Capítulo 14 - A Lenda da Câmara de Salazar (Parte II)
 

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Harry passou pelo Salão dos Troféus e pelas salas vazias. Quando passava pela escada que levava até a sala dos professores, algo o tentou para subir. Obedecendo, subiu-as. O menino escutou vozes e se escondeu dentro de um armário (que já tinha servido de esconderijo antes).

-         Que bom que resolveu me acompanhar, Minerva – Alvo Dumbledore entrara pela porta, em seu pijama. McGonall o acompanhava, trajando um robe rosa – não tenho um pingo de sono.

-         Eu também não – disse McGonall, bocejando no segundo seguinte.

-         Estou realmente preocupado – disse Dumbledore, coçando a barba – Lembra-se de Lancouver, meu espião? Ele disse que Voldemort está cercando Hogwarts e tentando matar alguns amigos de Harry – o menino pulou de susto dentro do armário.

-         Então, é verdade? – perguntou McGonall surpresa.

-         Sim. Não queria saber disso por meio de Lancouver, e sim de Harry. Não entendo porquê ele mesmo não veio me contar...

-         Mas por que Voldemort está atrás dos amigos, e não de Potter? – Harry aguçou os ouvidos.

-         Teorias são muitas, Minerva. A não ser... – Dumbledore fez uma pausa teatral – que a Lenda da Câmara de Salazar Slytherin seja verdade.

-         Desconheço tal lenda – admitiu McGonall.

-         Meu pai, Oliver Dumbledore, me contava essa lenda. Dizem que há uma câmara de Slytherin...

-         Espere – interrompeu McGonall, curiosa – a Câmara Secreta não era a câmara de Slytherin?

-         Boa pergunta! – sorriu Dumbledore – eu fazia essa mesma pergunta ao meu pai quando garoto, ele me contava diversas lendas sobre o mundo mágico.

“Papai me dizia que na Câmara Secreta, ele conservava a besta de ataques contra trouxas, o basilisco. E nessa Câmara, ele executava seus poderosos feitiços, se dedicava à criação de feitiços negros... então, ele escondeu essa câmara e enfeitiçou-a.”

-         Com que tipo de feitiço, Alvo? – perguntou McGonall.

-         Um feitiço complexo. Contam que ele só pode ser aberto pelos quatro descendentes dos quatro de Hogwarts. Quando esse feitiço for desfeito, Godric, Helga, Rowena e Salazar retornarão, e entre eles será decidido: a paz ou tempos de guerra.

-         Que horror! – disse McGonall, colocando a mão na boca.

-         Pelo que me consta – Dumbledore pegou uns papéis e ajeitou os óculos – essa câmara já foi aberta, nos tempos de Snape. E foram escolhidos tempos de guerra.

-         Então – concluiu McGonall – os tempos de horror que Você-Sabe-Quem provocou foram decididos nessa câmara.

-         Coincidentemente sim. Quando os alunos terminaram Hogwarts, Voldemort começou a agir – McGonall se mexeu na cadeira e Dumbledore sorriu.

-         Já lhe disse que mulheres de fibra como você tem que chamá-lo pelo nome que recebeu, Voldemort.

-         Está bem, Voldemort. Satisfeito? E quem são esses descendentes dos três, sem ser Hufflepuff, Alvo, você sabe?

Dumbledore se espreguiçou longamente e disse:

-         Já é tarde da noite, Minerva. Vamos nos deitar, tenha bons sonhos.

Ambos professores saíram da sala. Dumbledore sorridente e McGonall confusa. Harry pode finalmente sair da sala dos professores e se dirigiu até a torre da Grifinória. “Então, Voldemort está tentando me prejudicar por que?”, ele se perguntou, esquecendo-se completamente de colocar a capa novamente. Ele esbarrou em alguém:

-         Desculpe – ele murmurou.

-         Oi, Harry! – sorriu Natalie Hufflepuff.

-         Natalie? O que você está fazendo por aqui?

