Capítulo 9 – Claire R.
 

--------------------------------------------------------------------------------

Madame Pince não deu um segundo de folga a Harry, que ficou com os dedos cheios de calos.

-         Por favor, Madame Pince, estou morrendo de fome!

-         Não – ela estava irredutível – você está cumprindo detenção.

Harry estava tentando convencê-la de deixá-lo ir jantar. A fome não era o principal motivo para Harry ir jantar essa noite: ele queria ver Malfoy de qualquer jeito.

-         Além do mais – ela continuou – você tem que escrever mais trinta centímetros.

-         O que são trinta centímetros? Madame Pince, por favor!

-         Está bem. Seja breve, portanto.

Harry saiu correndo. Sentou em sua cadeira da Grifinória, ao lado de Gina e Rony, ofegante.

-         Malfoy...

-         Já estamos sabendo! – disse Rony animado – quer dizer, toda a escola sabe.

-         Malfoy, que vive se gabando... – admirou-se Jorge.

-         Vai perder o cheiro de perfume francês para o de gordura de pastelão! – zombou Fred.

Mas não puderam terminar. Malfoy entrou no exato momento e o Salão se explodiu em risos. Ele estava com um avental sujo de gema de ovo e farinha (“Na certa Madame Garamound pediu para ele fazer as sobremesas”, deduziu Gina). Serviu as mesas e chegou até a Grifinória. O tratamento especial de que a profª. McGonall falou era reverenciar os alunos.

-         Potter maldito! – ele sussurrou quando chegou a vez de Harry ser servido.

-         Por favor, Malfoy – pediu Harry com um tom superior – coloque mais fígado no meu prato.

Bufando, Malfoy obedeceu. Serviu Harry de fígado e ainda voltou à cozinha porque ele reclamou que seu pastelão estava cru. Ele reverenciou Harry exageradamente e se dirigiu a Gina.

Todos terminaram seus jantares satisfeitos e muito alegres, por causa do papel ridículo que Malfoy passara. Madame Pince não deixou Harry sequer conversar com Rony e Gina. Harry voltou a biblioteca infeliz.

-         Então – ele falava para si mesmo – tem que ser um desfecho maravilhoso.

-         Já tentou que os Hufflepuffs são extremamente fortes e nunca perderam uma batalha? – sugeriu alguém por detrás das prateleiras.

-         Obrigado – então Harry caiu em si – ei! Quem está aí?

A pessoa estava escondida atrás de uma prateleira sobre texugos. Natalie Hufflepuff saiu de lá. Os cabelos soltos, na altura da cintura e um sorriso desconcertante. Harry corou.

-         Desculpe – disse Harry rapidamente – não pensei...

-         Que nada – ela tinha uma voz doce e simpática – fico feliz por estar escrevendo sobre minha família, mas não nessas situações. Harry Potter?

Harry balançou a cabeça concordando.

- Prazer, Natalie Hufflepuff – e estendeu a mão para ele, que a apertou. Lógico que ele sabia quem era ela, mas preferiria fingir que nunca a tinha visto na vida.

“E então? Não me convida para sentar?”.

-         Ah claro! – Harry sentiu-se completamente idiota – sente-se.

Ela se sentou e leu a redação de Harry.

-         Sim – ela parabenizou – está bem completa.

-         Obrigado – ele agradeceu – o que estava procurando por aqui?

-         Algo sobre texugos – a manga escorregou e Harry pode ver a cicatriz em formato de texugo. Ela puxou rapidamente.

-         Meio estranha não é? Um texugo...

-         Cicatrizes em raio não são nada comuns – ele consolou.

-         Mas essas cicatrizes que tem um formato especial tem um significado especial, não é? Só nós sabemos.

-         Desculpe, mas não sei o que significam. Hermione deve saber, ela sabe de tudo...

-         Harry! – ela parecia assustada – você não sabe...

-         Sei! Sei de muita coisa, mais do que você imagina! – Harry parecia aborrecido.

-         Você sabe quem você é, Harry? O tanto que você é importante para Hogwarts?

-         Eu? Importante para Hogwarts?

Mas Natalie não pode responder. Madame Pince chegou na hora:

-         E então, Potter? Terminou? – e olhou feio para a menina – esse menino está cumprindo detenção, se a senhorita não sabe.

-         Sem problemas, Madame Pince – ela sorriu – eu te entendo. Estava de saída, só cumprimentei Harry. Bem, tchau, Harry!

