Encontra-se à venda, em português, as seguintes obras de Nietzsche:

 

O Anticristo

 Prefácio:
    "Este livro pertence aos homens mais raros. Talvez nenhum deles sequer esteja vivo. É possível que se encontrem entre aqueles que compreendem o meu “Zaratustra”: como eu poderia misturar-me àqueles aos quais se presta ouvidos atualmente? – Somente os dias vindouros me pertencem. Alguns homens nascem póstumos. As condições sob as quais sou compreendido, sob as quais sou necessariamente compreendido – conheço-as muito bem. Para suportar minha seriedade, minha paixão, é necessário possuir uma integridade intelectual levada aos limites extremos. Estar acostumado a viver no cimo das montanhas – e ver a imundície política e o nacionalismo abaixo de si. Ter se tornado indiferente; nunca perguntar se a verdade será útil ou prejudicial... Possuir uma inclinação – nascida da força – para questões que ninguém possui coragem de enfrentar; ousadia para o proibido; predestinação para o labirinto. Uma experiência de sete solidões. Ouvidos novos para música nova. Olhos novos para o mais distante. Uma consciência nova para verdades que até agora permaneceram mudas. E um desejo de economia em grande estilo – acumular sua força, seu entusiasmo... Auto-reverência, amor-próprio, absoluta liberdade para consigo... Muito bem! Apenas esses são meus leitores, meus verdadeiros leitores, meus leitores predestinados: que importância tem o resto? – O resto é somente a humanidade. – É preciso tornar-se superior à humanidade em poder, em grandeza de alma – em desprezo..."

 

(Para a) Genealogia da Moral

 Prólogo:
    "(...) Meus pensamentos sobre a origem de nossos preconceitos morais - tal é o tema deste escrito polêmico - tiveram sua expressão primeira, modesta e provisória na coletânea de aforismos que leva o título Humano, demasiado humano. Um livro para espíritos livres, cuja redação foi iniciada em Sorrento, durante um inverno que me permitiu fazer uma parada, como faz um andarilho, e deitar os olhos sobre a terra vasta e perigosa que meu espírito percorrera até então. Isto aconteceu no inverno de 1876-77; os pensamentos mesmos são mais antigos. Já eram, no essencial, os mesmos que retomo nas dissertações seguintes - esperemos que o longo intervalo lhes tenha feito bem, que tenham ficado mais maduros, mais claros, fortes, perfeitos! O fato de que me atenho a eles ainda hoje, de que eles mesmos se mantenham juntos de modo sempre firme, crescendo e entrelaçando-se, isto fortalece em mim a feliz confiança em que não me tenham brotado de maneira isolada, fortuita, esporádica, mas a partir de uma raiz comum, de algo que comanda na profundeza, uma vontade fundamental de conhecimento que fala com determinação sempre maior, exigindo sempre maior precisão. Pois somente assim convém a um filósofo. Não temos o direito de atuar isoladamente em nada: não podemos errar isolados, nem isolados encontrar a verdade. Mas sim, com a necessidade com que uma árvore tem seus frutos, nascem em nós nossas idéias, nossos valores, nossos sins e nãos e ses e quês - todos relacionados e relativos uns aos outros, e testemunhas de uma vontade, uma saúde, um terreno, um sol. -Se vocês gostarão desses nossos frutos? Mas que importa isso às árvores! Que importa isso a nós, filósofos!... (...)"

 

