Arquitetura Gótica
..Introdução
Contexto Histórico
As Catedrais Góticas
A Catedral de Chartres
A Catedral de Notre Dame
Características das Construções Góticas
Imagens Arquitetura Gótica





Introdução

A arquitetura gótica, em termos de estética, qualidade, estrutura e acabamento, é considerada uma das mais belas e fascinantes de todo o mundo.

O estilo gótico é identificado como o período das grandes catedrais. De fato, com suas construções começaram a ser definidos os princípios fundamentais desse estilo. O gótico teve início na França, novo centro de poder depois da queda do Sacro Império, emmeados do século XII, e terminou aproximadamente no século XIV, embora em alguns países do resto da Europa, como a Alemanha, se entendesse até bem depois de iniciado o século XV.

O gótico era uma arte imbuída da volta do refinamento e da civilização na Europa e o fim do bárbaro obscurantismo medieval. A palavra gótico, que faz referência aos godos ou povos bárbaros do norte, foi escolhida pelos italianos do renascimento para descrever essas descomunais construções que, na sua opinião, escapavam aos critérios bem proporcionados da arquitetura.

Foi nas universidades, sob o severo postulado da escolástica - Deus Como Unidade Suprema e Matemática -, que se estabeleceram as bases dessa arte eminentemente teológica. A verticalidade das formas, a pureza das linhas e o recato da ornamentação na arquitetura foram transportados também para a pintura e a escultura. O gótico implicava uma renovação das formas e técnicas de toda a arte com o objetivo de expressar a harmonia divina.

A arquitetura gótica se apoiava nos princípios de um forte simbolismo teológico, fruto do mais puro pensamento escolástico: as paredes eram a base espiritual da Igreja, os pilares representavam os santos, e os arcos e os nervos eram o caminho para Deus. Além disso, nos vitrais pintados e decorados se ensinava ao povo, por meio da mágica luminosidade de suas cores, as histórias e relatos contidos nas Sagradas Escrituras.

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Contexto Histórico

O século X encontra a Europa em crise. O poder real, enfraquecido, foi substituído pelo feudalismo. Invasões ameaçam a França. Desprotegidos, o povo se organiza em torno dos castelos feudais, únicas - e precárias - fortalezas. A tensão popular conttribui para que se espalhe a crença propagada pela Igreja de que se aproxima o juízo final: o mundo vai acabar no ano 1000. A arte românica, expressão estética do feudalismo, reflete o medo do povo. Esculturas anunciam o apocalipse, pinturas murais apavorantes retratam o pânico que invade não só a França mas toda a Europa Ocidental. Chega o ano 1000 e o mundo não acaba. Alguma coisa precisa acontecer.
Em 1905, surgem as primeira Cruzadas. O feudalismo ainda permanece, mas tudo indica que não poderá resistir por muito tempo. Novos pensadores fazem-se ouvir, propagando suas idéias. Fundam-se as primeiras Universidades. Subitamente, a literatura cresce em importância. Muitos europeus, até então confinados à vida nas aldeias, passam a ter uma visão mais ampla do mundo. Profunda mudança social está a caminho.

Pressentindo a queda do feudalismo, a arte antecipa-se aos acontecimentos e cria novo estilo, que irá conviver durante certo tempo com o românico, mas atendendo às novas necessidades. Verdadeiro trabalho de futuristas da época, o estilo gótico surge pela primeira vez em 1127, na arquitetura da basílica de Saint-Denis, construída na região de Ile-de-France, hoje Paris.

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As Catedrais Góticas

A primeira diferença que notamos entre a igreja gótica e a românica é a fachada. Enquanto, de modo geral, a igreja românica apresenta um único portal, a igreja gótica tem três portais que dão acesso à três naves do interior da igreja a nave central e as duas naves laterais.

A arquitetura expressa a grandiosidade, a crença na existência de um Deus que vive num plano superior; tudo se volta para o alto, projetando-se na direção do céu, como se vê nas pontas agulhadas das torres de algumas igrejas góticas.

A rosácea é um elemento arquitetônico muito característico do estilo gótico e está presente em quase todas as igrejas construídas entre os séculos XII e XIV.

Outros elementos característicos da arquitetura gótica são os arcos góticos ou ogivais e os vitrais coloridíssimos que filtram a luminosidade para o interior da igreja.

As catedrais góticas mais conhecidas são Catedral de Notre Dame de Paris e a Catedral de Notre Dame de Chartres.

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Chartres,
uma das primeiras catedrais góticas da França



Catedral de Chartres


Fins do século XII. Graças ao apoio da burguesia e da classe trabalhadora, os reis conseguem retomar sua autoridade. Enfraquecido, o poder feudal vai aos poucos desaparecendo. A população passa a ter maior influência na vida pública nacional, da qual tinha sido até então mera espectadora. Eufóricos diante da própria importância, os habitantes de cada região sentem a necessidade de demonstrar sua emancipação. A catedral será o símbolo de sua vitória. Aí se realizarão não apenas os atos religiosos, mas as atividades comunitárias de todo o grupo: será a casa do povo. Não mais cheia de esculturas e desenhos tenebrosos, mas alta, imponente, iluminada. Que suas torres pontiagudas tentem atingir as nuvens. Livre do medo do fim do mundo, o povo é animado por novo sopro de fé. As paredes de seus templos devem deixar entrar a luz do sol em múltiplas cores que lembrem a presença divina
Da necessidade de construir catedrais que correspondessem à euforia e ao misticismo do povo, surgiu a arquitetura gótica. As primeiras foram construídas na França, ao redor de onde se encontra hoje a cidade de Paris; foi essa uma das primeiras regiões a eliminar o feudalismo.

