Chiquinha
Gonzaga
Francisca Edwiges Neves Gonzaga(17/10/1847 – 28/02/1935) tinha uma visão
muito além do seu tempo. Foi compositora, instrumentista, regente.
Mas também foi alvo de fortes preconceitos, exatamente por desafiar
os padrões da época. Educada para ser uma “dama” da corte,
filha de uma mulher mestiça e de um respeitado militar, Chiquinha
aprende a tocar piano e de imediato se apaixona pela música, assinando
sua primeira composição aos 11 anos: Canção
dos Pastores. Numa época de total submissão feminina, onde
os interesses e valores eram absolutamente masculinos e as mulheres eram
consideradas propriedade do homem, Chiquinha rompe com o convencional,
mas às custas de muito sofrimento. Seu pai renegou-a quando ela
abandonou o primeiro marido – Jacinto Ribeiro do Amaral, um homem distinto
e elegante que, para a sociedade da época, a elevaria, ao status
de dama. Além disso deixou Chiquinha sem ter para onde ir, que acabou
sendo acolhida pela boemia carioca. Neste meio, Chiquinha Gonzaga conhece
o flautista Joaquim Antônio da Silva Callado que logo a incorpora
ao Choro Carioca. Chiquinha acreditou na igualdade dos sexos, lutou pela
abolição dos escravos, participou da campanha republicana.
Ela foi pioneira em muitas coisas: participou junto com Callado da criação
do estilo “Choro”, escreveu “Ô Abre Alas” que foi a primeira marcha
carnavalesca lembrada até os dias de hoje, foi a primeira maestrina.
Chiquinha também fundou a Sociedade Brasileira de Autores Teatrais (SBAT) que existe até hoje para defender os direitos dos artistas.
Sem dúvidas é a maior personalidade feminina da história
da música popular brasileira.
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