HISTÓRIA

 

Marilyn Manson é uma banda com 5 componentes que foi criada em Fort Lauderdale, sul da Flórida em 1989, quando um jornalista com um desgosto particular pela sociedade americana e um livrinho cheio de poemas e anotações curiosas se juntou a também estranho talentoso guitarrista com vontade de fazer algo novo. Os dois vinham de experiências frustrantes em jornais e bandas locais. Seus gostos eram parecidos e eles uniram forças.

A 1ª decisão do escritor foi mudar seu nome. Após algum tempo de pesquisa ele inventou algo que resumia perfeitamente o que ele queria para aquele projeto. O novo nome era emprestado de 2 grandes estrelas dos anos 60: a clamorosa Marilyn Monroe e o obscuro Charles Manson: Marilyn Manson. O guitarrista seguiu o exemplo e usou da mesma fórmula dos opostos criando Daisy Berkowitz. Esta fórmula seria usada até 1996.

Em 1990 o nome da banda era Marilyn Manson And The Spooky Kids e sua formação era: Manson nos vocais, Berkowitz na guitarra e na programação bateria, Olivia Newton Bundy no baixo e Zsa Zsa Speck no teclado. Bundy e Speck foram substituídos após dois shows por Gidget Gein e Madonna Wayne Gacy.

O 1º lançamento do grupo foi o cassete Meat Beat Cleaver Beat Big Black Bus. Nesta gravação, somente Manson e Berkowitz participaram, apesar de Gein e Gacy já estarem na banda. Enquanto Manson cantava, o versátil Berkowitz fazia o resto: guitarra, baixo, teclado e programação de bateria.

Um dos seus primeiros shows iria influenciar seriamente o futuro da banda: eles abriram para o Nine Inch Nails. O NiN não era conhecido na época e Trent Reznor (líder da banda) ainda não era influente nem tinha seu próprio selo, mas a amizade entre ele e Manson durou por muitos anos. Para manter contato após o show, eles trocavam fitas e se correspondiam.

O Spooky Kids desapareceu do nome da banda assim que Manson reparou na promoção que poderia fazer para sua banda com seu nome. A promoção da banda estava sendo muito trabalhada na época, pois aqui começaram a ser vendidos camisetas e adesivos. A influência de Manson no meio jornalístico local também ajudou muito para que algumas músicas do cassete chegassem às rádios.

E não era somente Manson que se preocupava com a imagem da banda. Na mesma época o show da banda começou a ser mais teatral, algumas surpresas eram feitas a cada show, e o visual de cada integrante estava começando a chocar algumas pessoas que iam para o show. As surpresas podiam ser cubos de letras que escreviam "Matem Deus" ou "Diversão Anal", sanduíches de pasta de amendoim sendo jogados na platéia, garotas enjauladas e algumas vezes a banda punha fogo em seus instrumentos. Gacy (que já era chamado de Pogo nesta época) ficava numa cabine chamada Pogo´s Playhouse, onde além de tocar teclado ele brincava com bonecos. Berkowitz usava uma peruca loira e uma saia. Tudo era válido para chamar a atenção.

A bateria eletrônica foi substituída em 1991 por Sara Lee Lucas. O evento foi comemorado com um jornalzinho, cheio de fotos de desenhos antigos, como Scooby-Doo. As colaborações de Lucas para a banda eram , segundo o jornal, assados e percussão. A mudança fez o som da banda melhorar tanto que eles foram indicados para o Slammies (prêmio para bandas da Flórida) em 1992 nas categorias melhor banda alternativa e melhor banda do ano.

Outro evento que ajudou na promoção da banda foi o Miami Rocks, um show somente com bandas da Flórida. Uma fita foi gravada no evento e vendida no resto do país, e não somente na Flórida como acontecia com os outros cassetes da banda.

Tanta exposição na cena local fez com que a banda se popularizasse entre adolescentes. Vendo o potencial de seus novos fãs, a banda tornou o jornalzinho regular e foi criada uma linha direta entre fãs e a banda. Em uma entrevista, Manson disse que se preocupava com o que falava, já que isso iria influenciar seus fãs. Ele começou a ser chamado de Papai pelos fãs.