Crepúsculo dos Ídolos

Prefácio:
    "Conservar a sua serenidade frente a algo sombrio, que requer responsabilidade além de toda medida, não é algo que exige pouca habilidade: e, no entanto, o que seria mais necessário do que a serenidade? Nada chega efetivamente a vingar, sem que a altivez aí tome parte. Somente um excedente de força é demonstração de força. - Uma transvaloração de todos os valores, este ponto de interrogação tão negro, tão monstruoso, que chega até mesmo a lançar sombras sobre quem o instaura - um tal destino de tarefa nos obriga a todo instante a correr para o sol, a sacudir de nós mesmos uma seriedade que se tomou pesada, por demais pesada. Qualquer meio para tanto é correto, qualquer "caso", um golpe de sorte. Sobretudo a guerra. A guerra sempre foi a grande prudência de todos os espíritos que se tornaram por demais ensimesmados, por demais profundos; a força curadora está no próprio ferimento. Uma sentença, cuja origem mantenho oculta frente à curiosidade douta, tem sido há muito meu lema: increscunt animi, virescit volnere virtus (Os espíritos crescem e a virtude floresce, à medida que é ferida - N.T.). Uma outra convalescença, que sob certas circunstâncias é para mim ainda mais desejável, consiste em auscultar os ídolos... Há mais ídolos do que realidades no mundo: este é o meu "mau olhado" em relação a esse mundo, bem como meu "mau ouvido"... Há que se colocar aqui ao menos uma vez questões com o martelo, e, talvez, escutar como resposta aquele célebre som oco, que fala de vísceras intumescidas - que encanto para aquele que possui orelhas por detrás das orelhas! - para mim, velho psicólogo e caçador de ratos que precisa fazer falar em voz alta exatamente o que gostaria de permanecer em silêncio... Também este escrito - o título o denuncia - é antes de tudo um repouso, um feixe de luz solar, uma escorregadela para o seio do ócio de um psicólogo. Talvez mesmo uma nova guerra? E novos ídolos são auscultados?... Este pequeno escrito é uma grande declaração de guerra; e no que concerne à ausculta dos ídolos, é importante ressaltar que os que estão em jogo, os que são aqui tocados com o martelo como com um diapasão, não são os ídolos em voga, mas os eternos; - em última análise, não há de forma alguma ídolos mais antigos, mais convencidos, mais insuflados... Também não há de forma alguma ídolos mais ocos... Isto não impede, que eles sejam aqueles em que mais se acredita; diz-se também, sobretudo no caso mais nobre, : que eles não são de modo algum ídolos... Turim, 30 de setembro de 1888, no dia em que chegou ao fim o primeiro livro da Transvaloração de todos os valores."

 

Assim Falou (ou Falava) Zaratustra

Preâmbulo:
    "(...) O homem é uma corda estendida entre o animal e o Super-homem: uma corda sobre um abismo; perigosa travessia, perigoso caminhar, perigoso olhar para trás, perigoso tremer e parar. O grande do homem é ele ser uma ponte, e não uma meta; o que se pode amar no homem é ele ser uma passagem e um acabamento. Eu só amo aqueles que sabem viver como que se extinguindo, porque são esses os que atravessam de um para outro lado. Amo os grandes desdenhosos, porque são os grandes adoradores, as setas do desejo ansiosas pela outra margem. Amo os que não procuram por detrás das estrelas uma razão para morrer e oferecer-se em sacrifício, mas se sacrificam pela terra, para que a terra pertença um dia ao Super-homem. Amo o que vive para conhecer, e que quer conhecer, para que um dia viva o Super-homem, porque assim quer o seu acabamento. Amo o que trabalha e inventa, a fim de exigir uma morada ao Super-homem e preparar para ele a terra, os animais e as plantas, porque assim quer o seu acabamento. Amo o que ama a sua virtude, porque a virtude é vontade de extinção e uma seta do desejo. Amo o que não reserva para si uma gota do seu espírito, mas que quer ser inteiramente o espírito da sua virtude, porque assim atravessa a ponte como espírito. Amo o que faz da sua virtude a sua tendência e o seu destino, pois assim, por sua virtude, quererá viver ainda e deixar de viver. Amo o que não quer ter demasiadas virtudes. Uma virtude é mais virtude do que duas, porque é mais um nó a que se aferra o destino. Amo o que prodigaliza a sua alma, o que não quer receber agradecimentos nem restitui, porque dá sempre e se não quer preservar. Amo o que se envergonha de ver cair o dado a seu favor e que pergunta ao ver tal: “Serei um jogador fraudulento?” porque quer submergir-se. Amo o que solta palavras de ouro perante as suas obras e cumpre sempre com usura o que promete, porque quer perecer. Amo o que justifica os vindouros e redime os passados, porque quer que o combatam os presentes. Amo o que castiga o seu Deus, porque ama o seu Deus, pois a cólera do seu Deus o confundirá. Amo aquele cuja alma é profunda, mesmo na ferida, e ao que pode aniquilar um leve acidente, porque assim de bom grado passará a ponte. Amo aquele cuja alma transborda, a ponto de se esquecer de si mesmo e quanto esteja nele, porque assim todas as coisas se farão para sua ruína. Amo o que tem o espírito e o coração livres, porque assim a sua cabeça apenas serve de entranhas ao seu coração, mas o seu coração, o leva a sucumbir. Amo todos os que são como gotas pesadas que caem uma a uma da sombria nuvem suspensa sobre os homens, anunciam o relâmpago próximo e desaparecem como anunciadores. Vede: eu sou um anúncio do raio e uma pesada gota procedente da nuvem; mas este raio chama-se o Super-homem. (...)"

