Era um dia chuvoso, estava na delegacia de Dallas entre as batidas do
teclados dos computadores e o barulho relaxante da chuva caindo no solo.
E a cada trovoada que marcava o céu eu pensava nas aventuras que
eu e meus colegas passamos na X-Com. Ah, você deve tá se perguntando
quem sou eu, meus colegas e, principalmente, o que é a X-Com, não
é? Bem, vou começar falando sobre mim... sou Thiago Highlinn
Silva, nasci no Rio de Janeiro e me naturalizei americano com 3 anos de
idade em Austin, Texas. Já passei pelas forças especiais
de Dallas e já fui enviado para o Irã e o Iraque, numa missão
de neutralização de forças rebeldes, mas descobrira,
pena que tarde demais, que era na verdade um indício para uma guerra,
que graças a Deus, foi abafada.
Mas como ia dizendo, vou falar de meus colegas de grupo, pelo menos
os que ainda não traíram a organização: o primeiro
deles é o Kenner Wayne, que também é meu chefe na
delegacia em Dallas. Ele aparenta ser um homem moreno, esperto e muito
falador, porém, talvez por causa de sua perturbada infância
(foi estrupado pelo seu pai e acabou matando ele com quarenta e duas facadas).
Sua natureza maníaca e sua sanguinolência que mantém
nossa atenção sobre ele e um certo respeito também.
O segundo é o mais calado; o nome dele é Cristhian O’Brian,
seus óculos escuros e seu vício por cigarro são suas
marcas registradas. É o que entrou por último no nosso grupo.
Pouco sei sobre sua infância e sobre sua pessoa, o máximo
que sei é que serve na CIA, e que sempre foi dedicado no que faz.
O quarto e último é o “cabeça” do nosso grupo... seu
nome é “Jonh McMorus. Cara mulherento, frio, mas principalmente,
McMorus é um cara especialista em torturar. Sua frieza e sadismo
são fora do comum. Eu que sou um cara acostumado com assassinatos,
esquartejamentos, nunca vou ficar tão calmo e tranqüilo diante
de tais situações como ele.
Mas voltando ao primeiro assunto... enquanto eu estava apreciando a
chuva, meu celular tocou... e o do Wayne tocou ao mesmo tempo. Eu sabia
naquela hora, e acho que Wayne também, que nem precisava atender
o telefone, era certo que era chamado da X-Com, mas por via das dúvidas,
atendi-lo :
- Alô!
Neste momento um som agudo, vindo do telefone, começou a soar
do telefone, cada vez mais forte e por toda a delegacia... pensei em desligar,
mas o som criava uma profunda dor de cabeça, como o cérebro
tivesse borbulhando. Larguei o telefone e virei para trás, foi quando
vi que toda a delegacia estava sendo afetada pelo som. Todos se contorciam
no chão e uivavam de dor, até que apaguei e não pude
fazer mais nada... garanto que eles também.
Quando retomei a consciência, a primeira coisa que pensei é
que estava no céu... morto, mas quando comecei a raciocinar mais
claramente, vi que estava numa espécie de sala com paredes aparentemente
metálicas, cizenta-azuladas com saliências parecidas com cabos
de telefone passando pela parede. Só que notei outra coisa mais
importante... não estava sozinho na sala. Todos os agentes da X-Com,
pelo menos os da base de Dallas, como Klaus e Wolfgang. Mas todos os agentes
estavam em pé, paralisados, virados para um corredor que parecia
ser a única saída daquela sala. Naquela hora comecei a tentar
achar o porquê de eu ser, e provavelmente era o único, que
ainda estava, mesmo que um pouco, consciente. Enquanto eu estava tirando
conclusões, veio chegando do corredor uma figura que já tiha
visto lá na X-Com... meu primeiro colega do nosso grupo, Sr. Farinha
(acha estranho? Esse era seu codinome, não sei por que). Ele tinha
entrado na X-Com junto com um outro cara que nunca fui com a cara dele,
um tal de Mike Lambert, um psicopata, debilóide, e todos nós
já queríamos vê-lo cantando para o Diabo. Foi nessa
hora que quando pude ver todo seu corpo, e sua verdadeira anatomia... dou
minha palavra, se eu não fosse frio, já teria atravessado
as paredes, pelo menos tentaria. Seu corpo havia sido totalmente alterado,
no mínimo, da cintura para baixo, suas pernas foram trocadas agora
por seis patas metálicas parecidas com as de uma aranha. Vários
fios passavam desordenadamente sobre seu corpo e sua face mais parecia
de um drogado. Tentei não me desesperar e pensar num jeito de sair
daquela sala. Primeiro pensei em agir como todos os outros que ali se encontravam,
o que não foi difícil, pois desde criança eu conseguia
controlar minhas emoções. Foi quando eu vi McMorus andando
com os olhos arregalados e direcionados para o horizonte. Procurei chegar
mais perto, sem chamar muita a atenção, e foi aí que
me dei conta de uma coisa, quando um de nós passava da sala para
o tal corredor, antes entrava numa cápsula onde dava para ver o
vidro da cápsula vibrar. Logo tirei duas conclusões: 1ª.
