As mulheres do Brasil

Tabela ilustrativa de algumas de suas lutas e conquistas (1827-1970)

Ilze Zirbel*

As informações contidas nesse trabalho são fruto de anotações realizadas ao longo de três anos. Surgiram, inicialmente, como forma de organizar informações relativas ao movimento de mulheres no Brasil, acompanhando um projeto de Iniciação Científica realizado sob este tema. No entanto, com o término da pesquisa, novas informações foram gradativamente sendo anexadas ao trabalho. modificando-o significativamente.

Como resultado final, podemos encontrar anexados à esta tabela informações relativas aos feitos de inúmeras brasileiras, desde a época abolicionista até o final da década de setenta, bem como algumas informações relativas à legislação brasileira (no que concerne à situação da mulher).

Vale à pena ressaltar ainda que este trabalho é apenas uma mostra da variedade e grandiosidade das lutas de mulheres no Brasil. A cada nova pesquisa realizada são encontrados novos nomes e novas conquistas que, juntas, tecem a complexa teia das transformações político-sociais ocorridas nos últimos dois séculos.

1827

Surge no Brasil a primeira legislação referente à educação de mulheres1. (CED00)

1832

A nordestina Nísia Floresta Augusta (abolicionista, defensora dos direitos da mulher à educação, à profissionalização e ao exercício de seus direitos civis e políticos) traduz para o português a obra de Mary Wollstonecraft Direito das mulheres e injustiça dos homens (A vindication of the Rights of Women). (SAR94, p.98)

1833

Maria Josefa Barreto passa a editar no Rio Grande do Sul o jornal Belona Irada Contra os Partidários de Momo sendo citada por Pedro Maia Soares como a primeira jornalista brasileira. (SOA80, p.127)

1837

A gaúcha Ana Eurídice Eufrosina de Barandas escreve O ramalhete ou flores escolhidas no jardim da imaginação, defendendo a participação das mulheres nos debates políticos e passa a lutar pela igualdade entre os sexos, denunciando a opressão masculina como causa dos defeitos femininos. (COS91, p.50; SOA80, p.127ss)

1838

Nísia Floresta Augusta Brasileira funda no Rio de Janeiro um colégio exclusivo para a educação de meninas, combinando o ensino tradicional com sólidos conhecimentos de português, geografia e línguas estrangeiras (SCH00, p.451-2)

1839

A catarinense Anita Garibaldi, após abandonar a família, parte em companhia dos soldados "farrapos" para participar da Revolução Farroupilha. À bordo do navio Rio Pardo, Anita luta bravamente pela revolução, chegando a comandar o navio na ausência de seu capitão. (BUS71, pp.38-43; LAG00)

1842

Lançada a obra Conselho à Minha Filha de Nísia Floresta Augusta. (SAR94, p.95).

1845

Ana de Barandas edita o primeiro livro de ficção de Porto Alegre, conhecido como A filósofa por amor. (SOA80, p.127, n.r. 5)

1847

Nascimento de Chiquinha Gonzaga. (TEL93, p.32; FRE00)

1850

O jornal carioca O Liberal publica uma série de artigos de Nísia Floresta Augusta Brasileira, intitulados "A emancipação da mulher" (SCH00, p.452)

1851

Joana Paula Mansos Noronha torna-se redatora do jornal A Imprensa de Pelotas (RS). (SOA80, p.127, n.r.4)

1852

Surge no Rio de Janeiro o Jornal das Senhoras. Editado por Joana Paula Manso de Noronha (SAR94, p.98; TEL93, p.33) e sucedida por Violante de Bivar Velasco (CED00) o jornal visava promover "o melhoramento social e a emancipação moral da mulher".(SCH00, p.294)

1853

Nísia Floresta Augusta lança sua obra Opúsculo Humanitário, marcando o despertar de uma consciência crítica da condição feminina no país. (AUG89; SAR94, p.95)

1862

O jornal feminista O belo sexo, dirigido por Júlia Albuquerque Sandy Aguiar, entra em circulação em Campanha da Princesa (MG) e no Rio de Janeiro, com um amplo conselho editorial que reunia diversas mulheres uma vez por semana para a discussão de temas a serem publicados. (TEL93, p.34)

1869

Criada a Escola Normal com possibilidade de profissionalização para as mulheres. (SOA80)

1870

O Domingo e o Jornal das Damas são lançados no Rio de Janeiro. (TEL93, p. 33)

1873

Surge, em Campanha da Princesa (MG), o jornal Sexo Feminino (MG e RJ), editado por Francisca Senhorinha Motta Diniz com o objetivo de resgatar a história das mulheres brasileiras e advogar-lhes o sufrágio universal. (TEL93, BIC89, p.86). O jornal também abordava questões referentes à abolição e ao movimento feminista em outros países. (SCH00, p.246)

Luciana de Abreu, professora pública em Porto Alegre, discursa na tribuna da Sociedade Partenon Literária denunciando a opressão masculina e reivindicando a igualdade de oportunidades para homens e mulheres. (SOA80, p.80, p.136ss; SCH00, p.341)

1874

Passa a ser editado o Jornal das Damas. (PRO84, p.14)

1875

A poetisa Maria Heráclia lança em Recife o jornal Myosotis (PRO84, p.14), do qual era proprietária e editora.

A jovem Maria Augusta Generosa Estrella deixa o Rio de Janeiro para estudar medicina nos Estados Unidos. (BLA91, p.51)

1876

Maria Augusta Generosa Estrela, então com 16 anos de idade, recebe de D. Pedro II uma bolsa de estudos para estudar medicina no New York Medical College and Hospital for Women2,(BLA91, p.51). A imprensa brasileira devotou grande atenção ao fato, veiculando informações sobre a estudante durante praticamente todo o período em que permaneceu estudando no exterior.

1877

Surgem no país as primeiras Escolas Normais mistas. (SOA80)

As mulheres (maiores de 23 anos) adquirem o direito de lecionar para meninos de até 10 anos. (SOA80, p.140)

A compositora e pianista Chiquinha Gonzaga publica no mês de fevereiro a polca Atraente, passando a vender as partituras desta composição pelos bairros do Rio de Janeiro para conseguir se sustentar. No final deste mesmo ano a obra já havia atingido sua 15a edição. (FRE00, p.23)

1878

Surge, à partir dessa data, um grande número de "jornais literários" redigidos por mulheres por todo o estado do Rio Grande do Sul. (Ver: SOA80, p.145)

A escritora piauiense, Amélia de Freitas Beviláquia passa a publicar artigos em jornais do Recife. (SCH00, p.44)

1879

O governo brasileiro abre as instituições de ensino superior às mulheres com a lei de 19 de abril. (BLA91, p.51)

O Echo das Damas, de Amélia Carolina da Silva Couto, é lançado no Rio de Janeiro, abordando temas como a defesa da maternidade, os direitos das mulheres, as obras literárias de autoria feminina e conhecimentos práticos. (TEL93, p.35; PRO84,p.14)

1880

São graduadas as primeiras mulheres na área de direito no Brasil. (CED00)

Editada a revista A Família (SAR94, p.98) e o jornal Primavera. (TEL93, p.93)

1881

Júlia Lopes de Almeida (Júlia Valentina da Silveira Lopes) passa a colaborar com A Gazeta de Campinas com seu texto inaugural ocupando a primeira página deste jornal. (DEL99)