 

(Para) Além do Bem e do Mal

Prefácio:
    "Considerando que a verdade seja mulher, seria justificado suspeitar então que todos os filósofos, sendo dogmáticos, pouco percebiam de mulheres? Que a seriedade absoluta, a inoportuna falta de tato que até agora se têm utilizado para atingir a verdade eram meios demasiado desastrados e inconvenientes para conquistar os favores precisamente de uma mulher? Positivamente é que ela não se deixou conquistar. Toda a arte dogmática toma hoje uma atitude triste e desencorajada. Quando toma alguma atitude! É que há gozadores que pretendem que toda dogmática caiu por terra, mais ainda, que agoniza. Falando a sério, creio que há sérios motivos para esperar que todo dogmatismo em filosofia, por mais solene e definitivo que se tenha apresentado, talvez não tenha sido mais do que uma nobre criancice e um balbuciar. Talvez não esteja longe o tempo em que se compreenderá cada vez mais que coisa no fundo bastou para primeira pedra desses edifícios filosóficos, sublimes e absolutos, erguidos até agora pelos dogmáticos. Aparenta ser mais uma superstição popular qualquer procedente dos mais recuados tempos - como a superstição da alma que, sob a forma de superstição do sujeito e do eu, até hoje ainda não deixou de causar dano -, talvez um trocadilho, um equívoco gramatical, ou qualquer generalização de fatos muito restritos, muito pessoais, muito humanos, demasiado humanos. Esperamos que a filosofia dos dogmáticos apenas foi uma promessa a ser ultrapassada após milhares de anos. Semelhante ao caso da astrologia, numa época anterior ainda, ao serviço da qual se despendeu talvez mais trabalho, dinheiro, perspicácia, paciência, do que até agora se despendeu com qualquer ciência verdadeira. É a ela e às suas aspirações "supraterrenas" que se deve, na Ásia e no Egito, a arquitetura de grandioso estilo. Parece que, para gravar no coração da humanidade as suas eternas exigências, todas as coisas grandes devem vagar primeiro pela terra como carantonhas monstruosas e terríficas. Uma dessas carantonhas foi a filosofia dogmática, quando se manifestou na doutrina do Vedanta, na Ásia, ou no platonismo, na Europa. Ingratos não sejamos para com ela, conquanto se deva confessar que o erro mais nefasto, mais persistente e mais perigoso até hoje cometido foi um erro dos dogmáticos, ou seja, a invenção do espírito puro e do bem em si, feita por Platão. No entanto, agora que este erro foi superado, agora que a Europa liberta deste pesadelo volta a respirar e usufrui, pelo menos, de um mais salutar sono, somos nós, cujo dever é precisamente a vigília quem herda toda a força que a luta contra este erro desenvolveu e deu-lhe corpo. Argumentar a respeito do espírito e do bem conforme Platão seria de fato deturpar a verdade e negar o perspectivismo 3, condição fundamental de toda a vida. Quais médicos, poderíamos mesmo perguntar: "De onde provém tal doença no mais belo fruto da Antigüidade, que é Platão? Tê-lo-ia corrompido o maligno Sócrates? Teria sido Sócrates sempre o corruptor da juventude? Então, teria ele merecido a sua cicuta?" Entretanto a luta contra Platão ou para me tomar mais compreensivelmente e falar para o povo, a luta contra a opressão cristianoeclesiástica exercida desde há milhares de anos - porque o cristianismo é platonismo para o "povo" - criou na Europa uma maravilhosa tensão de espírito que nunca havia existido antes na terra. Com um arco tão fortemente tenso é possível atirar agora aos alvos mais longínquos. Positivamente o homem europeu sente esta tensão como uma calamidade e já por duas vezes se tentou com grande estilo afrouxar o arco, primeiro pelo jesuitismo e depois pelo iluminismo democrático. Com o auxílio da liberdade de imprensa e da leitura dos jornais, isto conseguiria que o espírito já não se considerasse tão facilmente a si mesmo como um "sofrimento"! (Os alemães inventaram a pólvora - as minhas felicitações! mas depois estragaram tudo - inventaram a imprensa. Todavia nós que nem somos jesuítas, nem democratas, nem mesmo suficientemente alemães, nós os bons europeus e espíritos livres, muito livres - possuímos ainda todo o sofrimento do espírito e toda a tensão do seu arco! Provavelmente também a flecha, a missão e quem sabe? o alvo..."
 

