Introdução a Umbanda
Segundo alguns estudiosos a palavra Umbanda é um vocábulo
sagrado da língua Abanheenga, que era falada pelos
integrantes do tronco Tupy. Diferentemente do que alguns
acreditam, este termo não foi trazido da África pelos
escravos. Na verdade, encontram-se registros de sua
utilização apenas depois de 1934, entre os cultos de origem
afro-ameríndia.
O termo Umbanda, considerado por muitos como a "Palavra
Perdida" de Agartha, foi revelado por Espíritos integrantes
da Fraternidade dos Espíritos Ancestrais - conhecida também
como o "Governo Oculto do Mundo". Estes espíritos são Seres
que há muito não encarnam por terem atingido um alto grau de
evolução, mas dignam-se em irradiar e manifestar-se direta e
indiretamente nos templos de Umbanda para trazer a Luz
do Conhecimento, em nome de Oxalá - O Cristo . Utilizam-se
da mediunidade de encarnados previamente comprometidos em
servir de veículos para sua manifestação.
O Movimento Umbandista é um movimento filo-religioso surgido
no final do século XIX , no Brasil, quando entidades
espirituais passaram a manifestar-se, pela
mediunidade, em rituais de cultos praticados por Africanos e
Indígenas, miscigenados com elementos do catolicismo
introduzidos pela Raça Branca.
Na verdade, a eclosão do Movimento Umbandista foi
decorrência das necessidades cármicas que fizeram reunir, no
solo brasileiro, representantes das raças branca, amarela,
negra e remanescentes da vermelha. Assim, o Brasil
possibilitou o encontro de coletividades que alimentavam
rivalidades entre si e, de alguma forma, mantinham em seus
sistemas religiosos, fragmentos do Conhecimento Verdadeiro
usurpado pela humanidade em sua odisséia terrena.
O Brasil, conhecido pelos índios pré-cabralinos como BARA -
TZIL ( Terra da Cruz ou Terra da Luz) , deveria ser o local
do surgimento do Movimento Umbandista porquê, originalmente,
havia recebido a revelação do Aumbandan na época dos
Lêmures, no apogeu da Raça Vermelha, no Tronco Tupy. Foi
aqui também que a Tradição foi deturpada em sua essência,
consubstanciando-se na Cisão do Tronco Tupy nos grupos
Tupy-Nambá e Tupy-Guarany que defendiam, respectivamente, o
Princípio Espiritual e o Princípio Natural. Embora os Tupys
tenham, algum tempo depois, voltado ao seu caminho evolutivo
original, os resultados de sua Cisão ainda se fazem sentir
até hoje, persistindo na mentalidade humana o dilema entre o
Espírito e a Matéria.
Aqueles seres do Tronco Tupy não mais encarnam no Planeta e
mesmo poderiam partir para outros locais mais evoluidos do
Universo, entretanto, optaram por trabalhar em prol da
Humanidade, auxiliando-a a encontrar sua via justa de
evolução, restabelecendo a Tradição-Una, o Aumbandan.
Para servir a este propósito, o Governo Oculto do Planeta,
no momento adequado, lançou as sementes do Movimento
Umbandista, visando inicialmente o Brasil, devido a sua
estrutura única em congregar raças e crenças diferentes com
harmonia e tolerância. E assim, por dentro dos cultos
degenerados de várias raças existentes no Brasil, passaram
então a manifestar-se pela incorporação, os Espíritos
Ancestrais da Humanidade que se apresentavam, inicialmente,
na forma de Índios e, depois, também na forma de
Pretos-Velhos e Crianças. Apresentavam-se desta forma para
atingir mais facilmente a coletividade brasileira, que se
identificava, sincreticamente, com estes arquétipos da
Simplicidade, da Humildade e da Pureza.
O aparecimento destas entidades veio a configurar as bases
do Movimento Umbandista, que recebeu uma primeira
organização ritualística a partir de 1908, com o médium
Zélio Fernandino de Moraes, tomando o nome inicial de Alabanda e, depois, de Umbanda. Quase 50 anos transcorreram
até que, em 1956, o famoso Médium W.W. da Matta e Silva
revelou ao público os primeiros aspectos da Doutrina
Esotérica de Umbanda marcando a história com o livro Umbanda
de Todos Nós.
Atualmente o Movimento Umbandista conta com uma coletividade
estimada em 70 milhões de adeptos e simpatizantes,
entretanto, números mais precisos sobre esta população são
de difícil aquisição devido à própria estrutura do Movimento
Umbandista.
Esta estrutura comporta uma infinidade de Terreiros ou
Templos com rituais diferentes entre si, conseqüentes de uma
maior ou menor assimilação sincrética de elementos de outras
culturas e sistemas filosófico-religiosos. Este sincretismo
visa estabelecer uma ponte de ligação que permita a
transição gradual de indivíduos oriundos de outros sistemas
para a Umbanda.
Embora o panorama geral propiciado por estas variações
ritualísticas possa parecer heterogêneo, esta foi uma
estratégia utilizada pelos espíritos da Confraria Cósmica de
Umbanda como forma de minimizar as desigualdades sociais e
discriminações de qualquer origem. Portanto, o Movimento
Umbandista é capaz de receber indivíduos com características
e concepções sobre a espiritualidade muito variadas; para
cada um deles haverá um Terreiro ou Templo que mais se
adapte ao seu nível de consciência.
Como elemento de ligação dos diversos templos, encontra-se a
mediunidade através da incorporação de espíritos que se
apresentam nas três formas arquétipo: "Caboclos",
"Pretos-Velhos" ( mais adequadamente chamados de Pais-Velhos
) e "Crianças". Estas Entidades procuram impulsionar,
paulatinamente, as pessoas que procuram os terreiros para
patamares superiores de compreensão de si mesmos, do Mundo
Material e do Mundo Espiritual. Obviamente, quanto mais
sincrético for um terreiro, mais distanciado estará da
Essência e mais preso estará à Forma. Mesmo naqueles templos
onde predominam a busca da Essência e a verdadeira Iniciação
de Umbanda, os rituais abertos ao público apresentam apenas
uma ínfima parte da Doutrina, por respeito e caridade aos
consulentes, guardando para o interior do Templo os
fundamentos que esperam o momento certo para serem
revelados.