A jangada de Eduardo Moscovis
vai a pique em Bela Donna
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Os protagonistas: rolando e enrolando |
Foto: Divulgação |
Somente as fãs de Eduardo Moscovis encontrarão atrativos em Bela Donna, que estréia nesta sexta em circuito nacional. O ator aparece na tela com menos roupa do que o Nando da novela Por Amor, rolando pelas dunas do Ceará com a canadense Natasha Hensthridge. Neste novo filme assinado por Fábio Barreto, o mesmo diretor de O Quatrilho, há inúmeras cenas de sexo e paisagens de encher os olhos. Pode parecer suficiente, mas não é. O roteiro mal amarrado reduz tudo a mero pretexto para mostrar como é bonita a Praia de Canoa Quebrada, no Ceará. Com uma agravante: boa parte do público já conhece a história, protagonizada por um pescador e uma inglesa rica. Trata-se de uma adaptação do romance Riacho Doce, de José Lins do Rego, que virou minissérie de TV em 1990. Amparado em três leis de incentivos fiscais, uma delas claro! — do governo cearense, Barreto gastou 4,5 milhões de dólares na produção, o correspondente a duas vezes e meia o orçamento de seu trabalho anterior. Provavelmente torraram um dinheirão em protetor solar. O investimento resultou numa obra bem-cuidada, mas vazia como conversa de surfista. Estrela do elenco, Moscovis consegue ser pior do que Carlos Alberto Riccelli na minissérie da Globo. Ele passeia de jangada, corre pela areia e briga de faca com um matador profissional, mas não se livra da cara de coitado do piloto Nando. Pior que a atuação do galã, só as cenas de pescadores nordestinos falando inglês. "Mutcho" chato.
Luiz Sampaio
http://www2.uol.com.br/veja/120898/p_140b.html