-         Er... queria te ver. Nunca mais nos vimos depois dos Dias das Bruxas.

-         É mesmo – admitiu Harry – aconteceram tantas coisas...

-         Só não se afaste de mim, OK? – ela sorriu, nervosa – eu preciso de você. Você é muito importante para mim, para todos nós.

Dizendo isso, se aproximou dele e beijou-o docemente no rosto. Seu perfume se misturou ao orvalho da noite e Harry se sentiu muito bem. Ele apenas observou quando ela virou o corredor e acenou para ele.

Harry entrou pelo buraco da Mulher Gorda. Rony, Hermione e Gina estavam à sua espera.

-         E então? – perguntou Rony ansioso.

-         Deu tudo certo – e espalhou a comida diante deles. Eles se serviram, enquanto Hermione o dava uma bronca.

-         Harry, foi muito arriscado! Sair à essa hora da noite?

-         Não liga pra Granger, Harry – disse Rony, sem olhar para ela – ela não sabe o que faz.

-         Eu descobri uma coisa – sibilou Harry. Todos fizeram silêncio, apreensivos. O menino repetiu a mesma história escutada minutos antes. Contou também sobre a misteriosa Natalie Hufflepuff.

-         Sim! – concluiu Hermione – isso explica muita coisa! Somos importante para o Harry, e se ele é importante para Hufflepuff...

-         Voldemort quer matar meus amigos para me afetar, afetando Natalie e conseguir o mal novamente, pela Câmara Slytherin – terminou Harry.

Rony corou e Harry e Hermione trocaram um olhar:

-         Rony – começou Harry – acho que preciso contar uma coisa para você, que eu vi no dia do jogo contra a Corvinal.

“Mione não estava enfeitiçando você. Quem estava era Voldemort, ele estava tentando te matar! Hermione estava apenas defendendo-o. Ela salvou sua vida!”

Rony olhou para Hermione, ainda duvidoso.

-         Ah, Rony, por que você foi duvidar de mim?

-         Não sei... e por que não mostrou o bilhete?

-         TUDO BEM! – gritou Hermione, com lágrimas nos olhos – NEM MESMO O TESTEMUNHO DE HARRY ADIANTA, VOCÊ PODE FICAR SEM A MINHA AMIZADE! SEU... NOJENTO!

Rony levantou-se e segurou o braço dela. Com um gesto brusco, ela se soltou e saiu pisando firme, sem olhar para trás. Gina seguiu-a.

-         Metida – murmurou Rony. Os dois subiram e se acomodaram em suas camas.

Harry não conseguiu dormir. Pensou sobre a Câmara, sobre os descendentes, sobre a localização. No dia seguinte, seu rosto mantinha olheiras terríveis.

 

 -         Onde estão todos? – perguntou Harry, ao acordar naquela manhã.

-         Hoje é o primeiro dia de férias, esqueceu? – lembrou Rony – vamos aproveitar esse tempo curto longe dos estudos!

Tomaram o café da manhã acompanhados por dois estudantes da Corvinal, mais três da Lufa-lufa e um sonserino.

-         Potter! – chamou a profª. Sprount – por favor, venha até aqui!

Harry se aproximou surpreso. Sprount sorriu para ele:

-         Não se preocupe. Tenho um bilhete de Natalie Hufflepuff para você.

 Querido Harry,

Minha mãe, Beatrice, me chamou para passar as férias de Natal com ela. Por favor, vigie aquilo que é perigoso para mim.

Com carinho,

Natalie Hufflepuff.

 -         Aquilo que é perigoso? – perguntou Rony – o que é perigoso? Deixar Snape à solta?

-         O que essa menina tanto quer com você? – disse Gina, com uma pontinha de ciúme.

-         Não tem importância – falou Harry, amassando o bilhete no bolso – vamos nos divertir!

Hermione passou a tarde estudando na biblioteca, enquanto os gêmeos, Harry, Rony e Gina se divertiram em uma guerra de travesseiros, espalhando penas por todo o Salão Comunal.

