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AMAZÔNIA - GT 9

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3.1.3. GRANDE CARAJÁS

Finalidade

Medições de correntes de maré na Ponta da Madeira próximo ao porto de Itaqui para o projeto das obras portuárias do Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, atual complexo Portuário da Companhia Vale do Rio Doce e ligado ao Projeto Carajás.

Metodologia

Medições de correntes de maré em várias seções hidrográficas e assessoria a PROMON Engenharia no acompanhamento da campanha hidrográfica realizada pela Hidroconsult.

Resultados

Subsídio do projeto das obras de abrigo do Terminal, bem como à calibração do modelo reduzido que foi construído em 1979 e ainda hoje opera na Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica.

3.1.4. POLONOROESTE

Programa Integrado de Desenvolvimento do Noroeste do Brasil (Polonoroeste), executado durante os anos 1980, com recursos do Governo brasileiro e do Banco Mundial, sob a coordenação da Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco). Abrangeu a área de influência da rodovia BR-364, entre Cuiabá (MT) e Porto Velho (RO), e teve como objetivos principais:

• Contribuir para a maior integração nacional;

• Promover a adequada ocupação demográfica da região noroeste do Brasil, absorvendo populações economicamente marginalizadas de outras regiões e proporcionando-lhes emprego;

• Aumentar a produção da região e a renda de sua população;

• Reduzir as disparidades de desenvolvimento intra e inter-regionais;

• Assegurar o crescimento da produção em harmonia com as preocupações de preservação do sistema ecológico e de proteção às comunidades indígenas.

Dentre as ações do programa, incluiu-se a implantação de dezenas de projetos de colonização agrícola, como o de Machadinho, visando o assentamento de pequenos agricultores sem-terras para a prática de agricultura familiar.

Objetivos e Metas :

O objetivo principal desta pesquisa é a caracterização e o monitoramento dos sistemas de produção praticados pelos pequenos agricultores na região de Machadinho d'Oeste (Rondônia).

Esse objetivo principal implica em duas metas: um monitoramento anual do uso das terras - a partir de imagens de satélite - e uma caracterização circunstanciada, a cada três anos, dos sistemas de produção praticados através de cerca de 250 variáveis.

A perspectiva temporal do projeto é de 100 anos. Decorridos mais de dez anos de acompanhamento estão tornando-se possível análises consistentes sobre a sustentabilidade agronômica, socio-econômica e ambiental dos sistemas de produção existentes.

Finalmente, uma última meta de manutenção e atualização de uma base de dados, geocodificada e informatizada, com as informações obtidas pelo projeto tem permitido a consolidação de um perfil da evolução da agricultura de colonização em floresta tropical úmida. Os perfis trienais têm sido a base para trabalhos de pesquisa e planejamento de múltiplo propósito.

3.1.5. JARI

O projeto JARI, instalado no Estado do Pará, na margem direita do rio Jari, foi iniciado em 1967, e tinha como principal objetivo à substituição da floresta tropical heterogênea por plantio homogêneo de Gamelina arbórea, uma espécie asiática aclimatada na África, de onde vieram as sementes
plantadas no Brasil. A imensa plantação forneceria a matéria prima (celulose) para a fábrica localizada no porto de Munguba. O projeto também tinha outros objetivos: plantação de arroz em várzeas (Jarilândia), criação de gado (Monte Dourado e Arumanduba), usina hidrelétrica (Cachoeira Santo Antônio), e plantio de dendê.

O projeto Jari foi o responsável pelo surgimento e consolidação de alguns núcleos populacionais dos quais destaca-se a cidade de Monte Dourado, no Pará, hoje com mais de 20.000 habitantes e o chamado Beiradão, no lado do Amapá.

O único dono do projeto, o norte americano Daniel K. Ludwig, investiu mais de 750 milhões de dólares; declarava-se proprietário de 1.200.000 hectares de terras compradas ao preço de 2,50 dólares por hectare.

Os primeiros experimentos com Gamelina arbórea para o projeto, foram feitos na Nigéria (África), com sementes vindas do golfo de Bengala.

O plantio de Gamelina em grande escala, resultou num tremendo fracasso, pois esta espécie não se adaptou às condições dos solos dominantes na região (arenosos e extremamente ácidos); demonstrou preferir solos argilosos, não tão ácidos e com relativa disponibilidade de nutrientes.