-         Tchau – ele respondeu intrigado.

Harry saiu da biblioteca cinco minutos mais tarde. Ainda estava intrigado com o que Natalie disse. Snape encontrou com ele no caminho para a torre de Grifinória.

-         Potter – ele disse com uma voz nojenta – o que está fazendo por aqui? Esqueceu-se de sua detenção?

O mundo pareceu desabar diante ele.

-         Claro que não, professor – mentiu ele – estava apenas indo pra a Torre para guardar as penas e pergaminhos...

Snape arrancou a redação da mão de Harry, quase a rasgando. Ele fitou-a longamente e até conjurou uma régua de dois metros para medir a redação e ficou extremamente desapontado.

-         Ok, Potter, dois metros contados. Mas se sair um dedinho do assunto, juro que... esquece. Dê-me suas coisas e vá para a torre da Sonserina – ele pareceu mais gentil do que o de costume e fez Harry levantar a sobrancelha de desconfiança – que foi? Não faça essa cara nojenta que eu tiro vinte pontos da Grifinória.

Snape arrancou o material de Harry de sua mão e subiu a escada decidido. Harry rumou para a masmorra onde ficava o Salão Comunal da Sonserina.

Primeiro, Harry ficou pelo menos vinte minutos esperando, sem saber a senha. Felizmente, uma primeiranista saiu para tomar um pouco de ar e lhe disse a senha.

-         Harry Potter? Uau! Eu sou Zorilda Mary Cross.

-         Alô, Zorilda – ele cumprimentou desconcertado.

-         O que está fazendo aqui?

-         Detenção. Pode me dizer a senha?

-         Ah sim. É sangue-ruim. Boa sorte!

Harry entrou no Salão Comunal. Era escuro, úmido e frio. Havia enorme poltronas marrons e pretas espalhadas. No fundo, uma lareira e nas paredes, fotos de bruxos famosos que passaram pela Sonserina (Harry reconheceu Lúcio Malfoy em um dos retratos. Ele o olhava com desprezo). A maioria dos sonserinos ainda estava acordados, fazendo deveres. Todos pararam de conversar quando Harry entrou. Somente um garoto de voz arrastada e cabelos cor-de-palha continuou a falar sozinho:

-         Francamente, aquela McGonall nojenta... escrever sobre os Potter, raça mais idiota nunca vi. Sorte que ela não me colocou na biblioteca, onde o Cicatriz deve estar penando. Mas ficar no Salão Comunal sem falar com Crabbe e Goyle não tem graça!

Goyle fez um sinal para ele, que virou-se. Encarou Harry com um sorriso desdenhoso.

-         Ah! A celebridade chegou. Preciso curvar-me ou bater palmas – e ajoelhou-se aos pés de Harry e fez todos rirem.

-         Cala a boca, Malfoy – rugiu Harry.

-         Ui... o que você vai fazer sem os dois pobretões Weasley e a sangue-ruim Granger?

Harry não pode fazer nada: Snape entrou no exato momento.

-         Espero que não mexa com Draco, Potter – ele advertiu – ou vai pagar caro por isso.

Malfoy deu um sorriso vitorioso a Harry e Snape. Harry atravessou o sombrio Salão e esparramou-se em uma poltrona gelada.

“Por favor, sonserinos, venham cá”, chamou Snape. “Isso... gostaria de pedir para que não facilitassem a vida de Potter nessa noite. Está cumprindo detenção, ou seja, nada de lençóis, camas e outros confortos que vocês, gentis de natureza ofereceriam”.

Harry fez careta. Snape saiu logo em seguida, pedindo para que os sonserinos também fossem dormir. Malfoy foi o último a deitar-se. Dirigiu-se à poltrona que Harry estava deitado, olhando para o teto. Harry pode ver apenas o rosto malvado de Malfoy.

-         Boa noite, Potter – foi até a lareira e a apagou, deixando tudo na mais completa escuridão.

A noite que Harry passou ali foi horrível. O frio cortava seu corpo e seus queixos batiam. Ele estava com os lábios roxos. Por mais que se encolhesse na roupa, sentia mais frio. A poltrona era extremamente desconfortável e causou dores na sua coluna. O escuro também o deixou mal e sem contar na saudade que sentia de sua cama, da brisa batendo em seu rosto e seus cabelos rebeldes voando. Teve pesadelos durante toda a noite e os antigos sonserinos olhavam para ele como se pudesse ser engolido a qualquer momento.

