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                                            ENQUANTO ELA NÃO VEM
                                                                                                (POESIAS)      Por Edson Diniz

Esses poemas estão registrados:
(© Copyright XXXV - 717  inc. Edson Diniz2000 São Paulo.)
 
 

LEIA ARTIGO SOBRE A POESIA "PLANANDO" (CRÍTICA POR RENATO ARAÚJO)
 
 

PLANANDO
 
 

Todo dia meu 14 Bis
confirma a verdade de elefante
E três dias seguidos voei.
ao som de trompete
só pra te ver Islândia.
Esfumaceada pela água quente
cai todos os dias sem tramas e muita sorte.
 

Seu corpo nu de banho a vapor,
e meu lenço azul no pescoço.
 

Outro dia ao descer a escada no chalé de beira mar
(sobrado de grilos  e passarinhos)
Dobrei o pé e gemi.
 

Que besteirol não ser vida
Não  ser amor
Pior ainda é navegar o mundo,
e agarrado,  de muletas ficar.
 

Apague esta imagem islândia!
Vem me dar um beijo,
pois a bunda é sua eu sei,
mas os pés, os pés são o mundo.
 



 
 

AOS  PARES
 

Cinqüenta redondos pares de saciedade plena
sonhavam o meu sonho de bobo
de olhos olhando pra mim.
 

Sonhe agora, dizia a pureza de Sade :
pares de bundas, mulheres redondas facilitadas.
Disposição de encomenda
do puteiro de primeira classe de joelhos.
 

Não é mais não é menos
Sim, é muito mais que a gula.
 


  AVENIDA
 
 

   Três perfumes de

    Chocolate
    de buceta
    de cu

    A segunda sob a mão uma bolsa
    A primeira sob a segunda
    A terceira plena de sentidos arrebita a bunda o mais que pode.

    A primeira é sem odor
    A terceira é sem odor
    E a segunda carrega na mão esquerda um livro de Drumond.

    Todas elas num fim de tarde pleiteiam qualquer coisa que não sei.
    Esbarram em mim
    Viram as cabeças.
    Implicam com a minha rapidez
    E eu sem nada por fazer digo que a primeira  é de chocolate sob a língua
    A segunda é de língua.
    E a terceira é sem odor.
 



 

BOCA QUENTE
 
 
 

A boca fumegante
na cabeça o demônio de fogo,
no pescoço a medalha de sorte.
 

No balde três gotas de amaciante,
localizam o tempo,
o restaurante e as três gotas de pimenta ,
sussuram os dentes, os peitos de azeitonas.
 

Desbotada a fotografia inexistente.
Corpo laço sobre a cama desarrumada.
Uma má digestão e estas lembranças.
 

Um sorriso de alívio
percorre lento
a gaveta do armário a procura de um anti-ácido.
 
 
 
 



 
 
 
 

DESEJO
 
 

Agora sim...
O cavalo sem graça desce do ar
balanceando a justiça com a cabeça,
três vezes contra a verdade.
 

3 2 3 desajeitado que é, pois é pégasus.
Trilha o som com casco
e se põe a voar galgando o ocaso
que nunca saberemos.
 

Estes seres que não indicam o destino
são a cópula da liberalidade,
mas não sabem sorrir.
 

Transmutado em homem,  as vezes,
relincha dentuço
negando feito monge zen,
tudo menos sua própria beleza .
 

E sonhando eu te vejo
passeando pelo fantasma do fogo
a minha espera na terra com doce salíva.
 

E Eu  que conheço os eqüinos
amanheço amargo .
Sei que no Ethos de seus pés,
nenhuma esperança  vigia o que quero.
 
 
 



 

 DEUSA ETERNA
 
 
 
 

Tintura de arnica.
Sob a máscara da ranhadura.
 

Vem vênus Deusa eterna
Cravar um curativo.
E se fosse a pele mascarada.
Tchan  Tchan  tuc  tuc
Seu sofrimento estampado no rosto
e a mão na ferida.
 

Acabou o algodão,
acabou a esperança.
E estas  coisas que se coincidem.
Sobrou um buraco em meu bolso.
Uma cravatura de Plutão de ferro quente.
 

