Capítulo 7 – Alguém mais famoso
 

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Volta em meia, Hermione e Gina lançavam olhares desconfiados a Harry. Malfoy segurou-se em uma parede e enjoou. Hagrid estava esperando por eles no saguão:

-         Acabei de deixar Rony com Madame Pomfrey. Ele já recuperou os sentidos, mas Madame Pomfrey preferiu servir um chocolate, só para garantir.

-         E Malfoy? – lembrou Gina.

-         Aquele lá? Está na enfermaria também. Quando saí, ele estava tomando um tônico. Madame Pomfrey tem que dar dentes novos e brancos para ele, até o final do mês.

Os três riram. Entraram no belíssimo Salão Principal, decorado por velas e archotes. Os professores estavam lá, Dumbledore sorridente. Os alunos se sentaram nas mesas de suas casas:

-         Bem-vindos! – começou a discursar Dumbledore – mais um ano que chega em Hogwarts. Espero que estudem mais do que arrumem confusões – disse, olhando para os gêmeos Weasley – vamos assistir, com muita honra, a cerimônia de seleção dos alunos do primeiro ano!

O Salão se rompeu em aplausos. Minerva McGonall anunciou:

-         Angel Kurt! – a menina experimentou o chapéu, que anunciou CORVINAL!

Beatrice Sweety foi para a Corvinal, Chez Braz foi para Lufa-lufa, Diego Phillipe um sonserino, Eric Jefferson foi o primeiro a ser a se tornar um grifinório. Fabian Laurence, Gloria Near, Hercules Grefer, Ian Rowell, Jessica Rowling, Kevin Klaine, Laurece Fawell, Misty Mason...

-         Natalie Hufflepuff! – anunciou a profª. McGonall.

Murmúrios e cochichos acompanharam a garota de cabelos loiros, ondulados, na altura da cintura e olhos pretos subia até o palco e experimentava o chapéu.

-         O que ela disse? – perguntou Hermione, empolgada – Natalie Hufflepuff?

-         Sim, mas, o que ela é de especial? – Harry perguntou, curioso.

-         Ela? Segundo Hogwarts, uma história, Natalie é a última descendente direta de Helga Hufflepuff, a fundadora da Lufa-lufa.

O chapéu demorou por um instante e anunciou:
- LUFA-LUFA!

A mesa da Lufa-lufa se rompeu em aplausos. Segundos depois, milhares de alunos estavam lá, cortejando Natalie Hufflepuff.

-         E o que aconteceu com os outros descendentes? – perguntou Gina, interessada.

-         Você-Sabe-Quem é descendente de Salazar Slytherin, como Harry descobriu na segunda série. Acredita-se que o descendente de Rowena Ravenclaw é uma mulher e de Godric Gryffindor um homem, mas, ninguém tem certeza.

-         Vamos falar com Hufflepuff! – chamou Gina.

-         Claro! – respondeu Hermione, batendo palmas – você vem com a gente, Harry?

Harry, que estava olhando para a menina durante os últimos minutos, parecia ter sido acordado de uma transe. Hufflepuff era bonita, sem dúvidas. Tinha um olhar muito inteligente e um sorriso lindo. Havia uma cicatriz no seu pulso... um texugo, Harry concluiu.

-         Hãn? Não, obrigada.

-         Conheço essa sua voz. Está chateado com algo? – perguntou Hermione.

-         Não, não estou. Pode ir.

Sentimentos se misturavam dentro de Harry. Nunca sentira isso. Era parecido com raiva, desprezo, ciúmes, inveja... será que Harry estava se incomodando com o fato dele de ser ofuscado pela descendente de Helga Hufflepuff?

Rony entrou no Salão Principal com Madame Pomfrey. Ele se juntou a Harry:

-         Oi – ele sorriu para o amigo – estou bem melhor. Tenho uns hematomas como lembrança. Malfoy está trancado lá, não sai de lá até amanhã. Madame Pomfrey colocou dentes amarelos nele, e ele está revoltadíssimo com isso.

Harry forçou uma risada. Rony percebeu a jogada:

-         O que aconteceu? Onde estão Mione e Gina?