Ele se levantou às quatro horas da manhã com enormes olheiras. Se endireitou e estava prestes a sair quando...

-         O que está fazendo, Potter? – Malfoy apareceu do alto de uma escada, com hobby que tinha uma enorme cobra bordada – que horas são? Vá dormir!

-         Desculpe – ele se espreguiçou – mas já cumpri a detenção. Tchau.

Malfoy não pode contê-lo e Harry sentiu-se melhor ao ver a cara de desagrado de Malfoy. O guardião do buraco da Sonserina, um enorme cavaleiro com cara de mal acordou mal-humorado e xingou Harry de nomes muito feios. Ele chegou no Salão Principal primeiro que todo mundo. Lá pelas sete horas, os outros alunos começaram a chegar.

-         HARRY! – gritou Gina, descendo as escadas com pressa – você está bem?

-         Como você conseguiu sobreviver? – perguntou Rony intrigado.

-         Eles te trataram mal? – Hermione estava preocupada com ele.

-         Se deitar em uma poltrona desconfortável, passar frio, dormir no escuro com muitos bruxos malvados te encarando pode se chamar de mau tratamento, fui sim.

Hermione não chorou por pouco. Harry tentou engolir seu café da manhã o mais rápido possível. Mas algo o deixou abalado durante muito tempo: ele viu Cho Chang, que estava cada vez mais linda. Seus cabelos estavam amarrados em uma fina trança e reluzia. Mas estava acompanhada por Malfoy, que parecia estar contando algo muito engraçado para ela. Ao ver Harry, ela sorriu e fez um sinal para ele se aproximar.

-         Com licença – as meninas olharam para ele com desagrado e se dirigiu à mesa da Corvinal.

-         Harry! – ela o abraçou com muito carinho – que saudades! Não nos vimos faz tempo! Venha escutar essa piada de apanhador que Draco contou.

-         Prefiro não escutar, Cho – murmurou Harry.

-         Potter está meio mal-humorado, Cho – Harry se revoltou por dentro quando Malfoy a chamou de Cho.

-         Conferência dos apanhadores! – disse o sarcástico Snape – preciso falar com você, Draco.

Harry sentiu-se mais aliviado, mas não pode evitar a cara de terror que fez quando Malfoy deu um beijo no rosto da garota.

-         Cho – ele balbuciou abismado – o que aconteceu...?

-         Draco e eu? – ela deu uma risadinha – queria que você fosse o primeiro a saber, como meu amigo. Draco e eu... estamos nos dando bem.

-         Quer dizer – ele disse com a voz mais moribunda do mundo – que Malfoy pediu você em namoro, Cho?

Ela balançou a cabeça positivamente, com um enorme sorriso.

-         E você...?

-         Aceitei. Gosto muito de Draco, ele mudou muito comigo. E prefiro tentar, arriscar.

-         Cho, Malfoy é presunçoso, desprezível, nojento e tudo de pior que você pode pensar! – ele segurou a mão dela desesperadamente.

-         Harry... você é meu grande amigo, mas teve um tempo que eu até pensei que poderíamos ser mais do que amigos, mas, você mostrou o contrário – ela se soltou de Harry delicadamente.

-         Eu mostrei o que?

-         Se você não sabe, não sou eu quem vai te contar – ela deixou Harry sozinho e foi até Malfoy, que a esperava na mesa da Sonserina.

Harry voltou para a mesa desolado. “Por que estou me sentindo mal?”, ele se perguntou. Afinal, ele nunca tivera nenhuma relação com Cho Chang, apenas achava ela bonita. Sentou-se de volta na mesa e tentou tirar ela do pensamento.

-         Olhe só! – disse Rony, se segurando para não rir – a sua namoradinha Cho Chang não está dando mole para Malfoy?

-         Está – ele respondeu aborrecido – onde estão Gina e Mione?

-         Mione foi deixar Gina na sala de Estudo dos Trouxas. – Rony abriu a boca de espanto – Malfoy está beijando ela!

Harry tentou não olhar. Mas não teve como: Cho estava na mesa da Sonserina, ao lado de Malfoy. Ela ria do namorado e de Crabbe e Goyle. Malfoy olhou para Harry e passou a mão nos cabelos de Cho.

-         E daí?

-         Não me diga que ela e Malfoy estão juntos?

-         Estão – ele tentava ser mais curto e breve possível.

-         Mas e você e ela?

