~~ I C O N O CL@$T ~~

ZUMBI   &   PALMARES

Volta Index

Mais sobre Zumbi

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Iêê... viva meu Mestre camará!!

A Capoeira é a luta de resistência , é uma luta de quebra de preconceitos!!


   ----- Original Message -----  

From: Luciana Valeria = Sub-Gerente da Diretoria de Proteção do Patrimônio Afro  Brasileiro  <luciana.goncalves@palmares.gov.br>   To: mestrejc@tpg.com.au  Sent: Thursday, 6 April 2006 04:44

Subject: Fw: SITIO HISTÓRICO SERRA DA BARRIGA

 

 

 

A Sua Senhoria a Senhoria

MESTRE JERÔNIMO CAPOEIRA

 

                Prezado Senhor,

  

Recebemos o seu e-mail, quanto a sua indignação quanto ao total abandono presenciado por Vossa Senhoria, em visita a Serra da Barriga em janeiro deste ano. Cumpre-nos informar a Vossa Senhoria, que esta Fundação Cultural Palmares, celebrou um contrato com uma empresa ALL Serv  do Estado de Alagoas,  que presta serviços a esta Fundação junto a Serra da Barriga, visando prestação de serviços de  segurança (fiscalização e guarda), manutenção e conservação (limpeza) no sitio histórico Serra da Barriga.

Na certeza da Vossa compreensão, ensejo votos de estima e consideração.

 

 

Atencisoamente,

 

 

LUCIANA VALÉRIA P. GONÇALVES

Sub-Gerente da Diretoria de Proteção do Patrimônio Afro-Brasileiro


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 Aos fins do século XVIII, a destruição do quilombo de Palmares deixa poucos dados disponíveis para uma biografia adequada de Zumbi.  Mas, a despeito de todas as dificuldades acreditamos que uma História do Brasil estaria incompleta se Zumbi, herói popular não fosse incluído.

                      Dados históricos recorridos à sociologia e à antropologia:

1600 – Dezenas de escravos fugitivos dos engenhos de açúcar já se localizavam na sera da Barriga.
1602 – Primeira entrada de Bartolomeu Bezera contra o refúgio da serra.
1630 – Holandeses em Pernambuco- fuga dos escravos para o quilombo já conhecido como Palmares.
1644/45 – expedições holandesas contra Palmares.
1654 – Holandeses expulsos do Brasil.
1660 – Ganga Zumba e Gana Zona ocupavam a chefa dos principais mocambos de Palmares.
1668 – Alagoas, Porto Calvo e depois Serinhaém assinam a “União Perpétua” contra Palmares.
1670 – Palmares chega ao apogeu, com talvz 50 mil habitantes.
1671/73 – Fernão de Sousa Coutinho abre luta contra Palmares com poucos resultados.
1674 – Pedro de Almeida organiza novas expedições. Os combates tornam-se sangrentos.
1675 – Manuel Lopes destrói a “Cerca do Macaco”.
Nos combates que se seguem Zumbi é baleado duas vezes.
1678 – Ganga Zumba e Pedro Almeida negociam a paz. (Ato considerado pelos quilombolas como traição).
1678/79 – Os partidários de Zumbi assassinam Ganga Zuma. A luta recomeça.
1691 – O bandeirante Domingos Jorge Velho lança seus homens contra as tropas de Zumbi que contra ataca devastando suas fileiras.
1692 – Inicia-se a tentativa de cerco as fortalezas de Palmares.
1694- Três anos após com reforço de artilharia, Domingos Jorge Velho consegue destruir Palmares.
1695 – Denunciado por um prisioneiro, Zumbi é atacado por André Furtado de Mendonça e resiste até a morte.

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A criatura que chamamos ZUMBI nasceu livre em qualquer ponto dos Palmares, em 1655. Talvez no começo do ano, quando a água nas cisternas é pesada e morna; talvez no meio ou no fim, quando o chão está coberto de buritis podres. Um dia saberá bastante sobre ele. Milhares de documentos amarelos, difíceis de ler, guardam a história do preto pequeno e magro que venceu mais batalhas do que todos os generais juntos da Histório Brasileira terrível às cercanias de Porto Calvo. Diziam outros que a moça lhe fora ao encontro de próprios pés; terceiros, que era herdeira de família senhorial extraviada nas brenhas vizinhas de Palmares.

