A
empresa iniciou suas atividades em 1968 na forma de Sociedade Anônima por
produtores rurais do município de Santa Maria da Serra. De fevereiro de 1982 a
março
de 1986 passou a ser uma Sociedade Limitada. Hoje, a empresa está sob
administração da Família Zani. Até 1996 a empresa possuía três 3 fornos,
hoje já vem trabalhando com 5, o que a caracteriza como uma das maiores
processadoras de farinha do Estado de São Paulo.
Cerca
de 80% da
matéria-prima é obtida através de agricultores da região e o
restante vem de áreas de cultivo próprio em terras arrendadas. Sua produção atual é
de aproximadamente
dez mil sacas de 40kg por mês, sendo processado 1200 toneladas de raiz mensais.
A Plaza mantém hoje 30 empregos diretos e
100 indiretos na implantação da lavoura e na colheita.
Os produtos da empresa, vários tipos de
farinha de mandioca, como farinha grossa, fina e torrada, são comercializados na cidade de São Paulo (60%), interior do
Estado (20%) e litoral (20%).
SANTA MARIA DA SERRA - UM POUCO DE SUA HISTÓRIA
Isabel de Carvalho
A história da implantação de unidades fabris de processamento de mandioca em Santa Maria da Serra - sendo aí pioneira a Farinheira Plaza é relatada a seguir, onde subitamente se dá conta da existência de todo um movimento social em que a população local buscou, mediante mobilização de diferentes de seus grupos sociais, saída para impasse em sua economia, daí surgindo a Plaza, no contexto da mandiocultura e de sua influência no desenvolvimento econômico do Município de Santa Maria da Serra. A sede do Município de Santa Maria da Serra está localizada a 22º 34’ 02’’ Latitude Sul e 48º 09’ 38’’ Longitude W. Gr. O município ocupa área de 257,1 quilômetros quadrados, possui clima tropical temperado e situa-se a 495m de altitude. Santa Maria foi elevada à categoria de cidade em 1959, dado que o Município fora criado em final do ano anterior (Lei nº 5.121, de 31 de dezembro de 1958). Segundo o Censo Agropecuário de 1985, constatou-se um total de 175 estabelecimentos agropecuários no município, ocupando 22.168 ha. A produção mais importante, em termos de área ocupada, era a cana-de-açúcar (2.028 ha, e produção de 121.821 toneladas), vindo em seguida a mandioca (562 ha, 9.842 toneladas) e o milho (472 ha, 1037 toneladas). Em Santa Maria da Serra, a mandiocultura ganha especificidade na década de 1950 como opção para o processo de desenvolvimento do município. O cultivo chega a Santa Maria da Serra em 1958 e a partir daí passa por significativo processo de expansão. Após o primeiro e segundo anos de plantio (1959, 1960) e até por volta da segunda metade da década de 1960, parte das raízes cultivadas no município, em grande volume, passou a ser transportada para Torrinha, município vizinho que possuía duas fábricas de farinha. Porém, com a expansão da mandiocultura neste município, assim como em Araras, agravou-se o problema do escoamento da produção de raízes em Santa Maria. Em 1968 o prefeito de Santa Maria e o cônego local, em face deste problema, decidem discutir a questão com a população. A partir do púlpito da igreja, dão início ao levantamento de alternativas para enfrentar o problema e acabam por propor a montagem de uma indústria de processamento da mandioca no município. A proposta desenvolveu-se no sentido dos moradores se tornarem acionistas de uma indústria a ser montada na periferia da cidade. Esta foi a origem da Farinheira Plaza. A indústria foi inaugurada em junho de 1968, inicialmente como fecularia, posteriormente transformada em farinheira. Um dos acionistas convidados para integrar o rol de sócios-fundadores foi a Indústria D'Andrea, instalada em Limeira, Estado de São Paulo, produtora de máquinas e equipamentos para diversos processamentos agro-industriais, entre eles o da mandioca. A D'Andrea teria recebido ações em valor equivalente ao maquinário necessário para a montagem da indústria. Informações coletadas dão conta de que a Indústria D'Andrea considerou a organização da planta industrial da Plaza em Santa Maria da Serra, em termos técnicos, como um projeto-modelo, quanto à disposição do maquinário e equipamentos (lay-out), construção de galpões, organização do espaço em geral, de tal modo que, por diversas ocasiões enviou (e ainda o faz, esporadicamente, agora para a Farinheira Plaza) visitantes para observar a unidade e seu funcionamento. A fabrica de fécula de Santa Maria nunca parou por falta de mandioca, face à formação desta área mandiocultora no município, que chegou a ter cerca de 500 alqueires plantados.O projeto implementado para a instalação da Plaza, para incentivar a economia local, acabou por incentivar a formação de extensa área mandiocultora, ampliando por sua vez a produção de excedente de raízes - o que, por sua vez, acabou representar incentivo para a vinda de outras indústrias para o município
* Professora Assistente Doutora junto ao Departamento de Gestão e Tecnologia Agro-industrial (antigo Departamento de Economia e Sociologia Rural). Este texto foi elaborado a partir da dados de campo coletados para a elaboração da Tese de Doutoramento da autora, intitulada Tecnologias no processamento da mandioca: farinheiras e fecularias no Estado de São Paulo, IGCE/Rio Claro, 1998.