-         Nunca tivemos nada.

-         Porque você não quis – disse Rony. Harry fez uma cara de espanto – é, porque você não quis. Agora vai ter que se contentar com a senhorita Chang se tornar Malfoy. Cho Malfoy... até que sooa bem!

Harry era capaz de bater em Rony. Hermione chegou no exato momento.

-         Desculpe a demora, mas tive que deixar uns alunos do primeiro ano na sala de Feitiços, estavam perdidos, os coitados... o que foi? – Hermione disse ao ver a cara aborrecida de Harry.

-         Cho Chang está namorando Malfoy – informou Rony, arrumando a mochila sobre os ombros.

-         Sério? Quer dizer... eu nunca pensei que alguém fosse namorar Malfoy.

-         Bem, se ela gosta do Malfoy, acho que é problema dela – falou Harry – vamos embora, não quero perder nem um minuto da aula de Poções.

Se não fosse em outras circunstâncias, Rony mediria o grau de febre de Harry. Snape ficou chateado ao ver que Harry, Rony e Hermione chegaram cedo (ficando sem motivos de tirar pontos dos garotos). As aulas foram terríveis. Estavam aprendendo a fazer uma poção acalma-leão, o que seria ideal para Harry. Snape tirou cinqüenta pontos da Grifinória por Neville ter derramado sua poção em Crabbe, que ficou calmo a ponto de procurar por flores e recitar poesias. Mas o mais duro não foi perder cinqüenta pontos em uma aula: foi escutar Malfoy contando aos sonserinos como é bom beijar Cho Chang.

-         Ela está caidinha por mim, é claro. Mas quem não estaria? Cho é a menina perfeita, pena que uns ou outros não souberam apreciá-la.

Ele falava de Cho como se fosse uma coisa. Os conselhos de Rony também não adiantaram nada:

-         Ela é uma tapada, Harry. Esquece. Você é o famoso Harry Potter, esqueceu?

Harry decidiu esquece-la, e usaria o estudo e a dedicação total ao quadribol como meio. O sinal tocou.

-         Dever de casa: escrever a teoria dessa poção. A melhor redação ganha vinte pontos.

Eles saíram da sala de Snape em direção à sala de Defesa Contra as Artes das Trevas. Na metade do corredor que levava à sala, foram interceptados. A profª. Claire R. estava lá.

Estava mais bonita do que o dia da cerimônia de seleção. Vestia vestes azuis que constatavam com os olhos. Seus cabelos lisos faziam cachos nas pontas.

-         Boa tarde. Todos os grifinórios estão aqui? Ótimo. Nossa primeira aula não será na sala, por favor, me sigam.

Os murmúrios eram inevitáveis. Hermione estava se apresentando à nova professora, que parecia ser simpática. As duas conversavam animadamente.

A professora os conduziu para fora do castelo, para dentro da Floresta Proibida. Estavam no coração da floreta quando a professora parou. Os alunos tinham as respirações suspensas.

-         Sentem-se no chão. Meu nome é Claire R., e primeiro de tudo, gostaria de informar que o primeiro que perguntar meu sobrenome perderá cinqüenta pontos. Estão avisados.

“Bem, gostaria que dissessem os seus nomes e sobrenomes. Farei o possível para gravar o nome de vocês”.

-         Granger, Hermione – sorriu Hermione para a professora.

-         Weasley, Ronald – Rony estava fascinado pela professora.

E aos poucos foram se apresentando. Na vez de Harry, ele foi interrompido.

-         Não precisa se apresentar. Harry Potter, a celebridade substituída por Natalie Hufflepuff. Você tem os olhos da nojenta Lílian Evans e o jeito de Tiago Potter.

Harry abaixou a cabeça morrendo de vergonha.

-         Todos devem falar isso, Potter – ela rosnou para Harry – mas não passa da verdade. Vamos ver se é tão inteligente quanto seu paizinho...

Havia ironia no seu tom de voz. Mas ela mudou completamente ao se dirigir a Hermione:

-         Hermione, querida, pode trazer aquela caixa atrás daquela árvore?

-         Claro, professora – e trouxe uma enorme caixa para a professora.

-         Bem – começou Claire R. – dentro dessa caixa tem um vampiro. Eles sobrevivem no escuro, odeiam a luz, e por isso trouxe vocês para a Floresta Proibida. Existe um feitiço que elimina totalmente esses vampiros. A fórmula é Alhospóden, repitam.