A estudante de medicina Maria Augusta, juntamente com a pernambucana Josefa Agueda F. Mercedes de Oliveira (sua colega de curso), passa a editar em Nova York o jornal A mulher, entregue à redação dos principais jornais brasileiros. O fato também foi noticiada pela imprensa dos EUA. (SCH00, p.367)

Duas mulheres ingressam na faculdade de medicina do Rio de Janeiro: Ambrosina Magalhães e Augusta Castelões. (SCH00, p.367)

1882

Edição de O direito das Damas de Idalina D'Alcântara Costa (RJ). (TEL93; BIC89)

1884

As irmãs Revocata Heloísa de Melo e Julieta de Melo Monteiro dão início na cidade de Rio Grande (RS) à edição do jornal Corymbo, provavelmente o primeiro órgão literário da imprensa feminina no sul do país. O jornal permaneceu sendo editado até o ano de 1944 (num total de 60 anos) com a colaboração de diversas mulheres de todo o país3, tornando-se uma espécie de "caixa de ressonância do movimento feminista brasileiro". (SOA80, p.148)

Rita Lobato Velho ingressa na faculdade de medicina do Rio de Janeiro (transferindo-se posteriormente para a Faculdade da Bahia).

Leonor Porto e a poetisa abolicionista Maria Amélia de Queirós fundam a Associação Ave Libertas, dedicada à libertação de escravos/as em Pernambuco (SCH00, p.361).

Maria Augusta Generosa Estrela retorna ao Brasil e começa a clinicar no Rio de Janeiro. (SCH00, p.368)

1885

Chiquinha Gonzaga inicia sua carreira como maestrina. (FRE00, p.25)

A Faculdade de Medicina da Bahia passa a receber mulheres em seu quadro de alunos. (SCH00, p.45)

1887

A gaúcha Rita Lobato Velho Lopes, contando com apenas 20 anos de idade, torna-se a primeira mulher a receber o grau de médica no país (pela Faculdade de Medicina da Bahia), "acontecimento saudado com entusiasmo pelo periódico O Eco das Damas". (TEL93, p.35; BLA91, p.51; COS96, p.68; SOA80 p,143, n.r.23)

A pernambucana Maria Amélia de Queiroz profere palestras públicas em defesa da abolição dos/as escravos/as e do divórcio, além de colocar-se contra a chefia masculina sobre a família. Maria Amélia publicou ainda uma coleção de biografias de "mulheres célebres". (TEL93, p.30-36)

1888

Em janeiro deste ano, o grupo Ave Libertas promoveu uma passeada em prol da abolição dos escravos contando com a participação de centenas de mulheres. (SCH00, p.363)

A feminista Josefina Álvarez de Azevedo edita o jornal A Família (primeiramente em São Paulo, depois também no Rio de Janeiro) reivindicando a emancipação e o voto feminino. (TEL93, p.35; BIC89)

Formam-se as primeiras advogadas no Brasil, na faculdade de Direito de Recife: Maria fragoso e Maria Coelho e Belmira Secundina da Costa. (SCH00, p.301)

1889

Com a proclamação da república, Francisca Senhorinha da Motta Diniz modifica o nome do jornal O Sexo Feminino para Quinze de Novembro do sexo feminino. (SAR94, p.98)

Amélia Pedroso Benebien forma-se na faculdade de Medicina da Bahia, tornando-se a terceira médica formada no país e a primeira cearense. (SCH00, p.46)

1890

Isabel de Matos alista-se no Rio de Janeiro e é vetada pelo Ministro do Interior Cesário Almeida. (SCH00, p.301)

1891

Editado a obra Mulher Moderna: trabalhos e propaganda de Josefina Alvares de Azevedo. (SCH00, p.301)

1892

Júlia Lopes de Almeida edita o livro A Família Medeiros, considerado posteriormente como uma romance abolicionista. (DEL99)

1896

Leolinda de Figueiredo Daltro inicia um ambicioso projeto de alfabetização de tribos indígenas, passando a viajar pelo interior de Minas Gerais em busca de fundos e adesão de pessoas influentes, pelo que foi escorraçada em muitos lugares e chamada na cidade de Uberlândia de "mulher do diabo". (SCH00, p. 318)

1897

Editada a revista A Mensageira dirigido pela poetisa Presciliana Duarte de Almeida. A revista procurava veicular poemas e notícias relativas à situação da mulher no país, além de relatar os avanços do feminismo em outros países. (SAR94, p.98; TEL93; BIC89; SCH00)

A professora Leolinda passa a comparecer em solenidades públicas acompanhada de indígenas e funda o Grêmio Patriótico Leolinda Daltro com a finalidade de promover a alfabetização dos índios 'sem a interferência da igreja".(SCH00, p. 319)

1898

Andradina América Andrade de Oliveira publica na cidade de Bagé (RS) o jornal Escrínio (editado posteriormente em Santa Maria) buscando instruir as mulheres riograndenses na busca pela sua emancipação. (SOA80, p.142ss)

A advogada Myrthes de Campos, recém formada, tornando-se a primeira mulher a advogar no país (SCH00, p.432)

1901

Surge em Diamantina (MG) o jornal A Voz Feminina tendo por principal objetivo a obtenção do voto feminino. (SAR94, p.98)

1902

Amélia de Freitas Beviláquia e algumas intelectuais do Recife, organizam uma revista literária exclusivamente feminina intitulada O Lyrio na qual defendiam a educação e a igualdade de direitos das mulheres. O primeiro número da revista teve publicado um artigo da poetisa cearense Ana Nogueira Batista, intitulado "Sexo frágil, o nosso?

1905

Júlia Lopes de Almeida é convidada a participar de uma série de conferências inauguradas por Coelho Neto e Olavo Bilac, gerando polêmica em torno do papel da mulher na sociedade brasileira. (DEL99)

1906

Durante o Primeiro Congresso Operário Brasileiro, realizado no Rio de Janeiro, surgiu a questão referente a organização das mulheres em sindicatos de resistência, bem como o término dos turnos de trabalho noturno e a redução da jornada de trabalho das trabalhadoras (que era de 16 horas). (TEL93)

A advogada Myrtes de Campos conquista o direito de ingressar na OAB e defende um cliente no Tribunal de Júri, ganhando a causa e derrotando o promotor (considerado imbatível) (SCH00, p.432)

É criada a Associação de Costureiras de Sacos sob a influência da militante anarquista Ernestina Lésima. (SCH00, p. 205)

1907

Uma greve de costureiras acaba por dar início a um movimento generalizado pela redução da jornada de trabalho para 8 horas. (TEL93, p.42; MON98, p.23)

1908

A educadora e escritora gaúcha Andradina de Oliveira recebe medalha de ouro na Exposição Nacional do Rio de Janeiro pelo seu livro de contos Cruz de pérolas. (SCH00, p. 72)

1909

Andradina Américo Andrade de Oliveira volta a editar o Escrínio, agora na cidade de Porto Alegre e em forma de revista semanal ilustrada, descrevendo "os feitos e progressos da mulher no Brasil". (SOA80, p.143)

1910

A professora Leolinda de Figueiredo Daltro, após requerer seu alistamento eleitoral e receber um parecer negativo, funda o Partido Republicano Feminino com o objetivo de ressuscitar no Congresso Nacional o debate sobre o voto feminino no Brasil. (COR89; ALV91, p.47; COS91, p.51)

