A
PROPOSTA POLÍTICA RELIGIOSA E IDEOLÓGICA
DA LIGA BRASILEIRA DE ESPERANTO
Carlos
Andrade Pereira reconhece na revista BE que “alguns esperantistas temem o
território muito livre da Internet, onde as pessoas, ao que parece, têm o
mesmo poder, onde a autoridade não se encontra no título, idade ou cargo, mas
nas idéias dos esperantistas”.
Aproveitando esta liberdade SEM PRECEDENTES que não teria na revista BE
vou tecer algumas considerações sobre como eu vejo proposta política da Liga
Brasileira de Esperanto, analisando a ideologia subjacente nos artigos da
revista BE, órgão da Liga.
Mas os esperantistas preferem não entrar no cerne da questão de que o
esperanto não é uma língua neutra e que o problema da paz não será
resolvido APENAS com uma mudança na política lingüística mas sim com uma
melhor distribuição de riquezas no mundo.
Então a Liga comete um erro terrível ao acreditar que a omissão sobre
o esperanto no mundo parte de causas internas do movimento esperantista (“não
divulgamos o esperanto com eficiência) e não de causas externas (o esperanto
é um idioma libertário e perigoso que representa uma ameaça aos donos do
poder no mundo).
Neste caminho parte o Incrível Exército Brancaleone numa cruzada,
“num plano ambicioso(?)” proposto pelo presidente da Liga,
Licio de Castro para o objetivo de "colocar o esperanto nas
ruas".
MANIQUEÍSMO
E INGENUIDADE: OS VERDADEIROS E OS FALSOS ESPERANTISTAS –
“OS HOMENS INTELIGENTES RECONHECERÃO O ESPERANTO”
Segundo Alberto Flores (BE), os “verdadeiros” esperantistas, nunca
param de trabalhar pelo esperanto. Ele acredita que existe um “sentimento
fraterno” que é a alma do esperanto, e que nunca morre”, e que o esperanto
é um “ideal nobre” e “uma ponte de amizade entre os homens. Com muita
ternura e pouco objetividade ele acredita que “devemos ter “fé” e
“trabalhar” porque certamente “os homens inteligentes de todo o mundo
reconhecerão o valor e a utilidade de nossa bela língua”. Fica assim criado
um maniqueísmo onde há verdadeiros e falsos esperantistas. Ingenuamente
devemos esperar que os homens “inteligentes” reconheçam
o esperanto. Não lhe passa pela cabeça que o nosso movimento é uma
luta política coletiva em prol de uma nova política lingüística mundial.
O CAPITALISMO E
A IGREJA HOMARANISTA: ASSIM O
ESPERANTO VENCERÁ!
John Lennon tinha um sonho: um
mundo sem religiões e sem países. Mas num mundo onde os religiosos se matam em
nome de Deus, a postura da Liga através da revista BE é
que a “vitória final” do esperanto passa pelo uso do mesmo
pelas seitas ou religiões cristãs ocidentais.
O público alvo da Liga são os espíritas, mas para dissimular um pouco
faz acreditar que quer divulgar o esperanto entre católicos e evangélicos.
Isto pode ser confirmado no boletim “A Semente” (este nome lembra a parábola
do semeador da Bíblia) na página 7 e 8.
Fabrício Valle (BE) acredita que já que os capitalistas não usam o
esperanto, nós devemos então nos tornarmos os capitalistas (empresários)
e então usar o esperanto. Devemos ser discípulos de Bill Gattes, segundo Fabrício.
Neste caso teríamos que primeiro mudar de classe social, deixar de sermos
trabalhadores para ser capitalistas, deixar de sermos oprimidos para sermos
opressores.
“Devemos ser pragmáticos”, afirma ele, que acredita que devemos
conciliar as idéias ingênuas da Igreja Homaranista (uma seita que existe
dentro do esperanto) com a aplicação do Esperanto até mesmo no capitalismo
selvagem.
Afonso Soares (BE) acredita que neutralidade existe e ela consiste no
respeito à todas idéias não-neutras. Na realidade, neutralidade política não
existe (pode haver sim neutralidade partidária). Quanto às religiões, este
tema deveria ser “estranho” ao movimento esperantista, porque nós somos
apenas um movimento por uma nova ordem lingüística
mundial. Se fosse o caso deveríamos dar atenção ao Islamismo que é a
religião que mais cresce no mundo e não à nossa decadente civilização cristã-ocidental.
LIGA BRASILEIRA DE
ESPERANTO S/A: É POSSÍVEL
MELHORAR O CAPITALISMO! O CAPITALISMO VAI AJUDAR O ESPERANTO!
“As ONGs muitas vezes alimentam fortes distinções entre os especialistas e
os dirigentes no topo, e o membro comum. Os membros muito freqüentemente apenas
participam no sentido mais irrisório, são pouco encorajados a se informarem e
a tomarem iniciativa, sendo tratados como fonte de dinheiro que é contatada
apenas como parte de uma campanha para levantar fundos. Os escritórios centrais
das ONGs normalmente seguem padrões hierárquicos, indistinguíveis daqueles das
corporações transnacionais. A maioria delas considera que o capitalismo é
reformável, e normalmente se descrevem como organizações que trabalham para
ajudar o atual sistema sócio-econômico a superar seus problemas ecológicos e
sociais e a seguir mais suavemente. Aspectos de tal estratégia incluem uma tendência
a assumir o manto de "legítima" voz, sem hostilidade ao governo, e
uma dependência da mídia capitalista. “
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