O GLOBO, 24 DE JULHO 2005

 

ANÉIS DE SEGURANÇA VÃO PROTEGER OS LOCAIS DE COMPETIÇÕES DO PAN-2007

 

Esquema prevê até uso de atiradores de elite para evitar ataque terrorista

O plano de segurança dos Jogos Pan-Americanos de 2007, sob análise do Ministério da Defesa, prevê a transformação dos locais de competição em áreas superprotegidas contra ataques de terroristas, traficantes ou simples manifestações de descontentes com os jogos. A idéia é implantar o que foi batizado de Anéis Concêntricos de Segurança, conforme documento interno do Comitê Organizador do Pan (CO-Rio) aos qual O GLOBO teve acesso.

Segurança terá soldados
do Exército e PMs

Pela projeto, Maracanã, Riocentro, Vila Pan-Americana, Autódromo Nelson Piquet, Engenhão e demais áreas dos jogos serão declarados zonas de exclusão aérea, sendo permitido apenas o acesso de aeronaves credenciadas. Esses setores e mais os hotéis da Barra da Tijuca e da Zona Sul onde ficarão os dirigentes esportivos serão protegidos por soldados da PM e do Exército e seguranças particulares. O esquema prevê a inda o uso de atiradores de elite, que ficarão postados em pontos estratégicos nos locais dos jogos.

O raio de alcance de cada anel por instalação esportiva ainda está sendo estudado. O trabalho fica pronto no fim de setembro quando o CO-Rio vai concluir o manual de operação das instalações do Pan.

Segundo a proposta, a supervisão do esquema de proteção dos locais de provas será descentralizada. Cada área contará com o que foi batizado de CRSJ (Centro Regional de Segurança dos Jogos). Eles ficariam subordinados a um comando central de inteligência responsável por filtrar informações da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), do Ministério da Defesa e da PM, entre outras entidades.

O projeto, orçado inicialmente em R$260 milhões, prevê ainda um rígido controle de acesso do pessoal credenciado, entre jornalistas, funcionários e voluntários. As credenciais de serviço ganharão código de barras para a confirmação da identidade do portador. E também identificarão as áreas em que os portadores têm permissão de circular.

Voluntários saberão lidar com situações de risco

O documento revela preocupação especial com a movimentação do público. Para isso, entre os voluntários será formada uma equipe de Serviços ao Espectador. Eles serão treinados para identificar e lidar com situações de risco para o público, como brigas ou superlotação. A equipe terá que ter na ponta da língua todas as informações sobre as instalações esportivas. Segundo o documento, “no Brasil, os espectadores não estão acostumados com uma rede organizada de pessoas fornecendo informações (...) precisas e confiáveis (....) para estabelecer um ambiente seguro”.