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Louie Weaver- O baterista do Petra |
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Como a banda de música cristã que possui o maior número de discos vendidos (Já são mais de seis milhões), o Petra foi parte crucial do trabalho pioneiro na popularização da música que é, hoje em dia, um dos únicos gêneros na indústria que mostra um crescimento percentual anual de mais de dois dígitos. Com artigos recentes sobre o rápido crescimento da música cristã publicados pelas revistas Time, People, Entertainment Weekly,Spin, Details e Rolling Stone, o Petra continua posicionado dentre os grupos mais visíveis e mais reconhecidos, enquanto se mantém dedicados a exprimir seus ideais através de suas performances, que têm por base seu ministério.
Sendo o único grupo que alcançou o primeiro lugar no CCM Update (tipo de Billboard para musica cristã contemporânea) em todas suas cinco categorias simultaneamente, o Petra já recebeu dois Discos de Ouro, três prêmios Grammy, inúmeros prêmios de Música Cnstã, e nove prêmios Dove.
Quando o assunto é música cristã, Petra é um nome que se destaca perante a opinião pública, um nome que reflete integridade, confiança e respeito. Depois de mais de duas décadas de tumês, em quase vinte países, com um total de 22 discos gravados, o Petra pode ser chamado de “a maior banda de música cristã do mundo”. Eles tem sido um dos grupos mais premiados, respeitados e conhecidos dentre todos os da música cristã contemporânea. Esse mês, a Modem Drummer traz para você uma entrevista com o baterista dessa banda de enorme sucesso, Louie Weaver. Conversamos com ele por telefone em sua casa, quando tinha acabado de voltar de uma de suas apresentações.
MD: Nos dê uma idéia geral da situação d sua banda. O que vocês andam fazendo?
LW: Bem, acabamos de finalizar nosso mais recente disco, chamado Petra Praise 2: We Need Jesus, estamos muitos animados com o resultado que obtivemos, pois esse disco chegou ao primeiro lugar na parada e ficou nessa posição por quatro semanas. Já temos um single desse disco que também chegou à primeira posição. E fantástico o que Deus está fazendo por nossa música. No momento, tocamos duas a três vezes por semana, geralmente sexta, sábado e domingo, somente durante o fim de semana. Durante a semana, fico em casa com meu fllhinho e minha esposa. Quando chegarmos ao fim do verão, começaremos uma turnê de outono, já temos 30 ou 40 apresentações agendadas. Estivemos trabalhando durante os fins de semana apenas para nos tomarmos melhores como um todo. Tudo está indo muito bem.
MD: Como você v a inflt*ncia do Petra na música gospel em geral?
LW: Acredito que o Petra tem sido sempre um referencial dentro da música cristã, tomando-se uma das mais importantes bandas dentro da indústria. É como se nós ditássemos certos padrões a que todas as outras bandas seguem. Nós levamos isso muito a sério, cremos que éisso que Deus quer que façamos, é uma grande responsabilidade estar em primeiro lugar fazendo o que fazemos. É algo que me impressiona muito o fato que, depois de 25 anos de banda, 16 desde que sou membro, Deus ainda permita que façamos o que fazemos melhor, que é tocar rock, sendo essa nossa forma de louvar o Senhor.
MD: Fale sobre o Comparison lntemational. Qual é seu objetivo? Como é que vocês contribuem para a causa?
LW: Há mais ou menos 14 anos atrás, um senhor chamado Devon Donaklson (um dos dirigentes da Comparison lntemationall nos procurou e disse que eles queriam usar bandas para influenciar pessoas durante os concertos para que patrocinassem crianças em países do Terceiro Mundo. Portanto nós, que vivemos, como dizem, na terra da fartura, deveríamos nos esforçar para dar àqueles que não têm nada do que nos está disponível. O que a banda faz durante os concertos é pedir às pessoas que doem uma certa quantia todo mês, creio que agora estamos pedindo 24 dólares, para que uma criança do Terceiro Mundo tenha tudo o que necessita. Tenho um filho, ele é a razão de eu fazer isso. Ao ver meu filho, penso sobre todas as crianças que não conheço (não há nada mais importante que as crianças de Deus), e que posso, usando apenas um pouco do que tenho, ter certeza que em alguma parte do mundo, um menino, uma menina, estão recebendo livros escolares, roupas e comida todo dia, coisas que não teriam se eu não os patrocinasse. O que é mais importante, eles recebem ensinamentos sobre quem foi Jesus Cnsto, e sobre o que ele fez por todos nós.