Até aqui, os papéis amarelados, de sintaxe arrevesada, não disseram sim ou não à legenda romântica. Tudo começou com um Brás da Rocha que atacou Palmares em 1655 e carregou, entre presas adultas, um recém-nascido. Brás o entregou, honestamente, como era do contrato, ao chefe de uma coluna, e este decidiu fazer um presente ao cura de Porto Calvo. Padre Melo achou que devia chamá-lo "Francisco". Não podia, naquele momento, adivinhar que se afeiçoaria ao pretinho. Se pode imaginar que não foi das piores a infância de Francisco. O padre talvez o batesse, como mandava a época, mas não lhe faltou alimento e remédio. "Quem dá os beijos, dá os peidos", dizia o povo. Padre Melo achava Francisco inteligentíssimo; resolveu desasná-lo em português, latim e religião.

Talvez olhasse com orgulho o moleque passar com o turíbulo, repetir os salmos. Francisco apreciava, certamente, histórias da Bíblia. Havia esta, por exemplo: Um sacerdote de nome Eli, velho e piedoso, aceitou na sua casa um menino chamado Samuel. Samuel ouviu que lhe chamavam "Samuel! Samuel!" isto foi antes que a lâmpada de Deus se apagasse no templo do Senhor: ali dormia a Araca de Jeová. Samuel foi até o quarto de Eli: "O senhor me chamou? Estou aqui..."; "Não te chamei, filho" - respondeu o velho - "Torna-te a deittar." Na terceira vez, Eli compreendeu de quem era a voz "Vai te deitar, e quando te chamarem de novo responde: Fala, porque o teu servo ouve." Assim fez, e a voz queria que ele a seguisse; e deixou um recado para o sacerdote: que julgaria a sua casa para sempre, pela iniquidade que ele bem conhecia, porque fazendo-se os seus filhos indesejáveis, não os repreendeu.

Numa noite em 1670, ao completar quinze anos, Francisco fugiu. Aos quinze anos deixaria a liberdade e o conforto de Padre Melo para voltar a Palmares. Aos vinte e três anos recusou a paz que Ganga Zumba firmara com os brancos, paz que lhe garantia a liberdade pois nascera em Palmares. Aos vinte e cinco anos, incompletos, fechou, enfim, a última porta: continuaria em Palmares para combater.

ZUMBI DOS PALMARES foi por muito tempo - até hoje no Brasil - recordista de vitórias militares. Zumbi lidorou Palmares por muitos anos. Guerreiro imbatível, venceu mais batalhas do que todos os generais juntos, da História Brasileira. Zumbi tinha uma grande diferença desses generais, que combatiam para conquistar territórios ou para escravizar. Zumbi lutava para sobreviver e não ceder à escravidão. Zumbi é o maior símbolo de resistência de nossa história.

O QUILOMBO DE PALMARES resistiu aos ataques das expedições mandadas pelos seus governadores da época, quase por um século, vindo a ser destruído em 1694, pelo bandeirante paulista Domingos Jorge Velho, o qual já era exímio caçador e assassino de índios, não se sabendo quantos mil índios este homem matou, sabendo que ele partiu contra Palmares, com toda fúria e ira, com seus canhões cuspindo fogo. Seus soldados massacrando mulheres e crianças sem um pingo de compaixão.

Zumbi e seus guerreiros lutavam como nunca, pois esta era a batalha final. Zumbi lutou até o último momento, mas foi impossível vencer os canhões de Domingos Jorge Velho. Zumbi vendo a batalha perdida, fugiu para tentar construir um novo Palmares, mas um ano mais tarde, foi traído, vindo a ser morto nas brenhas da Serra Dois Irmãos por volta de cinco horas da manhã de 20 de novembro de 1695. Seu corpo foi esquartejado, sua cabeça ficou exposta em uma praça em Recife para servir de exemplo para aqueles que quisessem resistir a escravidão. Morreu, mas não se entregou ao cativeiro.