A advogada Myrtes de Campos é nomeada inspetora de ensino no Distrito Federal. (SCH00)

Ernestina Lésima publica em São Paulo o jornal operário Anima Vita que buscava a regulamentação do trabalho feminino. (TEL93, p.43)

1912

A Professora Maria Lacerda de Moura passa a escrever crônicas para o jornal de Barbacena (MG), tornando-se em seguida jornalista e conferencista, dedicando-se, até o ano de 1935, aos problemas da condição feminina no país e ao autoritarismo vigente no campo da política e da educação. Maria Lacerda escreveu ainda sobre sexo e opressão religiosa. Seus periódicos e conferências foram lidos e assistidos em várias cidades do Brasil4, bem como nas cidades de Buenos Aires e Rosário. (LEI84; SCH00)

A jornalista e escritora gaúcha Andradina Américo Andrade de Oliveira edita, além de vários contos e o romance o Perdão, a obra intitulada O Divórcio?. Baseado em casos reais e escrito em forma epistolar (com 26 cartas, cada uma com um argumento distinto) a obra denunciava a hipocrisia da sociedade e colocava em xeque os costumes matrimoniais de sua época. A obra ainda elogiava o feminismo como aquele "que abrirá os olhos de todas as mulheres". (SOA80, p.142; SCH00, p. 72)

1917

As operárias têxteis da fábrica Crespi dão início ao mais importante movimento grevista de São Paulo e que se tornou o estopim para a greve geral no estado. (TEL93, p.43).

O Partido Republicano Feminino organiza uma passeata na capital do país (RJ) para mobilizar a opinião pública e pressionar o Congresso em prol do voto feminino. (TEL84; SAR94, p.98)

A pintora Anita Malfati realiza a Exposição de pintura Moderna. (SCH00, p.80).

Chiquinha Gonzaga funda a Sociedade Brasileira de Autores Teatrais. (TEL93, p.32, FRE00, p.30)

O serviço público brasileiro passa a aceitar mulheres em seu quadro. (MON98, p.23)

1918

A jovem Bertha Lutz, licenciada em Ciências pela Sourbonne, inicia sua carreira profissional como bióloga no Instituto Osvaldo Cruz (TOS92, p.26), publica na Revista da Semana uma carta denunciando o tratamento dado ao sexo feminino e propõe a formação de uma associação de mulheres visando "canalizar todos esses esforços isolados". (CED00)

A sufragista Anísia Ferreira Campos pleiteia seu alistamento eleitoral na Bahia (fato noticiado no jornal A tarde de 09/12)

São diplomadas as primeiras mulheres na faculdade de medicina da USP. (BLA91, p.51)

1919

Bertha Lutz e Olga de Paiva Meira participam da 1a Conferência do Conselho Feminino da Organização Internacional do Trabalho que aprovou o princípio de salário igual para trabalho igual. (MON98, p.23)

Trinta mil têxteis entram em greve em São Paulo reivindicando igualdade salarial e redução da jornada de trabalho. (TEL93, p.43)

A escritora e educadora paulista Amélia de Resende Martins publica Reflexões sobre o movimento social "a primeira de uma série de publicações, incluindo livros didáticos de história, geografia e literatura, além de confer6encias e ensaios".(SCH00, p.45)

Fundada, por Bertha Lutz e Maria Lacerda de Moura, a Liga para a Emancipação Intelectual da Mulher. (ALV91, p.47; COS91, p.51; SAR94, p.98; TOS92, p.26)

Criado em Pernambuco o Comitê Feminino contra a fome. (MON98, p.23)

1920

O 3o Congresso Operário Brasileiro determina a abertura dos movimentos sindicais para a presença da mulher e o investimento na educação sócio-política feminina (além de denunciar as brutalidades dos patrões e chefes de serviço). (MON98, p.23)

Antonieta de Barros funda em Florianópolis o jornal A semana. (SCH00, p.62)

Maria Lacerda de Moura discorre, para a Federação Operária de Juiz de Fora, sobre os problemas trabalhistas da mulher brasileira. (LEI84)

1921

Acontece em São Paulo a primeira partida de futebol entre mulheres (com jogadoras catarinenses e tremembenses). (CED00)

A professora Maria Lacerda de Moura propõe a inclusão da disciplina "história da mulher, sua evolução e missão social" em todos os currículos das escolas femininas. (SCH00, p.399)

1922

Realizado o I Congresso Feminista Internacional, que acabou por dar origem no Rio de Janeiro, sob a liderança de Bertha Lutz, a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (FBPF). A FBPF tinha, dentre outras, duas propostas básicas: "a orientação para a escolha de uma profissão e o esclarecimento sobre a necessidade de obter direitos políticos através do voto". (TEL84, p.31; LEI84, p.38; PRO84, p.43; MON98, p.23)

A advogada Myrthes de Campos defende a constitucionalidade do voto feminino no Congresso Jurídico de Rio de Janeiro, conquistando os juristas presentes que aprovam a sua tese em resolução do Congresso. (SCH00, p.432)

Anita Malfatti apresenta seu trabalho na Semana de Arte Moderna e tem seu desenho estampado na abertura do catálogo da exposição. (TEL93, p.44))

Balduína de Moreira Sayão (Bidu Sayão), inicia seu trabalho como cantora (vindo a se tornar a maior cantora lírica brasileira e reconhecida internacionalmente). (SCH00, p.113)0

Anésia Pinheiro Machado torna-se a segunda mulher a receber o brevê de aviadora no país e a primeira a transportar passageiros e a fazer vôos acrobáticos. Durante as comemorações da Independência, esta aviadora realizou um vôo de São Paulo ao Rio de Janeiro como forma de divulgar o Movimento Feminista no Brasil. Anésia adquiriu as licenças de piloto privado, comercial e instrutor(a), foi ainda a primeira mulher a realizar um vôo transcontinental. (SCH00, p.73)

1924

Um considerável número de mulheres passa a acompanhar a Coluna Prestes cruzando com a mesma o país. (TEL93, p.45).

Amélia de Resende Martins publica Os problemas sociais e o feminismo. (SCH00, p.45)

A jornalista, educadora e conferencista Maria Lacerda de Moura edita A mulher é uma degenerada? (editado três vezes) provocando polêmica em vários jornais por defender o "amor plural" e a educação sexual das mulheres. (SCH00, p.400)

1925

O Rio Jornal (15/08) noticia a fundação do Partido Liberal Feminino, por Julita Monteiro Soares. (TEL84, p.31s)

1926

A jovem Raquel de Queiroz, após escrever algumas cartas para o jornal Ceará em fortaleza e com apenas 16 anos de idade, é convidada a escrever uma para o jornal. (SCH00, p.476)

Maria Lacerda de Moura edita Religião do amor e da beleza.

1927

Sob influência da Fundação Brasileira pelo Progresso Feminino e do presidente do Rio Grande do Norte (Juvenal Lamartine), este estado passa a incluir em sua constituição um artigo que confere às mulheres o direito ao voto. (ALV91, p.47, SAR94, p.99)

1928

Quinze brasileiras votam pela primeira vez no Rio Grande do Norte e têm seus votos anulados pela Comissão de poderes do Senado. (MON98, p.24; ROD62, p.67)

Em sinal de protesto contra a anulação do voto feminino pela Comissão de Poderes do Estado inúmeras mulheres saem às ruas em sinal de protesto.

A Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (FBPF) lança um Manifesto à Nação, elaborado em termos de uma "Declaração dos Direitos da Mulher".(SAR94, p.99; ROD62, p. 68).

Eleita, com 60% dos votos válidos, a primeira prefeita da história da América Latina: a brasileira Alzira Soriano de Souza (para a prefeitura do município de Lages - RN). O fato recebeu destaque também na imprensa dos EUA, sendo anunciado no jornal The New York Times (SAR94, p.99; SCH00, p.34; ROD62, p.69).

Forma-se a primeira mulher na Escola politécnica da USP. (BLA91, p.52)

1929

Criada a União Feminina de Mulheres Universitárias. (TOS92, p.28)

Myrthes da Costa edita O voto feminino. (SCH00, p.432)

1930

O governo provisório nomeia uma comissão de juristas, entre eles uma mulher, Bertha Lutz, (que acabara de ingressar na faculdade de direito) para redigir o Código Eleitoral Brasileiro. (SCH00, p.111)

Raquel de Queiroz, escreve o romance O quinze, considerado uma de suas maiores obras. O romance descreve o drama dos/as flagelados/as da seca do Nordeste. (SCH00, p.476)

1931

Surge a Cruzada Feminista Brasileira. (TOS92, p.28) e o II Congresso Feminista Internacional, no Rio de Janeiro tendo a jornalista Júlia Lopes de Almeida (considerada na época a mulher de maior prestígio cultural em todo o país) discursando na abertura do evento. (SCH00, p.306)

1932

Promulgado o Decreto -Lei 21.076 de 24 de fevereiro, aprovando em definitivo o voto secreto e o voto feminino5.(MON98, p.24)

Nova publicação de Maria Lacerda de Moura: Amai e... não vos multipliqueis (contrapondo-se a um texto bíblico e à vários grupos religiosos)

Alice Lins de Azevedo, educadora feminista paraibana, funda o primeiro Jardim de Infância da Paraíba (recebendo do governador um prédio público para esta finalidade) e, juntamente com outras companheiras, a Associação Paraibana pelo Progresso Feminino. (SCH00, p.30)

A nadadora brasileira Maria Lenk, aos 17 anos, torna-se a primeira sul-americana a participar de uma Olimpíada (realizada em Los Angeles). (CED00)

1933

Criado o Comitê da Mulher Trabalhadora, ligado à ala feminina da Aliança Nacional Libertadora (ALN). (MON98, p.24)

Nas eleições realizadas para a Assembléia Constituinte do país a paulista Carlota Pereira de Queiroz é eleita ao lado de 214 deputados. (SCH99; MON98, p.24)

A líder sindical, Almerinda Farias Gama (uma das primeiras mulheres negras na política do país) é a única mulher a votar como delegada nas eleições dos representantes classistas para a Assembléia Nacional Constituinte. (SCH00)

Editados os livros A propósito da mulher jurada, de Myrthes de Campos. e A mulher e a política de Amélia Resende Martins (SCH00, p.45)

1934

A poetisa e tradutora feminista carioca Ana Amélia Queirós Carneiro de Mendonça torna-se a primeira mulher membro de um Tribunal Eleitoral no Brasil (como parte da mesa apuradora). (SCH00, p.48)

Carlota Pereira de Queirós se elege Deputada Federal em São Paulo (COS96; SCH99) e Bertha Lutz entra como primeira suplente a deputada no Rio de Janeiro (SAR94, p.100), juntamente com elas elegeram-se ainda: Lili Lages (Alagoas); Maria Luiza Bittencourt (Bahia); Alayde Borba (SP); Quintina Diniz de Oliveira (Sergipe); Maria Miranda Jordão (Amazonas); Antonieta de Barros (1a deputada negra do país e 1a deputada catarinense); Maria do Céu Antonieta Fernandes (Rio Grande do Norte); Maria Thereza Nogueira de Azevedo (SP); Maria Theresa Silveira de Barros Camargo (SP) e Rosa Castro (MG). (SCH00)

Algumas das bandeiras de luta das mulheres são asseguradas pela Assembléia Constituinte, dentre elas o princípio de igualdade entre os sexos, a regulamentação do trabalho e o direito ao voto feminino, equiparação salarial entre homens e mulheres e a proibição do trabalho noturno. (TOS92; MON98, p.24; COM94 p.303ss)

Surge a obra Clero e fascismo. Horda de embrutecedores, de Maria Lacerda de Moura.

A Academia Brasileira de Letras realiza uma sessão especial em homenagem a Júlia Lopes de Almeida, falecida a 31 de maio. (SCH00, p.306).

A constituição passa a assegurar o direito à licença-maternidade. (COM94, p.304)

1935

Cria-se, dentro da Aliança Nacional Libertadora, a União Feminina do Brasil. (SAR94, p.101; TOS92, p.28)

A cantora Lírica Carmem Gomes integra a comitiva artística do presidente da República (Getúlio Vargas) à cidade de Buenos Aires na Argentina para interpretar a personagem Ceci da ópera de Carlos Gomes: O Guarani. (SCH00, p.133; Enciclopédia da Música)

1936

A aviadora Ada Rogato recebe da Diretoria de Aeronáutica Civil do Ministério da Aeronáutica a sua habilitação para dirigir aeronaves. (SCH00, p.18)

Deportada e entregue à Gestapo Olga Benário Prestes, grávida de sete meses (morta no campo de concentração). (MON98, p.24)

Bertha Lutz assume o mandato na Câmara Federal. (SAR94, p.100)

Realizado o III Congresso Nacional Feminista.

A nadadora brasileira Maria Lenk inova na natação nos jogos de Berlim movimentando-se acima da superfície da água, dando origem ao "nado borboleta", copiado e aprimorado posteriormente. (VEJ2000)

1937

Criado pelo Estado Novo o decreto 3199 que normatizava a prática esportiva feminina, proibindo às mulheres esportes considerados "incompatíveis com a condição feminina", tais como: futebol de salão e de praia, pólo, pólo aquático, halterofilismo, handebol e lutas de qualquer natureza. (CED00)

A advogada Myrthes de Campos edita Os advogados brasileiros e a advocacia feminina. (SCH00, p.432)

A médica Rita Lobato Velho elege-se, aos 70 anos de idade, vereadora na cidade de Rio Pardo (RJ). (SCH00, p.481)

A educadora feminista brasileira Branca Fialho é a presidente de honra do Congresso Internacional de Educação realizado em Paris. (SCH00, p.116)

A deputada Bertha Lutz apresenta à câmara o "Estatuto da Mulher", estabelecendo uma licença especial de três meses em caso de aborto ou parto, além de uma série de leis de proteção ao trabalho feminino. (SAR94, p.100)6

1939

Maria Lenk bate dois recordes mundiais: 200m e 400m nado peito. (CED00)

Ivete Mariz (multi-atleta) e Maria Lenk fundam, juntamente com outros colegas, o curso de Educação Física na Universidade do Brasil (atual UFRJ). Maria Lenk acaba sendo excomungada pelo bispo de Amparo (SP) por ensinar natação às mulheres. (CED00; SCH00, p. 401)

1940

Cacilda Becker inicia seu trabalho como atriz. (SCH00)

1941

As nadadoras Maria Lenk e Piedade Coutinho vencem o sul-americano de natação. (SCH00)