Ecce Homo

Prólogo:
    "Na previsão de que dentro de pouco tempo me veja obrigado a impor à humanidade a mais dura exigência que até agora se lhe impôs, creio indispensável dizer-lhe antes QUEM SOU EU. Na realidade pouca falta faria esta explicação, porque tenho dado testemunhos de sobejo acerca de minha personalidade. Entretanto, a desproporção entre a grandeza de minha alma e a PEQUENEZ dos meus contemporâneos se evidenciou no fato de que não fui ouvido, nem sequer compreendido. Vivo de mim mesmo, de minha própria crença, apesar da afirmação de que vivo não ser, talvez. senão um mero preconceito. Basta que eu fale com um homem "cultivado" qualquer, que tenha vindo veranear na Alta Engadina, para convencer-me de que NÃO vivo. Assim, pois, há um dever imperioso contra o qual se revolta até no íntimo o hábito e, mais ainda, o orgulho dos meus instintos. Consiste este dever em proclamar: - Ouvi-me! EU SOU ALGUÉM E, SOBRETUDO, NÃO ME CONFUNDAIS COM OS OUTROS. (...)"

 

A Gaia Ciência

Prólogo:
    "Talvez não baste somente um prólogo para este livro; e afinal restaria sempre a dúvida de que alguém que não tenha vivido algo semelhante possa familiarizar-se com a vivência deste livro mediante prólogos. Ele parece escrito na linguagem do vento que dissolve a neve: nele há petulância, inquietude, contradição, atmosfera de abril, de maneira que continuamente somos lembrados tanto da proximidade do inverno como da vitória sobre o inverno, a qual virá, tem de vir, talvez já tenha vindo... A gratidão aí emana sem parar, como se tivesse ocorrido o mais inesperado, a gratidão de um convalescente - pois a convalescença era esse inesperado. "Gaia ciência": ou seja, as saturnais de um espírito que pacientemente resistiu a uma longa, terrível pressão - pacientemente, severa e friamente, sem sujeitar-se, mas sem ter esperança -, e que repentinamente é acometido pela esperança, pela esperança de saúde, pela embriaguez da convalescença. Não surpreende que então venha à luz muita coisa irracional e tola, muita leviana ternura, esbanjada até mesmo em problemas de pêlos hirtos e pouco dispostos a deixar-se acariciar e atrair. Todo este livro não é senão divertimento após demorada privação e impotência, o júbilo da força que retorna, da renascida fé num amanhã e no depois de amanhã, do repentino sentimento e pressentimento de um futuro, de aventuras próximas, de mares novamente abertos, de metas novamente admitidas, novamente acreditadas. (...)"