-         Alhospóden! – recitou a turma.

-         Certo – aprovou Claire – esse feitiço libera cheio de alho, reflexo de espelho, luz e uma estaca, mas tudo isso não pode ser vista pelos bruxos, só por vampiros. Vou soltar o vampiro para uma aula prática e quero que Potter seja o primeiro.

Harry aproximou-se da caixa. A professora abriu e o vampiro saiu de dentro dela. Era extremamente branco, vestia preto e tinha cabelos curtos. O que mais apavorou Harry foi os enormes dentes amarelos e o barulho estranho que a sua barriga fez.

-         Alhospóden! – bradou Harry. Mas o feitiço não funcionou. Harry caiu no chão de medo. O vampiro ia avançando no garoto e...

-         Afaste-se! Eu ordeno! – a professora entrou na frente de Harry. Mas o vampiro riu de desdém (como Malfoy fazia) e avançou em Claire – Alhospóden!

O feitiço era muito forte. O vampiro transformou-se em morcego e procurou o primeiro lugar mais escuro e mais próximo: a caixa.

-         VOCÊ FICOU MALUCO? – ela gritou – ESSE VAMPIRO PODERIA TER TE MORDIDO!

-         Desculpe – gaguejou Harry – o feitiço não deu certo e...

-         PODERIA TIRAR PONTOS DA GRIFINÓRIA! – ela disse. Todos os alunos se encolheram de medo – mas não vou fazer isso em consideração aos alunos que não tentaram.

“Por favor, Potter, sente-se antes que eu dê uma detenção para você”.

Contrariado, Harry se sentou. Por quê Claire R. detestava tanto ele? O que ele fez de mal? Harry ficou apenas observando os amigos. Todos se deram bem, até que o vampiro se tornou um morcego e voou para longe de Hogwarts.

-         Muito bem, grifinórios! – ela estava satisfeita – quer dizer, menos Potter, que poderia ter virado um vampiro e voado para longe.

-         Pena que Snape nos tirou cinqüenta pontos – lamentou-se Simas Finnigan.

-         Severo Snape tirou cinqüenta pontos de vocês? – revoltou-se a professora – não importa por quê, dou-os de volta. E mais vinte por merecimento. Estão dispensados.

Os grifinórios saíram elogiando e agradecendo a professora Claire.

-         Ela é demais! – Rony ainda estava de boca aberta – além de ser uma ótima professora, é linda!

-         É uma ótima professora – concordou Hermione.

-         É a versão feminina do Lupin! – definiu Dino Thomas.

-         Claire R. é simpática com todos vocês, menos comigo. Ela agiu muito mal hoje - disse Harry.

-         Deve ser pressentimento seu, Harry – disse Hermione.

-         Não, Mione. Quando eu sei que uma pessoa não gosta de mim, eu sei mesmo.

 

 

O almoço foi doloroso. Cho Chang não parou de conversar com Malfoy.

-         Não se chateie, Harry – disse Gina – você ficar mal não vai adiantar de nada.

As aulas de Feitiços foram normais. Harry conseguiu realizar o feitiço Accio e Hermione ganhou vinte pontos para a Grifinória. Harry e Cho ainda se encontraram na aula de Quadribol. A Corvinal foi estraçalhada pela Grifinória, duzentos a dez (Rony era um maravilhoso goleiro), com direito a Harry apanhar o pomo.

-         Parabéns, Harry – parabenizou Cho Chang no final da aula, estendendo a mão. Harry não a apertou e foi seco com a garota.

-         Obrigado. Com licença, Chang, preciso fazer meus deveres de casa.

Harry, Rony, Hermione e Gina se enfunaram no Salão comunal e de lá não saíram até terminar os deveres. Rony tentava convencer Hermione a dar uma pedra para eles.

-         Por favor, Mione... você tem três pedras!

-         Eu mesma fui lá e arranquei-as para a aula de Flamel. Vocês deveriam fazer o mesmo!

Mas no final Hermione acabou cedendo. Harry e Rony se recolheram cedo. Harry caminhou decido e apanhou o álbum que ganhara de Hermione.

-         Você tem certeza que quer fazer isso? – perguntou Rony, sentando-se ao lado de Harry.

-         Tenho – respondeu.

Virou três folhas até chegar em uma foto que ele aparecia com Cho Chang. Arrancou-a violentamente e disse:

- Reducio! – a foto foi diminuindo, diminuindo... até desaparecer completamente.