-         Ali – ele olhou para as meninas. As duas riam de algo que Hufflepuff acabara de contar – conversando com Natalie Hufflepuff.

-         Sério? Natalie Hufflepuff? Puxa... – Rony mostrou-se admirado, para a revolta de Harry. No mesmo instante, Zorilda Mary Cross era mandada para a Sonserina. Dumbledore tomou a palavra.

-         Bem, depois de todos os alunos devidamente divididos, gostaria de dar uns recados. Os alunos de quarta até a sétima série terão uma nova matéria, Alquimia. E Nicolau Flamel aceitou o cargo de professor com muita disposição.

Um homem velho entrou no Salão, ajudado por Madame Hooch e Minerva McGonall. Tinha barbas longas, poucos cabelos brancos e carregava uma bengala. Estava vestido com trajes pretos e tinha uma expressão no rosto que transmitia paz. Hermione deu um grito de excitação e quase caiu da cadeira.

-         Flamel? Foi isso o que ele disse? Meu Deus, mal posso acreditar!

O professor se sentou em uma cadeira e cumprimentou os alunos, que aplaudiam, com um aceno com a cabeça.

-         Bom – continuou Dumbledore – infelizmente, o prezado Lupin não pode continuar com o cargo. E a profª. Claire R. é a nova professora de Defesa Contra as Artes das Trevas.

Harry então reparou na mulher ao lado de Flitwick durante toda a seleção. Ela era bonita, cabelos lisos e longos, num castanho estranhamente parecido com bronze. Olhos azuis que Harry nunca tinha visto na vida. A professora olhou os novos alunos e parou o olhar em Harry. Fez uma cara de raiva, que fez o menino desviar o olhar.

-         Uau! – exclamou Rony – essa professora é linda! Nunca vi igual! E finalmente uma professora mulher!

-         Não é tão bonita assim – resmungou Hermione.

-         Parece que ela não gostou de mim – sussurrou Harry – ela olhou para mim pior do que Snape no primeiro ano...

Dumbledore pareceu ter terminado de discursar e os pratos se encheram de comida. Gina pegou o garfo e deu uma olhada na mesa dos professores:

-         Snape... Snape? Harry, Snape não está na mesa dos professores!

Harry quase engasgou com as batatas.

-         É verdade! – ele se lembrou – vou perguntar a Dumbledore!

O menino se levantou da mesa da Grifinória e foi até a mesa dos professores:

-         Potter! – repreendeu McGonall – o que você está fazendo aqui? Volte para a mesa da Grifinória.

-         Professora, preciso falar com Dumbledore! – ofegou Harry.

-         Alvo está jantando, volte para a sua mesa e faça o mesmo!

-         Minerva? Deixe o menino falar comigo – Dumbledore entrou na conversa e lançou um sorriso à profª. McGonall. Ela afastou sua cadeira para os dois conversaram.

-         Professor, onde está Snape? Ele... foi embora, não foi?

-         Severo? – Dumbledore deu uma gostosa risada – era o que você queria não? Severo preferiu não participar do banquete, estava se sentindo meio indisposto...

-         Professor – revelou Harry, temeroso – não posso negar que estou com medo por causa de... Almofadinhas.

-         Ah sim – disse Dumbledore, baixando a voz – Almofadinhas. Severo está bem chateado ainda, não tem como negar. Mas, eu mesmo o fiz prometer que ele não fará nada de mal com você.

Harry pareceu mais aliviado. Deu um sorriso para Dumbledore e a profª. McGonall pediu para ele voltar agora, que já tinha falado com o diretor.

Ele voltou a sentar-se ao lado de Gina e Rony. O lugar e o prato de Hermione estavam vagos.

-         Onde está Hermione? – disse Harry, servindo-se de faisão.

-         A profª. McGonall levou-a para aquela sala ali. Entraram lá logo depois que você saiu da mesa. – disse Rony.

Os todos alunos finalmente terminaram de comer os últimos pedaços de pudins de fígado. Dumbledore pediu aos alunos se deitaram. Todos aos poucos foram esvaziando o Salão Principal. Hermione apareceu sorridente:

-         Não podem acreditar no que a profª. McGonall me deu! Lembra de Carol, a monitora daqui? Terminou Hogwarts e a professora me convidou para ser monitora!