E a cultura afro-brasileira está mais forte do que nunca, como a Capoeira, o Maculelê, a dança afro, o samba e muitos outros segmentos. A Capoeira foi registrada por alguns na história do Quilombo de Palmares, por isto acreditamos que em cada movimento ou gesto da cultura afro-brasileira, Zumbi renasce.

A Capoeira é a luta de resistência , é uma luta de quebra de preconceitos. A Capoeira traz uma magia, que encanta pessoas de todas as raças e classes sociais, fazendo com que elas se integrem e construam um mundo sem preconceitos e discriminações.

Era por isto que Zumbi lutava não só por liberdade, mas também por igualdade. E a Capoeira traz esta proposta, e é por isto que é impossível falar de Capoeira sem falar neste baluarte da nossa História Brasileira.

A última chance de Domingos, comandante do exército colonial, que nunca tinha visto nada parecido em toda sua vida. Custava a crer que fosse obra de negros. Entre o verde do mato e o azul puríssimo do céu - numa extensão semi-circular de cinco quilómetros e meio - se erguia a escura muralha de troncos e pedras. Dez homens, um de pé no ombro do outro, não tocariam sua borda. Olhando melhor se descobria que não era uma, mas três muralhas - e tinha redentes, guaritas, quebrava em diversos lugares, abria torneiras para atiradores a cada dois metros. Domingos ordenou que batedores se aproximassem; caíram nos fossos que circundavam a fortificação e agonizavam agora, estrepados em puas de ferro que entravam pela virilha e saiam na garganta. Um dos subcomandantes lhe deu, então, a idéia de construir contracercas de proteção, enquanto traçavam o planal final de ataque. Foram erquidas, de troncos de árvores, rapidamente - cada uma com quinhentos metros. Na antemanhâ de 23 de janeiro, mal se aquietou a lúgubre orquestra de sapos. Somente um capitão, com cinquenta homens, conseguiu sob uma chuva de flechas e balas encostar na muralha palmarina, atacando-a com machados. Os quilombolas, lá do alto, lhes abriam as cabeças com pedregulhos enormes, pescando os sobreviventes a gancho, pelas costas. Fracassado o assalto, Domingos temeu pela própria segurança do seu acampamento. Mandou buscar reforços no Recife; vieram cerca de duzentos homens e seis canhões. Inútil, mesmo sob proteção das contracercas, a distância continuava demasiada para o alcance dos canhões. Os pelouros caíam murchos, como bexigas de brinquedos, em terra de ninguém.

Na noite de 5 de fevereiro, a raiva de Jorge Velho cedeu vez à inteligência. Ela se sentou na rede, chamou os subcomandantes e traçou com um graveto, no chão, a única saída. Imediatamente ordenou que começassem, em silêncio, a construção desta nova contrcerca, oblíqua à muralha palmarina. Deviam levá-la até encostar no grande precipício esquerda do Macaco, tão rápido que tivesse pronta a clarear do dia seguinte. Então, veriam aqueles negros do diabo. Quando, no meio da noite, Zumbi de Palmares descobriu o ardil de Jorge Velho, sua primeira providêia foi executar o sentinela que não dera o alarme. O desespero, talvez mais que a raiva, explica essa violência miúda no turbilhão de uma guerra total. Zumbi de Palmares estava mais uma vez encurralado e com uma única chance de escapar. Até quando teria que jogar aquele jogo sem fim? Há pelo menos 25 anos, ele, pessoalmente, ganhava e perdia batalhas. A guerra tinha, no entanto, cem anos - desde que aquele punhado de negros incendiou a fazenda do amo, no sul de Pernambuco, e se abrigou na Serra, fundando Palmares. Zumbi juntou os comandantes e oficiais. Possivelmente, então, lhes confessou o fracasso do plano que urdira, atrair o exército colonial em peso para uma grande batalha às portas da capital e massacrá-lo. Se perdessem, os sobreviventes poderiam recomeçar em outro lugar - eles seriam o novo Palmares. Se vencessem, o governo colonial ficaria de tal forma fraco e demoralizado que aceitaria Palmares como nação soberana.

Em qualquer dos casos, Palmares viveria. Na beira do abismo, do lado ocidental da fortificação, restava uma passagem que o inimigo não tivera tempo de fechar. Por ali sairiam os guerreiros - somente os guerreiros, sem mulheres e crianças - rápidos e mudos. Recompostos em algum ponto, recomeçariam a guerra.

