Falhando na vida e na doutrina




Mateus 24:9-13

Jesus está se referindo aos que abandonariam a fé devido as perseguições e dificuldades e também aos que viriam trair e odiar outros cristãos. Ele se refere ao perigo dos g Falsos profetas e seus ensinamentos que causariam a queda de outros. Assim Jesus identifica dois pontos que fazem as pessoas caírem da fé; questões na vida e na doutrina. Paulo advertiu Timóteo da mesma maneira (1Timóteo 4:16), assim como Tiago aos seus leitores (Tiago 2:14-17).

Defeitos na vida e na doutrina ameaçavam a salvação e anulava os propósitos de Jesus na vida dos cristãos da era apostólica.



Falhando na vida

A Bíblia menciona basicamente dois caminhos para o pecado: primeiro há o sentido de fazer coisas erradas – este é o pecado que a maioria das pessoas entendem. Segundo há a idéia de não fazer as coisas certas – este pecado não é reconhecido imediatamente pelas pessoas.



1 - Fazer o que é errado



Poderia não surpreender o fato de que fazer coisas erradas (pecado na visão tradicional) é o caminho para os cristãos perderem sua salvação. Mas há muitos aspectos para isso que precisam ser considerados. Primeiro todo cristão peca. Isso é parte da condição humana, se alguém está interessado em seguir a Deus ou não. João falou disso em sua primeira epístola (1Jo 1:8-10)

Para um cristão comum na era apostólica, esse tipo de pecado era simplesmente parte da vida enquanto ser humano. Entretanto, esses pecados eram confessados e perdoados, não ameaçando a salvação. Outro aspecto do pecado na vida de um discípulo é a idéia d e que qualquer pecado poderia criar raiz na vida de alguém e custar sua salvação. Jesus alertou que todo pecado poderia amadurecer e levar a morte espiritual.



Tiago 1:13-15

Há uma diferença entre o nascimento do pecado e sua maturidade. Não só a diferença entre a natureza do pecado, mas a responsabilidade do pecador diante do pecado. Na igreja apostólica havia certa classe de pecados que eram tratados mais seriamente. A igreja era cuidadosa com esses pecados e era comandada a seguir direções e ações específicas em muitas ocasiões. Geralmente esses pecados constituíam uma ameaça imediata à salvação e revelava uma dureza de coração do pecador – mesmo que a pessoa estivesse no convívio. Vamos considerar evidências para essa classe de pecados na igreja apostólica.

Pecados que ameaçavam a salvação na época do N.T.

1Coríntios 5:1-6, 9-13, 6:9-10, 10:6-10

Os coríntios foram alertados que certos pecados não deveriam ser tolerados. As igrejas da Galácia foram alertadas que tanto pecados externos quanto pecados escondidos poderiam desqualificar um discípulo da herança no Reino de Deus (Gálatas 5:19-21)

As igrejas de Éfeso também foram alertadas (Efésios 5:3-6)

Paulo alertou Timóteo que pessoas pecariam de propósito e manteriam a aparência de bondade, e que essas pessoas não faziam parte do seu ministério. (2 Timóteo 3:1-5)

Tiago também alerta contra ser sem misericórdia com os outros e ser reclamão (Tiago 2:12-13, 5:9).

Pedro mostra os passos de deixar a fé. Primeiro alguém se torna dominado pelo pecado e depois dá as costas para o santo mandamento.


2- Falha no perseverar


Sendo óbvio que os pecados de ação podem custar a um discípulo sua salvação, então devemos perceber que perder o coração e falhar em perseverar e avançar o propósito de Jesus pode ter também o mesmo efeito. Um discípulo deve perseverar para ser salvo até o fim. Esse ensino é visto em numerosos alertas no N.T. A carta aos romanos alerta que os discípulos poderiam ser cortados se eles fracassassem em seu relacionamento com Deus (Romanos 11:17-22) Paulo alertou que os discípulos precisavam perseverar para receberem a aprovação e a recompensa de Deus (Gálatas 6:7-9)

Os filipenses foram ensinados que aqueles que se chamam discípulos, mas falharam em abraçar o padrão de vida em harmonia com a cruz de Jesus colheriam somente destruição (Filipenses 3:17-19). Em sua carta aos tessalonicenses, Paulo tinha medo que as perseguições que eles passavam pudessem levá-los a desistir da fé (1Tessalonicenses 3:1-5)

Paulo alertou Timóteo sobre as tentações do mundo que poderiam custar a salvação e a fé dos discípulos (1Timóteo 6:9-10)

O escritor de Hebreus estava preocupado que seus leitores abandonassem a fé por toda falta de perseverança: apatia, não ouvir, virar as costas para o discipulado ou negligenciar a santidade em suas vidas (Hebreus 2:1, 4:11, 10:36-38, 12:14).

Pedro alertou as igrejas que o crescimento espiritual era necessário para a segurança da salvação (2 Pedro 1:5-11)

Em sua mensagem às sete igrejas da Ásia, Jesus os alertou contra a negligenciado “ primeiro amor” (Apocalipse 2:4-5, 3:1-3, 3:14-16)

Na era apostólica, às vezes essa falta de perseverança era resultado de perseguição, às vezes por não ouvirem ou perder o coração com o passar do tempo. Às vezes era resultado de permitir o mundanismo ganhar espaço na vida individual sem resistir e às vezes era simplesmente por falhar em amar a Deus. Mas o resultado final dessas condições era o mesmo: na era apostólica um discípulo poderia perder sua salvação por falhar na fé.


A decisão de deixar


Na igreja apostólica havia exemplos em que alguns ativamente e propositalmente renunciavam seu compromisso de ser um discípulo e se distanciar do convívio cristão. Esta ação era mais proposital que uma simples falta de perseverança, embora isso tenha o mesmo resultado final de morte. Jesus falou sobre esse tipo de pecado (Marcos 4:16-17). Muitas outras passagens do N.T. discutem esse tópico de cair propositalmente da fé (Hebreus 3:12, 10:26-27, 1 João 5:16-17)

O comportamento associado com esse tipo de pecado é caracterizado por implacável teimosia em resolver questões com outros discípulos ou pecar deliberadamente após receber o conhecimento da verdade. Isso demonstra o resultado do gradual aumento do pecado na vida de alguém. (2 Pedro 2:20-21, Tiago 5:19-20)

Cristãos na era apostólica podiam (e foram) envolvidos em todas as formas de pecado enquanto clamavam ser discípulos de Jesus. O N.T. mostra que a igreja apostólica desejava e exigia (e se permitia) arrepender-se nessas áreas para trazer perdão e salvação para aqueles que estavam em pecado. A prática de restaurar aqueles que estivessem arrependidos de várias formas de “pecados que ameaçavam a salvação” é uma base significativa no N.T. Igualmente, alguns renunciavam a fé propositalmente e tinham a expectativa de que sem arrependimento não haveria salvação.



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