar a revolução
por mais alguns meses.
A distância e as dificuldades de uma viagem à Capita da
República são causas importantes no desfecho dos acontecimentos, que se precipitam. Em
Passo Fundo é assassinado o veterano do Paraguai, Coronel Xavier Chicuta. Em Porto Alegre
e outras cidades Gaúchas sucedian-se os choques armados entre Federalistas e
Republicanos. Uma sangrenta catástrofe, de graves proporções, se avizinhava a passos
gigantescos. Em 25 de Janeiro de 1893, o Dr. Julio de Castilhos, eleito Presidente do
Estado, assume o Poder.
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