Atualmente, dos 120.000 hectares de plantações florestais do projeto Jari (atual Companhia Monte Dourado), apenas 20% são constituídos de Gamelina; as outras espécies utilizadas são: eucalipto (70%) e pinus (10%).

Atuação:

Implantação, manutenção e avaliação de experimentos silviculturais; estudos de alternativas de manejo; estudo de essências florestais nativas e exóticas; seleção, armazenamento e conservação de sementes; testes de germinação; planejamento, instalação e manutenção de viveiros; relatórios de acompanhamento; experimentos com dendê; seleção, embalagem, transporte e plantio de mudas em local definitivo.

3.1.6. PROJETO DROGAS JAMAIS

Não se pode esquecer da comunicação de massa nesse processo preventivo-educativo. Especialistas em comunicação e marketing elaboram a minuta de um projeto para a educação preventiva de uma grande massa de jovens e também de adultos. É o PROJETO: DROGAS, JAMAIS! De Rolando Coronado e Carlos Alberto Ratton.

Em linhas gerais tal projeto é constituído por dois vídeos programas, um destinado ao público infanto-juvenil e outro ao público adulto. Estes programas abordam o tema de forma dinâmica e moderna, com a necessária força de persuasão e convencimento, mesclando a forma documental com a de ficção.

O que e como fazer?

Para acabar ou diminuir a ação dos narcotraficantes na Amazônia é necessário um intenso trabalho de fiscalização, acompanhamento e repressão através do projeto Calha Norte, SIPAM E SIVAM.

O projeto Calha Norte define três planos de ação para a ocupação da linha fronteiriça, todas de caráter militar: demarcar fronteiras e estipular os limites do território nacional; solucionar conflitos na região, buscando, a partir do ponto de vista da política de ocupação humana, racionalizar os fluxos do tráfego aéreo, fluvial e migratório nas fronteiras e, finalmente combater o narcotráfico.

Para cumprir estes objetivos o Projeto Calha Norte listou as necessidades imediatas:

• Intensificação das relações bilaterais com países vizinhos;

• Aumento da presença brasileira na área com base na ação das forças armadas;

• Proteção e assistências às populações indígenas da região;

• Intensificação das campanhas demarcatórias de fronteira;

• Ampliação da infra-estrutura viária;

• Aceleração da produção de energia local;

• Estímulo à interiorização de pólos de desenvolvimento;

• Ampliação da oferta de recursos sociais básicos, e

• Incremento da colonização.

O SIVAM contará com a mais alta tecnologia, utilizando sensoriamento remoto de última geração, com imagens fornecidas por satélite e dados detectados por radares, além de um completo sistema integrado de telecomunicações. Sua abrangência é, portanto, a Amazônia legal brasileira, monitorando os recursos hídricos e do regime de cheias, mapeamento térmico e estudos de tensão térmica, previsões meteorológicas e, ainda, identificar pistas de pouso e de comunicações clandestinas, controlar as explorações de garimpos e de áreas de plantações sustentadas pelo narcotráfico, localizar pontos de atividades irregulares ou ilícitas (contrabandos de minérios, madeiras, produtos farmacol

4. ESTABELECIMENTO DE ESTRATÉGIAS

“Nós, brasileiros, devemos estar conscientes de que, se o Brasil pretende alcançar o pelotão dos países desenvolvidos, não poderá abrir mão da incorporação da Amazônia à economia nacional, através da exploração racional dos recursos naturais nela existentes. Mantê-la intocada seria a maior prova da nossa incompetência; devastá-la será um crime que praticaremos não só contra o Brasil, mas também contra a humanidade”.
JARBAS PASSARINHO

4.1. EFETIVAR A PRESENÇA DO ESTADO

A presença do Estado na Região Amazônica talvez seja a principal e decisiva ação governamental que a área está a necessitar, não só pelos reflexos positivos para a sua população, mas, sobretudo, por oferecer argumentos irrefutáveis à opinião internacional, caracterizando o pleno interesse do Governo Federal no trato dos assuntos amazônicos.

Essa presença não pode ficar restrita às grandes capitais ou apenas à ação das Forças Armadas nas regiões mais longínquas e inóspitas. Órgãos federais de controle, de incentivo ao desenvolvimento, policiais e de justiça são imprescindíveis para que o desenvolvimento da área ocorra dentro das mais variadas diretrizes governamentais e, ainda, dentro das normas que regem o convívio em uma sociedade politicamente organizada.

