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AMAZÔNIA - GT 9

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1. INTRODUÇÃO


Inferno Verde, Pulmão do Mundo, Hiléia, Paraíso Verde, Eldorado, são algumas designações e metáforas, entre tantas, com que a Amazônia é referida ao longo dos tempos.

Neste final de milênio as atenções têm se voltado de forma incisiva e insistente para os destinos das florestas tropicais do planeta e, em particular, sobre a maior delas – a Amazônia. O Brasil, detentor majoritário das terras amazônicas, passou a ser constantemente questionado pela mídia internacional, por políticos de potências mundiais e por organizações não governamentais, aparentemente com interesse na proteção ao meio ambiente e às comunidades indígenas, sobre a ocupação da região e a exploração das riquezas da Hiléia.

A crescente obsessão da maioria das nações desenvolvidas com a competitividade internacional deveria ser vista, não como uma preocupação fundamentada, mas como uma visão sustentada diante da evidência óbvia da volúpia. O neoimperialismo tem uma lógica aritmética descuidada e defeituosa, perigosa, visando as políticas internas e ameaçando a nossa soberania nacional. Sem maiores reflexões, ficamos a mercê da lógica madrasta do mercado, aonde somente as nações desenvolvidas conferem sobre lucros, o Brasil está sofrendo pressões, sobretudo pela região Amazônica, sendo que no jogo da cobiça internacional o “comércio” não é um jogo de soma zero.

O aspecto mais presente desta nova ordem internacional é a chamada globalização, da qual dificilmente vamos fugir já que o processo em si é irreversível e o Brasil faz parte da comunidade internacional. Assim sendo temos que nos precaver, ao falarmos sobre a Amazônia, a fim de nos proteger do processo de devastação ambiental cruel em todo o mundo.

Entretanto a cobiça internacional de países, grupos organizados, madeireiros, contrabandistas de animais silvestres têm aumentado consideravelmente por parte destes grupos ou nações fronteiriças da região Amazônica.

Tais assuntos, no processo globalizante, vêm gerando tensões no relacionamento entre países desenvolvidos e em desenvolvimento posto que o neoliberalismo apregoa a liberdade do mercado e a livre competição sendo estas bases da globalização.

Sob a égide da globalização e do ambientalismo é necessário o emprego dos objetivos nacionais permanentes para a preservação do nosso santuário ecológico, visto que a Amazônia é o maior banco genético do planeta, sua biodiversidade é incomparavelmente rica, suas riquezas do sub-solo, minerais de altíssimo valor agregado, são incalculáveis.

A Região Amazônica, parte integrante do território nacional e considerada pela mídia internacional como um dos recantos mais valorosos e inexplorados do mundo, vem sofrendo com ataques de toda ordem. Ora de forma física, quando lhe são “roubadas” suas riquezas naturais ou quando de forma predatória destroem seu ecossistema; ora de maneira conjuntural, quando o descaso toma conta dos órgãos responsáveis pelo seu desenvolvimento e preservação física, econômica e social. Estabelecer normas rígidas e ações eficazes para a região é preservar e manter os Objetivos Nacionais Permanentes.

O futuro não acontece por si mesmo. O seu fabrico é produto de ação planejada, aleatória e intuitiva dos indivíduos e da sociedade política, econômica e juridicamente organizada. Contém elementos e forças internas e sofre influências conjunturais e estruturais do país e do exterior. Deste modo, a grande diversidade de variáveis e vetores que atuam e interferem na construção do futuro impõe o exercício de simulações, modelos e cenários. Este exercício pressupõe tentativas de penetração e exploração de novas avenidas e horizontes, tentando visualizar o que poderá ocorrer se as variáveis usadas estiverem corretas e não sofrerem desvios e mudanças significativas.

O futuro, porém, não está contido apenas no passado e no presente. Ele depende, também, de ação e de vontade conduzidas pelas lideranças esclarecidas e dinâmicas, a serviço dos interesses comuns. Sobretudo não se pode desprezar o papel da ciência, da tecnologia e da biotecnologia tropical para a solução dos problemas ambientais e do crescimento sustentável que combine o uso dos recursos naturais com a conservação dos ecossistemas, atendendo as necessidades e a solidariedade diacrônica da população atual com as gerações futuras. Novas invenções e descobertas podem alterar o rumo e o desenvolvimento social e econômico do futuro.

Uma tomada de consciência positiva, realista e de esperança voltada para a melhoria de vida e para o desenvolvimento sócio-econômico regional, constitui o primeiro passo nessa direção. De outro lado, não se pode esquecer o fato de que nas sociedades carentes o quotidiano assume tal proporção que o
engenho e a arte se desligam do amanhã e se concentram apenas no clamor e nas soluções de emergência do dia-a-dia.

Por isso, é importante incluir as influências, pressões e constrangimentos ecológicos e ambientais que, partindo de dentro ou fora do país, podem frear ou inviabilizar o desenvolvimento, transformando a Amazônia num santuário ecológico para desfrute da vida selvagem e do turismo exótico.

Nos cenários e projeções é preciso ter em mente que o objetivo básico é de sinalizar uma esperança e assinalar, o que podemos fazer para melhorar face aos desafios e potencialidade da região amazônica, e o que podemos oferecer, como contribuição, para solucionar os problemas atuais que circundam a Amazônia.

Ao lado do enorme potencial amazônico de recursos naturais, florestais, minerais, energéticos e biotecnológicos é preciso relembrar que esses recursos per si não garantem a certeza de um desenvolvimento sustentável. É preciso criar condições de infra-estrutura científica, tecnológica e, sobretudo, de recursos humanos qualificados para que esse nível de bem estar futuro venha a acontecer.
 


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