Capítulo 12 - Hogsmeade
 

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Hermione passou o final de semana desacordada (“Afinal, não foi um desmaio comum”, justificou Madame Pomfrey). Foi impossível para Harry, Rony e Gina visitá-la, tamanho o número de deveres de casa, que os professores passaram de última hora.

Harry recebeu o resultado de seus exames na segunda-feira quando acordou e foi bem. Além da nota 8 em Poções, tirou 8 em Transfigurações, 10 em Trato das Criaturas Mágicas e Quadribol, 9 em Feitiços e Alquimia, 7 em Herbologia, História da Magia e Astronomia, um apertado 6 em Adivinhação e um trágico 4 em Defesa Contra as Artes das Trevas.

-         Quatro? – perguntou Harry inconformado.

-         Tirei dez em Defesa Contra as Artes das Trevas! – exclamou Rony radiante.

-         Parabéns! – disse uma Gina alegre por causa de seu ótimo boletim.

Junto com os resultados, veio um aviso pregado no mural de avisos:

-         Hogsmeade próximo final de semana! – disse Harry feliz.

Sirius havia dado autorização para Harry visitar a vila junto com os amigos.

-         Parece que hoje é dia dos bons sinais! – disse Gina.

A Mulher Gorda virou-se e anunciou:

-         Srs. Potter e Weasley e a Srta. Weasley, Rúbeo Hagrid quer falar com vocês!

Os três saíram em direção ao quadro e encontraram um Hagrid radiante até os últimos fios de sua barba.

-         Ótimas notícias. Hermione acordou.

-         Sério? – disse Rony – podemos vê-la então?

-         Creio que não – falou Hagrid, como se parecesse se divertir com a expressão de tristeza dos meninos – Madame Pomfrey está dando chá de erva-depressis.

 

 

Depois de uma hora, Hermione saiu da ala hospitalar sentindo-se muito bem: a depressão havia cessado.

-         Eu não acredito que isso tudo aconteceu. Você-Sabe-Quem esteve no meu corpo?

-         Exatamente – contou Harry. E desfiou toda história para Hermione, que não pode deixar de se surpreender.

-         Graças a Hagrid e Sprount, estou bem melhor. Muito obrigada, Harry. De verdade – e abraçou o amigo.

Subiram para as aulas e Hermione garantiu muitos pontos para a Grifinória.

Foi como Gina disse:

-         Voltamos aos velhos tempos...

 

 

A semana passou rápido demais, graças aos treinos de quadribol para Rony e Harry, que foram marcados por Fred. Rony estava cada vez mais motivado e os jogadores o apelidaram de “Olívio 2”.

-         Muito bem – aprovou Fred no final do treino de Sexta-feira à tarde – estão cada vez melhores. Vamos treinar mais uma vez antes do jogo contra Corvinal, domingo. Quero que estejam aqui assim que chegarem de Hogsmeade.

Para Harry, esse jogo teria uma emoção a mais. Seria um duelo entre Harry e Cho Chang. Não havia como esconder que ele ainda tinha muita raiva dela.

Hermione e Gina conversavam sobre Hogsmeade. Era a primeira vez que Gina e Harry iriam para a vila (Harry já fora escondido diversas vezes, mas agora iria legalmente).

-         Tem muita coisa legal em Hogsmeade – contava Hermione – a Zonko’s, a Dedosdemel, o Correio, a Três Vassouras... ei! Como foram de treino, meninos?

-         Ótimo – disse Rony cansado – vamos estraçalhar a Corvinal.

Os dois as deixaram conversando e subiram para tomar banho e guardar as vassouras. Em seguida, juntaram-se às meninas e foram jantar.

Passaram o resto da noite jogando xadrez e snap explosivo.

-         Bispo na terceira casa! – ordenou Rony, que jogava com Hermione.

-         Ei! Você comeu meu cavalo! – disse ela, inconformada.

Harry foi dormir e teve um sonho muito bom: sonhou que estava tomando cerveja amanteigada com Rony, Hermione e Gina.

 

 

O sábado tinha o céu pintado de azul-celeste, e sem nenhuma nuvem. Amanhã começaria o inverno, o céu se tornaria escuro para dar lugar à neve. Harry contemplou o belíssimo céu. Sentindo-se motivado, se arrumou rapidamente, descendo para tomar o café.

Harry e Gina pouco comeram, pois estavam muito ansiosos.

-         Come alguma coisa, Harry – pediu Hermione. Ela se serviu de bolo, suco de abóbora, cereal, mingau...

