Mulher na Presidência da República

O feminismo é uma espécie de ‘sindicato’ de mulheres que se mobiliza desde o século 18, em reivindicação da igualdade social. As mobilizações porém, não passavam de barulhos, pois somente no século 20 as mulheres conquistaram o direito ao voto. Um dos primeiros países a tomar a iniciativa foi a Finlândia, em 1906. Logo mais, 19 deputadas ocupavam o parlamento finlandês e serviam de exemplo a outros países da Europa. As reivindicações feministas estenderam-se à educação e qualificação profissional. E para quem acha que o feminismo é uma bobagem, a Finlândia – que até então não era considerada civilizada – tem hoje o melhor padrão de qualidade de vida do mundo, com índice zero de pobreza, e registro irrisório de violência e mortalidade infantil. Neste país escandinavo – que conta com uma mulher na presidência da república – homens e mulheres são dotados de infinitas capacidades, têm o mesmo valor social e o altruísmo mútuo resume-se em tornar o mundo um lugar saudável, forte, completo e unido.

 Orgulho de ser Feminista

O feminismo é necessário. Mas não um movimento baderneiro, que reivindique libertinagem sexual para gays ou aborto para inocentes. Falemos de um feminismo saudável, que abomina as leis maquiavélicas que imperam em prol da desigualdade social.

O feminismo tem sua lógica e no Brasil há inúmeras razões sólidas para exaltá-lo. No final da década de 80, a mulher recebia 54% do salário do homem. Hoje, após muita bateção de panela, o progresso evoluiu para 65%. E tem político por aí que enche a boca para dizer que já há 30% de mulheres nas candidaturas. Mas por que a divisão não pode ser igualitária? Por que os partidos não admitem 50% de homens e 50% de mulheres em suas legendas? Afinal, o IBGE registra uma população feminina superior à masculina. Em que se baseiam as leis? O erro está na falta de consciência da população, não somente por desacreditar nas causas feministas, mas pela inércia em aceitar a desigualdade. Existe lei mais incoerente do que a da licença maternidade? Que empresa que está interessada em contratar uma mulher, para mantê-la improdutiva e afastada do cargo por quatro meses consecutivos? Esta é uma situação que deve ser reavaliada, para banir a discriminação.

O feminismo tem sua razão de ser, mas qual é o fundamento do machismo? Em que parte do Planeta Terra o homem é oprimido ou massacrado? Afeganistão? Oriente Médio? Ou será na Índia, que pratica imolação nas viúvas? Sorte a do homem que não tem hímem para ser mutilado, como acontece com as mulheres em 28 países da África. Será que os grotescos comerciais de cerveja e sabão em pó, e aqueles programas domingueiros vergonhosos, apresentam alguma razão plausível para denegrir o valor da mulher? Será que as revistas de mulheres peladas, exibidas às 3 horas da tarde no programa do Gugu, em rede nacional, estão sendo úteis ou contribuem para a educação das crianças e adolescentes do país? Os mentores destas imbecilidades deveriam ser punidos.

Há homens que se dão ao luxo de discriminar a mulher, como se eles fossem paridos por chocadeiras elétricas. Há homens que se esquecem de que um dia foram amamentados com amor. Há homens que pensam que nunca na vida terão uma família ou preocupações com a formação das filhas. Há homens que imaginam jamais colher o mal que plantam e vivem alheios aos compromissos humanitários. Há homens destemidos, que vivem como se fossem imortais. Mas o destino de muitos é irônico. Imagine que o gênio da comunicação, Sílvio Santos – homem mais querido e também mais machista do Brasil – fora presenteado com seis filhas e vai deixar nas mãos de sete mulheres o seu império multimilionário. É cômico. Hilário.

Se os machistas fossem um pouco mais inteligentes, sentiriam-se mais leves e satisfeitos por poderem contar com o companheirismo da mulher. Se tivessem bom senso, assimilariam o termo ‘cumplicidade’ sob uma outra ótica. A Bíblia prega a submissão, mas infelizmente ocorre um erro grave de interpretação. Submissão não é sinônimo de opressão. Comprova a teoria a professora Maria Lúcia, cujo marido ficou desempregado por dois anos. Sua família estava fadada a passar fome, se a única opção de sobrevivência fosse o patriarcalismo. Mas o que Malú fez? Abriu mão de suas vaidades para sustentar a família e se dedicar a três homens. Deixou de comprar roupas, vestidos, perfumes... para poder pagar a escola dos dois filhos. Deixou de ir ao cabeleireiro e à academia de ginástica, para economizar o salário e botar comida dentro de casa. Que belo ato de submissão e doação ao próximo! E isto não significa que prover as despesas lhe desse o direito de subestimar o marido, ter um amante ou chegar em casa às duas horas da manhã, alcoolizada. Pelo contrário, Malú é um exemplo de sensatez. Hoje seu esposo está novamente empregado e feliz por ter ao lado uma mulher tão fiel. Quem sabe amanhã seja ele a estender-lhe a mão? Afinal, para ficarmos desempregados basta estarmos empregados.

Não sejamos radicais, nem coloquemos todos os homens no mesmo patamar de crítica, pois nem todos são machistas ou repressores. No mundo há homens e Homens. E muitos deles são maravilhosos. Encantadores. Há homens que nos fazem sorrir, mesmo quando o mundo parece desabar. Há homens que têm almas puras e revestem-se de nobreza. Há homens que se voltam para Deus e enfeitam-se de dignidade, doçura, bondade. Há homens que enaltecem o valor da mulher. Há homens, pequenos grandes homens, que tornam a vida mais doce, mais poética e mais bonita. Há homens belos, mansos e humildes de coração. Há homens que merecem todo o respeito e admiração. Homens fortes, determinados, que não vêem na mulher uma propriedade mas, sobretudo, a sua outra metade.

Créditos: Maria Claudia Araujo - Revista Santana



 


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