Uma experiência Huna
O dourado
indescritível da chama,
Em sua sublime e divina
dança,
Deslumbra os sentidos e
causa medo,
Mostrando-nos o poder do
desconhecido.
Seu calor que aquece e
também mata,
Transmite-nos o poder da
realidade.
Esta efêmera,
sutil, poderosa e
acolhedora força,
Penetra passo a passo no
âmago de
nosso ser,
Aquecendo todo o corpo
com uma
diferente energia.
O vento sopra a chama em
nossa
direção;
Sua beleza é de
uma suavidade
tamanha,
Que nos faz perder toda a
dúvida e o
medo,
Tornando-nos com ela, uma
única e só
coisa.
Ela desaparece em sua
majestade,
Deixando-nos impregnados
de seu
poder;
Agora, esse poder sou eu
também.
O que é tudo isso?
É o Supremo que,
atrás da chama,
Em Sua essência
manifestada na
fonte,
Gera a chama que nos
saúda.
Ele é a brasa, a
lenha, o carvão, o
Todo;
Ele sustenta o fogo
com Seu
poder divino.
A chama desapareceu; a
essência ali
está,
Materializada na brasa
incandescente,
Na lava que jorra, no
incêndio que
destrói.
Nós estamos
identificados pela chama
que soprou.
Eu sou a chama que agora
busca a
Fonte;
Sinto necessidade de
Senti-lo em sua
intensidade,
Fundindo-me por um
momento em Seu
seio.
Os passos são
automáticos, a certeza
é total.
Eu sou o fogo que
purifica, eu sou
filho de Deus.
Eu sou o passeio na brasa,
Eu sou o que passou e
harmonizou-se,
Eu sou o manifestado
aquecido,
Eu sou a imagem e
semelhança do
Todo.
Eu passeei na intimidade
da brasa,
Sentindo o poder que
há em mim.
Eu estou em ALOHA;
eu
também sou fogo;
Eu senti o prazer da
brisa suave da
chama,
Deliciando-me na harmonia
do ser
triuno!
Veranópolis,
novembro de 1995.
Sebastião de Melo