Depois de Fred e Jorge terem feitos um feitiço para arrumar a bagunça, Harry e Rony foram desafiados num jogo de snap explosivo. No fim, terminou empatado, enquanto Gina terminava sua redação sobre bichos-papões.

-         Onde você estava? – perguntou Harry quando encontrou Hermione no jantar.

-         Estudando – Harry só conseguia ver o seu olhos – descobri muitas coisas interessantes.

-         Mione! Ninguém passa as férias estudando!

-         Eu passo! – ela fechou o livro e se sentou em uma mesa que comumente se sentava a Corvinal.

Harry terminou o jantar mais cedo e resolveu se recolher. Checou se os presentes de Natal que daria para os amigos estava no mesmo lugar e foi dormir.

 

 

O menino acordou junto com os passarinhos, que, apesar do frio, entoavam uma canção maravilhosa. Viu alguns presentes e sorriu: primeiro entregaria o dos amigos, depois abriria os seus.

Deixou o kit completo do Chudley Cannons para Rony e saiu em direção ao dormitório das meninas. Abrindo a porta sem fazer barulho, entrou.

Ele nunca viu algo mais engraçado até ali. As paredes eram rosas e decoradas por fotos de bruxos bonitos (Harry localizou um de Gilderoy Lockhart). As camas eram rosas, travesseiros, cortinas, escrivaninhas, pufes... enfim, tudo rosa. Harry ajeitou a minúscula caixinha do colar na cama de Hermione e colocou um anel no dedo anelar delicado de Gina.

Voltando ao seu dormitório, resolveu abrir os presentes. Gina lhe deu um livro intitulado “Harry Potter: o menino que sobreviveu”, Hermione lhe deu uma bonita gaiola para Edwiges, Rony deu-lhe uma luneta com seu nome cravado (conforme explicara o cartão, ele tinha guardado um punhado do dinheiro do prêmio do ano passado, especialmente para dar esse presente). Dumbledore deu-lhe uma simpática veste de bruxo, Hagrid um livro “Cuidando bem da sua coruja” e quadradinhos de chocolate e Sirius mandou a última carta que Tiago Potter havia escrito para o amigo (ela se tratava de Lílian).

Por fim, restaram dois presentes. Abriu o menor:

-         Nossa! – ele sussurrou.

Era um filme de uma câmera fotográfica mágica. Ele leu as instruções: “O único filme que fotografa aquilo que os olhos não pode ver!”.

 

Potter,

Já disse para fazer bom uso.

C.

 

Muniu a máquina ganhada com o filme. O segundo o deixou boquiaberto. Era um enorme pingente, preso em um fino cordão. Tinha a gravação de um desenho curioso: uma mistura de cobra e leão. Harry procurou pelo cartão:

 Harry,

Não sei se a coruja vai entregar corretamente... por favor, eu imploro, nunca deixe de usar isso. Vai ser muito importante pro seu futuro. Pro futuro dos bruxos.

Natalie Hufflepuff

 Harry ajeitou o colar no seu pescoço, dentro das vestes. Em seguida, desceu para tomar seu café e bater umas fotos com sua máquina nova. “Talvez Lupin gostaria de algumas fotos de Hogwarts”, pensou ele para si mesmo.

Fazia frio, e o castelo por fora proporcionava uma visão espetacular. Harry bateu fotos do castelo, do lago congelado, da Floresta Proibida. Foi até a estufa 5, que eles nunca tinham estudado e bateu uma foto de uma estranha planta.

Mais tarde, encontrou os amigos radiantes:

-         Uau, Harry! Adorei o kit do Chudley Cannons!

-         Eu e Mione também gostamos das jóias.

Harry sorriu.

-         Comprei em Hogsmeade.

-         O que é isso no seu pescoço? – perguntou Gina, segurando o presente de Natalie entre seus dedos.