-         E você não aceitou, não é, Mione? – perguntou Rony, hesitante.

-         Claro que sim! – ela tirou das vestes um distintivo de monitora, escrito: HERMIONE GRANGER, MONITORA. Ela tinha um ar de importância.

-         Parabéns... Mione – cumprimentaram Harry e Gina sem jeito.

-         Você não pode ser monitora – Rony estava boquiaberto – E os estudos? Quando penso que estou livre de Percy...

-         Ronald Weasley! – Hermione aborrecida com o comentário de Rony – Consigo muito bem separar minhas tarefas de monitora e os estudos! E, pára de controlar minha vida!

Todos estavam olhando para Hermione e Rony. Rony estava mais vermelho que os cabelos e a monitora estava chateada.

- Hermione, você...

Hermione gritou para o amigo:

- VOCÊ É ALGO MEU? MEU PARENTE, NADA! E PORQUE VOCÊ SE SENTIU TÃO INCOMODADO POR EU TER ME TORNADO MONITORA?

Hermione empinou o nariz e saiu andando. Harry e Gina a seguiram em direção à torre. Entraram na sala comunal (“A nova senha é Nariz de gancho, prestem atenção!”, Hermione avisou os grifinórios) e sentaram-se nas poltronas.

Rony entrou logo em seguida. Hermione olhou com cara de poucos amigos e disse:

- Dentro de uma hora as luzes serão apagadas. – e entrou no dormitório das meninas.

-         Por que você se perturbou tanto com o fato de Hermione ser monitora? – perguntou Gina ao irmão.

-         Vocês sabem o que significa? Adeus à capa de invisibilidade, adeus mapa do maroto... Hermione se tornará insuportável!

Harry não deixou de concordar com Rony intimamente. Gina balançou a cabeça:

-         Dê uma chance a Mione! Todos nós sabemos que ela sempre quis ser monitora... é a vez dela!

E entrou no dormitório. Harry e Rony decidiram que iriam dormir: não havia mais nada a fazer por ali.

Hermione saiu do dormitório às pressas e conseguiu conter os amigos:

-         Rony, me desculpe. Mas, é o meu sonho que se realiza!

-         Hãn – Rony estava sem graça – eu que te devo desculpas. Hermione, você é como minha irmã, e achei que talvez não te faria bem, como no ano passado. Excesso de responsabilidade.

Hermione se jogou nos braços de Rony e o abraçou:

-         Está tudo bem mesmo?

-         Si...sim – gaguejou Rony.

-         Que bom! – ela soltou Rony, que pareceu aliviado – vocês estão de dormitório novo. Subam a escada, terceiro corredor, último dormitório, o mais perto da janela. Boa noite.

E saiu ralhando com as pessoas que insistiam em ficar acordadas. Os dois subiram a escada, entraram no terceiro corredor e foram até o último dormitório. Tinha inscrições douradas na porta:

ALUNOS DO QUARTO ANO

DINO THOMAS

HARRY POTTER

NEVILLE LONGBOTTOM

SIMAS FINNIGAN

RONALD WEASLEY

Abriram a porta e entraram. As coisas dos meninos estavam encostadas na parede. Dino, Neville e Simas estavam no quarto, travando uma divertida guerra de travesseiros.

-         Harry e Rony já estão aqui! – avisou Simas a Dino e Neville – podemos decidir quem dormirá em que cama.

Uma discussão silenciosa rompeu o dormitório. No final, Harry ficou com a cama mais próxima da janela, que soprava uma agradável brisa em seu rosto. Rony ficou ao seu lado.

Empanturrado, Harry logo dormiu. E teve um sonho estranho. Sonhou que ele e Natalie Hufflepuff estavam correndo, para algum lugar. A nova professora parou-os e sorriu. Os três corriam, corriam... até que Voldemort apareceu. Os quatros caíram em um longo desfiladeiro. Um clarão verde, a voz de alguém (não eram seus pais, decididamente) suplicando, dor na cicatriz...

Harry acordou assustado. Olhou o lago pela janela e voltou a dormir, dessa vez sonhando com Rony, Hermione e Gina.