A vibração do vidro era causada pelo atrito de algum som
na cápsula; 2ª. O efeito do som não era permanente e
precisava então ser redosado. Então tive uma idéia...
tirei duas barras de chiclete (sempre trago comigo) do bolso, masquei-os
discretamente, é claro, e coloquei-os furtivamente nos ouvidos de
McMorus, ele estava em trans, não ia nem ligar no que eu estava
fazendo... logo após arranquei dois pedaços de espuma da
minha jaqueta e coloquei em seus ouvidos (ainda bem que eram da mesma cor
da pele dele). Fiz o mesmo comigo. E não foi que funcionou? Depois
seguimos pelo corredor, por sinal bem comprido, com várias entradas,
até quase o final do mesmo. Colocaram-nos quatro a quatro, em pequenos
quartos onde se devia deitar no chão e a porta era aberta por um
toque.
Esperei um tempo até McMorus acordar. Quando acordou, percebi
em sua face a fadiga que aquela bosta de transe causa em nossos cérebros.
Demorei um pouco para situá-lo no que estava acontecendo, nem ele
se lembrava bem o que tinha acontecido, ele me falou que recebeu um telefonema
e a partir daí não se lembra mais de nada... expliquei a
ele que nós também recebemos um telefonema, mas não
sei por que, e esta tem sido a pergunta que ainda não conseguimos
desvendar, eu não fui afetado pela merda daquele som... sorte? Creio
que esta não seja a resposta que procuramos...
Enquanto nós conversávamos, ouvimos passos de alguém
se aproximando no corredor, quase que instantaneamente tomamos nossa posição
anterior e ficamos quietos. A porta se abriu, e um alienígena, parecido
com o ET de Varginha só que sem chifres e a pele de cor meio amarelada.
Ele entrou no quarto portando um puta rifle nada convencional, mas que
já tinha visto em missões alienígenas antes, e não
quero nem pensar o que esta coisa pode fazer com nosso corpo, me lembro
numa missão alienígena um tiro desses destruiu toda uma proteção
de concreto a qual eu me mantinha. Jonh McMorus olhou para mim e deu um
aviso com os olhos, na hora ele pulou por trás do bicho e fechou
a porta, não deu nem tempo para ele virar e meti um direto de direita
na caixola dele. Sua cabeça girou rápida quebrando seu pescoço
sem muita demora. Que cara frágil... mas era nós ou ele.
Pegamos tudo que ele tinha, o rifle, dois cilindros que deduzimos ser “pentes”
do rifle, e um artefato que mais parecia com uma mini-televisão.
Botamos o corpo dele em cima da cama, para disfarçar nossa saída.
Naquele momento fiquei procurando pelo Cristhian e pelo Wayne, mas eu e
McMorus ficamos discutindo, porém ele estava certo, era melhor sobreviver
dois do que nenhum. Enquanto discutíamos, ouvimos barulho de passos
metálicos, logo me lembrei do Sr. Farinha, e não é
que o puto apareceu? Só vi o Jonh apertar o gatilho... um tiro plasmático
saiu do cano daquele rifle com uma força extraordinária...
o Farinha? Foi destruído em milhares de pedaços. Ele não
foi “fabricado” para lutar. Depois saiu um cilindro vazio da arma... tentamos,
mas tentar colocar um outro cilindro era quase impossível. Saímos
dali e nos dirigimos para a primeira sala a direita... tínhamos
entrado na sala de clonagem.... vários corpos de seres terrestres
clonados, às vezes em dezenas, às vezes em milhares. Um dos
clonados era o Mike Lambert, reconheci logo de primeira vista, seu corpo
estava em uma cápsula e seus clones em centenas de outras. McMorus
que era mais experiente em computação, chegou nos computadores
e começou a alterar a programação das máquinas
que clonavam, para fazer o inverso, desmaterializar os corpos, todos. Enquanto
eu ficava cuidando se alguém aparecia. De repente uma luz vermelha
e pontiforme bateu na minha testa, uma sensação de medo correu
por minha espinha, e tentei não me mexer, quando vi que vinha da
outra sala e estavam apenas estudando nossas armas e ligaram a mira infravermelha
sem querer, um alívio correu sob meu corpo. E outro correu sob minha
cabeça sabendo que lá poderemos pegar nossas armas da X-Com.