-         Isso – disse Harry, olhando-o longamente – ganhei de presente da Natalie Hufflepuff. Ela me contou que é algo muito importante pro meu futuro, pro futuro dos bruxos.

Hermione coçou a cabeça, intrigada:

-         Harry, tenho certeza que já vi algo parecido em algum lugar, mas não me lembro onde!

-         Tsc, tsc – disse Rony, balançando a cabeça – não acha que é informação demais para a sua cabecinha, Granger?

-         Sinceramente, não! – respondeu Hermione, fazendo uma careta de nojo.

-         Queridos alunos! – entoou Dumbledore, animado – estamos aqui, nessa manhã de Natal. O Natal...

-         “não é simplesmente trocas de presentes” – remendou Fred fazendo os outros rirem – “é a esperança renascendo em nossos corações!”

-         ...não é simplesmente trocas de presentes – continuou Dumbledore – é a esperança nascendo em nossos corações!

-         Todo ano ele faz o mesmo discurso! – comentou Jorge, farto.

-         Esbaldem-se! Avancem! Nos encontramos novamente na ceia de Natal!

Como Dumbledore mandou, eles serviram-se. Harry riu feliz ao ver seu prato cheio de cookies, bolos, doces e outras guloseimas.

Sentiu o peso da máquina e lembrou-se do que queria fazer:

-         Com licença, profº. Flitwick? – disse Harry, cutucando-o.

-         Sim, Harry? – sorriu Flitwick, lambuzado de glacê dos cookies.

-         Eu tirei umas fotos mágicas e queria pedir ao senhor que as revelasse, seria possível?

-         Ah, sim, claro! – respondeu, batendo palmas – adoro executar o Feitiço Revelador...

Ele deixou o instrumento com o professor e subiu junto com Rony e Gina. Passaram a tarde batalhando entre si, desarmando e treinando feitiços que não causavam grandes danos:

-         Uau! – elogiou Gina, levantando-se depois que Harry a desarmou com um feitiço Expelliarmus – muito bom, Harry!

Harry ficou feliz quando ganhou um beijo no rosto como agrado.

 

 

Dumbledore entoava canções de Natal, enquanto os pratos dourados estavam cheios de comida de Natal. Harry ganhou dos professores o ótimo boletim como presente, além do agrado especial de Sprount, presenteando o menino com uma muda de erva-depressius.
A comida estava deliciosa e todos estavam felizes. Até mesmo Snape sorriu quando Claire R. lhe deu um kit completo para poções e um beijo.

Em cima das mesas, cookies e leite para Santa Claus. Harry, embora não acreditasse mais, não deixava de alimentar a fantasia da cabeça dos primeiranistas.

Rony pediu, muito educadamente, que Hermione lhe passasse o arroz, na hora da ceia. Harry e Gina sorriram, felizes com o progresso.

Depois de ter perdido uma partida de xadrez de bruxo para McGonall e assistir o jogo fantástico entre a professora e Rony, Harry foi dormir. Em cima de sua cama, Edwiges havia despejado um último presente, dos Dursley.

-         Adorável – murmurou Harry, ao pegar um biscoito de cachorro. Leu a carta.

 Verifique se pode passar as férias com alguém desse mundo aí. Iremos receber uma visita muito importante.

Tia Petúnia.

 -         Mas nenhum desejo de boas festas, feliz Natal, nem seu nome eles escrevem? – indagou Gina, surpresa.

-         Eles foram até muito educados dessa vez! – disse Harry, amassando o papel em uma bola e jogando na escrivaninha.

-         Bem, boa noite, então! – despediu-se Gina, dando um beijo em cada um dos meninos.

-         Harry! – exclamou Rony, quando o menino estava quase adormecido – você está dormindo?

-         Quase – respondeu ele, embriagado pelo sono.

-         Você experimentou daquele Licor de Chocolate?

Ah, Rony! – sorriu o menino, jogando um travesseiro nele – boa noite!