Como São Dados Os Nomes dos Dinossauros


Para identificarmos e entendermos o mundo é que damos nomes aos seres vivos, aos minerais, aos fenômenos da física e da química, enfim, a tudo que nos cerca e às suas interações.

Caso queiramos descrever um evento, como por exemplo o avistamento de um gato doméstico, podemos dizer que vimos um gato.

Qual é o problema disso? São vários. Primeiro só seremos entendidos por pessoas que dominem a língua portuguesa, além do que existem vários tipos de gatos e não se pode identificar com exatidão como ele seria. Outra questão é que um mesmo animal pode ser conhecido por nomes diferentes em cada região.

Pensando em problemas como estes, o cientista sueco Carl von Linné criou um sistema que, apresentado pela primeira vez em seu livro Systema Naturae de 1758, é aplicado até hoje, identificando os seres vivos por nomes científicos através dos quais cientistas de países diferentes podem identificar com precisão um animal ou planta, mesmo que eles tenham um nome popular diferente em cada lugar. (apresentaremos aqui apenas o gênero e a espécie, sendo que a classificação completa será alvo de um próximo artigo).

Assim como identificamos uma pessoa pelo seu sobrenome (que indica o grupo familiar ao qual ela pertence) e pelo primeiro nome (que é sua identificação específica dentro da família), cada nome científico tem duas partes, sendo que, ao contrário das pessoas, o primeiro é que identifica o grupo de espécies ao qual o ser pertence (Gênero) e o segundo nos indica sobre qual espécie do grupo estamos falando.

Os nomes científicos são escritos com letras em itálico (inclinadas), sendo que a primeira letra da primeira parte (gênero) é sempre maiúscula. Todas as outras letras são minúsculas. Se escrevermos um nome científico com letra cursiva, deveremos sublinhá-lo.

A espécie é a unidade fundamental de classificação biológica e engloba seres que apresentam grande número de características em comum que não sejam compartilhadas simultaneamente por outros. Além disto, os membros de uma mesma espécie podem gerar descendentes férteis. Mesmo existindo diferenças de cor de pele, olhos e cabelos ou altura, duas pessoas geram descendentes que por sua vez podem gerar mais descendentes.

O Gênero é um agrupamento de espécies semelhantes e tem grande importância, pois é muito difícil se encontrar um esqueleto completo de um dinossauro e mesmo que seja encontrado pode existir dúvida se ele é de uma nova espécie ou se ele diferente de outros por ser mais jovem ou mais idoso que os fósseis já conhecidos., entretanto geralmente consegue-se determinar o gênero com muito maior facilidade e esta informação pode ser suficiente.

Estes nomes são baseados no latim, que foi a língua dos eruditos da igreja e da ciência durante a Idade Média e o Renascimento, quando muitos organismos foram classificados e descritos pela primeira vez, ou no grego.

O gato doméstico de nosso exemplo, é classificado como Felis catus, o que o diferencia em qualquer lugar do mundo de um outro felino parecido, como a jaguiatirica (Felis pardalis). Eles são de espécies diferentes e não geram descendentes férteis, mas são muito assemelhados, fazendo portanto parte do mesmo gênero (Felis).

Os nomes podem ser escolhidos para descrever alguma característica do animal, para identificar a região onde o fóssil foi encontrado ou para homenagear alguém. O cientista que classificar um achado pode usar até mesmo o nome de seu cachorro mas nunca o dele mesmo. Estes nomes deverão entretanto ser adaptados para uma forma latina.