Quando McMorus terminou com o trabalho dele, esperamos até os aliens
saírem do laboratório, para pegar nossas armas... aí
cometemos nosso primeiro erro, entramos na sala pensando que não
havia mais ninguém. Até hoje não sabemos se foi milagre
dos céus, ou a mais pura sorte, que por incrível que pareça
conseguimos sair dali com duas pistolas da X-Com com vários pentes
e McMorus, para variar pegou material de explosão o suficiente para
acabar com um quarteirão, isto sem causar o mínimo de barulho.,
os que ainda estavam ainda estavam lá dentro nem perceberam nossa
entrada e saída. Conseguida as armas, seguimos corredor abaixo e
entramos num outro corredor que aparentava ser a saída... segundo
erro. Ainda bem que havia naves parecidas com as motos terrestres. Pegamos
duas e começamos a acelerar, não sabemos como, mas era comandadas
pelo pensamento, e poderia ser humano também. Mas nossa tranqüilidade
acabara rapidamente, de uma sala à esquerda vinha batalhões
de clones de seres humanos, agora putrefados, por causa daquela “mexidinha”
que Mcmorus deu na sala de clones. O problema não era matá-los,
era o número, eram mais ou menos dois contra dois mil, na
boa... hahaha, você acha que nós íamos ficar ali? Botamos
aquela moto para correr. Descemos um tipo de corredor cilíndrico
onde deu numa sala arredondada, com várias macas, onde estavam pessoas
que conhecíamos, como Klaus e o Cristhian. Não foi difícil
acabar com os cientistas alienígenas que estavam com eles, mas sim
o problema era acabar, ou só neutralizar, o que era meu objetivo,
não sei quanto ao Jonh, com o Cristhian, não é que
o filha da mãe estava lutando contra nós? E ele como já
conhecíamos, era fudido na lança. Tomei um tiro no braço
dele, ainda bem que foi com laser (Ããã, você
acha melhor tomar um tiro de laser ou de plasma?) e não caí
de mau jeito. Já McMorus não perdoou, deu três tiros,
sendo que dois no peito e um na cabeça de Cristhian. Deixamos seu
corpo na maca e nos dirigimos ao Klaus. Ele estava pálido, com uma
baita cicatriz na cabeça. Ele não estava em transe, pois
estava preso por cordas que, juro, poderia segurar milhares de toneladas
de força. Então vendo a impossibilidade de tirá-lo
dali, tentamos acordá-lo, nem chegamos perto, e ele falou:
- Eles querem pegar os melhores... cof, cof.... usá-los em suas
porcarias de experiências, cloná-los... e... dominar o mundo...
- O que devemos fazer? – eu pergunto
- Destrua sua fonte de energia, assim destruirá a nave a qual
estamos...
Ele disse mais ou menos onde se encontrava a sala principal e
logo após morreu. Eu e McMorus fomos de moto para a tal sala, mas
desta vez não entramos sem fazer um plano, o Klaus disse que conhece
um pouco do lugar porque foi ele que mais foi carregado através
das salas, e talvez o que mais sofreu cirurgias. Ele disse que existe um
tipo de passagem de ar, que na verdade é um cano por onde escapa
uma rajada de plasma para evitar sobrecarga do complexo. Por ali já
poderíamos entrar direto na sala de controle, e então ir
para a sala central. Mas teremos que calcular o período que leva
entre uma rajada e outra para poder passar do túnel para a sala
de controle. A entrada foi fácil, são 10 metros com um certo
declínio. O tempo de uma rajada e outra era de mais ou menos 5 segundos.
Se escondemos atrás de um pilar qualquer, mas mesmo assim um dos
guaridas, que no caso eram clones do Mike Lambert, verificar a causa do
barulho, que no caso foi a nossa deixa. Na hora eu e McMorus começamos
a fuzilar aquele desgraçado, só que isso chamou a atenção
do outro e um Mike já era foda, agora dois ia ser uma façanha.