 

Humano, Demasiado Humano

    "Com as suas continuações, que são duas, Humano, demasiado humano é o monumento comemorativo de uma crise. Como subtítulo traz essa obra: livro dedicado aos espíritos livres. Quase todas as suas proposições exprimem uma vitória; libertei-me com ele de tudo o que era estranho à minha natureza. Para mim todo o idealismo é exótico. Diz o título do livro: "onde vedes coisas ideais, eu vejo coisas humanas, ah! sobremodo humanas...". Eu conheço melhor do que vós o homem. A expressão "espírito livre" i não significa aí mais do que espírito libertado, espírito que retomou o domínio de si mesmo. O tom mudou completamente; por isso se julgará o meu livro prudente, frio, às vezes duro e irônico. Uma certa espiritualidade de bom gosto, aristocrática parece dominar ontinuamente uma paixão mais violenta que se agita subterraneamente. Sob esse aspecto, não é inexpressivo que precisamente o centenário da morte de Voltaire venha servir, de certo modo, de pretexto para a publicação do livro, em 1878. Voltaire é, em antítese a tudo o que sobre ele se escreveu, o grão senhor do espírito: precisamente como eu o sou. O nome de Voltaire em uma das minhas obras era realmente um progresso... para o meu lado... Observando mais atentamente, descobre-se um espírito impiedoso, que conhece todos os esconderijos onde se oculta o ideal, onde tem as suas grilhetas e, conjuntamente, o seu último refúgio seguro. Com um archote, que todavia não projeta uma luz desarchotada, ilumina-se de um clarão estonteante todo este mundo subterrâneo do ideal. É a guerra, mas uma guerra sem poeira e sem fumaça, sem rompantes bélicos, sem ênfases e contorções: tudo isso seria ainda um "idealismo". Um erro depois do outro vai sendo posto tranqüilamente no gelo; o Ideal não é refutado: gela. Aqui, por exemplo, vejo congelar-se "o gênio"; voltai a face, gela "o santo"; debaixo de uma geladeira também gela o "herói"; enfim, gela "a fé", a chamada "convicção"; resfria-se consideravelmente a "piedade"; quase por toda a parte gela a "coisa em si mesma". (...)" (Ecce Homo)

 

A Origem (ou O Nascimento) da Tragédia

    "O Nascimento da tragédia (Die Geburt der Tragodie), obra publicada em 1872. Nela, Nietzsche trata do quanto estava envolvido com o wagnerianismo, de sua ligação com o músico e compositor Richard Wagner; e também de sua ilusão nessa época. Pensava ter encontrado nele um aliado para trazer a tragédia para o palco como uma transfiguração cultural. Nesse aspecto, a ópera seria uma revolução. O filósofo traria, junto com Wagner, a "sabedoria trágica" dos gregos para sua época, aquele modo de ver a vida nua e crua. Com uma diferença, pois a tragédia não seria o desprezo da existência. Nela há uma celebração da vida, uma afirmação contrária à cultura metafísica cristã-platônica, que é uma negação. Mas, se Wagner não o fez e desapontou Nietzsche, este soube executar sua consagração à vontade de potência, ao esplendor vital. Existe também uma crítica profunda nessa obra quanto a Sócrates, considerado como um sedutor que tiranizou a Grécia pela razão exacerbada. O racionalismo fincava raízes e o ser humano perdia a graciosidade do seu todo corporal. Esclarece que, nesse ínterim, o "pathos" passou a ser visto como algo negativo. Um dualismo arrasador se instalava com os ensinamentos socráticos, seqüenciados por Platão."

 

Segunda Consideração Intempestiva

    "A segunda "Consideração intempestiva" (1874) põe à mostra o que é perigoso, o que corrói e envenena a vida nesse hábito tão nosso de cultivar ciência: a vida, molestada por causa dessa engrenagem, desse mecanismo destituído de personalidade, devido a despersonalidade do trabalhador e da falsa economia na "divisão do trabalho". O fim: a cultura, perde-se; o meio: o movimento científico moderno, barbarizou-se. Nesta dissertação, o "sentido histórico", que tanto ufana o nosso século, é apresentado pela primeira vez como uma moléstia, como um sinal típico de decadência."
 