Os cassetes foram feitos até 1992. O último foi The Family Jam´s, que continha algumas músicas que também estariam presentes no 1º CD da banda, Portrait Of An American Family, como Cake And Sodomy, My Monkey, Cyclops, Dope Hat, Lunchboz e Dogma (que se chamava Strange Same Dogma). Todas as fitas eram produzidas por Berkowitz e o projeto gráfico era de Manson. Elas eram vendidas apenas em shows da banda e hoje são consideradas raridades. Um exemplo é a fita Refrigerator, que tinha uma tiragem de apenas 100 cópias.

Em 1992 a banda mudou de nome (o Spooky Kids foi cortado), o que causou um pouco de confusão com o nome do vocalista. No final, ele seria chamado apenas de Mr. Manson.

No Slammies de 1993 a banda já estava mais conhecida e teve muito mais indicações: Melhor Banda, Melhor Banda Alternativa, Melhor Gravação Local (The Family Jam´s), Música do Ano (Dope Hat) e até Melhor Vocalista. Eles ganharam a melhor música e a melhor banda.

1993 foi com certeza um dos melhores anos para a banda. Além de ganharem os prêmios já mencionados, eles foram contratados pelo recém criado selo de Trent Reznor, o Nothing Records. O selo também declarou apoio à turnê do álbum, a Self-Destruct 94. Eles foram para o Criteria Studios e começaram a gravação de Portrait Of An American Family (POAAF).

As gravações não começaram muito bem. Reznor estava preparando seu lendário álbum The Downward Spiral, e indicou o produtor Roli Mossiman para trabalhar com a banda. O produtor iria tornar o som da banda mais pesado, o que não aconteceu. A banda ficou insatisfeita com o resultado. Reznor também não gostou e assumiu a produção do álbum. Eles passaram 7 semanas mixando o álbum no L. A. Record Plant. O crédito de Reznor em POAAF é somente de produtor executivo. O álbum foi lançado em janeiro de 1994.

Porém em dezembro de 1993 Gein já não fazia mais parte da banda. Segundo Manson, Gein se tornou um viado e "se preocupava mais em se drogar do que em tocar baixo com a banda". Twiggy Ramirez entrou na banda após este episódio.

O encarte do álbum teve duas fotos cortadas. Uma delas mostrava Manson ainda criança pelado. A promoção da banda tinha de ser agora nacional e já não era tão fácil. O 1º single, Get Your Gunn, foi boicotado em diversas rádios e a MTV só passava o clip em horários como uma madrugada de 2ª para 3ª. Ao contrário do resto do país, a Flórida recebeu o álbum muito bem e a banda ganhou mais um Slammie por Melhor Banda. Manson desta vez ganhou o prêmio de Melhor Vocalista.

Depois de abrir alguns shows para o NiN em Maio e Junho de 1994, a banda começou a Self-Destruct 94. O NiN ainda fechava os shows da banda aqui. A turnê foi de 29/08 até 11/12. Esta série de shows os tornou conhecidos no país inteiro. Os palcos continuavam a chamar a atenção, com mulheres enjauladas, etc...

O que mais promoveu a turnê não foram os shows nem o palco, mas sim as confusões causadas. O show de Salt Lake City é um dos melhores exemplos. Esta cidade é conhecida pelo seu conservadorismo. Uma equipe foi enviada pra ver o show da banda em Las Vegas, alguns dias antes. Para tocar na cidade, Manson teria de atender diversos requisitos, como não dizer nada entre as músicas, alterar as letras, não adotar o tradicional palco, nem vender camisas ou qualquer outro tipo de artigo promocional durante o show.

A banda concordou com os termos. Porém durante o show do Nin, Manson foi convidado por Reznor a entrar no palco. Ele trouxe uma bíblia do mormonismo (religião dominante na cidade) e começou a rasga-la página por página dizendo "ele (Deus) não me ama, ele não me ama, foda-se ele!".

Em outubro, Manson conseguiu se encontrar com Anton LaVey, criador da Church of Satan (CoS). Durante a visita, Manson recebeu o título de Reverendo. Segundo Manson, a visita a LaVey foi importante, já que ele inspirou muitas músicas da banda (My Monkey é uma adaptação de uma música de LaVey).

Outro incidente que ficou conhecido aconteceu no último dia da turnê. É uma tradição que a banda que fecha os shows pregue uma peça na banda de abertura. Porém, o NiN não deixou barato. Após o show da banda, o NiN jogou uma mistura de vaselina, talco, presunto e muitos outros nos membros do Marilyn Manson. Os seguranças do NiN pegaram todos da banda e trancaram eles numa caminhonete. Como se sabe, o visual da banda nos show não é convencional (Manson canta quase pelado, Twiggy e Berkowitz se vestem de mulheres). Os seguranças soltaram os integrantes da banda em outra parte da Philadelphia (cidade do show) com apenas U$1,00. Por sorte, eles conseguiram convencer 2 universitários a dar carona até o show. Manson disse que respeitou o que o NiN fez, pois era uma crueldade maior do que ele já tinha imaginado.

A turnê tinha acabado, mas não os problemas. Ao voltar para uma série de shows na Flórida, Marilyn Manson (banda) era conhecido como problema por onde ia. Num show em Jacksonville, Manson foi preso por "violação do código de entretenimento adulto", ou seja, nudez pública.

O 2º single de POAAF, Lunchbox já tinha sido lançado e a banda partiu para uma curta turnê no início de 1995. Desta vez eles fechavam os shows. A abertura ficou por conta de Monster Voodoo Machine. Durante esta turnê mais um elemento da mitologia da banda foi criada: a galinha.

Num acidente em janeiro, a banda quebrou uma jaula com uma galinha, que foi ferida quando caiu na pista. Alguns jornais disseram que a galinha foi sacrificada, apesar da galinha não ter sido morta. No último show da turnê, em março, a banda teria de cumprir a tradição. Eles jogaram ovos, tomates, farinha e vinagre no Monsters Voodoo Magnet no meio do show. Porém, o troco deles foi muito pior do que a salada grega que o Marilyn Manson tinha jogado. Eles deixaram o palco cheio de pedaços de galinha, forçando o Marilyn Manson a tocar num palco lotado escorregadio e mal cheiroso. O show foi um desastre, mas Gacy fez alguns samples de improvisação com Kill The Chicken. Muitos shows da banda ainda têm um coro de fãs gritando isso.

Na noite anterior a este show também aconteceu algo que marcaria a história da banda. Manson e o baterista Sara Lee Lucas já estavam brigando por algum tempo (em alguns shows, Manson jogou garrafas em Lucas e ele jogou as baquetas em Manson) e Manson estava frustrado pois alguns elementos do show tinham sido proibidos na região onde eles iam tocar. Naquele show, Manson iria (como sempre) incendiar sua guitarra. O problema é que ele também incendiou a bateria, e Lucas ainda estava atrás dela. Suas saídas estavam bloqueadas, mas ele conseguiu escapar. Lucas saiu sem ferimentos, ele só perdeu um pouco de cabelo no fogo. Lucas obviamente saiu da banda. Manson disse que o motivo da saída foram os atrasos de Lucas.

Após 7 meses de turnê, a banda parou por 2 semanas para escolher um novo baterista. O escolhido foi Ginger Fish. A banda conheceu Fish durante o show em Las Vegas. Ele está na banda até hoje.

Outra turnê começou. Agora Marilyn Manson tocava entre o KoRn e o Danzig. Os shows começaram em março e acabaram em maio de 1995. Pra variar, houve uma tensão entre o Danzig (que fechava os shows) e o Marilyn Manson. Para tentar fracassar com o show do Danzig, a banda fazia shows pesados e muito rápidos, já que após 3 ou 4 músicas o palco já estava quase destruído. Com estas apresentações, os fãs da banda aumentavam rapidamente. Outro personagem muito conhecido na história da banda surgiu aqui: Tony Wiggins, que remixou muitas músicas da banda em Smells Like Children e Remix & Repent. As relações entre Marilyn Manson e Danzig só melhoraram pois o vocalista do Danzid salvou a vida de Manson, Pogo e um rodie quando eles era atacados no backstage.

No Slammies de 1995 a banda foi indicada para Melhor Banda, Melhor Vocalista, Melhor Lançamento Nacional (POAAF) e Melhor Single (Lunchbox). Apesar de ganhar os prêmios por POAAF e Lunchbox, eles não estavam lá para recebe-los. Eles estavam filmando outro clip em New Orleans.

Os fãs esperavam que o novo single, Dope Hat, saísse em Junho ou Julho daquele ano, mas a banda parou para descansar depois da gravação do clip para esta música. O descanso serviria também para que a banda gravasse as músicas Lado B do single. As músicas gravadas foram tantas que não foi lançado um single, mas um EP com 15 faixas chamado Smells Like Children (SLC). Este mini álbum estreou no n.º 53 na parada da Bilboard. POAAF já era disco de ouro. Mais uma vez o clip de Dope Hat foi tocado pela MTV apenas em horários onde a audiência é quase nula.

Quando SLC foi lançado, Marilyn Manson já estava se tornando uma banda famosa. Apesar de não ser muito tocada nas rádios nem na MTV, a banda estava aparecendo em diversas revistas importantes, como a Circus e a Metal Edge. Daisy conseguiu até uma entrevista na Guitar World. Vendo a possibilidade de crescimento da banda, o departamento promocional da Nothing Records deu a seguinte nota para a imprensa: "Vejam eles agora antes que eles sejam presos, mortos, ou a melhor banda dos USA".

A Smells Like Children Tour começou. Agora quem abria os shows da banda era o Clutch. A turnê foi de setembro de 1995 até fevereiro de 1996. O tempo durante os shows era tão ruim que a turnê passou a ser chamada de Snow Tour. Manson estava tão doente que ele precisava de um tanque de oxigênio no backstage para se recuperar depois de cada show.

O episódio mais conhecido da Snow Tour aconteceu em Janeiro. Após tocar na Philadelphia, a banda iria de avião para Washington D.C. O aeroporto estava interditado, e a banda teve de ir de carro. A viagem duraria 3 horas, mas a neve atrapalhou e eles ficaram na estrada por 8 horas. Ao chegar ao hotel, a banda teve uma surpresa. O time de basquete do Orlando Magic e a Vila Sésamo estavam se hospedando lá também. Um dos jogadores do Orlando disse que o hotel parecia uma convenção de aliens.

No início de 1996 já começaram a ser feitas especulações sobre o novo álbum da banda, Antichrist Superstar (ACS). Ele era considerado a "trilha sonora do apocalipse" pelos próprios membros da banda. Segundo Manson e Twiggy, o álbum mostraria o futuro, o fim da banda, o fim do mundo. A gravação aconteceu no estúdio de Trent Reznor em New Orleans. Muitos diziam que este seria o último álbum da banda e que após sua conclusão eles se suicidariam.

Em abril a saída de Daisy Berkowitz tornou-se oficial. Ele não estava satisfeito com o novo som da banda. Problemas estavam acontecendo entre ele e Marilyn desde a turnê com o Clutch, quando Manson jogou Berkowitz para fora do palco. No entanto, ninguém sabia que o problema era tão grave.

Manson disse que Berkowitz não estava de acordo com a mudança musical da banda, e que ele queria manter seu próprio estilo. Ele também não estaria comprometido totalmente com a banda. Após sua saída, Daisy iniciou uma curta carreira solo com seu nome verdadeiro (Scott Putesky) e depois entrou no Jack Off Jill. Ele também processou Manson, a Nothing por não ter recebido os devidos créditos.

Enquanto ACS não saía, a banda lançou o 2º single de SLC: Sweet Dreams, uma cover dos Eurythimics. O clip desta vez não foi discriminado pela MTV e a quantidade de fãs da banda aumento muito. A música tocou muito, e os fãs mais velhos entraram em guerra com os novos. Os fãs mais velhos (que começaram a ser chamados de Spooky Kids, já que o nome menciona o começo da banda) achavam que os fãs novos (Sweet Dreamers) não entendiam a banda e que só estavam seguindo a moda. Após alguns meses de discussão, os fãs velhos e novos começaram a se entender melhor, já que aqueles que estavam comprando SLC devido somente ao fato da banda estar na moda já estavam gostando de outras coisas.

A 1ª data de lançamento especulada era 06/06 (menção óbvia a 666), mas o álbum só saiu no dia 10/08. Todas as críticas ao álbum eram positivas, dizendo que este disco era mais sério e profundo do que POAAF. ACS estreou no 3º lugar da parada da Billboard. A reação dos fãs foi positiva, mas muitos reclamavam da falta do tom humorístico de POAAF e SLC.

Com a saída de Berkowitz, a banda teria de achar outro guitarrista para os shows (Twiggy gravou as guitarras do álbum). O substituto foi Zim Zum, o 1º membro da banda a não ter seu nome oficialmente tirado do nome de estrelas e assassinos. Zim Zum vem do Kabbalah, um sistema místico judeu. A imprensa se referia a Zimmy como o "anjo que fez o trabalho sujo de Deus". O termo do Kabbalah que deu origem a seu nome é tzimtzum ou tsimtsum, que se refere ao espaço vazio que deus deixou no universo para a criação. Alguns acham que Zim Zum refere-se ao espaço vazio preenchido após a saída de Daisy. A 1º aparição de Zimmy aconteceu no clip de The Beautiful People.

Mais uma vez a banda apareceu em diversas revistas, só que agora a reportagem não era pequena e sem fotos, agora a banda aparecia na capa e em reportagens gigantes, cheias de fotos. Algumas revistas mais importantes também deram atenção para a banda, como a Rolling Stone e a Kerrang.

O 1º show de Zimmy foi num festival somente com bandas da Nothing. O show acabou com guitarras quebradas e a hospitalização de Ginger. No fim do show, quando Trent Reznor agradeceu à presença de todas as bandas, ele não mencionou Marilyn Manson.

Começava a maior turnê da banda, a Dead To The World Tour, que duraria 18 meses e incluiria shows na Europa e na América do Sul (lugares onde Manson nunca tinha tocado).

O palco era algo impressionante. Ele sugeria uma igreja quebrada, com um vitral no fundo que sugeria a briga entre satã e um anjo. Gacy teria tubos de órgãos na Pogo´s Playhouse e Manson teria um palanque.

A turnê teve diversos problemas, não somente nos shows, mas o álbum enfrentou dezenas de problemas legais. Mesmo assim, ACS vendeu 1,500,000 cópias somente nos USA, o triplo de POAAF. Seguiram-se mais 2 singles: Tourniquet e Man That You Fear.

Com o fim da Dead To The World Tour a banda entrou em estúdio para a gravação de um novo álbum. Manson lançou um livro sobre a história de sua vida chamado Long Hard Road Out Of Hell. Também foi lançado o vídeo sobre a Dead To The World Tour.

No começo de 1997 começaram os rumores sobre o novo álbum da banda. Alguns diziam que ele se chamaria The Suffering Servant e que seria mais obscuro que ACS. Após diversos meses de espera, foi divulgado em agosto que o álbum se chamaria Mechanical Animals e seria lançado no dia 15/09. Começaram a aparecer novas fotos da banda com um visual renovado. Muitos fãs já começavam a reclamar. Com o lançamento da Golden Years, cover de David Bowie, as críticas dos fãs começaram a aumentar. Uma nova geração de fãs começou a surgir. Nessa época também foi anunciada a saída de Zim Zum. Existem duas explicações para isso: o próprio Zimmy diz que saiu da banda por vontade própria, pois não queria mais ficar na sombra. Já Manson disse que ele foi expulso pois não se lembrava mais das músicas de ACS, o que a banda achou ofensivo.

Para substituir Zim Zum foi escolhido John 5. Não se sabe a origem do seu nome. Seu verdadeiro nome é John Lowery e ele já tocou com David Lee Roth.

O lançamento de álbum foi um sucesso comercial. Ele estreou no 1º lugar da parada da Billboard e muitas pessoas acham que o Marilyn Manson é a solução para a crise que o rock está vivendo hoje.

 

Quem ele era, e por que Marilyn Manson???

 

Seu Verdadeiro nome é BRIAN WARNER, nascido em 5 de janeiro de 1969 e pouca gente sabe, mas ele era jornalista antes de incorporar seu personagem. "Às vezes eu escrevia crônicas, mas quase sempre era obrigado a fazer reportagens. Só que isso não me satisfazia, por que eu queria falar sobre mim, e não criar outras pessoas e outros mundos para eles...". Talvez por ter estado do outro lado, ele diz que não se irrita tanto quando muitos ex-colegas de profissão vivem acusando ele de fantasiar seus problemas de infância com o único intento de incrementar o seu marketing pessoal. Seu pseudônimo vem das misturas de nomes como o da atriz MARILYN Monroe e do assassino Charles MANSON.

 

Como ele se descreve e quais suas inspirações???

 

Surpreendentemente ele se diz tímido, mas que é do tipo que diz o que pensa na lata. Se considera um rebelde, e confessa não existir mais diferenças entre o Manson dos palcos e a pessoa que existe fora deles. A única coisa que muda, segundo ele, é a maneira de se vestir. "Algumas pessoas me consideram como alguém estritamente negativo, incapaz de amar. Quase ninguém é insano o suficiente para unir o positivo ao negativo, eu busco isso. Eu vivo a vida assim, as coisas com que me preocupo é que me fazem feliz e me sentir melhor e maior, me dão a capacidade de amar. Com o ódio também é assim". Ele se diz um admirador de David Bowie, Madonna, Alice Cooper, Iggy Pop e Kiss. Ele também disse que a música foi a válvula de escape para que ele não se tornasse um serial-killer também. Obcecado pelo tema, leu todas as biografias dos mais famosos serial-killers como Ted Bundy, Jeffrey Dahmer, Daivid Berkowitz, entre outros, e disse saber exatamente o que se passava por suas mentes, pois já sentiu o que eles sentiram. "Eles viviam a vida como se ela tivesse lhes tirado tudo de bom, então a única maneira de se expressarem foi cometer crimes hediondos. Não estou dizendo que amanhã vou pegar uma arma e matar quem estiver na minha frente. Eu não quero ser preso, pois não poderia cantar mais..." (risos)

 

A Infância perturbada e o Cristianismo...

 

Ele confessou ter sido vítima de abuso sexual por parte de um vizinho quando tinha 8 anos de idade. Ele sempre foi muito frágil e magro, e vivia apanhando dos seus colegas na escola. Apesar de vir de uma família rica e de sempre ter estudos em colégios de elite e - pasmem - religiosos, disse que possui um ódio mórbido do seu avô que, segundo ele, foi a pessoa mais má de que já teve notícia, um pervertido sexual. "Minha infância foi uma merda, eu sempre estava fugindo de algo e de alguém. Minha única fuga era ouvir Heavy Metal. Era a melhor maneira de sair da minha realidade...". Ainda adolescente ele passou a usar o blush e o batom da mãe e a usar máscaras de Halloween, não se importando se fosse Natal ou 4 de Julho. Ele diz que tudo isso foi a culpa incutida pelo cristianismo que, segundo ele, impede que as pessoas sejam entes individuais. Usar a maquiagem foi a maneira que ele encontrou de ser diferente. "Todo mundo tem que ter um demônio dentro de si. Foi o Demônio que conseguiu manter o cristianismo em pé por tanto tempo. Você não tem um sem o outro. Eu quero mostrar às pessoas os dois lados, é como Marilyn e Manson...".

 

Satanismo e Filosofia...

 

O maior fator de revolta dos anti-Marilyn Manson é a crença religiosa do vocalista. Afinal, ele admite ser satanista e anti-cristo, tendo sido convertido à doutrina durante sua turnê com o Nine Inch Nails, em 1994. Em passagem pela Califórnia, Marilyn Manson se encontrou com Dr. Anton Szandor LaVey, fundador da Igreja de Satã, e do Best-seller "A Bíblia Satânica". O papo foi bom, os dois se identificaram e LaVey lhe deu um cargo de Padre. É por isso que Manson, ocasionalmente, autodenomina-se "Reverend Marilyn Manson". "De fato, sou um padre na Igreja de Satã!" ele diz, orgulhosamente. "O Satanismo é uma filosofia que me fascina, é a maior rebelião contra a ordem e Deus. Mas também me interesso por Nietzche, Freud, o fim do mundo e outras filosofias. O satanismo é normalmente percebido como a adoração do diabo. Na realidade, o satanismo é a obliteração do cristianismo, que objetiva controlar as pessoas. Elas, enfim, podem escolher viver com suas próprias forças internas...”

"As pessoas precisam aprender que elas podem ser diferentes se quiserem. Se eu puder apontá-los para a direção certa, eu o farei, pois por causa da religião, muitas pessoas se sentem culpadas por serem elas mesmas. Há um mundo inteiro, com pensamentos livres, idéias próprias, enfim, de individualidades, que precisa ser urgentemente explorado! As crianças devem saber que não estão sozinhas. Por ser tão extremo, quero dizer que qualquer um pode viver fora da sociedade e ter sucesso. Não estou dizendo 'seja como eu', e sim 'liberte-se e seja você. E eu tenho certeza que os garotos me entendem..."