Quando passaram os últimos, porém, rolaram pedras. Um mameluco abriu fogo sobre eles. Sem saber se combatiam ou escapavam, os guerreiros palmarinos se entrecochavam. Foi o pânico. Perto de duas centenas despencaram pela cratera sem fundo. Jorge Velho não quis persegui-los. A caça melhor estava dentro. Mandou os canhões cuspirem fogo contra a cidadela. Pelos escombros da formidável parede, a multidão de índios, mamelucos e soldados finalmente penetrou em Palmares. Na sua fúria nada deixaram de pé ou inteiro.

Isto foi apenas um resumo da história de Zumbi de Palmares.

Comemoramos o 20 de novembro, não como a morte de Zumbi, mas sim como a verdadeira abolição da escravatura.

IÊÊ VIVA A CAPOEIRA, CAMARÁ!
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http://www.luizalberto.com/encontros.htm

Câmara dos Deputados
Brasília, 23 de novembro de 2003".
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    "Reconhecemos que nos encontramos na terra de Zumbi dos Palmares, herói ancestral que liderou lutas de libertação contra a escravidão e que deve servir de modelo e inspiração tanto para a comunidade negra do Brasil como para todos os países onde se encontram os filhos e filhas da Diáspora Africana."

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      I Encontro de Parlamentares Negras e Negros das Américas e do Caribe/Documento Oficial
 

        O I Encontro de Parlamentares Negras e Negros das Américas e do Caribe, realizado entre os dias 21 e 23 de novembro em Brasília, produziu o seguinte documento oficial, reproduzido do site do deputado Luiz Alberto:

"Carta de Brasília - Versão oficial

      Reunidos em Brasília no I Encontro de Parlamentares Negros e Negras
das Américas e do Caribe, organizado pela Frente Parlamentar em Defesa da
Igualdade Racial, de 21 a 23 de novembro de 2003, parlamentares da América
Latina, acompanhados de representantes de movimento negro e organizações
sociais, decidimos subscrever a presente Carta de Brasília reafirmando nossa
identidade como afro-descendentes, reconhecendo o caminho de nossos
ancestrais e os compromissos assumidos por nossos governos com nossos povos
e comunidades contidos nas Declarações e Planos de Ação de Santiago e
Durban.

      Reconhecemos que nos encontramos na terra de Zumbi dos Palmares, herói
ancestral que liderou lutas de libertação contra a escravidão e que deve
servir de modelo e inspiração tanto para a comunidade negra do Brasil como
para todos os países onde se encontram os filhos e filhas da Diáspora
Africana.

    Consideramos que:

    Os povos e comunidades afro-descendentes têm contribuído de forma
fundamental para a construção de todas as sociedades americanas e
caribenhas;

Não haverá democracia verdadeira nas Américas e no Caribe sem a inclusão das
mulheres e homens negros;

Os afro-descendentes são um grupo de cerca de 150 milhões nas Américas e no
Caribe, a maioria dos quais vivem em pobreza, e que esta condição é agravada
para as mulheres afro-descendentes;

Nossos governos são signatários das Declarações de Durban e Santiago, embora
a maioria deles não tem se empenhado nos compromissos assumidos;

Os afro-descendentes estão escassamente representados nos poderes do Estado
e particularmente nos congressos e parlamentos, em função de que devemos
redobrar nossos esforços e nosso trabalho. E esta exclusão se agudiza para
as mulheres negras;

Os esforços de inclusão de nossos povos e comunidades devem considerar tanto
uma visão universalista, que promova políticas públicas universais para
erradicar a pobreza de nossos países com uma perspectiva de gênero e racial,
assim como uma visão focalizada, que promova políticas públicas e legislação
específica para os afro-descendentes;

Nossos países se encontram imersos em processos de integração através de
acordos tais como MERCOSUL, PACTO ANDINO, CARICOM, SICA. Uma das expressões
mais importantes desse processo é a Área de Livre Comércio das Américas,
ALCA, em cujo bojo não estão presentes a situação de exclusão,
particularmente da situação de abandono histórico de nossos povos e
comunidades. Por isso, como parlamentares negros e negras devemos participar
intensamente deste debate e das negociações sobre a ALCA, das quais têm
estado ausentes até mesmo os parlamentos da região;