 

O Caso Wagner / Nietzsche Contra Wagner

    "O caso Wagner (Der Fall Wagner), de 1888. Nietzsche faz uma crítica à música quando ela perde seu poder transformador, porque, para ele, ela é a flauta do deus Dionísio e, portanto, sagrada no processo de novas avaliações, novos valores. Wagner, nesse sentido, foi sua grande decepção. O músico colocara-se a serviço da decadência cultural e tudo o que se esperava de mudança, terminou em espetáculos para a burguesia e para todo tipo de "filisteísmo" da cultura. O filósofo volta a desferir suas críticas à Alemanha, ao cristianismo e a todo tipo de anti-semitismo. Mais um motivo para perceber que ele jamais poderia ter sido colocado à mercê dos propósitos nazistas. Põe também os alemães como responsáveis pela moral, por todo "imperativo categórico" que transforma condutas em normas universais (Kant). Julga que todo retrocesso da modernidade deve-se aos alemães, por seu excesso de idealismo, de metafísica. Não deixa passar incólume a Reforma Protestante como reforço metafísico. E Wagner identificou-se à Alemanha, a pátria da "covardia", segundo ele. Por isso, Nietzsche enfatiza que os alemães não o entenderam. Porém, mesmo diante de tantos obstáculos, ele reafirma o seu "amor fati" perante a vida e confia em seu projeto de transvaloração."
 

 

O Livro do Filósofo

    "Os fragmentos que compõem O Livro do Filósofo, escritos entre 1872 e 1875, tiveram publicação póstuma, como boa parte da ob ra de Nietzsche e foram reorganizados em diversas edições.  Só recentemente apareceram sob forma de volume isolado. Quase sempre integraram as Obras Póstumas, correspondentes às primeiras edições alemãs, que reuniam notas, livros incompletos e muito material diversificado, que em grande parte o autor, bastante cuidadoso com o seu trabalho (muitas vezes até reelaborado); O nascimento da Tragédia e Aurora, por exemplo, nem pretendia publicar." (Editora Centauro)

 

Fragmentos Finais

    "Estes fragmentos têm como base a prestigiosa edição preparada por Giorgio Colli e Mazzino Montinari, a partir de levantamentos no Arquivo Nietzsche em Weimar. Em ensaios, aforismos e poemas. Nietzsche exercita as audácias do seu estilo fulgurante, em fulminações e iluminações, sobre nacionalismo, racismo, moral, política, filosofia, sexualidade, estética, tragédia." (Editora UNB)

 

Cinco Prefácios Para Cinco Livros Não Escritos

    "Os cinco textos, constituem, ao mesmo tempo, indicações e como que projetos concentrados das obras que os sucederiam, abrindo diferentes possibilidades de questionamento, tematizando a cultura , a Alemanha do século passado, a arte e a filosofia, a verdade e o conhecimento. Como em outros textos do filósofo, estas questões estão baseadas no chamado helenismo, ou seja, em uma interpretação da cultura grega, de Homero e Heráclito, Sócrates e Platão, dos historiadores Heródoto e Diogenes Laerticos. Esta base é o ponto de partida para o pensamento de Nietzsche, na crítica da sociedade e dos valores modernos."

 

A Minha Irmã e Eu

    "Ainda há muitas dúvidas sobre a autoria da obra por Nietzsche. Este livro terias sido o último escrito pelo filósofo, durante um internamento no manicômio em 1889. Diz-se que escreveu às escondidas da família, pois sua mãe e irmã provavelmente o impediriam de publicá-lo. Considerado perdido por muitos anos, o manuscrito foi publicado em 1928 por uma editora americana."

