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Textos de Jorge Ribeiro Araújo - Academia Caetiteense de Letras - Caetité - Bahia - 2003 - Todos os direitos pertencem ao Autor
O teu silêncio me aguarda em ânsia,
A mim, que te devo esta matéria vil,
Hipotecada há muito, desde a infância,
Em cartório torpe de Satã no cio.

Mas te deixarei a dívida na vacância.
Ó! Tumba! Sete palmos fundos de chão frio!
Teu salão é vasto, é grande tua arrogância.
Não terás o lar d' alma que de mim partiu.


Enganar-te-ei no fim, Senhora da ganância.
Teu glacial abraço me causa arrepio.
Pois, vá cobrar do fogo a tua substância!


Serei cremado, e o pó, como um navio,
Soprado à última viagem na distância,
Será lançado às águas do pequeno rio *
* pequeno rio - o rio de minha infância, o Rio Paramirim.