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1. INTRODUÇÃO
Inferno Verde, Pulmão do Mundo, Hiléia, Paraíso Verde, Eldorado, são algumas
designações e metáforas, entre tantas, com que a Amazônia é referida ao longo
dos tempos.
Neste final de milênio as atenções têm se voltado de forma incisiva e
insistente para os destinos das florestas tropicais do planeta e, em
particular, sobre a maior delas – a Amazônia. O Brasil, detentor majoritário
das terras amazônicas, passou a ser constantemente questionado pela mídia
internacional, por políticos de potências mundiais e por organizações não
governamentais, aparentemente com interesse na proteção ao meio ambiente e às
comunidades indígenas, sobre a ocupação da região e a exploração das riquezas
da Hiléia.
A crescente obsessão da maioria das nações desenvolvidas com a competitividade
internacional deveria ser vista, não como uma preocupação fundamentada, mas
como uma visão sustentada diante da evidência óbvia da volúpia. O
neoimperialismo tem uma lógica aritmética descuidada e defeituosa, perigosa,
visando as políticas internas e ameaçando a nossa soberania nacional. Sem
maiores reflexões, ficamos a mercê da lógica madrasta do mercado, aonde
somente as nações desenvolvidas conferem sobre lucros, o Brasil está sofrendo
pressões, sobretudo pela região Amazônica, sendo que no jogo da cobiça
internacional o “comércio” não é um jogo de soma zero.
O aspecto mais presente desta nova ordem internacional é a chamada
globalização, da qual dificilmente vamos fugir já que o processo em si é
irreversível e o Brasil faz parte da comunidade internacional. Assim sendo
temos que nos precaver, ao falarmos sobre a Amazônia, a fim de nos proteger do
processo de devastação ambiental cruel em todo o mundo.
Entretanto a cobiça internacional de países, grupos organizados, madeireiros,
contrabandistas de animais silvestres têm aumentado consideravelmente por
parte destes grupos ou nações fronteiriças da região Amazônica.
Tais assuntos, no processo globalizante, vêm gerando tensões no relacionamento
entre países desenvolvidos e em desenvolvimento posto que o neoliberalismo
apregoa a liberdade do mercado e a livre competição sendo estas bases da
globalização.
Sob a égide da globalização e do ambientalismo é necessário o emprego dos
objetivos nacionais permanentes para a preservação do nosso santuário
ecológico, visto que a Amazônia é o maior banco genético do planeta, sua
biodiversidade é incomparavelmente rica, suas riquezas do sub-solo, minerais
de altíssimo valor agregado, são incalculáveis.
A Região Amazônica, parte integrante do território nacional e considerada pela
mídia internacional como um dos recantos mais valorosos e inexplorados do
mundo, vem sofrendo com ataques de toda ordem. Ora de forma física, quando lhe
são “roubadas” suas riquezas naturais ou quando de forma predatória destroem
seu ecossistema; ora de maneira conjuntural, quando o descaso toma conta dos
órgãos responsáveis pelo seu desenvolvimento e preservação física, econômica e
social. Estabelecer normas rígidas e ações eficazes para a região é preservar
e manter os Objetivos Nacionais Permanentes.
O futuro não acontece por si mesmo. O seu fabrico é produto de ação planejada,
aleatória e intuitiva dos indivíduos e da sociedade política, econômica e
juridicamente organizada. Contém elementos e forças internas e sofre
influências conjunturais e estruturais do país e do exterior. Deste modo, a
grande diversidade de variáveis e vetores que atuam e interferem na construção
do futuro impõe o exercício de simulações, modelos e cenários. Este exercício
pressupõe tentativas de penetração e exploração de novas avenidas e
horizontes, tentando visualizar o que poderá ocorrer se as variáveis usadas
estiverem corretas e não sofrerem desvios e mudanças significativas.
O futuro, porém, não está contido apenas no passado e no presente. Ele
depende, também, de ação e de vontade conduzidas pelas lideranças esclarecidas
e dinâmicas, a serviço dos interesses comuns. Sobretudo não se pode desprezar
o papel da ciência, da tecnologia e da biotecnologia tropical para a solução
dos problemas ambientais e do crescimento sustentável que combine o uso dos
recursos naturais com a conservação dos ecossistemas, atendendo as
necessidades e a solidariedade diacrônica da população atual com as gerações
futuras. Novas invenções e descobertas podem alterar o rumo e o
desenvolvimento social e econômico do futuro.
Uma tomada de consciência positiva, realista e de esperança voltada para a
melhoria de vida e para o desenvolvimento sócio-econômico regional, constitui
o primeiro passo nessa direção. De outro lado, não se pode esquecer o fato de
que nas sociedades carentes o quotidiano assume tal proporção que o
engenho e a arte se desligam do amanhã e se concentram apenas no clamor e nas
soluções de emergência do dia-a-dia.
Por isso, é importante incluir as influências, pressões e constrangimentos
ecológicos e ambientais que, partindo de dentro ou fora do país, podem frear
ou inviabilizar o desenvolvimento, transformando a Amazônia num santuário
ecológico para desfrute da vida selvagem e do turismo exótico.
Nos cenários e projeções é preciso ter em mente que o objetivo básico é de
sinalizar uma esperança e assinalar, o que podemos fazer para melhorar face
aos desafios e potencialidade da região amazônica, e o que podemos oferecer,
como contribuição, para solucionar os problemas atuais que circundam a
Amazônia.
Ao lado do enorme potencial amazônico de recursos naturais, florestais,
minerais, energéticos e biotecnológicos é preciso relembrar que esses recursos
per si não garantem a certeza de um desenvolvimento sustentável. É preciso
criar condições de infra-estrutura científica, tecnológica e, sobretudo, de
recursos humanos qualificados para que esse nível de bem estar futuro venha a
acontecer.
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