 

A Filosofia na Idade Trágica dos Gregos*

Prefácio:
    "Em homens que estão longe de nós, basta sabermos os fins que se propõem para os aceitarmos ou os rejeitarmos em bloco. Julgamos os que estão mais perto de nós pelos meios que usam para alcançar os seus fins; e muitas vezes não concordamos com os seus fins, mas amamo-los em virtude dos meios que usam e por causa da qualidade do seu querer. Ora, os sistemas filosóficos são só inteiramente verdadeiros para os seus criadores: os filósofos posteriores consideram-nos normalmente um erro enorme, e para os espíritos mais fracos não passam de uma soma de erros e de verdades, enquanto fim supremo são, em todo o caso, um erro e, por isso condenável. Eis porque tantos desprezam o filósofo: é porque os seus fins diferem dos fins que aqueles se propõem; esses só de longe nos dizem respeito. Quem, em contrapartida, se alegra com grandes homens, também tem a sua alegria em tais sistemas, pois, mesmo que sejam inteiramente errôneos, não deixam de ter um ponto completamente irrefutável, uma disposição pessoal, uma tonalidade; podem utilizar-se para construir a imagem do filósofo: assim como a partir de uma planta se podem tirar conclusões sobre o solo. Em todo o caso, trata-se de uma maneira de viver e de ver as coisas humanas que já existiu, e que, por isso, é possível: o «sistema» ou, pelo menos, uma parte deste sistema, é a planta nascida neste mesmo solo. Vou narrar uma versão simplificada da história desses filósofos: de cada sistema quero apenas extrair o fragmento de personalidade que contém e que pertence ao elemento irrefutável e indiscutível que a história deve guardar: é um começo para reencontrar e recriar essas naturezas através de comparações. É também a tentativa de deixar soar de novo a polifonia da alma grega. A tarefa consiste em trazer à luz o que devemos amar e venerar sempre e que não nos pode ser roubado por nenhum conhecimento posterior: o grande homem. Esta tentativa de contar a história dos filósofos gregos mais antigos distingue-se de outras tentativas semelhantes pela sua concisão. Esta conseguiu-se porque, em cada filósofo, se mencionou apenas um número muito limitado das suas teorias, em virtude, portanto, de não apresentar uma imagem completa. Mas escolheram-se as doutrinas em que ressoa com maior força a personalidade de cada filósofo, ao passo que uma enumeração completa de todas as teses que nos foram transmitidas, como é costume nos manuais, só leva a uma coisa: ao total emudecimento do que é pessoal. É por isso que esses relatos são tão aborrecidos: pois em sistemas que foram refutados só nos pode interessar a personalidade, uma vez que é a única realidade eternamente irrefutável. Com três anedotas é possível dar a imagem de um homem; vou tentar extrair três anedotas de cada sistema, e não me ocupo do resto."


 

Ditirambos de Diónisos*

Prólogo:
    "Querendo dotar a humanidade de um benefício ilimitado, entrego-lhe os meus ditirambos.  Deponho-os nas mãos do poeta de Isoline, o maior e primeiro sátiro que hoje vive - e não só hoje..."

 

Aurora

    "Aurora (Morgenröte), obra publicada em 1881. O filósofo começa expondo que trata-se de sua campanha contra a moral. Nela encontra-se o eixo para a transvaloração de todos os valores, pois a moral tem usado de persuasão para seduzir a todos. Falta uma crítica séria sobre ela, a qual até transformou-se na "Circe dos filósofos". Chega-se, assim, à fórmula de Nietzsche para combatê-la: a autosupressão da moral, para que o homem aprenda a depender de si próprio e não da tradição, pois esta corrói a individualidade. O autor coloca-se o papel de preparar a humanidade para o que indica como "autoconhecimento". Pois os homens têm sido guiados pela decadência, vale dizer: pelo "espírito de negação" à vida e a isso tem santificado. Por exemplo, é o que adoram como "Deus", "espírito", "alma", "livre-arbítrio"; são pseudoconceitos que auxiliam a moral, reforça o filósofo. Pela Aurora, Nietzsche quer a auto-superação e não a renúncia de si em nome, do além;.da "anemia" de viver."

 

Correspondência Com Wagner*

Da Retórica*

Despojos de Uma Tragédia*

Páginas de Autobiografia*

Poemas de Nietzsche*

Vontade de Potência (livro esgotado)

 

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