Era do silício


As previsões aterradoras de certos contos de ficção científica de um Universo dominado pelas máquinas, em que o homem seria apenas um escravo dos computadores, não assustam o cientista da NASA Robert Jastrow. Astrônomo e geólogo, Jastrow lidera uma corrente de pensamento entre o místico e o científico que acredita na possibilidade de uma fusão do homem com os equipamentos por ele criados, visando a sua própria imortalidade — e não acha nada de errado nisso. "A Terra está assistindo ao fim da era em que a vida se baseou no carbono", assegura o cientista, referindo-se à matéria-prima dos seres vivos. "Em seu lugar estão começando a aparecer novas formas de existência — indestrutíveis imortais, com infinitas possibilidades — baseadas no silício", a matéria-prima dos chips eletrônicos.Segundo as surpreendentes idéias de Jastrow e de outros que pensam como ele, o computador cada vez mais especializado salvará a humanidade de um mundo cada vez mais complexo. O engenheiro americano James McAlear, por exemplo, fundou uma empresa especializada na fabricação de biochips. O seu grande sonho é criar uma espécie de cyborg, como o personagem do seriado americano de televisão, parte humano e parte máquina, que supere em eficiência os simples mortais.