Nobreza, clero e massa popular competiam em generosidade mística. O objetivo era um só: colaborar para a construção das dispendiosas catedrais. Com a autoridade monárquica cada vez mais assegurada, as antigas zonas feudais foram-se transformando e surgiram as primeiras cidades: Noyon, Laon, Sens, Amiens, Reims, Beauvais, onde se encontram as catedrais góticas mais belas do mundo.

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A Catedral de Notre Dame

Catedral de Notre Dame


Dentre todas as obras arquitetônicas góticas, destaca-se a Catedral de Notre-Dame ("Nossa Senhora") em Paris, na França, iniciada em 1163. É muito mais compacta e unificada, com o duplo deambulatório de coro prosseguindo diretamente para as naves laterais, e o transepto baixo e largo mal excedendo a largura da fachada. Como preparação para ao que encontraremos em seu interior, podemos notar também o sistema de construção de abóbadas: cada intercolúnio (excetuando-se o cruzeiro e o abside) ao longo do eixo central tem uma forma oblonga, dividida por um sistema de nervuras transversais, cada compartimento é, então, não apenas subdividido pela interseção de duas nervuras, sendo que extremidade de cada uma delas corresponde a uma coluna no assoalho da nave central. Isto é conhecido como abóbada sexpartida. Ao eliminar a parte do arco de plenavolta que mais responde a força da gravidade, as duas metades de um arco agudo se entrelaçam; desse modo, o arco de plenavolta exerce menos pressão externa do que o arco agudo e, dependendo do ângulo em que as duas sessões se cruzem, pode-se fazer tão íngreme quanto desejar. As potencialidades dos avanços de engenharia que se desenvolveram a partir dessa descoberta, já são evidentes em Notre-Dame: as grandes janelas do clerestório, a leveza e elegância das formas que refletem o desenho das nervuras das abóbadas são responsáveis pelo efeito de "ausência de gravidade" que, em geral, associamos aos interiores góticos. As paredes aqui não têm adornos, o que faz parecer mais delgadas.


Catedral de Notre Dame

Na Catedral de Notre-Dame, os contrafortes não são visíveis do interior. A planta mostra-os como maciços blocos de alvenaria que se projetam do edifício como uma fileira de dentes. Do exterior podemos ver que acima no nível das subdivisões das naves laterais cada um desses contrafortes transformando-se em um arco diagonalmente assentado, que sobe para encontrar o ponto crítico entre as janelas do clerestório, onde se concentra a impulsão externa da arqueação da nave central. Esses arcos, chamados de arcobotantes, continuarão sendo um dos traços característicos da arquitetura gótica.

O aspecto mais monumental do exterior da Catedral de Notre-Dame é a fachada oeste. Com exceção das esculturas, que foram restauradas, ela conserva seu aspecto original. Arcadas rentilhadas, imensos portais e janelas diluem a continuidade da superfície das paredes, transformando o conjunto em uma imensa tessitura em que se intercalam as aberturas cuja função é também ornamental. Comparando a fachada oeste com o portão um pouco posterior do transepto sul, podemos ter uma idéia de quão rapidamente essa tendência difundiu-se durante a primeira metade do século XII: na fase da chamada, a rosácea (como são chamadas as janelas circulares das igrejas góticas).


Os Gárgulas, esculturas do lado externo da Catedral de Notre Dame.


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Características
das Construções Góticas

A construção gótica, de modo geral, se diferenciou pela elevação e desmaterialização das paredes, assim como pela especial distribuição da luz no espaço. Tudo isso foi possível graças a duas das inovações arquitetônicas mais importantes desse período: o arco em ponta, responsável pela elevação vertical do edifício, e a abóbada cruzada, que veio permitir a cobertura de espaços quadrados, curvos ou irregulares.

Divisão da abóbada gótica. Os arcos ogivais (arcos cruzados em diagonal) distribuem o peso da abóbada, tornanda com isso mais leve.

Os arcos de meia circunferência usados nas abóbadas das igrejas românicas faziam com que todo o peso da construção fosse descarregado sobre as paredes. Isso obrigava a um apoio lateral resistente: pilares maciços, paredes mais espessas, poucas aberturas para fora. O espaço para as janelas era bem reduzido e o interior da igreja escurecia. O espírito do povo pedia luz e grandiosidade.

O arco em meia circunferência foi substituído por arcos ogivais ou arcos cruzados. Isso dividiu o peso da abóbada central, fazendo com que ele se descarregasse sobre vários pontos, simultaneamente, podendo ser usado material mais leve, tanto para a abóbada como para as bases de sustentação. Em lugar dos sólidos pilares, esbeltas colunetas passaram a receber o peso da abóbada.

O restante do peso foi distribuído por pilares externos. Estes, por sua vez, remetem o peso aos contrafortes - torres pontiagudas e muito trabalhadas, que substituem as maciças pilastras românicas, com a mesma função. As torres dão mais altura e majestade à catedral. As paredes, perdendo sua importância como base de sustentação, passam a ser feitas com um dos materiais mais frágeis de que se dispunha: o vidro. Surge a desejada luminosidade. Grandes e feéricos vitrais coloridos ilustram em desenhos cenas da vida cristã. A magia dos vitrais góticos, que filtram a luz do sol, enche a igreja de uma claridade mística que lembra a presença divina.


O Rei Davi, Catedral de Canterbury, Kent, Grã-Bretanha.


O sistema de suportes constituídos de pilares cantonados e fasciculados, pequenas colunas cilíndricas e nervos, junto com os arcobotantes, tornou a parede mais leve, até seu quase total desaparecimento. As janelas ogivais e as rosetas acentuaram ainda mais a transparência da construção. A intenção era criar no visitante a impressão de um espaço que se alçava infinitamente até o ceu.


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