-         Mione – disse Rony – depois que você voltou a si, parece que quer comer tudo o que não comia antes...

Ela deu um sorriso para Rony.

-         Chamada para Hogsmeade!

Os quatro terminaram seu café e seguiram a profª. McGonall. Eles entraram em suas chaleiras, as mesmas do primeiro dia de aula (“Antigamente íamos de charrete para Hogsmeade”, comentou Rony), que começou a rodar. Rony e Gina se divertiram com o brinquedo dos trouxas e Malfoy, ao lado de Cho Chang, enjoou.

-         Draco – ela lamentou – você está bem? – Harry pode escutar quando passaram perto da chaleira que carregava Malfoy, Crabbe, Goyle e Cho Chang.

Eles foram pousando aos poucos ao lado do vilarejo.

-         Tudo bem, alunos – disse o profº. Flitwick, organizando os alunos, que discutiam animados – Partiremos às sete, em ponto. Qualquer coisa, eu, e as profªs McGonall e Claire R., estaremos sempre por perto.

-         E então? – perguntou Rony, quando todos se dispersaram – o que querem fazer primeiro?

-         Dedosdemel! – sugeriu Harry.

-         Zonko’s! – disse Gina.

-         Floreios e Borrões! – disse Hermione, apontando para a filial da livraria.

-         Esqueçam. Vamos tomar uma cerveja amanteigada no Três Vassouras.

Eles entraram no bar e Rony foi pedir quatro cervejas para Madame Rosmerta.

-         Saúde! – disseram os quatros, erguendo os copos no ar.

-         Nossa – comentou Gina – isso esquenta mesmo!

Os três riram. Conversaram muito sobre diversos assuntos. Pagaram a conta e foram para a Dedosdemel, onde compraram bastante doces, dos mais diferentes sabores. Gina e Hermione se dirigiram para a livraria, a fim de comprar livros sobre poções (Hermione estava decidida a se recuperar na matéria).

- Ok. Nos encontramos aqui às seis. Vocês têm uma hora – disse Hermione, consultado o relógio e arrastando Gina.

Harry e Rony foram para a Zonko’s.

-         Olha isso. Bomba de bosta sabor pimenta. – mostrou Rony.

Passaram tempo na Zonko’s, comprando logros até a próxima visita, no dia de Natal.
O céu escureceu rapidamente, ameaçando chuva. Foram pegos de surpresa pela chuva.

-         Por favor – a voz do profº. Flitwick ecoou por todos os estabelecimentos que havia alunos – o passeio não será adiado, apenas não saiam na chuva.

Harry viu que a chuva caía forte sobre o asfalto de Hogsmeade, enquanto os gêmeos Weasley se divertiam nela. A profª. Claire R. arrancou eles à força.

Um trovão rugiu e raios cortaram o céu. Harry estava distraído, olhando para a Casa dos Gritos.

-         O que você acha, Harry? – perguntou Rony.

-         Do quê? – respondeu Harry de supetão.

-         Definitivamente, você não estava prestando atenção! Eu perguntei se você acha que eu devo levar varinhas falsas ou novas xícaras que morde o nariz!

De repente, todos os alunos pararam de conversar para ouvir um ruído. Um uivo longo e comprido que vinha da Casa dos Gritos. Era cortante e como se pedisse socorro. Harry deixou cair seus logros mágicos e sussurrou para Rony:

-         Lupin!

Harry não pensou em mais nada a não ser correr para ajudar o professor.

-         HARRY! ESPERA! – gritou Rony desesperado, mas tarde demais.

As vestes grudavam na pele do garoto, seus óculos estavam embaçados. Harry topou com uma pedra e caiu no chão, tonto. A chuva caía forte sobre o seu corpo, fazendo doer até mesmo seus órgãos internos. Então ele ouviu um uivo mais aterrorizante e viu:

-         O Sinistro?

-         Sirius – murmurou o grande cachorro.

Ele ajeitou o corpo de Harry em cima do seu próprio e saiu em disparada ao casarão. Arrombou portas até chegar em um andar onde os objetos estavam estraçalhados, quadros rasgados.

Os uivos vinham de um quarto lacrado, onde as unhas do bicho rangiam assustadoramente.

-         Fique aqui – tentou falar o cachorro, mas Harry pode entender.

Sirius arrombou a porta e pulou em cima do lobisomem. Os dois travaram uma luta horrenda, que Harry assistiu de perto. Por fim, aconteceu algo.

Voldemort apareceu, e ele torturava o padrinho e o ex-professor de Harry.