O Brasil está na iminência de aprovar o Estatuto da Igualdade Racial, o qual
representa um salto qualitativo e histórico na abordagem da situação dos
afro-brasileiros;

A Colômbia, tal qual outros países, tem promovido mudanças legislativas
constitucionais que promovem a inclusão racial. No entanto, não contamos com
mecanismos para intercâmbio dessas experiências;

Não existem programas de cooperação nem de relações internacionais entre os
países Latino Americanos e os países da África e que o Brasil deu um passo
importante nesse sentido;

A preservação das religiões de matrizes africanas é premissa fundamental na
afirmação da identidade e da cultura dos afro-descendentes.

Nos comprometemos a:

Impulsionar uma nova forma de fazer política baseada no respeito à inclusão
dos homens e mulheres afro-descendentes;

Criar um grupo de trabalho de parlamentares negros e negras das Américas
para promover e trabalhar na construção do Parlamento Negro das Américas e
da Rede de Legisladores Afro-descendentes;

Instar os parlamentos da região a que tenham uma participação ativa no
controle político das negociações sobre a ALCA, participando nos esforços
para incorporar a visão e perspectiva dos povos e comunidades
afro-descendentes;
 

Instar os governos a que fortaleçam os blocos regionais e a que promovam
consultas populares sobre a ALCA, para que tomem decisões que realmente
considerem a situação da maioria da população e não somente de uma pequena
parte;

Participar ativamente nas discussões dos processos de reformas fiscais,
sociais e políticas, e propostas de legislação para promover a igualdade
racial e de gênero;

Promover legislação e políticas de ação afirmativa que tomem como base o
Estatuto da Igualdade Racial do Brasil e a Lei 70 de 1993 da Colômbia, entre
outros corpos de legislação;

Promover nos nossos congressos e parlamentos a necessidade de aprofundar as
relações de cooperação horizontal entre os países da América Latina, Caribe
e da África, que contribuam com o desenvolvimento social, econômico e
cultural dos países de ambos continentes;

Elaborar uma publicação conjunta para a América Latina que compile a
legislação em favor dos afro-descendentes, como instrumento para o avanço
regional nessa área;

Instalar um portal de informação na internet que permita visualiza as ações
e propostas dos legisladores e legisladoras negros, assim como colocar a
informação sobre políticas e legislação;

Participar como parlamentares negros e negras na Cumbre das Américas e na
Cumbre Íbero-Americana que se realizam em 2004;

Instar os governos a alocarem recursos financeiros e humanos para a
implementação dos acordos de Santiago e Durban especialmente aos
relacionados com os povos e comunidades afro-descendentes e garantam o
processo de avaliação na conferência Santiago + 5;

Instar o Congresso Nacional do Brasil a aprovar o Estatuto da Igualdade
Racial e garantir os recursos financeiros para sua implementação, o qual
deverá servir como marco geral para os países da América Latina;

Instar o Congresso do Equador a discutir e aprovar o projeto sobre direitos
coletivos do povo afro-equatoriano. Da mesma forma, instamos todos os
congressos da região que têm pendentes legislação em favor dos
afro-descendentes, que a aprove;

Realizar o II Encontro de Parlamentares Afro-descendentes das Américas e
Caribe na Colômbia em 2004.

O I Encontro de Parlamentares Negros e Negras das Américas e do Caribe
consolida-se como elemento importante da articulação política internacional,
conferindo à questão racial no continente a visibilidade necessária para a
ruptura com a lógica da subjugação que ainda hoje exclui mais de 150 milhões
de pessoas negras.

O compromisso firmado em Brasília gira em torno da defesa e preservação do
que se relaciona à inserção social, à cultura e à tradição dos
afro-descendentes nas Américas e no Caribe. Nessa perspectiva, trabalharemos
para que as demandas reprimidas por séculos de exploração e desestruturação
material, simbólica e espiritual do nosso povo façam parte da agenda
política dos nossos países, assegurando o bem-estar de nossas comunidades.
 

Câmara dos Deputados
Brasília, 23 de novembro de 2003".
http://www.luizalberto.com/encontros.htm


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