1942

A gaúcha Ana Aurora do Amaral Lisboa, abolicionista, republicana e federalista, se torna redatora do jornal Reforma, trabalhando em oposição ao governo de Júlio de Castilho e em favor da participação das mulheres no cenário político do país. (SOA80, pp.140-141)

1943

A advogada Arcelina Mochel inscreve-se no concurso para promotora publica e tira o primeiro lugar, sendo, no entanto, preterida por questões "políticas". (SCH00, p.86)

A cantora carioca Carmélia Alves, "Rainha do Baião, grava seu primeiro disco. (SCH00)

O governo cria o Quadro de Enfermeiras da Reserva do Exército no Serviço da Saúde, visando o envio de mulheres para a II Guerra Mundial no grau de enfermeiras do exército. (sem uma titulação claramente definida mas com treino militar) (SCH00, p.116)

1944

Berta Lutz representa o Brasil na Conferência Internacional do Trabalho na Filadélfia (EUA) como membro da Comissão de Assuntos Femininos. (SCH00, p.111)

Berta Lutz é eleita a mulher do ano pelo clube soroptimistas. (SCH00, p.111)

Enviadas para o front na Itália as enfermeiras do exército brasileiro (tendo as mesmas sido as primeiras pessoas a serem enviadas e as últimas a retornarem). (SCH00, p.116).

A historiadora Alice Piffer Canabarro conclui o doutorado em História. (SCH00, p.31)

1945

Ivete Mariz, após conquistar o recorde brasileiro de arremesso de disco (37m e 40cm), sagra-se campeã sul-americana de disco, campeã carioca de lançamento de dardo bem como vice-campeã carioca de vôlei, atletismo e arremesso de peso. (CED00)

Acompanhando o processo de redemocratização do país, surge o Comitê das Mulheres Pró-democracia, cuja proposta principal era fazer com que a mulher participasse efetivamente do processo de democracia do país e lutasse pela igualdade de direitos em todas as esferas. (TAB83, p.121)

Fundada por Nini Miranda a Associação das Donas de Casa contra a Carestia que propunha pressionar os órgãos governamentais responsáveis pelo abastecimento de gêneros alimentícios no país, defendendo os direitos das mães de família. (TAB83, p.121)

Ana Montenegro (Ana Lima Carmo) funda a União Democrática de Mulheres da Bahia (ligada ao Partido Comunista Brasileiro). (SCH00, p.60).

Dezoito mulheres se candidatam à Câmara Federal. (TAB82, p.66,78)

Cria-se no Rio de Janeiro o Comitê Feminino pela Anistia. (SAR94, p.101)

1946

A advogada e escritora feminista Adalgisa Cavalcanti Albuquerque Bittencourt organiza no Rio de Janeiro a I Exposição do Livro Feminino. (SCH00, p.20)

A atriz e cantora Bibi Ferreira (Abigail Isquierdo Ferreira) cria uma companhia de teatro com o seu nome. (SCH00, p.113)

1947

Eleitas, em janeiro, cinco mulheres para a Assembléia Legislativa e quatro para a Câmara dos vereadores do Distrito Federal. (TAB82, pp.68,78) Dentre as eleitas estava Arcelina Mochel, do Partido Comunista Brasileiro (eleita posteriormente vice-presidenta do partido).

Eleita a primeira deputada de Pernambuco: Adalgisa Rodrigues Cavalcanti (SCH00)

O Supremo Tribunal Federal cassa o Registro do Partido Comunista Brasileiro, causando a perda do mandado de Arcelina Mochel.

Criada em Porto Alegre a primeira Escola Técnica para mulheres, a Escola Técnica Senador Ernesto Dornelles (ETSED). (LOU94)

Arcelina Mochel dá início no mês de junho à editoração do jornal Momento Feminino, que teve por marca registrada a defesa dos direitos da mulher, da infância e da paz mundial, chegando o mesmo a ter representação em 16 estados brasileiros. (TAB83, p.125; TEL93, p.49). O jornal existiu durante 10 anos e obteve uma circulação nacional.

Vários grupos e associações femininas passam a comemorar o Dia Internacional da Mulher e o Dia das Mães. (TAB83)

Fundado, por Georgina Mesquita, o Conselho Nacional de Mulheres. (PRO84, p.71)

1948

Inicia com algumas mulheres a greve dos ferroviários de Cruzeiro - SP (tendo as mesmas deitado sobre os trilhos dos trens, impedindo-lhes a passagem). (TEL93, p.49)

Adalgisa Bittencourt edita Mulheres e livros. (SCH00, p.20)

A atriz Cacilda Becker cria sua própria companhia de teatro, bem como o Teatro Cacilda Becker. (SCH00, p.124)

A delegação brasileira segue para as Olimpíadas de Londres com 11 mulheres (depois de passar 12 anos sem enviar nenhuma representante). (CED00)

1949

Assassinato da militante comunista Zélia Magalhães, grávida de 8 meses, durante um comício contra a Lei de Segurança Nacional, tendo o seu enterro sido uma das maiores manifestações públicas de protesto no Rio de Janeiro de 1949. (TEL93, p.51; SCH00, p.531)

Alice Tibiriçá, grande batalhadora do sufrágio universal e da defesa do petróleo brasileiro, e Arcelina Mochel presidem a Federação das Mulheres do Brasil, com o intuito de debater as questões referentes aos direitos da mulher, à proteção da infância e à paz mundial. A federação chegou a congregar mulheres de 11 estados brasileiros. (SAR94, p.101; LEI84; MON98, p.25)

Durante o VII Congresso dos Advogados Civis realizado nos EUA, a advogada Romy Martins de Medeiros é convidada a palestrar sobre a condição da mulher no Brasil. (SCH00)

Criação dos Jogos da Primavera, também conhecidos como as Olimpíadas Femininas. (CED00)

1950

Assassinato da operária comunista Angelina Gonçalves (RS). (TEL93, p.51)

Romy de Medeiros apresenta um anteprojeto de Código Civil ao Comitê Brasileiro da Comissão Inter-americana para alterar a situação da mulher casada perante a lei (que a considerava "relativamente incapaz" e dava ao marido o direito de decisão sobre questões relativas ao trabalho da mulher). (SCH00, p.433)

A Aviadora brasileira Ada Rogato sobrevoa 4 países da América do Sul e a Cordilheira dos Andes (por duas vezes) pilotando um avião de pequena potência fabricado no Brasil vindo ainda, no dia 15 de abril, a saltar de pára-quedas no aeroporto de Santiago no Chile. Por seus feitos, a aviadora recebeu a Comanda Nacional de Mérito Aeronáutico no grau de Cavalheiro. (SCH00, p.18).