Vem Vênus Deusa de agora
Faz tempo que o tempo aflora
Sem você para investir suas unhas no gargalo
da investidura.
 

Em meu bolso nem um tostão
Em minha pele uma cicatriz de arame,
que virou o vidro de arnica em minha vida e confusão.
 
 



 

ESPELHO
 
 
 

Vítreo  pó,
peneira de  pó.
Cascalho de vidro espelho difuso
rugas.concreto, parede
imagino você olhando pra mim
mas, três pés de inferioridade me nega a você.
Vítrea finitude.
Cascalho sem graça
Você se transforma em cinqüenta pares,
de bundas lisas olhando para mim.
 Rogando paz de pintura lixada.
 

De um lado você velha comigo,
de outro, cinqüenta mulheres contra-balanceiam por agora,
o desejo de minha língua pastosa.
 



 

FELICIDADE
 

Tremia gelatina vermelha,
e perpassado pelo seu cheiro de cola
degluti de novo insanas glândulas de euforia
 

Na rua um vento festivo de aqui e de acolá
inverno de trópico, tremendo  gemidos bossais
Musica hit.
 

Fosse a geléia esmagada cúbica
em minha boca cantante!
 

Brincando esfacelada pela calçada.
Pisada pelo sapato marrom.
Rodopiando-me alegre contigo.
Nem drogado nem nada
( também nem tanto conciso.)
 

Enquanto andávamos  o dia ,
demorava a chegar qualquer infelicidade.



 
 
 
 

GRAVADA
 

Cantava todas as tardes enquanto eu sonhava
( Era só recolocar o CD. )
 

Esqueci de contar se transformara em CD
Tipo cópia única,
impressora de window.
 

E as tardes se reduplicam
em consciência mutante.
As vezes sonho, as vezes sou.
 

De olhos estatelados sob uma brisa vermelha
escuto meu próprio ofegar.



 
 

GUERREIROS
 

É que os guerreiros são rústicos.
Nos bananais sob o vento de modo altivo
conservam-lhe um certo molejar de estirpe.
qualquer coisa de nobre.
 

E depois amadurecido os tempos inclusos,
não é o prateado do alto que lhes configuram
qualquer perpétua riqueza,
mas o perigo dourado dos cascos sem anceio de aguarrar.
Todavia, moldados pela liberdade, anarquizam a morte,
neste anos agouros, nesta fantasia do tempo passado.
 
 
 



 

MULHER- REAL
 

Eras outra ontem
a minha paixão esmagada
e novamente outra caminha comigo,
nesta rua semi deserta.
 

Eu me apaixono várias vezes por dia:
uma hora um sorriso
uma outra a beleza.
 

A de ontem se condiciona em sonhos febris
e a de hoje é agora qualquer coisa suprema.
 

Ao menos está aqui comendo comigo
gelatina em pedaços,
que brinco e despedaço,
na boca, nos dedos a zombar do doceiro
do carrinho de mão, em frente ao inferninho,
Da rua do cemitério da consolação.
 
 



 

OLHAR DE PAPEL NA MÃO
 
 

Mecanicamente

Vaca de olhos ternos
Raciocinava qualquer desmesura e dizia NÃO.

Que obscuro complexo desejante
 se instalava nas feições  da mulher vaca.
 Ficou só esta imagem mundana
 narrativa de romance
                de novela
                de conto.

Vênus era assim?
 Sem sem substância
 Sem a figura de Eros?
 Nem menina, nem Deusa, nem puta
 Apenas complexo colante.

Meu ego abundante se projeta
Novelesco,  repetitivo
SLAP de orgasmo roubado.



 

PASSEATA
 

Vários   cartazes se colocavam
grudados, ardidos de sentimentos.
O cartaz de palavras amplas dizia assim:
“UNS”.
 

Aglopados mais ao corpo
uma multidão de frases
misturavam a delícia ,
da política e o amor.
 
 

Na multidão ela não se recortava
como num close de cinema,
nem se propusera a algo,
nem sacudia bandeiras de palavras para mim

De um poema que aprendíamos...
 

E meu ego vulgar a dizer depois da passeata quero te comer.



 

PENSANDO EM MIM
 
 
 

Ponte entre ela e o meio
E ela percorrendo entre as mãos
Seu sexy-pub made on.
 

