Vinte anos convivendo com a AIDS

 

A AIDS que surgiu para nós brasileiros no início da década de 80, alardeou o mundo, mudou as preocupações sexuais e, de certa forma, esfriou as conquistas de liberdade sexual dos anos 60.
A AIDS atualmente não aparece mais como destaque na imprensa e parece até estar fora de moda se falar nela. O que será que está acontecendo com esta doença que foi tão alardeada e considerada uma verdadeira "praga"?
No início dos anos 80, a AIDS aparece na imprensa como uma doença ligada aos homossexuais masculinos, principalmente nos EUA, onde os jornais a chamavam de "Peste Gay". Isso reascendeu as bandeiras do preconceito homossexual e da liberdade sexual, já há muito conquistada. Logo depois, com as pesquisas avançando, se verificou que a doença era transmitida também heterossexualmente e pela via sangüínea. Novos preconceitos surgem agora contra as prostitutas e os drogados.
Seja por via sexual ou por via sangüínea o fato é que a AIDS se espalhou pela população brasileira e é hoje um grande problema: nosso país é o quarto do mundo em número de casos. O estado de São Paulo possui em número de casos por população, uma taxa superior à encontrada na Europa.
No Brasil, os casos eram no início de 80 quase todos para os homossexuais e bissexuais masculinos, mas em meados dos anos 90 somente 50% dos casos se enquadravam nesta categoria e 50% são agora de heterossexuais. Hoje se vê que o grupo que mais tem aumentado proporcionalmente em casos novos são as mulheres, tendo como via de transmissão a sexual.
Hoje no mundo a proporção de homens contaminados (H) para mulheres contaminadas (M) é 1H para 1M na África, 0,86H para 1M nos Estados Unidos e Europa e 23H para 1M no Brasil. Mas no Brasil esses dados apresentam uma série de problemas e entre os declarados heterossexuais a proporção é de 1H para 0,75 M.
A contaminação das mulheres, além da sua importância, acarreta um dos problemas mais graves do mundo que são os bebês aidéticos e os bebês órfãos. Os órfãos da AIDS são uma preocupação mundial, pois mulheres que geram bebês contaminados normalmente têm companheiros com AIDS e, portanto a criança virá a perder o pai e a mãe, ficando a mercê de parentes ou do governo.
Para meados de 2000, estima-se que o número de contaminados entre homens e mulheres se equipare, portanto o grupo de mulheres é o que deve mais estar alerta para a contaminação. Os cuidados de prevenção devem ser encarados como uma prática cotidiana e a contaminação via parceiro ou marido deve ser vista como uma possibilidade. Está na hora de repensar o relacionamento sexual dos casais com mais seriedade e amadurecer o conceito de fidelidade sexual, indo do discurso para a prática, ou assumir as medidas preventivas.

Outro mito que deve ser desmistificado é o do Coquetel Contra a Aids. As pessoas estão relaxando na prevenção, apoiando esta irresponsável opção na ação milagrosa daqueles remédios. É bom que se saiba que muitos não conseguem se adaptar às drogas, outros tem efeitos colaterais terríveis, em algumas pessoas os remédios perdem o efeito mais rápido que em outras, além dos tantos que abandonam o tratamento no meio. Portanto, a AIDS não tem cura, é preciso ter cuidado. Como dizem aqueles adesivos vendidos em camelô, por 1 real “AIDS: Essa porra mata!”

 Fonte: www.she.com.br (Adaptado pelo Furacão)



 


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