A conceituada cantora Ângela Maria grava seu primeiro disco; Sou Feliz. (SCH00, p.76)

1951

1o Congresso da Federação das Mulheres do Brasil com a participação de 231 delegadas (donas-de-casa, profissionais liberais, funcionárias públicas, professoras, estudantes e camponesas) oriundas de 13 estados brasileiros. (TEL93, p.49)

A bióloga e advogada Berta Lutz recebe o título Mulher das Américas. (SCH00, p.111)

Alice Piffer Canabarro se torna a primeira doutora em História do país e alcança a cátedra de História Econômica Geral do Brasil na Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas da USP. (SCH00, p.31)

Ada Rogato sobrevoa sozinha as três Américas (sendo a primeira mulher do mundo a percorrer tal kilometragem) e a selva amazônica (em avião de pequeno porte, sem rádio e em vôo solitário) feito nunca antes realizado por nenhum/a aviador/a. (SCH00, p.18)

1952

Sediada no Rio de Janeiro a 1a Assembléia Nacional de Mulheres contando com representantes de 9 estados. A Assembléia dedicou-se às questões referentes à defesa dos direitos da mulher (salário igual para trabalho igual, aposentadoria aos 25 anos de serviço e direito à creches) e à defesa da infância e da paz mundial. Porto Alegre sediou a 2a assembléia (com a presença de representantes de 18 estados). (TEL93, p.50; MON98, p.25)

A feminista e educadora carioca Branca Fialho é eleita vice-presidente da Federação Democrática Internacional de Mulheres (entidade de mulheres socialistas e comunistas organizadas em todos os países socialistas) e assume a presidência da Federação de Mulheres do Brasil. (SCH2000, p.116)

Berta Lutz representa o Brasil na Convenção de Estatutos da Mulher da ONU. (SCH00)

1953

Os movimentos de mulheres do país passam a utilizar a Declaração dos Direitos da Mulher, adotada em Copenhague como base (primando pelo cumprimento das leis trabalhistas e a sua extensão às trabalhadoras do campo bem como a igualdade de direitos civis e políticos entre homens e mulheres). (TEL93, p.50)

Primeira manifestação pública de mulheres contra a carestia de vida no país (SP).

1954

O movimento brasileiro de mulheres organiza a Conferência Latino-americana de Mulheres, com representantes do Chile, Argentina, Peru, Equador, Colômbia e Bolívia.

Editado o livro A Mulher paulista na História, de Adalgisa Bittencourt. (SCH00, p.20)

1955

Criada a Primeira Liga Camponesa com homens e mulheres reunidos em torno da problemática da reforma agrária (engenho da Galiléia, Vitória do Santo Antão, Pernambuco). (MON98, p.25)

1956

I Conferência Nacional de Mulheres Trabalhadoras (RJ). (TEL93, p.50; MON98, p.25)

Primeira Conferência de Mulheres do Setor Metalúrgico (SP), aprovando a extensão dos benefícios da CLT às empregadas domésticas e às trabalhadoras rurais.

1958

A Sociedade dos Artistas Líricos do Brasil instala um busto de bronze da cantora lírica Carmem Gomes em uma área dedicada aos monumentos de intelectuais brasileiros.7 (SCH2000, p.133)

1960

Criada a Liga Feminina do Estado da Guanabara. (TEL93, p.50)

As nordestinas Norma Coelho e Josina Godói escrevem a primeira cartilha para o trabalho, integradas às caravanas que percorreram o país para desencadear o Movimento de Cultura Popular (liderado por Paulo Freire) que visava, entre outras coisas, alfabetizar adultos. (MON98, p.26)

Reunião, no Rio de Janeiro, de um grupo de empregadas domésticas oriundas de vários estados do Brasil para discutir questões referentes ao seu trabalho. (PRO84, p.185).

Na primeira eleição para a Assembléia Constituinte do Estado da Guanabara são eleitas 5 mulheres. (TAB82, p.79)

1962

A escritora e jornalista gaúcha Carmem da Silva inicia seu trabalho na coluna intitulada A arte de ser mulher da Revista Cláudia, abordando questões relativas à condição da mulher brasileira. (SAF87,p.121; GOL89, p.45; CIV94; TOS92, p.32; SIL95, PRO84)

Heleieth Iara Bongiovani Saffioti dá início a um trabalho de pesquisa sobre as operárias têxteis e professoras primárias. (SAF87, p.121; SOR95)

A militante política e Deputada Ana Maria Couto assume a liderança do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) na Câmara e a presidência da Câmara municipal do Cuiabá. (SCH00, p.58).

Realizam-se algumas modificações no Código Civil Brasileiro (Lei 4121) com base no Estatuto da Mulher Casada elaborado por Romy de Medeiros. (TOS92, p.30, COM94 p.302, PRO84, p.54)

1963

        1. Realiza-se o Encontro Nacional da Mulher Trabalhadora com temáticas relacionadas à igualdade salarial e à aplicação das leis sociais e trabalhistas a favor das mulheres. (TEL93, p.51)

São fundadas as duas primeiras associações de empregadas domésticas do Brasil (SP e RJ), seguidas pelo primeiro Congresso Estadual da categoria no Rio de Janeiro. (PRO84, p.185)

1964

O Conselho Nacional de Desportos proíbe a prática do futebol feminino no país8.

A atleta negra Aída dos Santos alcança o 4o lugar em salto de altura nas Olimpíadas realizadas no Japão. Aída foi a única mulher da delegação brasileira, vindo a competir sem material adequado (sapato de prego para salto) e sem qualquer apoio técnico (médico/a, massagista ou técnico/a). (SCH00, p.26),

Ana Montenegro torna-se redatora da revista Mulheres do mundo inteiro editada em francês, inglês, alemão, espanhol, árabe e russo (SCH00)

1965

Defendida na Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas da USP a tese de doutorado de Marly A. Cadone: A influência da gravidez no contrato de trabalho. (SAF87, p.122)

Regulamentação do Decreto 3199 que normatizou as práticas esportivas femininas. (CED00)

1966

Editada pela editora Vozes o livro A mulher na Construção do mundo futuro de Rose Marie Muraro, abordando as mudanças tecnológicas do século XX e a necessidade das mulheres tomarem posse dessas transformações. (MUR69; SAF87, p.122; TOS 92, p.32)

Romy de Medeiros funda o Conselho Nacional de Mulheres do Brasil, entidade criada para homenagear as mulheres que viessem a se destacar nos diversos setores da vida nacional. (SCH2000, p.483)

Ana Maria Couto é nomeada Promotora de Justiça Militar em Cuiabá. (SCH2000, p.58)

Escola Superior de Teologia da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (RS) recebe em seu quadro de alunos uma mulher: Elisabeth Dietschi. (ZIR94)

1967

Defesa da tese de livre-docência de Heleieth Saffioti na Faculdade de Filosofia de Araraquara. (SAF87, p.118; SOR95; SIL95; GOL89, p.47)

1968

Morre assassinada pela polícia durante uma manifestação de rua a estudante Maria Ângela Ribeiro9. (TEL93, p.65)

Realizado o primeiro Congresso Nacional das Empregadas Domésticas em São Paulo. (PRO84, p.186)

1969

A socióloga Eva Blay defende sua dissertação de mestrado Mulher, Escola e Profissão. (SAF87, p.122)

A escritora Rose Marie Muraro assume o cargo de editora chefe da Editora Vozes.