MD: Quando é você se tomou membro da banda? Como se interessou por tocar bateria e quando foi isso?
LW: Comecei a tocar bateria aos dez anos de idade, tenho 45 agora. Simplesmente decidi que iria me tomar um baterista, creio que desde que estava no primário. A partir do momento em que dei minha vida ao Senhor e aceitei Jesus como meu salvador, sempre quis tocar rock ‘o’ roll para louvá-lo. Quando terminei o colegial, tive a oportunidade de ir para uma faculdade, uma faculdade cristã, e enquanto estava lá, comprei um disco de uma banda chamada Petra. Comecei a escutar esse disco o tempo todo. O grupo veio tocar em nossa faculdade e, na época, eu estava tocando com uma outra banda, mas quando vi aqueles caras tocando, pensei comigo mesmo, “Isso é o que eu sempre quis fazer, ser parte de uma banda como essa”. Em meu grupo todos eram ótimo músicos, mas fiquei extremamente impressionado com eles. Comecei a orar, pedindo a Deus que me deixasse fazer parte daquele grupo. Depois de um ano de orações, Deus continuava a me dizer não, ele queria que eu ficasse onde estava. Eu estava no meu último ano de faculdade, perto da formatura, me formei, e continuava a pedir a Deus para ser o baterista do Petra. Sabe, quando pedimos a Deus para que faça alguma coisa, ou para que nos guie em certa direção, se estivermos lendo a Bíblia, se orarmos diariamente, se caminhamos pela estrada que Ele nos indicou, estaremos no centro de Sua atenção, e podemos nos dar conta de onde Ele quer que estejamos. É nesse lugar que eu sempre quero estar, onde Deus quer que eu esteja, e não onde eu quero estar. Portanto, continuei pedindo, e Ele continuou me dizendo “não, não, não”. Um dia, Ele disse “Sim”, e pediu para que eu esperasse por Ele. U o Salmo 27, que é sobre esperar por Deus. Conta a história de Davi, e explica como, quando seu exército estava prestes a ser atacado, e todo seu povo lhe perguntava, “Davi, o que vamos fazer?”, ele dizia, “Nós vamos esperar por Deus. Não agiremos até que eu o ouça, até saber o que Ele quer que façamos”. Fiquei tranqüilo então, pois havia ouvido Deus me dizer que esperasse por Ele. Uns três anos depois, quando já havia esperado por Ele por três anos, eu estava tocando com outra banda cristã, e essa banda se separou, os caras decidiram seguir outros caminhos. Fui para casa, e não pensei sobre o que Deus havia me dito que poderia fazer depois. Sem mais nem menos, Bob Hartman, o guitamsta, me ligou e disse, “Louie, não temos ninguém para tocar esse fim de semana. Você sabe de alguém que possa tocar nesses concertos conosco?”. Eu disse, “Não, mas eu tocarei”. Ensaiamos por duas vezes, tocamos nos concertos, e depois de havermos feito os dois shows, em Detroit e em Champaign, Illinois, Bob Hartman chegou para mim e disse, “Louie, nós gostaríamos que você fosse nosso baterista. O que você acha?” Eu disse, “Bem, primeiro tenho que orar”, e imediatamente disse, “Sim!”. Foi uma oração bem curta [nsos]. É como se Deus nos preparasse para o que Ele planeja para nós. Eu sabia que Deus me havia preparado por três ou quatro anos. Acredito que Deus tenha me preparado a vida inteira para ser o baterista do Petra. Ele me diz para onde tenho que ir, e é para lá que eu vou, pois sei que estou onde Deus quer que eu esteja ao fazer parte do Petra. MD: Como você se define como baterista? Você se considera mais técnico ou mais intuitivo?
