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Por Damastor Ferreira*
Bem sei. Já te não lembras daquele tempo feliz... Daquela praia formosa onde tantas vezes te vi e onde tantas vezes nos divertimos, correndo, descalços, de mãos dadas e com os cabelos em desalinho, atrás das alvas gaivotas... E quando nos sentíamos fatigados do folguedo, íamos repousar naquele inesquecível pedaço de pedra e ficávamos, então, longo tempo, enlevados pelo doce prazer da brisa suavíssima, a contemplar as vagas que vinham semi-impetuosas, soluçantes, quebrar-se a nossos pés, ressaltar-nos a lactea espuma às faces, salpicar os meus cabelos e os teus formosos e encaracolados cachos... E hoje, então, relembrando esse passado cor de rosa, tão prenhe de ilusões sinto que as lágrimas umedecem meus olhos e ouço ainda como que a ressoar-me aos ouvidos aquele vago murmúrio das ondas, sonoras e inquietas... |
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*Damastor Ferreira - Foi iniciciado na ARLS 14 de Julho (Oriente de São Paulo), em 1921, tendo chegado a Mestre Maçom em 1923 e, posteriormente prosseguiu nos graus filosóficos até ser elevado ao grau 18. Na vida profana, foi agente comercial da antiga Estrada de Ferro Sorocabana. Deixou inúmeras crônicas e peosias publicadas em jornais de diversas cidades do interior paulista. Partiu para o Oriente Eterno em setembro de 1983. Dois de seus netos são maçons, os Iir.´. Paulo de Tarso e Tércio Dames Martello.. |
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