SOLIDÃO

UMA SIMPLES OLHADELA,

REPLETA DE CARROS, EDIFÍCIOS,

GENTE APRESSADA FEITO FORMIGAS ATÔNITAS,

COADJUVANTES NUMA COREOGRAFIA

ONDE A MÚSICA NEM TEM COMPASSO CERTO.

CERTEZA ÚNICA ESTAMPADA EM CADA ROSTO,

SOMENTE A DA LUTA SEM FIM,...

PARA QUE MESMO?

AH! PARA SOBREVIVER, VENCER,

SOBREPUJAR O MAIS FRACO.

O COLETIVO ALIMENTA-SE DA INDIVIDUALIDADE,

SEM MENTES OU SENTIMENTOS,

APENAS CORPOS ROTULADOS

PELOS ÍNDICES DE PRAZER QUE PODEM VIR A PROPORCIONAR

NUMA NOITE QUALQUER.

ENTÃO,

EM MEIO A FUMAÇA DAS FÁBRICAS, VEÍCULOS

E FUMANTES IGUALMENTE SEM RUMO;

SURGE UMA DOR ENORME,...

BEM NO MEIO DO PEITO.

E NENHUM AFETO HÁ QUE SE PROPONHA

A ACARINHAR ESTE VAZIO QUE DÓI.

NÃO DÁ PARA AMAINAR NEM CONFUNDIR

A INCONFUNDÍVEL DOR DA SOLIDÃO.

QUE TEIMOSA PERMANECE

MESMO QUANDO SE ESTÁ

COM ALGUÉM!