LW: Bem, acho que sou mais um baterista musical do que um baterista técnico. Sou mais um baterista voltado ao sentimento. Sendo formado em música, conheço bem o aspecto técnio, mas sempre busco dar algo de mim quando toco. Tive aulas particulares durante o colegial, e meu professor sempre me dizia, “Louie, você não é tão técnico quanto os outros caras, mas você tem sentimento. Nunca perca isso, nunca deixe que ninguém o tire de você, porque talvez não seja capaz de tocar as coisas que os outros caras tocam, mas você tem sentimento. Você tem um talento natural”. E eu disse, “Tudo bem”. Sempre luto para me manter assim, fazendo com que esse sentimento esteja sempre presente. MD: Qual é o processo que a banda usa para compor as canções?
LW: Antigamente, era o Bob que escrevia a maioria das canções para o Potra. Ele costumava trazer uma fita (ele tem um pequeno estúdio em casa), onde gravava a música mais ou menos do jeito que a queria. E nós costumávamos ir para o estúdio e reproduzíamos a canção como achávamos que deveria ser. Se alguma coisa não soava bem, nós a mudávamos. Mas houve outras ocasiões em que ele, ou algum outro membro da banda, nos trazia uma canção e dizia,
“Aqui está o material bruto para essa canção. Vamos fazer com que ela tenha o nosso som. Um exemplo que posso mencionar é a canção “Quiet Place”, do disco No Doubt, o disco com o qual fizemos a tumê no Brasil, que nem era bem uma música no início, mas trabalhamos muito sobre ela, durante uns dois dias, e fizemos a canção se transformar no que é hoje. Foi assim que a criamos.
MD: Você se interessa por outros instrumentos além da bateria?
LW: Sim, eu comecei a tocar piano antes de tocar bateria. Mas não sou tão bom no piano quanto sou na bateria. Sou um baterista muito melhor do que sou pianista, mas gosto muito de tocar o plano, entendo as notas, e tudo o mais. Quando se vai para uma escola de música, tem-se que tocar todos os instrumentos melódicos, e todos eles se relacionam diretamente ao plano.
MD: No decorrer dos anos, que mudanças você fez no seu estilo de tocar?
LW: Já toco bateria há 35 anos, e aprendi desde cedo a tocar cruzando os braços. Na bateria toco com a direita, mas na realidade sou ambidestro, faço muitas coisas com a esquerda. Todos os meus licks acabavam na esquerda, e eu os tinha que começar com a esquerda e terminar com a esquerda. A maioria dos bateristas destros começam na direita e terminam na direita. Pensando nisso, decidi tocar meu chimbal, que está à minha esquerda, com a mão esquerda, e tocar minha caixa na direita. Dessa forma, não teria mais que cruzar os braços. Decidi tocar assim há uns quinze anos atrás. Por todo esse tempo, toquei com os braços abertos. E foi muito bom, mas minha técnica, e todas as coisas que treinei durante toda a vida, eram feitas com os braços cruzados. Durante muitos anos, havia tocado com os braços cruzados, e a decisão de tocar aberto foi legal para mim, melhorou minha maneira de pensar, e também minha maneira de tocar. Mas, no ano passado, resolvi voltar a tocar como antes, como fazia no início. Me sinto mais confortável, minha pegada é melhor, e os outros caras me dizem que eu estou tocando melhor. É ótimo tocar de ambas as formas, mas se tiver que ensinar um baterista que estiver começando agora, como, por exemplo, se meu filho decidisse aprender a tocar, eu faria com que ele tocasse o chimbal com a esquerda, desde o inicio. Eu já estou muito velho para aprender novos truques Irisol. Funcionou bem, eu diria que tive uns 75% de aproveitamento. Mas da forma anterior meu aproveitamento era de 100%. Portanto, se não for precisar de toda a minha técnica para tocar algo, toco de braços abertos com minha mão esquerda no chimbal. Mas se sei que existem certas coisas que não tocarei bem, cruzo os braços, para voltar a ter aquela velha pegada. Isso é o mais importante, como já disse antes, éfazer com que o sentimento esteja sempre presente.
MD: Você ainda estuda, ou treina, muito?
