No início do conflito o Brasil
procurou ficar neutro, mantendo uma posição de equilíbrio entre as grandes
potências, segundo a política externa de Getúlio Vargas. No entanto, com o
ataque japonês a Pearl Harbor no final de 1941 e as pressões que vinha
sofrendo por parte dos Aliados para que se definisse a seu favor, o governo
brasileiro rompeu relações com o Eixo no começo de 1942. Em agosto desse ano,
em vista do torpedeamento de cinco navios brasileiros por submarinos alemães,
nosso governo decidiu, no dia 22, declarar-se em estado de beligerância contra
a Alemanha e a Itália.
A 23 de novembro de 1943 foi
então criada a Força Expedicionária Brasileira, englobando a recém-criada 1a
Divisão Expedicionária e elementos do Corpo de Exército e dos Serviços
Gerais, num total de 25.334 homens, comandados pelo General-de-Divisão João
Baptista Mascarenhas de Morais.
Depois de meses de
preparativos, os transportes para a Itália deram-se entre 2 de julho de 1944 e
8 de fevereiro de 1945. Juntamente com a FEB seguiu o 1o Grupo de Caças,
esquadrão aéreo composto de 42 oficiais e pilotos e 400 homens de apoio,
equipados com 28 aviões P-47 Thunderbolt.
Desembarcadas em Nápoles, as tropas brasileiras
seguiram depois para a região de Pisa, na província de Toscana, centro-norte
do país, onde iniciaram suas operações de guerra. Dali se concentraram na
região dos Apeninos, entre os rios Arno e Pó (províncias de Toscana e Emília),
estendendo-se as operações, mais tarde, até o Piemonte, no norte da península.
A 5 de agosto de 1944 o 1o
escalão da FEB é incorporado ao 5o Exército americano, comandado
pelo General Mark Clark. Decidiu-se que a nossa Força Expedicionária
(Grupamento Tático) ficaria agregada ao 4o Corpo de Exército, com
exceção do Q-G Divisionário, ficando o comando do grupamento, do General Zenóbio
da Costa, subordinado ao daquele Corpo de Exército a 13 de setembro de 1944.
Em 16 de setembro o
Destacamento da FEB (Grupamento Tático) deslocou-se de Vada a Vecchiano,
tomando posse da linha Monte Comunale-Il Monte. Aí se dão as primeiras vitórias
brasileiras, com a ocupação de Massarosa e Bozzano. A 18 o General Zenóbio
decidiu ocupar Camaiore. Dali lançou-se todo o contingente à conquista das
elevações que dominam a rodovia La Rena-Gattoria. Assim conseguiu o
destacamento cerrar os prováveis postos avançados do sistema defensivo dos
Apeninos, a linha Gótica. A 26 de setembro o General Zenóbio, num avanço de
18 km, resolve atacar as posições inimigas em Monte Prano.
Em 28 de setembro o 4o
Corpo de Exército ordena ao General Zenóbio que prossiga até Castelnuovo di
Garfagnana, pelo vale do rio Sachio. Porém, com a ocupação das localidades de
Fornaci e Coreglia Antelminelli e a captura de uma fábrica de munições e
acessórios para aviões, aquela ordem foi suspensa.
Em outubro de 1944 o General
Dutra visita o teatro de operações da Itália e recebe a direção temporária
do 6o Corpo de Exército Provisional, composto do Destacamento FEB e
de um grupamento tático americano, a Task Force 45.
A 30 de outubro os brasileiros
conquistaram La Rochette, Lama di Sotto, Lama de Sopra, Prodescello, Pian de los
Rios, Colle e o monte San Quirico. Esse avanço encerra a primeira parte da
operação relativa a Castelnuovo de Garfagnana, chegando-se a 4 quilômetros da
posição inimiga.
Nesse mesmo dia o General Mark
Clark reúne todos os comandantes de tropas em seu QG de Passo de la Futa. Então,
a 1a Divisão de Infantaria Expedicionária é incorporada ao 4o
Corpo de Exército, substituindo os exaustos elementos da 1a Divisão
Blindada americana.
No dia 21 de fevereiro de 1945,
depois de uma série de marchas e contramarchas, com vitórias parciais e
derrotas, a 10a Divisão de Montanha, recentemente chegada,
apoderou-se de Monte Belvedere, ao passo que a 1a DIE lançava nova
investida sobre Monte Castelo, capturando-o. Aos poucos, a 10a Divisão
de Montanha conquista o monte Della Toraccia, graças à tomada de La Serra pela
1a DIE. A 5 de março de 1945 são conquistados, por fim, os montes
Della Castellana e de Castelnuovo, possibilitando a abertura da estrada Porreta
Terme-Marano ao tráfego aliado.
Tendo em vista completar a
ruptura da linha inimiga a oeste do rio Reno, em 16 de abril a 10a
Divisão e a 1a Divisão Blindada apoderam-se das regiões de Vergato
e Tole, chegando ao vale do Pó. No dia 21 as tropas brasileiras apoderam-se
ainda de Montese e depois Montello e Zocca. A partir daí coube ao 4o
Corpo de Exército cerrar sobre o vale do Pó. Em 28 de abril os brasileiros
intimaram a 148a Divisão de Infantaria alemã a se render em Fornovo,
aprisionando 14.779 soldados inimigos.
No fim de abril, com os Aliados
rompendo todas as linhas inimigas, vem a derrocada final dos alemães na Itália.
A 1a DIE ocupa então as localidades de Piacenza e Alessandria,
enquanto a 1a Divisão Blindada toma Novara e segue para Turim, onde
o 75o Corpo de Exército alemão, comandado pelo General Joseph
Pemsel, se rende. A última etapa da jornada, a 2 de maio, culminou na ligação
do Grupamento 11, brasileiro, com a 27a DI francesa em Susa, próximo
à fronteira francesa.
Em 29 de abril chegavam emissários dos generais alemães Vietinghoff-Scheel e Wolff, levando os termos da rendição. Finalmente, a 2 de maio de 1945, em Florença, é assinada a capitulação incondicional dos alemães pelo General von Senger und Etterlin e o General Mark Clark.
Retirado do site http://adluna.sites.uol.com.br/index.htm
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