Heloneida Studart lança o livro Mulher, objeto de cama e mesa, abordando questões relativas à sexualidade da mulher brasileira e passando a vender 270 mil exemplares de sua obra. (TOS92, p.32; SCH00, p. 263)

Editada a tese de Heleieth, intitulada A mulher na sociedade de classe: mito e realidade, atingindo a mesma grande repercussão internacional. (SAF69; TOS92, p.32; GOL89, p.47)

Inúmeras mulheres passam a fazer parte da guerrilha armada no Brasil. (TEL93, pp.70-73)

1970

Assassinada em sua residência, a operária e ativista política gaúcha membro da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), Alceni Maria Gomes da Silva. (TEL93, p.65; COL)

A ativista política e revolucionária Ana Maria Nacinovic Correa têm seu rosto estampado em todos os cartazes de "terroristas procurados" pelo regime militar. (SCH00, p.59)

Surge o I Conselho Nacional de Mulheres liderado por Bertha Lutz e pela advogada carioca Romy Medeiros da Fonseca. (TOS92, p.30; PRO84, p.71)

Elisabeth Dietchi forma-se na Escola Superior de Teologia de São Leopoldo (RS), podendo, com isso, assumir o pastorado feminino na Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil. (ZIR94)

1971

Assassinada na câmara de tortura do DOI-CODI a ativista política Marilene Vilas-Boas Pinto, membro da Ação Nacional Libertadora (ALN) e ligada ao Movimento revolucionário 8 de outubro (MR-8). (TEL93; SCH00, p.420)

Suicídio da psicóloga e professora universitária Yara Yavelberg, ao resistir à prisão em Salvador.

Os Cadernos de Pesquisa em Ciências Sociais dão início à uma série de artigos sobre a questão da mulher no país. (GOL89, p.49; COS92, p.91)

A Escola de Música da UFRJ passa a fazer regularmente o Concurso de Canto Lírico Carmem Gomes (em homenagem a esta cantora brasileira). (SCH00, p.133)

Liderados pela advogada Romy de Medeiros da Fonseca, um grupo de mulheres se reúne no Rio de Janeiro (no restaurante do Mesbla) para estudar uma forma de comemorar o Dia Nacional da Mulher (cuja comemoração estava proibida pelo governo militar), sendo o dia 30 de abril escolhido em homenagem à mineira Jerônima Mesquita (brasileira que serviu na 1a Guerra Mundial). (CED00)

1972

Assassinato, dentre outros/as, de Ana Maria Nacinovic Correia (membro da Ação Libertadora Nacional), Aurora Maria Nascimento Furtado (estudante de psicologia da USP), Gastone Lúcia Beltrão, Lígia Maria Salgado Nóbrega (estudante de pedagogia da USP), Lourdes Maria Wanderlei Pontes, Maria Regina Lobo Leite Figueiredo (ex-integrante da Juventude Universitária católica e formada em filosofia). (TEL93, pp.66-70)

A crítica literária Walnice Nogueira Galvão, juntamente com a socióloga Célia Sampaio, a economista e antropóloga Betty Mindlin, a historiadora Maria Odila Silva Dias e a educadora Maria Malta Campos criam um grupo para discutir a condição da mulher no Brasil. (COS88) 10.

Desaparecimento da ativista política e professora do Instituto de Química da USP, Ana Rosa Kucinski Silva (membro da Aliança Libertadora Nacional). (SCH00, p. 69; COL)

As empregadas domésticas conquistam o direito à carteira assinada e à 20 dias de férias. (PRO84, p.184)

O Conselho Nacional da Mulher Brasileira (liderado por Romy de Medeiros) organiza um seminário para abordar, dentre outros, temas como: planejamento familiar, a mulher e a era tecnológica, a problemática das babás. (GOL89, p.44; TOS92,p.31; PRO84, p.72)

1973

A professora Zahidé Machado ministra o Curso Monográfico Família e Relações entre os sexos na graduação do curso de Ciências Sociais da Universidade Federal da Bahia. (COS94, p. 389, n.r.4)

O Regime militar condena a 12 anos de prisão Ana Maria Nacinovic Correa, assassinada brutalmente em público no ano anterior. (SCH00, p.59; COL)

Encontrado carbonizado na prisão o corpo da ativista política Anatália de Souza Alvez Melo, Membro do Partido Comunista Brasil Revolucionário (PCBR). (COL)

Novos assassinatos e "desaparecimentos" de mulheres por todo o país.

1974

A Fundação Carlos Chagas cria um seminário de estudos sobre a mulher, reunindo pesquisadoras da casa e especialistas convidadas. (COS92, p.91)

Realizado o segundo Congresso Nacional das Empregadas Domésticas no Rio de Janeiro. (PRO84, p.186)

1975

Por decreto da ONU estabeleceu-se este como o Ano Internacional da Mulher, permitindo à muitos grupos de mulheres o fim da clandestinidade. (TEL93, p.84-5)

Criada a Semana de Pesquisa sobre o Papel e o Comportamento da Mulher Brasileira, primeiro debate público sobre feminismo no Brasil. (GOL89, p.44; TOS92, pp.35,112; BAR92, p.108)

Surge a primeira entidade feminista do país, o Centro da Mulher Brasileira (com sede no RJ), tendo por objetivo a pesquisa, a reflexão e a análise da condição da mulher. Na direção do centro encontrava-se um colegiado de mulheres formado por Moema Toscano, Branca Moreira Alves, Maria do Espírito Santo Tavares dos Santos, Maria Luiza Heilborn, Maria Luiza d'Aboim Inglês, Maria Emília Carvalho da Fonseca, Vera Maura Fernandes de Lima, Sandra Maria Azeredo Bosshi e Berenice Fialho Moreira. (TOS92, p.35)

Ressurge a imprensa feminista com a edição do jornal Brasil-Mulher de Londrina (levado posteriormente para SP). (PRO84, p.198; TOS92, p.36; TEL93, p.87ss; SAR88, p.41)

A imprensa alternativa, representada pelos jornais Opinião e Movimento, mostra-se sensível à luta das mulheres. (TOS92, p.36; BRU80, p.99)

Edição de um no especial dos Cadernos de Pesquisa (No 15), dedicado à questão da mulher.

A Fundação Carlos Chagas elabora um projeto de pesquisa sobre o trabalho e a educação da mulher no Brasil. (COS89, p.12)

O governo brasileiro envia ao Congresso Internacional da Mulher no México a líder Bertha Lutz (contando então com 82 anos) como delegada oficial do Brasil. (TOS92, p.34)

A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) organiza duas mesas-redondas sobre a questão da mulher em sua reunião anual (Belo Horizonte). (COS88, p.67)

Cidinha Campos, Rose Marie Muraro e Heloneida Studart lançam a peça Homem não entra (dedicada somente às mulheres) buscando abordar o universo feminino e promover debates sobre este universo. (TOS92, p.33)

A Lei Falcão censura dois livros de Rose Marie Muraro (A mulher na construção do mundo futuro e A liberação sexual da mulher) considerando-os pornográficos por abordarem questões relativas à sexualidade feminina. (SAF87, p.118)

Realizado em São Paulo o Encontro Diagnóstico da Mulher Paulista. (COS88, p.68; MON98, p.27)

Criação do Centro da Mulher Brasileira (RJ) e do Centro de desenvolvimento da Mulher Brasileira de São Paulo. (COS88, p.68; TOS92, p.35 e 52; SAR88, p.41)

Fundado em São Paulo o Movimento feminino pela Anistia, com organizações em vários estados e tendo à sua frente Therezinha Zerbini. (TOS92, p.36; SAR88, p.41; MON98, p.26)

1976

Surge o jornal feminista Nós-mulheres, com Mariza Corrêa como responsável. O jornal contava com cerca de 30 colaboradoras e contribuiu de forma decisiva para o avanço das idéias feministas pelo país, combatendo a discriminação contra a mulher. (TEL93, p.90; SAR88, p.42)