LW: Não tenho tido muitas oportunidades para treinar ultimamente, não da forma que gostaria. Tenho um quarto na minha casa que foi montado especificamerite para ser usado para exercícios, e já tive duas baterias. Entretanto, recentemente montei um estúdio em outro estaclo,,Eulocoi,aterias DW, qtw’.siq.ss ~pelhores-que.€pcistem,..ødecidiJevar.ci kit DW que tinha montado em meu quarto de exercícios para meu estúdio na Flórida. Portanto, no momento, não tenho uma bateria para praticar. Uma vez que meus tambores estão lá, e que quando estou em casa ajudo minha mulher em seu trabalho, além de passar muito tempo com meu filho, não tenho tido oportunidades para me exercitar. Mas logo que comprar uma outra bateria, poderei voltar a praticar algumas vezes por semana. Gosto de poder fazer isso, de dizer, “Bem, preciso tocar bateria”, descer até o quarto, e começar a tocar. Era isso que fazia quando tinha um kit em casa, simplesmente ia até o quarto e falava, “Agora é hora de tocar”. MD: Você gosta de fazer solos durante os shows?
LW: Com certeza, gosto muito. Na verdade, até recentemente, era costumeiro que eu tocasse um solo em todos os shows do Potra. Mas em nossa nova tumê (já fizemos uns 20 shows) não os tenho executado, exceto em uma apresentação em Montreal, no Canadá. Quando fizemos nosso show lá, tive que tocar um solo, porque a audiência ficava o tempo todo cantando, “Solo, Louie, solo, Louie” (risosl. Os outros caras me disseram, “Bem, Louie, você vai ter que tocar um solo”. Adoro tocar solos, e gostaria de fazer um todas as noites. Mas nós, a banda, decidimos que, como tocamos duas horas seguidas, deveríamos, “simplesmente tocar as canções, e assim louvar o Senhor. Se decidirmos que você, Louie, deve tocar um solo, ou se platéia exigir que o faça, então vamos em frente”. Eu prefiro tocar um solo, porque essa éminha expressão de louvor ao Senhor, agradecendo por tudo que Ele tem feito em minha vida. Eu os toco para Ele, como louvação. MD: Que tipo de ajustes você costuma fazer em sua bateria? Que tipo de afinação busca no estúdio de gravação? Os ajustes são diferentes para os shows ao vivo?
LW: Na maioria das vezes durante os shows, uso peles de ataque Emperor transparentes e peles de retomo Ambassador. Eu os deixo os tambores bem abertos, e afino a pele de cima e a de baixo na mesma nota. Quando vou para o estúdio, mantenho a mesma afinação, mas gosto de usar uma pele desenhada pela DW que é fabricada pela Remo, uma Ambassador que tem uma faixa especialmente formulada ao redor de sua borda, que faz com que as notas fiquem mais limpas, e o tom se tome mais suave. Portanto, no estúdio uso essa pele de ataque DW, e nos shows ao vivo uso as Emperor transparentes.
MD: Você usa equipamentos eletrônicos, como clíks, metrônomos, coisas assim? LW: Sim. Temos mais ou menos três canções em que gostamos de dar um certo realce, usando teclados e percussão eletrônica, como na canção “No Doubt”. Usamos um tape loop, que me dá um click, e isso proporciona um percussão extra, que realmente realça a canção, sem termos que ter uma porção de outras pessoas simplesmente para tocar percussão. MD: Como você toca o pedal do bumbo? Apenas com a ponta do pé ou com todo o pé?
LW: Eu uso a ponta do pé. Levando meu calcanhar e uso os dedos do pé. Eu costumava tocar com o pé todo, mas descobri que havia coisas que podia tocar mais rápido e melhor quando levantava o calcanhar e tocava com a ponta.
MD: Você afina sua caixa da mesma forma que afina os tom-toms? Totalmente aberta? LW: Não gosto de ter nenhum tipo de abafamento na caixa, eu a afino bem aberta, e bem esticada. Gosto de uma caixa bem firme, de som estalado. Costumo até mesmo a manter as esteiras bem esticadas.
MD: Como foi sua experiência quando tocou no Brasil? Vocês estão pensando em vir para cá outra vez?
LW: Se nos pedirem para voltar
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