Ao longe, a postura do amado
Um  ISTALAP  ISTALAP ao longe
muito longa ponte de orgasmo.
 

No meio perto
Suas mãos percorrem o amado
Amado púbis
PUB PUB PUB
Sozinha acabou na mão.



 

PORTA-SLAP
 

Cinco vezes um som de égua relincha na porta entreaberta
Do alto um quadro se esvai em queda.
Ela toda gostosa mostra sua cabeça pastosa.
 

Cinco vezes uma mímese na garganta gagueja.
Oi, olá, opa, oi, ola!
E todo universo adentra...
 


 TROMPETE
 

Acabei o dia em mentiras
encostado o corpo, jogado na cama.
E bastou esse tempo de verdade batendo na porta,
pra eu voar com meu 14 Bis.
 

Sobre a Suécia, a Islândia,
 as três meninas na Paulista ;
o desejo e o mundo.
 
 


 ELA E EU
 
 

Suspiros,  azeitonas, vulgaridades...
Uma porção de invenções.
 

SCOTT-BRIGHT.
 

E um zigue-zague nesse céu eterno.
 
 
 
 
 
 



 

   SEM NINGUÉM
 

   De hortelã  veio
   Parecia até que contaria...
   Sob seu vestido verde
   Seu lenço de hortelã
   Seus olhos de folhas de avelãs.
 

   O sol de São Paulo
   de outono corso atravessado
   de cor de fruta de folha verde
    veio seu sorriso brando.

    O sol de folhas jogadas no chão
    Da cor de velha paixão,
    cor de veado, de pingüim,
    de esquilo,
    de revistinha de desenho animado

    E entre eu e o verão, o tempo de hálito
    ainda é ilusão.
 

    Eu sem ela, eu sem ninguém
    Apenas seus olhos verdes
    Sua boca de hortelã
    Seu lenço no pescoço
    Um sol outonal
    Folhas sob o vento do frio da manhã.



 

 SEMPRE
 

O sol se punha oval
Agora me dá uma olhada de soslaio
pega o toucinho cru
bate três vezes na panela.
 

A mesma noite que chega como um angu colado.
Não há mais nada esalado  que o olhar de vem agora.
 

Você pensando que o infinito acaba aqui.



 
 

SURPRESA
 

Bom sentido de um vetor arquitetônico,
práxis monde, eu tomo a decisão.
 

Oh! Non!
 

Maldito figurante de entre-porta
 

Olho em mim uma operância fracassada
E evidente concordo.
 

Surpresa no vídeo, você toda pornô.
Do teatro japonês a puta.
Manchando de madeira o fogo inferno do meu desejo.
 
 



 

TABACO
 

Tabaco irlandêz sem fronteira.
Um barco de fumaça azul na janela,
repetindo todo clã dos Mac-nobres.
 

Segundo ela aprisiona e condensa ,
de um lance só um fedor de Grã-Bretanha no quarto.
 



 

TREM COLORIDO
 
 
 

Meu coração combinava com o estrado colorido,
da estação do parque de diversão
De meu pirulito eslap eslup
Hum hum hum hum hum
Seu vestido de verão
O sol pleno de sempre
De grande espaço.
 

Meu coração tum tum tum
Contando três mentiras:
Eu te amo
Que dia lindo!
Meu pirulito colorido sob o sol de calças curtas.
 

E ela meu coração
parado
cantando mil estrelas divertidas.
 

Quem me dera ai quem me dava
Um Eslap sob as papílas da doce e eterna ilusão
de agora e sempre menino de calção.
 

                                                                                 FIM





 
 SÓ TEM DOENTE AQUI
 

Perto do  porto do rio límpido
as nuvens rumam de novo no cu do Edson.
Rugas, sussuro e o peido nas nadegas.
 

O resmungo do Edson deixa todo mundo irritado.
Eu, a Maíra e a ananzinha do ketchup na cabeça.

Todos silentes no afago do submundo da manhã...
 
 

               PARA O  EDSON ,
                                  Araújo


 
 
 



 
 


Grupo de Teatro - Edson M. Diniz está em pé na ponta à direita


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ALUNOS DA TURMA DE 1997 - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO