LÚGUBRE

Olho o vazio,

Ouço o silêncio,

E em pensamento

escrevo versos descabidos,

Molho a pena nas lágrimas que brotam d’alma.

Olho o silencio,

Ouço o vazio

Onde a memória jaz inerte,

Perdida n’algum ponto obscuro

De um passado que há muito se foi,

Dói meu coração,

Como se nele habitasse

Uma terrível culpa

Cujas causas desconheço.

Cura? Não haverá por certo,...

Há sim, e eu sei,...

Uma sentença à cumprir,...

Resignado e incrédulo,

Passo a passo

Avanço na estrada,

Sem saber ao certo aonde me leva,...

Então,...

Sobra o vazio, o silêncio,...

Companheiros de caminhada

Parceiros de tristezas,

Que eu não queria suportar

Mas que teimam em corromper minha existência.

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