-         Você está sempre no lugar errado, na hora errada – ele sibilou.

O vilão enforcava os dois, que estavam perdendo o ar. De repente, Harry escutou passos e gritou desesperado.

-         AQUI! POR FAVOR, ME AJUDEM!

Voldemort desapareceu, deixando os dois se recuperarem. Sirius estava sem fôlego, mas ainda cachorro. Arrastou-se para um quarto da tentativa de se esconder.

-         Sirius, não me deixe aqui! É um lobisomem adulto!

Lupin se recuperara rapidamente da tentativa de Voldemort e levantou-se, andando em direção a Harry. “Ele vai me morder”, pensava o menino furiosamente. A sua cicatriz doía mais do que nunca.

-         Lobis Lopen Finite! – alguém bradou por trás de Harry.

Ele pode ver quem era: a profª. Claire R., com seus cabelos molhados e vestes encharcadas. Ele tinha executado um feitiço de Defesa Contra as Artes das Trevas avançado, como ela explicara dias antes, que acabava totalmente com o feitiço de um lobisomem, o tornando humano.

Lupin apareceu diante deles. O mesmo olhar cansado, cabelos grisalhos e o sorriso radiante.

-         Belo feitiço – elogiou Aluado.

-         POTTER! – ela berrou furiosamente – O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI?

-         Escutei Lupin e vim salvá-lo – justificou o menino.

-         VOCÊ FOI MUITO IRRESPONSÁVEL! VOCÊ SABIA QUE REMO LUPIN É UM LOBISOMEM ADULTO?

-         Senhorita Claire sempre nervosa – disse Lupin calmamente.

-         Calado, Lupin! – pediu Claire R., com um sinal brusco – estou falando com Potter. Se eu não estivesse aqui, ele já teria virado um lobisomem.

-         Devo admitir, Harry, foi muito perigoso vir aqui sozinho me procurar – ele chamou a atenção de Harry e em seguida deu um sorriso – mas como seu pai dizia, foi divertido!

-         DIVERTIDO! – urrou a professora – SABE LÁ O QUE PODE TER ACONTECIDO E VOCÊ ACHA DIVERTIDO!

-         Espere aí! – interrompeu Harry – por acaso vocês se conhecem?

-         Não é do seu interesse – respondeu ela duramente, enxugando os cabelos – vamos embora, Flitwick espera por nós!

Dizendo isso, pegou Harry pelo braço e conduziu para a escada que leva para os andares debaixo. No final do corredor, ouviram Lupin dizer:

-         Mande minhas lembranças à Dumbledore!

-         Tolo – sussurrou Claire R.

-         Ahãn – Harry estava sem jeito – professora, creio que não respondeu minha pergunta.

-         E nem pretendo responder – cortou ela, fechando a porta arrombada por Sirius.

Harry pode ver, o padrinho e Lupin, nas suas formas humanas acenando para ele do alto da janela onde tudo tinha ocorrido. E ele não pode deixar de sorrir.

 

 

-         ... e então, a Claire R. chegou e me salvou da mordida de Lupin.

Harry estava contando a Hermione, Rony e Gina, em suas chaleiras que os levariam para Hogwarts.

-         Uau! – concluiu Rony – que história!

-         Agora, estou curiosa. Por que Você-Sabe-Quem queria matar Sirius e Lupin?

-         Boa pergunta – concordou Gina.

-         Isso não me assusta – disse Harry – ele quer sempre acabar com a minha vida. Quer dizer, ele pode muito bem acabar com a minha vida matando pessoas que eu gosto.

Harry tinha decidido não contar sobre o estranho diálogo entre Claire e Lupin. Ele achava que era algo que somente os Marotos e sua mãe sabia.

-         Agora – Rony levantou outra questão – o que será que Sirius está fazendo em Hogsmeade? E por que Lupin estava na Casa dos Gritos se Dumbledore nos disse que ele estava em algum lugar da Espanha?

Ninguém soube responder à pergunta. A chaleira pousou no jardim de Hogwarts. Os quatros desceram de lá.

- Bem, nos vemos depois. Rony e eu precisamos ir para o campo de quadribol.

O treino fora revigorante para Harry. Ele agarrou o pomo, Alicia, Katie e Angelina fizeram cinqüenta gols cada uma e Fred e Jorge não deixaram escapar um só balanço.

- Muito bem, time! – aplaudiu Fred, animado – agora vamos entrar logo antes que chova de novo – disse ele, apontando para o céu.