Além de dever do Estado, é compromisso para com as gerações futuras a condução do desenvolvimento e do gerenciamento das riquezas da Amazônia. No cumprimento do dever e na honra ao compromisso, necessário se faz distender as medidas de combate aos ilícitos transnacionais na região, erradicando de vez os descaminhos de minerais, o desvio de recursos naturais da floresta e a impunidade que incentiva a permissividade e a aceitação do contrabando e do narcotráfico, presentes de forma constrangedora e ocupando vazios governamentais de poder.

Operações esporádicas da Receita Federal, do IBAMA e da Polícia Federal já não mais atendem ao vulto dos delitos praticados. Só a perenidade desses e de outros representantes do Poder Público
Federal é que poderá inibir a ação criminosa e devolver às comunidades mais afastadas dos grandes centros a plena confiança nos poderes constitucionais, na lei e na ordem.

Não só da presença física dos organismos governamentais carece a Amazônia, mas, e principalmente, da conclusão de importantes programas e projetos federais como o SIPAM/SIVAM e o modelar Calha Norte.

4.2. A PARTICIPAÇÃO DO EXÉRCITO NA REGIÃO EM APOIO AO SIPAM/SIVAM – CALHA NORTE

À Força Terrestre, em face de significativa presença na área, caberá o papel relevante de cooperação, nas quais destacam-se as atividades:

• de apoio logístico, através do transporte de material e pessoal a pontos de difícil acesso ou que sejam inviáveis por meios aéreos;

• a segurança de equipamentos instalados em sítios contíguos a aquartelamentos, uma vez que, tais componentes farão parte do sistema de segurança nacional;

• de funcionamento dos sistemas de rádio-monitoramento através do seu pessoal especializado ou que sejam treinados para a operação de equipamentos específicos;

• de colaboração em áreas técnicas, como a manutenção de equipamentos de comunicações e na área de cartografia, possibilitando o levantamento preciso de áreas necessárias à integração do projeto.

O Projeto “Calha Norte” poderá integrar-se ao Sistema como um vetor alimentador de dados, pois a sua completa implementação possibilitará uma ampla vivificação do extremo norte do País.

Como usuário, o Exército terá acesso aos sistemas integrados de telefonia, fax e dados em todos os aquartelamentos da região, a cartas diversas, a informações ambientais, meteorológicas e sobre o
tráfego aéreo, a relatórios de ilícitos e de rádio-monitoramento, além de outros dados que facilitarão o planejamento e a execução das operações.

4.3. HUMANIZAR A ÁREA

A maioria dos projetos implantada na região resultou da busca de soluções para problemas externos a Amazônia – vista como espaço vazio alternativo para a colonização – e as atividades desenvolvidas sob esse enfoque não trouxeram os resultados desejados e esperados. Como honrosa exceção a justificar a regra, apesar das condições precárias de sobrevivência que sempre acompanharam o extrativismo amazônico, apresenta-se à permanência dos seringueiros dentro da floresta, desde 1970, nas reservas extrativistas criadas na busca insistente do equilíbrio entre a conservação ambiental e o desenvolvimento social.

Qualquer estratégia vivificante não sobrevive isoladamente e está intimamente ligada a todas aquelas que concorrem para a fixação do homem a terra. Portanto, para o sucesso de ocupar ordenadamente a Amazônia, se faz premente a consecução do Zoneamento Ecológico-Econômico da Amazônia Legal que, pari passu com estratégias concorrentes, direcionará as ações governamentais para a humanização da região.

Cabe salientar a proposta apresentada nesse sentido pelo projeto Calha Norte, priorizando a Faixa de Fronteira numa ocupação conduzida da periferia para o interior.

4.4. CRIAR PÓLOS DE DESENVOLVIMENTO

Mais uma vez o projeto Calha Norte é lembrado por já haver apresentado essa estratégia para a sua região alvo. Nada impede, entretanto, que se estenda essa visão de desenvolvimento para toda a Amazônia Legal.

Apoiados nas capitais estaduais e nas cidades de maior porte que já se comportam como centros de atração nas várias macro-regiões econômicas que compõem a Amazônia, os pólos de desenvolvimento, se possível auto-sustentáveis, direcionariam sua força de trabalho para os mercados
da área de influência e, quando fosse o caso, para os mercados do restante do Brasil e dos países vizinhos.

