A missão do Cavaleiro

Escrito por: Valéria..^Å^njø Caídø®

Há séculos atrás em uma pequena aldeia havia uma criança pura porem insana que enlouquecia todo o seu povoado em plena época da inquisição. A isolaram em uma catedral e tentaram exorciza-la, pois diziam que ela estava possuída e que mais cedo ou mais tarde ela iria amaldiçoar sua própria Terra.
Anos se passaram e agora ela não é mais uma criança, ela cresceu e os protestantes aumentaram.
Ao passar dos dias sua vida ia se dificultando e a vontade de mata-la ia crescendo...
Ninguém daquele povoado poderia mata-la, ninguém apesar de querer não conseguia destruí-la. Em uma noite de tempestade surge um homem sob um cavalo preto. Ninguém conseguia ver o rosto desse cavaleiro, pois vê-lo representava a morte!
Todos aguardavam pela morte da menina maldita e todos queriam que o cavaleiro das sombras a levasse para as trevas.
Certo dia a menina estava caminhando pelo labirinto e de repente se depara com o cavaleiro, seus olhos brilham e então ele a vampiriza sugando todas as suas energias e seu poder, mas o sangue dela ainda estava intacto, pois seu sangue é puro e seu corpo ingênuo. Após vampiriza-la ele a leva em seus braços para a aldeia e sem perceber beija seus lábios e a transforma em humana. Ao chegar na aldeia todo seu povoado se reúne para ver sua morte.
O cavaleiro então se comove com o sofrimento da camponesa que agonizando pede por ajuda...
Apesar do sangue da camponesa ser amaldiçoado ela lutou para defender seu país e mesmo assim ela era a ovelha negra. O cavaleiro estava confuso, pois nunca havia sentido nada igual, porque sempre foi imponente, mas dessa vez algo mais forte que ele invadiu sua alma...
...Então chega o momento da revolta; todos queriam ver a morte da camponesa e essa vontade despertou o instinto assassino do cavaleiro e o desejo não era uma ordem, era simplesmente uma vontade!
Após isso a noticia se espalhou por todo o povoado e junto dele o ódio.
O cavaleiro a carrega em seus braços até o centro da cidade, ele não esperava sentir tanto remorso por cumprir com uma missão, a missão que destruiria parte dele. Com lágrimas de sangue escorrendo dos olhos ele ia se aproximando das chamas que mais tarde iriam carbonizar um belo corpo.
Passaram a corda pelo seu pescoço e antes de enforca-la o cavaleiro se pôs de joelhos e lhe pediu perdão. A camponesa aceitou o seu destino e perdoou o cavaleiro dizendo a ele que também o ama...
Agora já é tarde demais, chegou a hora; ela foi enforcada.
O cavaleiro foi até a camponesa, desamarrou a corda de seu pescoço e a deitou sobre o seu colo dizendo para ela retornar mesmo que fosse para não perdoa-lo, pois sua missão ainda não havia terminado. Por horas e horas ele ficou acariciando aquele belo rosto.
Ele a pega em seus braços e a carrega até a fogueira, lá ele a deita sob as chamas que começam a carbonizar o corpo e em segundos o corpo já não existe, agora só há cinzas.
O cavaleiro cumpriu sua missão e agora ele carregará em sua mente o remorso e em sua alma a dor.
Anos se passaram e o cavaleiro ainda não se esqueceu de sua camponesa e ainda carrega consigo as cinzas daquele corpo.
Quando o cavaleiro menos esperava, das cinzas surge a sua camponesa. Ela retornou a vida, a mesma vida que tiraram dela...
Seu corpo agora vaga pelo jardim de rosas e caminhando pelos espinhos sangrentos ela se entrega ao cavaleiro, agora ela é uma mulher e ele possue seu corpo, possue sua alma e agora eles são apenas um e vivendo apenas de dor, vingança e paixão.
Seu povoado esta morto e sua cidade desapareceu e o mundo nunca mais será o mesmo, pois destruiu quem lutou por ele e agora ele será destruído!

08 de maio de 2003.

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