Comemorado no Museu de Arte Moderna o primeiro Dia Internacional da Mulher desde a implantação da ditadura no país. (TEL93, p.97)

Iris de Carvalho e Maria Lenk, representando as atletas brasileiras, recomendam a revogação do decreto 3199. (CED00)

Apresentação do show Amélia já era, cujo roteiro, elaborado por feministas, discutia a imagem da mulher na música popular brasileira. (TOS92, p.33)

Ângela Diniz é assassinada "em nome da honra", por Doca Street. (TOS92, p.39)

1977

Nova comemoração do Dia Internacional da Mulher (no auditório da Fundação Getúlio Vargas) com a presença de 600 pessoas que debateram assuntos relacionados ao custo de vida, às creches, à situação das empregadas domésticas, à precariedade de muitas moradias, etc. (TEL93, p.98)

Proposta no Congresso Nacional (28/04) a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para examinar a situação da mulher das diversas atividades por ela desempenhadas. (TOS92, p.37)

Aprovada a Lei do Divórcio e a possibilidade da mulher adotar ou não o sobrenome do marido. (COM94 p.302; PRO84, p.55; MON98, p.27)

Implantado pelo governo o programa de prevenção à gravidez de alto risco. (TEL93, p.100)

Realização do primeiro Concurso Nacional de Dotação para Pesquisa sobre a Mulher (da Fundação Carlos Chagas em convênio com a Fundação Ford). (BRU80, p.15; COS85, p.6)

A Academia Brasileira de Letras abre suas portas para a escritora Raquel de Queiroz, primeira mulher entre os "imortais". (COL97, p.44)

Abolido o trabalho noturno para as mulheres. (TEL93, p.100)

1978

Realizado no Rio de Janeiro o seminário A Mulher na Força de Trabalho na América Latina (dando origem ao grupo de mesmo nome da ANPOCS). (COS94, p.390; COS85, p.6,13)

As trabalhadoras da fábrica de carburadores da Brossol entram em greve, seguidas pelas funcionárias das indústrias eletrometalúrgicas Rowet de Santo André e Philco de São Paulo (onde a maioria, dentre os 7 mil funcionários, era constituída de mulheres). (TEL93, p.109)

Realização de um congresso pelas mulheres do setor químico para tratar das péssimas condições de trabalho às quais estavam sujeitas. (TEL93, p.111)

Início das reuniões do Coletivo de Mulheres de Campinas. (PRO84, p.102)

A poetisa mineira Adélia Prado (conhecida por expressar as alegrias e tristezas do cotidiano feminino) recebe o prêmio Jabuti de Poesias. (SCH00, p.23)

Heloneida Studart é eleita deputada estadual no Rio de Janeiro com 60 mil votos (SCH00)

As empregadas domésticas também realizam seu congresso. (TEL93, p.111)

Surgem no país os primeiros SOS-Mulher, grupos feministas que visavam o atendimento de mulheres vítimas de violência. (COS92b, p.172)

1979

Realizado o 1o Congresso da Mulher Metalúrgica do sindicado dos metalúrgico de São Bernardo do Campo (com aproximadamente 300 mulheres) para discutir os temas da igualdade salarial, o acesso a cargos de chefia e a cursos profissionalizantes, a redução das jornadas duplas de trabalho, a criação de creches e refeitórios públicos, o direito à amamentação e à criação de departamentos femininos nos sindicatos. (SAR88, p.42,n.r.5; TEL93, p.107s)

A equipe feminina brasileira de judô inscreve-se no campeonato sul-americano de judô na Argentina com nome de homens, o que acabou por contribuir com a revogação do decreto 3199. (CED00)

O Coletivo de Mulheres de Campinas realiza a Semana da Mulher. (PRO84, p.103)

Ângela Borba (uma das fundadoras do PT), Fernanda Carneiro e a Deputada Estadual (RJ) Lúcia Arruda tentam exercer o mandato de Lúcia de forma conjunta e com base feminista, reunindo-se para a tomada de decisões e promovendo eventos públicos em sintonia com o Movimento de mulheres. (SCH2000, p.74).

Heloneida Studart é eleita vice-presidenta da bancada do PMDB.(SCH00, p. 263)

Realizada uma Convenção Internacional contra todas as formas de discriminação contra a mulher, na qual todos os países participantes, entre eles o Brasil, comprometeram-se em buscar a curto prazo meios apropriados para uma política de combate às discriminações sofridas pelas mulheres.

Eunice Michilles assume a vaga de senadora (por falecimento do titular), tornando-se a primeira mulher a ocupar o cargo no país (ocupando o mesmo até o ano de 1987). (CED00)

Realização do Congresso Nacional Pela Anistia cujas principais resoluções foram: criar um levantamento das mulheres e crianças atingidas pela repressão; organizar uma campanha de assistência às presas políticas; denuncia a violência policial e os problemas das crianças sem registro de nacionalidade por causa do regime. (TEL93, p.82ss)

Aprovação da Lei da Anistia em 28 de agosto.

Surgem no país uma série de grupos dispostos a discutir a situação da mulher. Dentre eles: o Coletivo de Mulheres do Rio de Janeiro, O Grupo de Mulheres de Volta Redonda, O Grupo Brasília - Mulher, o Centro da Mulher de João Pessoa e o Grupo Brasil-Mulher de Salvador. (PRO84)

Retorno das exiladas políticas, trazendo uma nova abordagem para o feminismo e demais movimentos de mulheres do país. (GOL89, p.53; AVI93, p.384)

Luta contra a impunidade dos assassinos de mulheres em nome da honra e protesto em Cabo Frio contra a absolvição de Doca Street, assassino de Ângela Diniz. (GRO94, p.474)

Novo Slogan feminista: Quem ama não mata. (GRO94, p.474)

Fundado o grupo Tortura Nunca Mais com várias mulheres na liderança e exigindo do governo a apuração dos casos de tortura e desaparecimentos no Regime Militar.

Criada a comissão Violência contra a Mulher. (GRO94, p.474)



Referências Bibliográficas





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Almanaque, do Guia das Olimpíadas. Revista VEJA, São Paulo: Abril, 06 de setembro de 2000


*Universidade Regional de Blumenau. E-Mail: izirbel@ig.com.br

1Até então a lei admitia o ingresso de meninas apenas nas escolas elementares, passando a partir desta data a recebê-las em níveis mais avançados.

2Posteriormente, também juntou-se a ela Josefa Agueda Felisbella Mercedes de Oliveira, vindos ambas a editarem em Nova Iorque o jornal A mulher.

3Inclusive com a participação de Maria Lacerda de Moura.

4Juiz de Fora, Santos, Barbacena, Sorocaba, Rio de Janeiro, São Paulo..

5Permitido originalmente às mulheres solteiras ou viúvas que possuíam renda própria ou às casadas que obtinham autorização expressa dos maridos.

6Este decreto acabou sendo regulamentado apenas em 1965.

7Esta é atualmente uma das nove estatuas de mulheres existentes na cidade do Rio de Janeiro.

8Lei revogada apenas no ano de 1981.

9Apenas alguns nomes de mulheres assassinadas durante este período são arroladas aqui como forma de caracterizar o momento político no qual se vivia.

10Dentre outras que, num segundo momento, também vieram a fazer parte do grupo (como é o caso de Marta Suplicy).