Evidentemente que Manaus (AM), Belém (PA) e outras capitais já se comportam como tal, porém, cidades como Araguaína (TO), Marabá (PA), Altamira (PA), Itaituba (PA), Parintins (AM), São Gabriel da Cachoeira (AM), Tefé (AM), Benjamin Constant (AM), Cruzeiro do Sul (AC) e Cacoal (RO) estão a merecer maior atenção para serem inseridas com suas plenas potencialidades no desenvolvimento sustentado da Amazônia.

Nas pequenas localidades, a sustentabilidade deve ser obtida na agricultura de subsistência, particularmente em hortifrutigranjeiros que a população local tenha vocação em produzir, evitando o consumo de produtos perecíveis de qualidade duvidosa, oriundos de outros centros produtores, devido à acelerada deterioração provocada pelo clima quente em associação ao longo tempo de transporte em embarcações inadequadas.

4.5. TORNAR OPERACIONAL O TRANSPORTE MULTIMODAL

O Rio Amazonas tem no transporte fluvial sua natural vocação, em face da exuberante malha aquática navegável que está ao seu dispor e que permeia com relativa capilaridade quase toda a extensão da Região Amazônica.

Entretanto, as ligações com o Nordeste e o Centro-Sul do Brasil e com os países limítrofes são dificultadas pela escassez de rodovias e ferrovias e com a região ao Norte da calha do Solimões-Amazonas, além das razões acima, também pelo menor número de afluentes na sua margem esquerda e pelo regime de chuvas que impede a navegação em determinadas épocas do ano.

A necessária perenidade na interligação entre a Amazônia e possíveis mercados consumidores de seus produtos estão a exigir que se otimize o transporte de carga à medida que as indústrias de base exijam modos de transporte mais pesados, adotando medidas que assegurem uma compatibilidade entre o desenvolvimento das atividades do transporte, as necessidades da comunidade amazônica e a preservação do meio ambiente.

O transporte multimodal apresenta-se como a solução adequada para a região, utilizando o transporte rodoviário, ferroviário, marítimo e, em último caso, até o aéreo como formas complementares e alternativas ao transporte fluvial.

A construção de eclusas nas regiões encachoeiradas dos grandes rios como o Negro e o Tocantins, visando ampliar seus cursos navegáveis é, certamente, uma medida digna de consecução para o melhor aproveitamento da malha fluvial amazônica.

4.6. INCENTIVAR O ECOTURISMO

A Amazônia, embora apresente uma natureza majestosa, não se qualifica convenientemente como um pólo para o turismo ecológico.

As deficiências em rotas aéreas, o acanhado transporte turístico fluvial, a falta de estrutura em saúde e saneamento básico e, também, a quase inexistência de alojamentos ou hotéis de selva estão a se contrapor a esta importante opção de desenvolvimento sustentável.

O ecoturismo, além de ser uma atividade que não necessita de grandes investimentos, apresenta retorno rápido do capital aplicado e gera empregos pela absorção de mão-de-obra local, contribuindo para valorizar o homem e fixá-lo com perspectivas auspiciosas na região.

A considerar estudos e relatórios da indústria turística mundial sobre ecoturismo, sinalizando para uma maior expansão no próximo século e uma grande demanda reprimida na Amazônia, a implantação de projetos nesta área caracteriza um vetor de desenvolvimento sustentável de captação alvissareira de recursos externos.

Há de se ponderar nessa empreitada a possibilidade de difundir a imagem correta do tratamento que o Brasil dedica à natureza, para milhares de turistas das mais diversas nacionalidades, sendo impositivo o fiel cumprimento da legislação ambiental pelos empreendimentos a serem incentivados nessa área.

Os segmentos da sociedade e os órgãos governamentais, responsáveis direta ou indiretamente pelo turismo, podem e devem reverter o quadro atual que incentiva o brasileiro a fazê-lo no exterior, antes mesmo de conhecer o Brasil.

Outro fator digno de registro a ser vislumbrado no ecoturismo na Amazônia é a possibilidade de educação das futuras gerações de brasileiros, despertando a noção plena de soberania e o sentimento de posse sobre suas riquezas de importância estratégica.
 


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