Ele poderia ser maluco, psicopata, sei lá o que... mais lutava bem
paca. McMorus então começou a apelar, fez um explosivo que
grudava onde fosse jogado. Ele me entregou e não decepcionei, larguei
o bagulho bem no meio da cara de um dos filhos da mãe, que caiu
sobre o outro. A explosão ativou o sistema de alerta do complexo
e o nosso tempo se encurtou drasticamente. Pegamos as armas de plasma dos
clones, já em pedaços, e fuzilamos a parede, não queríamos
perder tempo. A sala central tinha o tamanho do Maracanã, sem brincadeira.
E possuía vários tubos cilíndricos florescentes espalhados
pela sala. Foi quando apareceu o Kenner Wayne, seus olhos arregalados e
sua aparência pálida denunciou seu estado... apesar de ser
meu amigo, preparei minha arma e apontei para ele.
- Pare Wayne!!! – eu gritei – Não quero matar você!!!
- Atira nele logo, ou eu faço isso! – McMorus falou para mim
– Ele está hipnotizado, vai nos matar!
Ele chegava cada vez mais perto, com passos cada vez mais lentos,
mas quando ele pôs sua mão no bolso, larguei três tiros
bem na cabeça. Após isto fechei os olhos e baixei a cabeça
desconsolado. McMorus tentou me reanimar, mas antes disto já veio
em minha cabeça que se ele voltasse ao normal, não seria
mais o mesmo... fiz um bem... acabei com o seu sofrimento.
Após isto instalamos várias bombas na sala, todas
elas. McMorus instalou também seu relógio nas bombas dando
5 minutos para nós sairmos dali. Quando estávamos voltando,
encontramos Wolfgang Krauser junto com mais ou menos doze alienígenas,
todos parecidos com aquele que vimos lá no quarto.
- Oi amigos ! Sentiram minha falta? – fala com uma certa calma Wolfgang.
- Seu traidor!!! Sempre confiei em você !!! Agora tá do
lado desses filhos da puta!!! – Grita McMorus.
- Calma! Vocês estão assim porque não entenderam
a boa ação que eles vem tentando fazer a nós. Eles
vão curar o mundo, criar novos caminhos, novas idéias.
- O Caramba! Se eles fossem assim não estariam querendo eliminar
nossa raça!!
- Ô McMorus! – eu cochicho para ele – Falta só 3 minutos
para este lugar ir pros ares!!!
Nessa hora nem falamos mais nada, viramos as costas e subimos naquele
túnel, contamos o tempo e fomos. Só que foram atrás
de nós, e foi aí que tive uma idéia. Fiquei no outro
lado do túnel esperando eles virem, (pô, são todos
programados, nem vão se lembrar das rajadas temporárias do
plasma) e fiquei atirando até dar os quatro segundos, neste momento
corri e claro eles foram atrás de nós... só que não
contavam com a descarga de plasma que acontece ali a cada 5 segundos. Resultado:
Wolfgang foi reduzido à moléculas.
Com “nossas” motos, voamos, literalmente, pelos corredores buscando
a saída, ainda bem que as motos não se desequilibravam
quando atropelava alguém. Faltava apenas 1 minuto para a explosão...
a saída cada vez mais difícil de atingir... foi quando vimos
uma das saídas da nave sendo fechada... naquele momento, nunca senti
tanta adrenalina, até conseguirmos passar por um triz da abertura
da nave. Quando saímos, vimos o mar aberto, provavelmente o Oceano
Pacífico. A maior sorte foi quando as motos, chegaram perto da água
, se alteraram involuntariamente, e se transformaram num tipo de lancha.
Ótimo, seguimos acelerando até não mais ver a nave,
o que demorou horas... vocês não tinham idéia do tamanho
da nave. A explosão fez apenas suas luzes apagarem e a nave afundar,
e não explodir como pensávamos. Mas foi o suficiente, pelo
menos para nós, estar vivo já era a maior recompensa. Deixamos
as motos em constante funcionamento até pararmos numa das ilhas
da Polinésia, onde fomos resgatados por um barco de pesca. Nem voltamos
à Dallas, muito menos à base de lá, fomos passar uma
temporada na Oceania, e talvez partiremos para a base X-Com de Paris, talvez
alegando como únicos sobreviventes, ou atuando como novos recrutas...
eles precisaram de gente como nós...